Apresentação

Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.

O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Isoflavonas: cápsulas ou grãos de soja. Qual a melhor opção?

por Sarah Rodrigues

Isoflavonas são compostos orgânicos naturais de origem vegetal pouco distribuídos na natureza, presentes principalmente na família Fabaceae, sendo abundantes na soja e em seus derivados. Estes compostos apresentam efeito estrogênico por apresentarem semelhança estrutural com os hormônios estrogênicos, encontrados em maior concentração nas mulheres.

Há evidências de que a isoflavona diminui a intensidade e a freqüência dos sintomas vasomotores em mulheres na menopausa. A maioria dessas observações sobre o uso dos fitoestrogênios são epidemiológicas, muitas delas baseadas em estudos realizados em regiões de alto consumo da soja.

Vários estudos relacionam o consumo das proteínas e isoflavonas presentes no isolado protéico de soja à redução do risco de doenças como o câncer, doenças cardiovasculares, osteoporose e alívio dos sintomas da menopausa.

Devido ao grande interesse no consumo dessas substâncias devido seus efeitos benéficos, tem aumentado no mercado a venda de isoflavonas na forma de cápsulas. Seria então mais indicado a ingestão de cápsulas pela praticidade ou haveriam diferenças desta para o consumo através de grãos de soja?

Alguns estudos demonstraram a melhora dos sintomas climatéricos da mulher em menopausa a partir do uso de isoflavonas em cápsulas. Um dos efeitos observados foi a diminuição das ondas de calor.

Mesmo com os vários benefícios já demonstrados a administração deve ser avaliada por um médico e podem existir efeitos colaterais. A alta concentração de isoflavonas nas cápsulas pode aumentar muito os níveis de estrógeno e pode acelerar o desenvolvimento de um tumor. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia não recomenda o uso da isoflavona como alternativa para a terapia de reposição hormonal.

Esses medicamentos vendidos como naturais em farmácia podem apresentar efeitos colaterais tanto quanto os vendidos com prescrição médica. A Anvisa está revendo a legislação referente a produtos naturais. Sua venda liberada induz a auto-medicação e sob o nome natural podem estar presentes vários riscos à saúde.

Já o consumo da soja apresenta um teor menor de isoflavonas, mas alguns estudos demonstram sua eficácia na redução dos sintomas climatéricos de mulheres em menopausa e também na prevenção de problemas cardiovasculares.

Assim a auto-administração de cápsulas pode apresentar seus riscos. O consumo de proteína de soja seria mais seguro. Porém cada caso deve ser avaliado e sob a supervisão de um médico a administração das cápsulas pode ser a melhor opção para algumas pessoas, mas isso somente o médico poderá avaliar e acompanhar.

6 comentários:

  1. Há teorias que baseiam os efeitos das isoflavonas da soja em sua semelhança na estrutura dimensional com o estrogênio, desta maneira elas se ligariam nos seus receptores, agindo como um agonista fraco.
    Além disso, a soja é considerada um alimento funcional, apresentando outros efeitos benéficos, como:reduzir a taxa de LDL,reduzir risco de câncer de mama e próstata(pela ação antioxidante e presença de inibidores de proteases), retardar osteoporose (pela semelhança com o estrogênio, como é dito no texto), a alta quantidade de fibras reduz o nível de glicose sanguínea e ajuda no funcionamento do intestino,e, além disso, é um alimento muito utilizado por vegans e vegetarianos por possuir altos níveis de proteínas (já que a não ingestão de carne reduz muito a quantidade de proteínas da dieta).
    Porém seu consumo deve ser sem exageros, pois o excesso de isoflavonas leva a efeitos adversos, além disso, a soja apresenta substâncias chamadas "antinutrientes" que devem ser removidas ao fazer o cozimento adequado, pois podem causar efeitos indesejáveis.
    Estes antinutrientes são:
    1)inibidor de tripsina - sua presença reduz a absorção de proteínas no organismo (assim um vegetariano que não fizer seu uso correto vai apresentar um grande deficiencia proteica).
    2)Hemoglutinina - aumenta a viscisidade sanguínea, facilitando sua coagulação e aumentando a probabilidade de acidentes vasculares.
    3)fitatos - derivados do ácido fítico que reduzem a absorção de cálcio, ferro, magnésio e zinco. Estes fitatos não são eliminados no cozimento, precisam de um processo longo de fermentação (oque deve ser feito pelo produtor).
    Assim, podemos concluir que a soja traz benefícios à saúde, porém seu processamento deve ser adequado antes do consumo, para não ter efeitos adversos e até opostos aos desejados.

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  2. A relação entre dieta e saúde, somada ao crescente interesse de alguns indivíduos em consumir alimentos mais “saudáveis”, têm levado a indústria alimentícia ao desenvolvimento de novos produtos cujas funções pretendem ir além do fornecimento de nutrientes básicos e da satisfação do paladar do consumidor. Dentre esses alimentos, pode-se destacar a soja. Suas características químicas e nutricionais a qualificam como um alimento funcional: além da qualidade de sua proteína, estudos mostram que a soja pode ser utilizada de forma preventiva e terapêutica no tratamento de doenças cardiovasculares, câncer, osteoporose e sintomas da menopausa. Analisando-se as crenças, atitudes e hábitos do consumidor em relação ao consumo da soja e seus derivados, dados de trabalhos já publicados indicam que, de forma geral, os entrevistados concordam que a soja é uma boa fonte de proteínas e que o consumo de “leite” de soja ajuda a reduzir a gordura corporal, porém, poucos indivíduos reportaram o consumo freqüente de produtos de soja. Dessa forma, as indústrias alimentícias que desejam lançar no mercado produtos à base de soja devem investir tanto nos aspectos sensoriais do produto que normalmente não é muito bem aceito pelo consumidor, assim como na divulgação dos benefícios do consumo de soja à saúde humana, a fim de levantar expectativas positivas nos consumidores. Por outro lado, vale ressaltar que estes mesmos consumidores devem estar atentos aos produtos a base de soja a fim de garantir que estes estejam de acordo com a legislação vigente e dentro dos padrões estabelecidos para estes.

