Apresentação

Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.

O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Vegetais crucíferos: além de um rico alimento, pode ser um aliado na prevenção do câncer?

         Alimentos funcionais são todos os alimentos ou bebidas que, consumidos na alimentação cotidiana, podem trazer benefícios fisiológicos específicos, graças à presença de ingredientes fisiologicamente saudáveis (CÂNDIDO & CAMPOS, 2005).
          A partir disso, podemos conhecer melhor a família Brassicaceae (Cruciferae) que apresenta várias espécies economicamente importantes para o uso como hortaliças, forragens, óleo, bem como plantas ornamentais e medicinais (GRIFFITHS et al., 1998). É composta por várias espécies, com destaque para o repolho (Brassica oleracea var. italica), a couve-flor (Brassica oleracea var. botrytis) , o brócolis (Brassica oleracea var. capitata) e a couve ( Brassica oleracea var. acephala). O consumo de vegetais crucíferos, particularmente o brócolis, tem sido associado com a redução do risco de câncer de mama em mulheres na pré-menopausa (AMBROSONE ET al., 2004), devendo ser consumidos diariamente e pesquisas recentes reforçam a tese de que o consumo de brássicas pode ajudar na prevenção e tratamento de doenças degenerativas. Um estudo com 48 mil homens mostrou que o câncer de bexiga era menor no grupo que consumia mais brócolis, couve-flor e repolho. O consumo de três porções diárias de vegetais como brócolis e repolho pode reduzir, até pela metade, o risco de câncer de próstata, revelou um estudo do Centro de Pesquisas do Câncer Fred Hutchinson, em Seattle, nos Estados Unidos. Teremos então, um aliado contra essa enfermidade?


          Estas hortaliças possuem alto valor nutricional, sendo boa fonte de vitaminas B, C e K, fibras e ricas em sais minerais (cálcio e fósforo), encontrados nas inflorescências e folhas dessas hortaliças, essenciais para a formação dos ossos e dentes. Diante da importância nutricional atribuída à família das brássicas, o consumo dessas hortaliças poderia ser realizado de forma a fazer parte da dieta como alimento comum, produzindo benefícios à saúde, reduzindo assim o risco de diversas doenças e promovendo a manutenção do bem-estar físico e mental.
          A couve-flor é uma hortaliça com características nutracêuticas e contém elevados teores de vitamina A, beta-caroteno, cálcio, fósforo, proteínas e vitamina C, compreendendo 93% de água, sais minerais e vitaminas importantes para o organismo humano. Essa hortaliça é considerada boa fonte de potássio e possui poucas calorias e muita fibra, o que atende aos anseios de uma parcela significativa da população preocupada com a saúde.
          O brócolis é uma hortaliça de importante valor econômico, bem como fonte de vitamina C importante para o sistema imunológico e absorção do ferro; vitamina A, essencial para visão e reprodução; fibras, necessárias para o bom funcionamento do intestino; cálcio, que participa da mineralização de ossos e dentes, além da regulação da pressão sanguínea; e ácido fólico, importante para a replicação celular e bom funcionamento do sistema nervoso e imunológico. Os carotenóides presentes em grandes quantidades no brócolis são o betacaroteno, luteína e zeaxantine. Estes são poderosos antioxidantes que podem ajudar a prevenir certas doenças relacionadas com o envelhecimento. Estes antioxidantes neutralizam os radicais livres, que causam danos às células saudáveis. Adicionalmente, algumas pesquisas já evidenciaram que o consumo desta hortaliça pode combater vários tipos de câncer, além de minimizar os riscos de catarata, reduzir o colesterol sérico e prevenir doenças cardiovasculares. Por apresentar os compostos bioativos já descritos anteriormente, os nutrientes contidos no brócolis pode evitar a formação ou ainda frear o desenvolvimento de vários tipos de câncer, pois é rico em substâncias com propriedades anticarcinogênicas como o glicosinolato e iso¬tiocianatos que estimulam a produção de enzimas que combatem a sua formação.
          A couve é uma planta que apresenta grande diversidade, tendo descrito que o tipo manteiga é um dos 22 tipos encontrados no Brasil. O aporte calórico reduzido da couve, seu baixo teor de glucídios e seu bom efeito de saciedade lhes dão um lugar especial nos regimes de emagrecimento e na alimentação do diabético. O boro, além de ser nutriente dessas plantas, é essencial para o homem e atua no metabolismo de nutrientes e de substratos energéticos, no funcionamento do cérebro e na performance psicomotora e cognitiva. 

