Mas resta saber se realmente temos uma ferramenta revolucionária no mundo da beleza ou se é apenas mais uma modinha...
Para cabelos saudáveis um dos fatores mais importante é a alimentação. Para desenvolvimento e manutenção dos cabelos precisa-se de nutrientes específicos como: ácido fólico, vitamina B6, B12, zinco, magnésio, ferro e aminoácidos que contenham enxofre. Portanto, uma alimentação nutritiva e equilibrada é fundamental; podendo-se aliar tratamentos cosméticos para um melhor resultado.
A associação proposta pelo Innéov é a de Taurina, catequinas (extrato de chá verde e extrato de uva) e zinco. Uma terapia oral que fornece alguns dos nutrientes necessários e que talvez para muitas não seja possível adquirir através da alimentação. Um dos pontos positivos para quem as utiliza é essa praticidade.
A indicação é de 2 comprimidos que suprem, segundo a tabela abaixo, as necessidades diárias de um adulto:
Os compostos fenólicos, catequinas e antocianinas, têm demonstrado grande ação antioxidante, melhoram a microcirculação e chegada de nutrientes ao bulbo. Estão presente de forma natural em alguns alimentos.
A modificação da fisiologia do folículo piloso pode ser causada por estresse, envelhecimento, tabaco, poluição... E essa modificação leva à queda do cabelo, diminuição do volume e da qualidade. Segundo o fabricante, a seleção dos nutrientes foi para combater os mediadores do estresses e evitar as mudanças fisiológicas.
Tem-se registro de um Estudo clínico duplo cego e placebo controlado, realizado na Universidade de Barcelona, durante 6 meses com mulheres de 18 a 45 anos que apresentavam cabelos mais finos e fracos que o normal. Cujos resultados mostraram-se bastante satisfatórios, onde as mulheres que usaram Innéov tiveram significativa redução na queda de cabelo, quando comparadas as que usaram placebo. Também foi observado aumento no volume e brilho dos cabelos.
Outro estudo multicêntrico também foi realizado, na Alemanha e Espanha e seus primeiros resultados mostram-se bastante parecidos com o realizado na França.
O cabelo possui grande renovação celular e portanto, necessita de um contínuo aporte de aminoácidos, e outros nutrientes. De maneira que o uso desse tipo de produto é uma sugestão para aquelas pessoas que não conseguem por diversas causas, ingerir a quantidade necessária para manter os cabelos bem cuidados. Entre as causas estão, a não ingestão suficiente por má alimentação e a baixa absorção dos nutrientes consumidos.
Mesmo rendendo bilhões, esse ainda é um mercado jovem e não possui uma regulamentação própria. A legislação ainda é pouco consistente e muito confusa. O problema tem início na classificação porque eles não se encaixam em nenhuma já existente.
A que aparentemente serviria era a de suplemento nutricional, mas segundo a ANVISA: ”Complemento Nutricional é um produto elaborado com a finalidade de complementar a dieta cotidiana de uma pessoa saudável, que deseja compensar um possível déficit de nutrientes, a fim de alcançar os valores da Dose Diária Recomendada (DDR). O Complemento Nutricional não substitui o alimento, não podendo ser utilizado como dieta exclusiva. Nota: O temo Complemento Nutricional passa a substituir os termos Complemento Alimentar, Suplemento Alimentar e Suplemento Nutricional.” E excluem-se de dessa classificação aminoácidos de forma isolada ou combinada. Portaria nº 19, de 15 de março de 1995.
Apesar de atuarem na área da beleza, não podem ser considerados cosméticos porque de acordo com a ANVISA: “Cosméticos, Produtos de higiene e Perfumes, são preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e ou corrigir odores corporais e ou protegê-los ou mantê-los em bom estado.” Resolução nº 79, de 28/8/2000.
Também não são medicamentos, mas possuem aparência como tal e são comercializados em drogarias.
Portanto, é de extrema importância que haja uma regulamentação específica, para que se tenha um maior controle sobre esses produtos e não permita propagandas abusivas.
