Farinha de banana verde em alta nas dietas

Atualmente a manutenção do funcionamento correto do organismo vem sendo comprometida, o número de pessoas com distúrbios intestinais, diabetes e obesidade tem crescido mundialmente por vários fatores, como stress, má alimentação e a soma destes fatores com outros. Desta forma, cada vez mais são criados produtos que prometem auxiliar na redução destas estatísticas. Um produto que está em alta nas prescrições de dietas por nutricionistas é a farinha da banana verde, fabricado por inúmeras marcas e pouco esclarecido na maioria delas. São indicados por estes profissionais em dietas de indivíduos com dificuldades de emagrecimento e problemas intestinais. Em sua composição, segundo os fabricantes, temos a ausência de glúten e presença de amido resistente, como a marca “Dona Mari” vendida na loja Mundo Verde.
A chamada utilizada para a venda da farinha de banana verde a classifica como alimento funcional, por apresentar o amido resistente em alta concentração agindo no funcionamento correto do intestino e auxiliando no processo de emagrecimento. A apresentação do produto, que só se encontra no site da loja e não em seu rótulo, é confusa e sem definições claramente estabelecidas. O que é amido resistente? Qual sua diferença do amido conhecido? O que é alimento funcional? Além disso, alguns nutricionistas consultados neste trabalho e questionados sobre o uso do produto, alegam que dependendo do indivíduo os resultados podem ser contrários, podendo piorar a situação do funcionamento intestinal causando constipação, como?



Segundo a portaria nº 398/99 o amido resistente é considerado um alimento funcional, sendo definido este último termo como todo alimento ou ingrediente com alegação de propriedades funcionais (relativa ao papel metabólico ou fisiológico que uma substância têm nas funções normais do organismo humano), além de funções nutricionais básicas, quando se trata de nutriente, produz efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e/ou benéficos á saúde, devendo ser seguro para o consumo sem supervisão médica. O amido resistente segundo a ANVISA é classificado como a soma do amido e seus produtos de degradação que não são absorvidos no intestino delgado de indivíduos sadios. Por ser resistente às enzimas digestivas e não ser absorvido no intestino, o amido resistente tem baixo valor calórico e se caracteriza por efeitos fisiológicos semelhantes ao das fibras alimentares, sendo freqüentemente considerado como fibra. Varia de 0,5 a 6% do conteúdo do amido: Cereais: 0,4 a 2%/ Batata: 1,0 a 3,5%/ Legumes: 3,5 a 5,7%. As principais funções do amido resistente são: Produzir ácidos graxos de cadeia curta, reduzir o potencial calórico dos alimentos e aumentar a saciedade, reduzir o índice glicêmico dos alimentos, aumentar o teor de fibras nos alimentos e contribuir para a redução do colesterol sérico.
Mas o que torna o amido indigerível? Segundo pesquisadores é pelas suas características físico-químicas como sua cristalinidade e origem botânica, por outro lado existem técnicas modernas que modificam a estrutura do amido tornando-o resistente à digestão, por exemplo, adicionando ligações cruzadas que são resistentes à digestão no intestino delgado.
Pelas definições tratadas acima, podemos dizer que o amido resistente pode auxiliar em um melhor funcionamento intestinal, porém o emagrecimento não está relacionado de forma direta à ingestão do amido resistente, pois ele não provoca modificação metabólica para resultar em emagrecimento, somente auxilia em uma ingestão menor de calorias.