LEGISLAÇÃO 

       Em termos legislativos, alimento funcional é definido pela Secretaria de Vigilância Sanitária, do Ministério da Saúde, como sendo "aquele alimento ou ingrediente que, além das funções nutritivas básicas, quando consumido como parte da dieta usual, produza efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica" - RDC n°18 de 1999.
           No caso de produção de hortaliças in natura existem vários órgãos públicos que cumprem a função de fiscalizar a qualidade sanitá¬ria dos alimentos comercializados no território nacional e algumas entidades de defesa do consumidor que também desempenham papel fiscalizador sobre a qualidade dos alimentos.   
         Na Consulta Pública nº 43, de 2 de junho de 2005 é estabelecido a necessidade de estabelecer limites Máximos de Resíduos dos agrotóxicos nos alimentos in natura, expostos ao consumo separando Brássicas folhosas, de brássicas com inflorescências baseados na Referência do CODEX ALIMENTARIUS – GRUPO 4.
          Existe um manual de Boas Práticas Agrícolas que consistem num conjunto de recomendações de caráter geral que permitem uniformizar a adoção de procedimentos que assegurem a qualidade das horta¬liças produzidas nos diferentes sistemas de produção empregados no País. As boas práticas objetivam a identidade, qualidade, produtividade, disponibilidade do produto e o controle da contaminação. 

FUNDAMENTOS BROMATOLÓGICOS 

       Alimentos sulfurados e nitrogenados: são substancias orgânicas usadas na proteção contra a carcinogênese e mutagênese, sendo ativadores de enzimas na desintoxicação do fígado. Os glicosinolatos (ß-tioglicosídio-N-hidroxissulfatos) são pre-cursores dos isotiocianatos, e ocorrem em 16 famílias de espécies vegetais e uma grande parte das espécies que sintetizam estas substâncias pertence aos gêneros Brassicaceae.
           Os glicosinolatos são convertidos nas plantas em isotiocianatos por ação da enzima mirosinase que inicia sua atividade quando o tecido vegetal sofre algum tipo de injúria ou sob ação de fungos ou, ainda, pela mastigação de insetos ou, então, pela própria mastigação das plantas frescas. ( Bones, A. M.; Rossiter, B.; Physiol. Plant. 1996, 97, 194).
           Existe, no entanto, uma dicotomia no que tange os efeitos de glicosinolatos e isotiocianatos na dieta diária. Vários estudos regis¬tram a ocorrência de glicosinolatos em vegetais que constituem uma parcela importante da dieta da população. Muitas evidências mostram que o aumento do consumo de frutas e vegetais reduz a incidência de câncer, em alguns casos, na ordem de 50%.( Talalay, P.; Proceedings of the American Philosophical Society 1999, 143, 52). As propriedades químio-protetoras dos vegetais são atribuídas à ocorrência em baixas concentrações de certas substâncias como os glicosinolatos. Alguns destes induzem os mecanismos químicos de defesa contra agentes cancerígenos aumentando a resistência celular. Os glicosinolatos formam tiocianatos, isotiocianatos e nitrilas. Os isotiocianatos atuam tanto com os indutores das enzimas da Fase 2 do mecanismo de desintoxicação celular mas também com o papel inibitório das enzimas da Fase 1, acentuando o desempenho celular no processo de defesa de desintoxicação química.

DISCUSSÃO 

          No que tange à segurança alimentar e o uso de propriedades funcionais dos alimentos, torna-se muito importante conhecer-se a qualidade do alimento que se está ingerindo e os seus efeitos na saúde humana após a ingesta.
          O brócolis (brássica), importante fonte de glicosinolato e iso¬tiocianatos, possui substâncias que são capazes de ativar a fase 2 de desintoxicação celular e de proteger contra o câncer. De forma bem conclusiva, a atividade anti-carcinogênica dos isotiocianatos (ITCs) já foi comprovada e depende, em grande parte, do seu acúmulo no interior das células. Os isotiocianatos estimulam os mecanismos químio-protetores, mas, dependendo da sua concen¬tração, podem também induzir o estresse celular. As doses de ITCs abaixo de certo nível acentuam o mecanismo de defesa. Por outro lado, as concentrações de ITCs, acima de um limite, favorecem o estresse celular e seus efeitos tóxicos( Zhang, Y.; Yao, S.; Li, J.; Proc. Nutr. Soc. 2006, 65, 68). O consumo de ITCs, disponíveis ao ser humano através da die¬ta, mostra uma relação inversa ao risco de câncer. Estes resultados sugerem seu uso como um tratamento preventivo de câncer ou como agente terapêutico.
          A procura por uma alimentação mais saudável e nutritiva tem levado a incrementos no consumo de hortaliças no país, estimulando o setor produtivo e aumentando a exigência quanto à qualidade dos produtos e processos empregados na condução dos campos de produção. No caso das brássicas, como repolho, brócolis e couve, isso não é diferente, notadamente em razão de sua importância como alimentos funcionais. 

