Estudos e Pesquisas dos alunos da disciplina Bromatologia em Saúde oferecida pela Faculdade de Farmácia da UFRJ, que adota um modelo tutorial, onde estudantes exercitam a construção autônoma de conhecimentos, com pesquisa e extensão convergindo para ensino.
Apresentação
Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.
O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Chá verde: Emagrece mesmo?
O verão está chegando e junto vem à busca pela queima de calorias. Nessa batalha, encontramos um grande aliado: o Chá verde. Ele é preparado com folhas da planta Camellia sinensis e sua origem vem da China em 2.375 a.C. A eficácia na perda de calorias e oxidação de gorduras são muito questionadas por alguns especialistas. Entretanto, a grande presença de polifenóis, fitoquímicos responsáveis por queimar a gordura corporal, acaba por mostrar que a bebida pode auxiliar no emagrecimento, já que o seu consumo acelera o metabolismo basal e diminui a disposição das gorduras no organismo- além de diminuir o apetite e facilitar a digestão. Portanto, o Chá verde, sozinho, emagrece mesmo?
História
A primeira referência à infusão das folhas de Chá verde, provenientes da planta Camellia sinensis, vem de uma lenda chinesa do ano de 2375 a.C. O imperador Shen Nung descansava sob uma árvore quando algumas folhas caíram em uma vasilha de água que seus servos ferviam para beber. Atraído pelo aroma, Shen Nung provou o líquido e adorou.
No inicio do séc. IX, a cultura do chá foi introduzida no Japão por monges budistas que levaram da China algumas sementes. A cultura teve êxito e desenvolveu-se rapidamente. O chá experimentou nestes dois países - China e Japão - uma evolução extraordinária, abrangendo não só meio técnico e econômico, mas também os meios artísticos, poéticos, filosóficos e até religiosos.
A introdução do Chá verde no continente europeu ocorreu no início do séc. XVII, primeiro pelos holandeses e depois pelos ingleses, em função do comércio que esses estabeleciam entre a Europa e o Oriente.
Na Inglaterra, o seu consumo difundiu-se rapidamente, tornando-se uma bebida muito popular. Essa popularidade estendeu-se aos países com forte influência inglesa, primeiramente nos Estados Unidos, depois na Austrália e Canadá.
Fundamentos Bromatológicos
As catequinas são polifenóis naturais presentes na planta do Chá verde (Camellia sinensis) e que conferem a esse a maioria das propriedades biológicas que atuam de forma benéfica a vários tipos de doenças, como: diabetes mellitus tipo 1, cardiopatias, infecções virais, inflamações em doenças degenerativas, cancro. Além disso, temos a presença de flavonóides que estão relacionados ao grande poder antioxidante (evitam a oxidação celular, combate os radicais livres) que confere o combate ao envelhecimento da pele como o surgimento de rugas, bolsas sob os olhos, manchas na pele e, possivelmente, melhoram a elasticidade da pele. A presença dos flavonóides e das catequinas conferem também o bloqueio das alterações celulares que dão origem aos tumores. O chá verde também é rico em tanino que faz diminuir as taxas do LDL (colesterol ruim) e fortalece as artérias e veias favorecendo a prevenção de doenças cardíacas e circulatórias. O chá verde também possui manganês, potássio, ácido fólico, vitamina C, vitamina K, vitamina B1, a vitamina B2 e auxilia na diurese.
Apesar de todos os benefícios que o chá verde possivelmente possui devido aos seus componentes. O uso da bebida não pode ser feita de forma indiscriminada, pois o Chá verde possui a cafeína em sua composição, essa pode aumentar a pressão arterial e causar problemas como taquicardia, dor de cabeça e náuseas.
Pelo fato desse Chá acelerar o metabolismo, eles não são indicados a pessoas com problemas cardíacos ou hipertensos. Também devem ser evitados por grávidas e lactantes. A cafeína pode afetar o bebê. Casos de insônia, gastrite, problemas renais, hipertireoidismo, ansiedade e taquicardia são incompatíveis com os chás.
Indivíduos com deficiência de ferro no organismo também devem evitar essas bebidas, pois contêm tanino, substância que inibe a absorção do mineral. Além do mais, quem faz uso do remédio doxorrubicina deve ser monitorado, pois o chá potencializa o efeito desse medicamento.