É preciso cuidado na utilização desses produtos e aconselha-se que haja uma orientação médica, para não ter efeitos indesejáveis.
Entretanto seria interessante que as pessoas não buscassem nesses tratamentos a solução para o problema, porque é evidente que uma alimentação equilibrada, a prática de exercícios e uma vida menos estressante contribuem e muito para o resultado, não só do cabelo, mas de todo o corpo. Afinal de contas comprimidos não fazem milagres.
Referências Bibliográficas
Dossier - Tratamiento Nutricional de La perdida de masa capilar
Simpósio Satélite – Simpósio Innéov, El nuevo enfoque de los complementos alimentícios: su aplicación em los problemas del cabello.
www.anvisa.gov.br, acessado em 10 de Dezembro de 2011
A quantidade de Zinco apresentada não seria um risco para o usuário? Segundo o rótulo apresentado na pesquisa, a quantidade de zinco presente nos dois comprimidos, quantidade indicada para uso, já apresenta a quantidade diária recomendada. O Zinco é um mineral necessário para o organismo, e a deficiência do mesmo pode provocar entre outros danos retardo do crescimento, imunodeficiências, hipogonadismo, lesões de pele e queda de cabelos que justifica a presença do mineral no produto em questão.
ResponderExcluirNo entanto, devemos nos atentar para a presença desse mineral em alimentos utilizados com freqüência como banana, laranja, mamão, lentilha, arroz, carne bovina, fígado, frango, chocolate e mais uma variedade significativa de alimentos. Dessa forma, a utilização dos comprimidos associado com a alimentação rotineira possivelmente ultrapassa a quantidade diária recomendada.
Assim como a deficiência provoca danos o excesso também e deve ser evitado uma vez que está associado à diminuição da absorção do ferro que pode acarretar em anemia, diminuição do HDL (“bom colesterol”) e irritação do trato gastrointestinal.
Sendo assim, deve haver cautela no consumo para que quantidade de zinco não exceda a necessária e deve ser avaliada a real necessidade da utilização do produto em questão que se destina apenas ao tratamento capilar e não se tem certeza sobre sua inocuidade a saúde.
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ExcluirEsse produto não é encontrado na Europa exatamente pela alta dose de zinco existente no produto. As contraindicações fornecidas se referem apenas a pessoas alérgicas a crustáceos e cita que gestantes, nutrizes e crianças devem procurar um médico ou nutricionista antes de começar o tratamento, como se as outras pessoas não o devessem fazer. O uso de polivitamínicos que contenham Zinco, que é cada vez mais frequente, não é considerado em momento algum, ficando o consumidor em risco de ter uma ingestão excessiva do mineral, que pode causar sérios danos ao organismo.
ResponderExcluirEssa ausência de informações ocorre pela falta de uma legislação específica para esse tipo de produto que deveria ter um estudo mais aprofundado das contraindicações de seu uso.
Sinto falta neste rótulo de ver a %VD para estes componentes. Somente assim seria possível comparar com a Ingestão diária recomendada e tentar classificar este produto como um alimento ou um medicamento. Acredito que no momento este produto se enquadraria como um nutracêutico, uma área cinzenta entre um medicamento e um nutriente.
ResponderExcluirA Innéov não comercializa o produto Massa Capilar no Brasil. Aqui é comercializado um produto denominado Nutri Care cuja formulação divulgada não apresenta Zinco. Entretanto, como o fabricante não divulga em seu site oficial nenhuma tabela com a composição de tal produto,a comparação torna-se praticamente impossível.
ResponderExcluirOutro ponto importante é que o produto Massa Capilar é amplamente comercializado na Europa e bastante importado por turistas brasileiros. Alguns destes turistas relatam a necessidade de prescrição médica para a importação de tal produto. Mas se ele não é um medicamento, porque isso é necessário? Isto nos remete ao ponto principal sobre esse produto: a necessidade de desenvolvimento de uma clara classificação e legislação.