BIBLIOGRAFIA 
  • http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/CP/CP%5B10559-1-0%5D.PDF
  • http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/0883FDA8A4AF0BAE832574DC004682B0/$File/NT0003907E.pdf 
  • Quim. Nova, Vol. 31, No. 8, 1953-1959, 2008. Determinação de isotiocianato de benzila em Carica papaya utilizando cromatografia gasosa com detectores seletivos. Fahey, J. W.; Zalkmann, A. T.; Talalay, P.; Phytochemistry 2001, 56, 5.
  • http://www.ital.sp.gov.br/fruthotec_new/html/boletitns/boletim14.html

6 comentários:

  1. Pedro Henrique da Rocha Franco10 de setembro de 2013 às 16:13

    A cada dia surge um novo alimento, um novo hábito ou uma nova molécula capaz de prevenir o câncer. Porém, a fisiopatologia da doença ainda não está tão bem definida e isso obviamente inviabiliza o desenvolvimento de uma solução racional.

    Segundo o INCA (2009), o câncer ocorre por conta de alguma alteração no processo de divisão celular. Isso é o que, de fato, se pode afirmar com o conhecimento atual. Entretanto, uma teoria mais refinada vem ganhando força nos últimos anos. Teoricamente haveriam dois oncogenes (um supressor e outro ativador) que controlariam genes específicos no processo de divisão celular. Esses são chamados proto-oncogenes e são os responsáveis pela divisão celular, diferenciação celular e tradução proteica (Chial, 2008). Portanto, se há alteração no supressor ou ativador desse proto-oncogene, inicia-se um processo de divisão descontrolado que evoluirá para um câncer.

    Tendo isso em vista é difícil afirmar que determinada substância presente em determinado alimento seria capaz primeiro de chegar ao local de ação e segundo de realmente atuar contra o câncer. Não há explicação científica sustentável até o momento para defender essa afirmação. Logicamente a evidência seria a maior prova, mas os métodos estatísticos utilizados geralmente são obscuros o que dificulta a análise da evidência como procedente ou não.

    É preciso ter muito cuidado ao eleger heróis e vilões em assuntos onde não se tem a fisiopatologia elucidadas. O câncer é um desses casos.

    Referências:

    A situação do câncer no Brasil. INCA, 2009.

    Proto-oncogenes to Oncogenes to cancer. Chial,H. Nature education, 2011.

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  2. Nathália Pessoa Gonçalves8 de junho de 2014 às 22:44

    Outros estudos vem sendo realizados a respeito da prevenção do câncer através da ingestão de brócolis. Uma farmacêutica da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP realizou um estudo no qual avaliou o efeito da suplementação com selênio durante o cultivo do brócolis, nas atividades antioxidantes e antiproliferativas, observadas em três diferentes estágios de maturação: brotos, mudas e inflorescências. Os resultados mostraram que a biofortificação proporcionou um aumento significativo na atividade antioxidante e na quantidade de compostos fenólicos das amostras que receberam o tratamento com selênio com relação as que não receberam a biofortificação.
    A atividade antiproliferativa foi observada utilizando seis diferentes linhagens de células tumorais . A partir do teste, a pesquisadora notou que o extrato do broto sem a biofortificação com selênio apresentou atividade antiproliferativa um pouco maior, quando comparado ao extrato do broto com biofortificação de selênio, sendo que o primeiro apresentou atividade citostática . Referente às amostras de mudas com e sem selênio, ambas demonstraram atividade citostática seletiva para a linhagem de rim. As inflorescências com e sem selênio apresentaram atividade citostática fraca para as linhagens de mama.
    Mesmo com o surgimento de novas pesquisas sobre o assunto, ainda são muito prematuras e é preciso mais informações sobre os compostos que de fato desempenham as funções antioxidativas e antiproliferativas, como por exemplo identificação, caracterização e forma de atuação no organismo. Além disso, esse tipo de estudo ainda entra em outro assunto, a biofortificação com selênio, que se por um lado aumenta a atividade antioxidante do brócolis, por outro, pode vir a desencadear efeitos indesejáveis.
    Embora sua atuação na prevenção do câncer seja ainda duvidosa, sua ingestão trás outros benefícios devido ao alto valor nutricional, sendo boa fonte de vitaminas B, C e K, fibras e rico em sais minerais.