Legislação
De acordo com a Resolução - CNNPA nº 12, de 1978 estabelecida pela ANVISA, alguns padrões de identidade e qualidade foram fixados para o Chá verde.
-Definição: Chá é o produto constituído pelas folhas novas e brotos de várias espécies do gênero "Thea".
-Designação: O produto é designado "chá", seguido da classificação.
-Classificação:
Incluem-se nesta Norma, segundo o processo de preparação, entre outras, as seguintes classes:
I - Chá verde - produto não fermentado, submetido à secagem.
a) Chá Hyson - constituído pelos brotos foliares e pelas primeiras folhas colhidas, de tamanho niforme, torcidas e enroladas longitudinalmente em espiral
b) Chá awin Hyson - constituído pelas folhas inferiores e sobras do Hyson, enroladas transversal longitudinalmente;
c) Chá pólvora (gunpowder) - constituído por folhas cortadas em três ou quatro pedaços, transversalmente, e enroladas em forma de pequenas esferas de 1 a 3mm de diâmetro;
d) Chá pérola ou imperial - constituído por folhas enroladas primeiro no sentido longitudinal, e depois no sentido transversal apresentando-se, como anterior, sob a forma de pequenas esferas de 3 a 5 mm de diâmetro.
-Características gerais
O chá deve ser preparado com folhas e brotos sãos e limpos, procedentes de espécimes vegetais genuínos. Não devem conter substâncias estranhas à sua constituição normal, nem elementos vegetais estranhos à espécie. Deve estar isento de folhas previamente esgotadas. Não pode ser colorido artificialmente.
-Características organolépticas
Aspectos: brotos ou folhas inteiras ou em pedaços, secas e enroladas.
Cor: folhas esverdeadas (chá verde).
Cheiro: próprio.
Sabor: próprio.
-Características físicas e químicas
Umidade, máximo12,0% p/p
Resíduo mineral fixo, máximo8,0% p/p
Resíduo mineral fixo insolúvel em ácido clorídrico
a 10% v/v, máximo1,5% p/p
Extrato aquoso (chá verde), mínimo28,0% p/p
Cafeína, mínimo1,5% p/p
-Características microbiológicas
Os chás devem obedecer ao seguinte padrão:
Bactérias do grupo coliforme de origem fecal: máximo 10g.
Deverão ser efetuadas determinações de outros microrganismos e/ou de substâncias tóxicas de origem microbiana, sempre que se tornar necessária a obtenção de dados adicionais sobre o estado higiênico-sanitário dessa classe de alimento, ou quando ocorrerem tóxi-infecções alimentares.
-Características microscópicas
Ausência de sujidades, parasitos e larvas.
-Rotulagem
No rótulo deve constar a denominação "chá", seguida da classificação e procedência.
Discussão
Portanto, para obter a resposta da pergunta : “ Chá verde, sozinho, emagrece mesmo?”, lançarei uma nova afirmação: depois que os japoneses ocidentalizaram sua dieta, eles engordaram, mesmo continuando a ingerir o chá verde em grande quantidade. De acordo com essa afirmação, concluímos que: Chá verde não faz milagre para a perda de peso!
Ainda não há uma comprovação científica em humanos do poder emagrecedor do Chá verde, segundo o endocrinologista do Hospital das Clínicas e presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade), Márcio Mancini.
Apesar da falta de provas científicas sobre os efeitos do chá verde, a nutricionista especializada em fitoterapia, Vanderlí Marchiori, afirma que a bebida pode auxiliar, sim, o emagrecimento, já que seu consumo acelera o metabolismo basal e diminui a deposição das gorduras no organismo - além de diminuir o apetite e facilitar a digestão. Segundo ela, isso acontece porque a bebida é rica em polifenóis, os fitoquímicos responsáveis por queimar a gordura corporal. De acordo com a nutricionista, a bebida também promove a desintoxicação do corpo e estimula o funcionamento do fígado.
Aliás, é preciso também ficar atento quanto ao preparo do chá verde para que ele tenha o efeito desejado. A melhor maneira de aproveitar as propriedades do chá é fazê-lo com a própria erva. As versões em saquinho, de lata, em garrafa, cápsulas possuem um baixo teor de fitoquímicos e a quantidade mínima necessária para perceber algum benefício é de quatro xícaras do chá por dia.
