O tratamento de mal-estares e doenças com uso de plantas tem uma origem remota e envolta de crenças e mistérios. Tendo-se até relatos na Bíblia Sagrada sobre uso de Mandrágoras para estimular a fertilização feminina.
Com o passar do tempo, o conhecimento empírico a cerca das indicações de plantas para fins medicinais foi passado de geração em geração. E por isso sempre escutamos alguém dizendo “Eu conheço um chazinho maravilhoso pra você, vai te curar rapidinho” E não é para menos. Todo o nosso conhecimento sobre farmacologia e medicamentos teve sua origem nas plantas medicinais. Com a inovação da tecnologia e métodos de análise o homem comprovou as qualidades terapêuticas de substâncias oferecidas pela natureza. Porém, mesmo com a inovação e fabricação de fitoterápicos, muitas pessoas ainda fazem uso dos seus próprios chazinhos.
Será que realmente funcionam? Quais riscos eles apresentam? A frase “Se é natural, não faz mal” está correta? Seria as plantas realmente a “Cura Segura”? Descubra essas respostas clicando no link abaixo.
Camomila, Erva Cidreira, Boldo, Cascara Sagrada, Chá Preto, Ginkgo biloba, Guaraná, Lótus, Picão, Valeriana e muitas outras milhares de plantas. Estas são apenas alguns exemplos de plantas conhecidas e com renomadas finalidades terapêuticas. Todas sempre muito recomendadas e usadas tanto em áreas rurais com em áreas urbanas. Seus efeitos terapêuticos são conhecidos empiricamente e sempre muito recomendados. Mas e seus efeitos colaterais? Não têm?
A resposta é: Claro que sim! Todas as plantas podem em altas dosagens representam riscos de intoxicação, efeitos indesejados e até agravo da doença. As plantas podem apresentar substâncias que em pequenas doses exercem efeitos terapêuticos e que em doses elevadas apresentam efeitos tóxicos ao corpo.
A utilização e comercialização de plantas medicinais têm sido estimuladas pela crescente demanda da indústria por novas fontes naturais de medicamentos e devido aos efeitos colaterais causados pelos fármacos sintéticos que estimulam o aproveitamento de medicamentos de origem vegetal. Sua venda ainda não apresenta risco ambiental, já que o IBAMA estabelece uma listagem de espécies vegetais comercializadas, a fim de controlar a coleta destas plantas e evitar exploração dos recursos vegetais brasileiros.
Em 1929, a Primeira Farmacopeia Brasileira listou diversas espécies botânicas como sendo fitoterápicas e com isso a venda de plantas e fitoterápicos cresceu exponencialmente, gerando em 1973 um controle Sanitário a cerca da venda de fitoterápicos, então a Lei 5.991 estabeleceu o direito de venda de fitoterápicos à apenas farmácias e ervanários. Contudo, os fitoterápicos ainda não tinham comprovações clínicas e científicas. Portanto, em 1998 é criada a CONAFIT – Subcomissão Nacional de Assesoramento em Fitoterápicos pela ANVISA, visando aumentar sua segurança e eficácia. E em 2000 foi publicada a RDC Nº 17 pelo Ministério da Saúde, aonde todo o produto fitoterápico deveria ter comprovação científica antes de entrar no mercado. Juntamente com esta resolução, os efeitos terapêuticos de 13 espécies foram reconhecidos cientificamente, alguns exemplos são: Aloe vera (Babosa), Allium sativum (Alho), Cynara scolymus (Alcachofra), Peumus boldus (Boldo), Matricaria recutita (Camomila), Pimpinella anisum (Erva-doce), Zingiber officinale (Gengibre), Mentha piperita (Hortelã-pimenta), Passiflora incarnata (Maracujá) e Senna alexandrina (Sene).
As ervas usadas como medicamentos são também usadas como alimentos e com isso classificadas no Ministério da Saúde, obtendo registro na Divisão Nacional de Alimentos (DINAL). Aonde constam diversos alimentos considerados medicinais no relatório elaborado pelo próprio Ministério da Saúde, através da Portaria N. 741 em 1998, que autoriza sua comercialização considerando-os "naturais", entre eles, alguns também usados na produção de medicamentos, tais como a Alcachofra, Alho e Guaraná.
CONCLUSÃO
Os chazinhos contribuíram imensamente para a elaboração da Farmácia moderna. A partir deles pode-se ter conhecimento de diversas plantas farmacologicamente ativas e com isso aprimorar e elaborar as formulações farmacêuticas atuais.
Seu uso continua sendo comum. Porém deve-se fazer um alarde quanto aos efeitos tóxicos que o excesso de seu uso pode realizar. Por mais que o chá de determinada erva tenha o histórico de ser “boa” para tais efeitos, seu uso deve ser maneirado. Recomenda-se a população que consulte as dosagens e indicações cientificamente comprovadas das plantas antes de tomar ou indicar um chá. Garantindo assim que você possa senta-se em sua varanda e deliciar-se com seu doce e saudável chazinho.
A RDC Anvisa nº 277, de 22 de setembro de 2005, define como chá: "o produto constituído de uma ou mais partes de espécie(s) vegetal(is) inteira(s), fragmentada(s) ou moída(s), com ou sem fermentação, tostada(s) ou não, constantes de Regulamento Técnico de Espécies Vegetais para o Preparo de Chás. O produto pode ser adicionado de aroma e ou especiaria para conferir aroma e ou sabor".
ResponderExcluirContudo, o chá é considerado um alimento, logo, são proibidas alegações terapêuticas ou medicamentosas no rótulo deste produto.
Produtos que possuam finalidade medicamentosa ou terapêutica, independente da forma como se apresentam ou o modo como são ministrados não são considerados alimentos.