    Referência:
    http://www1.inca.gov.br/atualidades/ano9/brocolis.html

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  3. A alimentação tem sido cada vez mais associada ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer, principalmente os de mama, intestino, próstata, esôfago e estômago. Alguns alimentos são capazes de proteger o organismo do surgimento da doença.
    Como exemplo, brócolis, repolhos, couve-flor, agrião e rabanetes reforçam o sistema imune, eliminam os radicais livres e protegem as células. O alho e a cebola contêm elevados níveis de flavonoides e compostos organosulfurados, que tem ação antioxidante como também influencia o sistema imune e inibe a ação de carcinógenos no DNA. Também são ricos em alicina, um composto com conteúdos de enxofre que atua como um depurador do fígado, favorecendo assim a eliminação de substâncias tóxicas que se acumulam no sangue e tecidos, sendo causadores do câncer, com isso inibem da proliferação e do crescimento do tumor. Assim, é importante ter uma alimentação com alimentos ricos em compostos que possam fazer a manutenção da saúde e ajudar a combater doenças.

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  4. Existem fortes evidências de que dietas ricas em gordura podem aumentar o risco de diferentes tipos de câncer. Já a ingestão adequada de frutas e verduras possui ação protetora. Nesse âmbito, os vegetais crucíferos têm sido apontados como capazes de bloquear o processo de carcinogênese. Apesar das evidências epidemiológicas e laboratoriais, as propriedades anticarcinogênicas dos brócolis e suas substâncias ativas, devem ser estudadas no país e na América Latina, uma vez que há diferenças entre as populações, bem como entre as variedades de alimentos ao redor do globo terrestre. Estudos de Epidemiologia Nutricional poderão nos dar pistas sobre possíveis associações entre alimentos (e seus compostos) e proteção frente aos cânceres.

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  5. Um estudo publicado na revista Molecular Nutrition & Food Research já comprovou a atuação do brócolis na prevenção do câncer. Pela presença de diversos compostos, como o fitoquímico sulforafano. Ele tem a capacidade de destruir células cancerígenas e deixar as demais intactas. Durante estudos, o sulforafano mostrou-se eficiente em inibir a chamada histona desacetilase, também conhecida como enzima HDAC. A inibição de HDAC é um dos campos mais promissores no tratamento do câncer e tem sido o foco tanto dos tratamentos medicamentosos quanto dos alimentares. As HDAC são uma família de enzimas que, entre outras funções, afetam o acesso direto ao DNA celular. Elas desempenham ainda um papel importante na expressão de alguns genes, como os supressores de tumores, definindo se eles ficam "silenciosos" ou se entram em ação. Homens com câncer de próstata e mulheres com câncer de mama que consumiram o vegetal apresentaram inibição de determinada enzima.

    Mariana Gonzalez Juste Andrade DRE:112104413

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  6. O próprio INCA possui em seu site uma sessão voltada para a relação entre câncer e alimentação, com mitos e verdades sobre o tema. Nesta, eles afirmam que dentre as formas de prevenção do câncer, manter uma alimentação adequada e se manter fisicamente ativo possuem um peso considerável. A dieta rica em alimentos de origem vegetal como leguminosas, frutas, hortaliças e a redução na ingesta de alimentos ultraprocessados e pré-prontos é a ideal para que esse nível de prevenção seja atingido. Alimentos ultraprocessados costumam possuir altos níveis de sódio (associado ao desenvolvimento de câncer de estômago) e conservantes, muitos destes associados ao desenvolvimento de câncer (relação normalmente dose-dependente), como o caso dos nitritos por exemplo.
    Ainda em seu site, o INCA dispõe a seguinte frase: “Esses alimentos têm o poder de inibir a chegada de compostos cancerígenos às células e, ainda, consertar o DNA danificado quando a agressão já começou. Se a célula foi alterada e não for possível consertar o DNA, alguns compostos promovem a sua morte, interrompendo a multiplicação desordenada.” Descrevendo a ação dos alimentos anteriormente mencionados (frutas, hortaliças etc) no combate e prevenção da doença. Vale mencionar que tanto pelo alimento ser uma matriz complexa e o câncer uma doença multifatorial, é difícil definir exatamente os mecanismos moleculares associados à prevenção.
    Fonte: https://www.inca.gov.br/causas-e-prevencao/como-prevenir-o-cancer ; https://www.inca.gov.br/mitos-e-verdades/alimentacao

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