O chá verde ainda pode ser consumido com outras ervas que também ajudam na redução do peso, como carqueja, erva mate, cavalinha e picão, que melhoram a atuação do chá nos rins e no fígado. Já a camomila e a erva-doce podem interferir de maneira negativa na ação da Camellia.
Logo, o mais importante é que a pessoa que deseja emagrecer mude seus hábitos alimentares e pratique exercícios físicos, pois o Chá tomado nessas condições abordadas, vai auxiliar no emagrecimento e não fazer o milagre.
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ResponderExcluirChá verde mais gostoso - Extrato de Chá Verde tem maior eficácia - Compre seguro e direto dos Estados Unidos
Evidências científicas sugerem que o extrato do chá verde contendo 25% de GEGC possa reduzir o apetite e aumentar o catabolismo de gorduras. Veja o artigo completo: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732009000200008
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Muitas pesquisas tem sido feitas sobre o potencial emagrecedor do chá verde e outras propriedades. A propaganda que vende um emagrecimento rápido e fácil fez com que esse produto venha sendo largamente vendido, porém sem uma regulamentação que acompanhe seu crescimento no mercado.
ResponderExcluirTendo em vista dúvidas do consumidor em como preparar os chás, por exemplo, a ANVISA publicou no fim de 2010 um informe técnico (n˚45 de 28 de dezembro de 2010) que tinha como objetivo esclarecer a população sobre o consumo e a comercialização desse produto. Esse informe traz consigo a declaração de que cápsulas desse produto devem conter registro na ANVISA e são classificados como "novos alimentos", fato esse que não acontece. Prova disso é que a ANVISA já retirou do mercados algumas marcas que vendiam essas cápsulas, já que o chá verde só poder ser comercializado para infusão.
Me cita um artigo científico falando que o chá verde (com EGCG)não AJUDA a emagrecer ... Aguardo. O problema é que no Brasil é tudo enganação ... tem um monte de chá verde sendo vendido, sem o seu componente ativo que é o EGCG.
ExcluirEm relação aos japoneses, estes possuem uma dieta que se constitui no baixo consumo de gorduras e óleos e, particularmente, na baixa taxa de ácido linoléico (n-6) em relação à de ácido linolênico (n-3), o que se atribui à larga ingestão de pescados. Destaca-se também o consumo de vegetais, frutas, soja e seus derivados, além do chá verde. Esse padrão dietético pode explicar a redução dos riscos de cânceres, de doenças cardiovasculares (1) e a prevalência de indivíduos magros, não necessariamente relacionado ao consumo do chá.
ResponderExcluirEm relação à Camellia sinensis, há uma certa inconsistência na literatura, traduzida por resultados controversos em relação ao uso do chá verde, quanto aos seus reais benefícios in vivo na redução da pressão arterial. Observa-se essa contradição no trabalho acima, quando o autor diz que pode ser utilizado na prevenção de doenças cardíacas, mas que também pode aumentar a pressão arterial e causar problemas como taquicardia.
Os efeitos fisiológicos benéficos à saúde humana vem sendo atribuídos às catequinas presentes no chá verde, principalmente a epigalatocatequina-galato (EGCG). Existem evidências de que a oxidação de LDL seja inibida pelas catequinas presentes nesse chá. (2)
Um estudo (3) demonstrou que o gasto de energia (GE) em 24h e a oxidação de lipídeos aumentou em homens jovens e saudáveis que consumiram um extrato de chá verde contendo polifenóis. Como uma dose de cafeína equivalente à encontrada no extrato de chá verde não afetou o GE 24h, concluiu-se que as substâncias , especialmente a mais abundante delas (EGCG) pode estimular a termogênese e a oxidação de lipídeos. Um efeito sinergético entre a cafeína e a EGCG pode ser responsável pelo aumento da termogênese e oxidação lipídica.