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  3. Sérgio Maurício Jr.1 de junho de 2014 às 21:34

    A soja é muito consumida no Oriente, mas hoje seu consumo no Ocidente está muito popularizado. Essa leguminosa apresenta alto teor de proteínas, fibras e minerais, como fósforo, selênio e manganês e tem todos os aminoácidos essenciais em sua composição.
    Leites à base de soja são utilizados em alergias/intolerâncias às proteínas do leite de vaca, diarréia pós infecciosa, intolerância à lactose e galactosemia, em substituição ao leite de origem animal. O leite de soja possui altos níveis de ftatos e alumínio, mas pesquisas na literatura apontam que são substitutos seguros para alimentação de crianças com tais limitações dietéticas. Segundo artigos de revisão, os padrões de crescimento, saúde óssea e metabólica, e funções reprodutivas, endócrinas, imunes e neurológicas são similares aos das crianças alimentadas com leite de origem animal ou humana.
    A soja pode ser considerada um alimento funcional, pois é usada na prevenção e melhora de diversas doenças crônicas, como a síndrome metabólica. Ela é considerada fonte de componentes fitoquímicos que, apesar de não serem essenciais à vida, podem conferir benefícios à saúde. Muitos esforços hoje estão direcionados a verificar o potencial da soja na redução de sintomas da osteoporose, câncer e doenças cardiovasculares.
    Mas ainda assim, o papel de constituintes como a isoflavona, ainda é debatido pela comunidade científica, apesar de estudos apontarem um papel protetor contra cânceres do aparelho reprodutor feminino, por exemplo.

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  4. O consumo de soja é altamente recomendado sobre tudo para mulheres devido a presença das citadas isoflavonas. Acho importante optar pelo consumo das formas in natura do grão, cozidos ou na forma de leite caseiro, evitando o industrializado. É importante sempre observar a qualidade dos grãos pois com a popularização do consumo e aumento da demanda a qualidade dos grãos tem caido, principalmente os vendidos a granel, optar pelo grão de origem orgânica é recomendado.

    Viviane Mendes de Souza
    DRE: 110180049

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  5. A soja é considerado um alimento funcional pois, além de seu papel nutritivo esse, apresenta também um papel metabólico, fisiológico, crescimento ou desenvolvimento ou manutenção do organismo. Esse alimentos contêm substâncias que podem auxiliar na manutenção de níveis saudáveis de triglicerídeos, na proteção das células contra os radicais livres, no funcionamento do intestino, na redução da absorção do colesterol, no equilíbrio da flora intestinal, segundo descreve a ANVISA. Porém, mesmo apresentando essas características, um alimento não pode ter indicação para tratamento, prevenção ou cura de doenças no rótulo ou material de divulgação, já que alimentos não têm esta propriedade, segundo a ANVISA. Segundo a legislação vigente, no caso de produtos nas formas de cápsulas, tabletes, comprimidos e similares, deve-se declarar a quantidade de proteína de soja na recomendação diária do produto pronto para o consumo, conforme indicação do fabricante. “Os dizeres de rotulagem e o material publicitário dos produtos à base de soja não podem veicular qualquer alegação em função das isoflavonas, seja de conteúdo (“contém”), funcional, de saúde e terapêutica (prevenção, tratamento e cura de doenças)” - ANVISA. Dessa forma, a utilização da soja para o tratamento dos sintomas da menopausa não está de acordo com a legislação. Com relação as cápsulas de proteína e isoflavonas, para serem aprovadas no tratamento de doenças e nos sintomas da menopausa precisariam passar por testes pré-clínicos e clínicos, antes de serem comercializadas com essa finalidade.

    bibliografia:
    http://www.anvisa.gov.br/alimentos/comissoes/tecno_lista_alega.htm

    http://portal.anvisa.gov.br/informacoes-tecnicas13?p_p_id=101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU&p_p_col_id=column-2&p_p_col_pos=1&p_p_col_count=2&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_groupId=219201&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_urlTitle=alimentos-funcionais&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_content&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_assetEntryId=2866855&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_type=content

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  6. Teno 63 anos e, passados 10 anos após a menopausa, meu médico achou melhor que eu voltasse à reposição hormonal por conta do imenso sofrimento com calores, depressão, ausência total da libido, queda grave de cabelo, unhas em destruição e pele seca como papel. Com o tratamento estou melhorando, mas os efeitos colatarais como excesso de gases, sensibilidade estomacal, retenção excessiva de líquidos me levaram a perguntar se existe um tratamento alternativo para mim.
    Pesquisei por aí, e, apesar de ler tudo sobre a soja e do possível tratamento com a isoflavona, não encontrei nenhum site sério que que me levasse à certeza de que deveria tentar. Pode me ajudar?

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