O EGCG pode interagir especificamente com um componente da via de controle do apetite independente do receptor de leptina. O efeito termogênico in vitro de um extrato de chá verde em tecido lipídico marrom pode ser mimetizado com o EGCG. As taxas aumentadas de termogênese por extratos de chá verde podem dar suporte aos estudos in vitro, em que o EGCG reduziu o acúmulo total de triacilglicerol em pré-adipócitos Murin 3T3-L1 (série de pré-adipócitos derivada de camundongos) durante sua diferenciação em adipócitos. Foi descoberto também que o EGCG também inibiu a proliferação dos mesmos.(4)
Demonstrou-se que EGCG é inibidor da atividade da acetil-CoA-carboxilase, um fator limitante na via de biossíntese de ácidos graxos em 3T3-L1.(4)
Com base nos efeitos in vivo do EGCG na perda de massa corporal, gordura, nutrientes lipídicos séricos, termogênese e oxidação lipídica, e nos efeitos in vitro da EGCG no funcionamento de células de tecido adiposo, o consumo prolongado de chá verde pode diminuir a incidência de obesidade, e talvez alguns de seus componentes como o EGCG possa ser útil no tratamento da mesma.
Referências Bibliográficas
(1) Faria F.; Santos R.S.; Vianna L.M. Consumo de Camellia sinensis em população de origem oriental e incidência de doenças crônicas. Rev. Nutr. vol.19 no.2 Campinas Mar./Abr. 2006.
(2) Weisburger J, Chung F. Mechanisms of chronic disease causation by nutritional factors and tobacco products and their prevention by tea polyphenols. Food Chem Toxicol. 2002; 40(8):1145-54.
(3) Dulloo AG, Duret C, Rohrer D, et al. Efficacy of a green tea extract rich in catechin polyphenols and caffeine in increasing 24-h energy expenditure and fat oxidation in humans. Am J Clin Nutr 1999; 70:1040–5.
(4) Yung-hsi Kao, Richard A Hiipakka and Shutsung Liao. Modulation of obesity by a green tea catechin . American Journal of Clinical Nutrition, Vol. 72, No. 5, 1232-1233, November 2000.
O chá verde está sendo apontado em diversas pesquisas com atividade potencial no tratamento de diversas patologias tais como: doenças cardiovasculares; neurodegenerativas; associada ao processo de envelhecimento; Alzheimer, câncer,etc além de atuar como citado no post acima no emagrecimento. Isto deve-se as suas propriedades antioxidantes representadas principalmente por seu conteúdo de flavonóides (polifenóis) responsáveis por inibir a formação de radicais livres responsáveis por promover estresse oxidativo no organismo. Desta forma, o consumo do chá como potencial emagrecedor tem sido avaliado e de fato ele apresenta essa capacidade no entanto, não deve-se optar na dieta por um único alimento para obtenção do resultado. Pois sabe-se que, para tal é necessário ter uma dieta equilibrada dispondo de todos os nutrientes requeridos para o bom funcionamento do organismo. Assim,o chá verde pode atuar nesse sentido como uma espécie de "complemento" ou "adjuvante" sendo recomendado a ingesta de 3 xícaras por dia. A ingesta do chá verde deve ser feita individualmente, isto é, não recomenda-se ingerir o mesmo junto a outro tipo de chá a fim de evitar interações entre os compostos de cada espécie. Além disso, a afirmação no post:"As versões em saquinho, de lata, em garrafa, cápsulas possuem um baixo teor de fitoquímicos", pode não ser uma afirmativa precisa uma vez que pesquisas realizadas apontam teores consideráveis de polifenóis nestas apresentações.
ResponderExcluirO efeito emagrecedor do chá verde já é discutido a muito tempo. Entretanto, uma pesquisa recente feita por cientistas do Instituto de Bioengenharia e Nanotecnologia (IBN) da Agência para Pesquisa, Tecnologia e Saúde de Cingapura, na revista Nature Nanotechnology, mostra como otimizar os benefícios da planta. Os polifenóis contidos no chá verde foram estudados para o tratamento de câncer e foi demostrado que esses compostos possuem uma boa relação com as terapias tradicionais. Ou seja, os polifenóis seriam utilizados para direcionar o transporte de fármacos. Esse método torna o medicamento mais eficiente e reduz o tamanho do tumor, quando comparado ao fármaco sozinho.
ResponderExcluirApesar desses efeitos benéficos do chá verde serem interessantes é importante adaptar esses resultados à realidade brasileira. Participei de um estudo onde se averiguava a qualidade das marcas de chá verde comercializadas no Rio de Janeiro e algumas importadas e pude ver uma grande discrepância na qualidade, as amostras estrangeiras além de estarem mais conservadas apresentavam mais quantidade de fenólicos totais. Os resultados também apontaram um elevado grau de adulteração, principalmente nas amostras que continham aditivos (edulcorantes, flavorizantes). É necessário que haja uma melhor fiscalização da anvisa sob os alimentos funcionais visto que a população almeja esses efeitos benéficos quando compra o chá verde.
ResponderExcluirDe acordo com a RDC Anvisa nº 277, de 22 de setembro de 2005, chá é definido como um "produto constituído de uma ou mais partes de espécie(s) vegetal(is) inteira(s), fragmentada(s) ou moída(s), com ou sem fermentação, tostada(s) ou não, constantes de Regulamento Técnico de Espécies Vegetais para o Preparo de Chás. O produto pode ser adicionado de aroma e ou especiaria para conferir aroma e ou sabor”.
ResponderExcluirEles também são isentos de registro sanitário. A pergunta que se levanta é como será possível ter segurança de que esses chás são vendidos sem propagandas ou rótulos sensacionalistas se não há nenhum órgão sanitário que regule essas normas. Além disso, é preciso que em conjunto existam normas que garantam a qualidade das substâncias ali contidas, pois são produtos largamente utilizados no cotidiano do brasileiro.
Um detalhe importante sobre o chá verde é o seu modo de preparo. Esta bebida é feita pela imersão do material vegetal (folhas) em água fervente, por um determinado tempo. Se as folhas ficarem em infusão por 2 min há extração principalmente da cafeína, obtendo-se uma bebida estimulante.Quando este tempo é prolongado (mais de 10 min) há maior extração dos taninos presentes nesta folha.
ResponderExcluirO inconveniente em um chá com muito tanino é seu efeito antidiarreico (se esta não for a intenção do consumo), que poderia acentuar quadros de constipação intestinal em indivíduos que já apresentam esta condição. Este metabólito secundário também interfere na absorção de ferro, não sendo recomendado o consumo desse chá em excesso por vegetarianas/veganas. Nem consumi-lo após grandes refeições (almoço ou jantar).
A recomendação de preparo de muitos chás é ficar em infusão por 10-15 min, e essa instrução é seguida sem analisar a finalidade do chá a ser consumido e qual a melhor forma de preparo. Além disso, pessoas que não gostam de ingerir chá quente podem deixar as folhas em contato com a água quente por mais tempo, ao invés de retirá-las e esperar que apenas o líquido esfrie, favorecendo a extração de taninos.
Em primeiro lugar: não existe milagre, muito menos alimento milagroso, principalmente em quando se fala sobre emagrecimento. Nenhum alimento jamais irá estimular o emagrecimento espontaneamente. É necessário considerar, em primeiro lugar, a alimentação como um todo e a prática de exercício físico. Já no que diz respeito ao chá verde, há diversos trabalhos disponíveis na literatura sobre o seu potencial emagrecedor, entretanto, outros aspectos devem ser considerados. Existem diversas formas de apresentação do chá-verde, como in natura, cápsulas, chás, chás-mistos, sachê e por aí vai. Cada uma utilizando partes variadas do vegetal Camellia sinensis, o que significa diferentes substâncias em diferentes concentrações nas diferentes formas de apresentação do produto, já que a planta possui um metabolismo completamente diferente em suas raízes, caules e folhas. Das moléculas presentes no chá verde, o potencial terapêutico é principalmente atribuído a catequina EGCQ e à cafeína, já que ambas possuem um potencial termogênico. Contudo, é necessário avaliar, em primeiro lugar, as quantidades desses compostos presentes nas diferentes formas do chá, já que o título “chá verde” em si não garante nenhum efeito terapêutico, sem contar, segundo a ANVISA, o termo “chá verde” também abrange outros tipos de chás, como o chá-preto e o chá-branco, e que, embora derivem da mesma planta, possuem potenciais terapêuticos diferentes. Depois de avaliar estes critérios é necessário ter em mente que o chá-verde é um alimento e não um medicamente, e seu uso não é sinônimo de emagrecimento, apenas auxilia neste processo. Uma dieta hipercalórica acompanhada do chá-verde irá resultar no ganho de peso. Além disso, é necessário ter em mente o efeito tóxico das catequinas, já que o consumo exagerado do chá é extremamente prejudicial aos hepatócitos.
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