Apresentação

Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.

O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Uso de BCAA sinérgico ao Whey Protein



             



Praticantes de exercício físico -não veganos- que fazem uso do suplemento BCAA quando já se faz uso de whey protein, realmente necessitam dos aminoácidos de cadeia ramificada?


Considerando que os indivíduos que praticam musculação possuem a finalidade de combater o sedentarismo e fazer hipertrofia da musculatura esquelética, é preconizado em sua alimentação um aumento da ingesta calórica de proteínas. Com o estilo de vida urbano, as refeições diárias muitas das vezes acabam sendo negligenciadas. Então, as indústrias de suplementos alimentícios e esportivos se inseriram no mercado com a proposta de simplificar a alimentação dessas pessoas, tornando-a mais rápida e passível de ser feita em qualquer lugar. Dessa forma, os aminoácidos de cadeia ramificada conseguiram seu espaço no mercado.

Como observado em diversos estudos, e principalmente no artigo base “Consumo de proteína por praticantes de musculação que objetivam hipertrofia muscular”, é observado que as quantidades de proteína ingeridas diariamente por esportistas de musculação excede os valores preconizados, que são de 1,6 a 1,7 gramas por quilo de peso corporal por dia, podendo alcançar até 2,5 gramas por quilo de peso corporal. 
O objetivo da postagem é informar aos acessantes que a falta de orientação adequada nesse caso, é responsável pelo gasto financeiro desnecessário. Quando se tem uma alimentação diária pautada em cerca de 2000 kcal, sem dietas específicas para hipertrofia muscular, por exemplo, e dentro dessa quantidade o suplemento whey protein é ingerido, os valores de proteína total são facilmente atingidos.

Embora no Brasil não exista legislação específica para os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA), por se tratar de de um produto contendo um conjunto de aminoácidos, é necessário que a composição e a qualidade se enquadrem em parâmetros pré estabelecidos; nesse caso as Resoluções nº 18, de 27 de Abril de 2010, nº 23, de 15 de março de 2000 e Portaria SVS/MS nº 222, de 24 de março de 1998.

É sabido que os aminoácidos de cadeia ramificada são largamente encontrados em alimentos ricos em proteínas, como leite, ovos, frango, carne vermelha, entre outros. Como foi falado anteriormente, o preconizado para praticantes de exercício físico é a ingestão de 1,6g a 2,5g de proteína por kg de peso corpóreo. Sendo assim, quando uma pessoa leiga insere o uso de whey protein em sua rotina de alimentação, deve se atentar ao fato de já estar ingerindo o BCAA dentro da porção.

Mesmo com os valores da ingesta diária de proteínas sendo alcançados, a falta de informação dos consumidores atribuída ao marketing atrativo, o BCAA ainda é um suplemento altamente usado pelos praticantes de exercício físico. Entretanto, de acordo com a bioquímica de proteínas, o seu excesso acaba sendo excretado por via renal, levando ao usuário à não aproveitar biologicamente as proteínas e excretá-las.
Vemos que uma dose de whey protein já possui 4,3g de BCAA, ou seja, dentro do contexto dietético citado acima, é possível concluir que o suplemento constituído integralmente por BCAA, além de gerar maior gasto financeiro quando comparada a quantidade de dose presente no whey protein, é dispensável na dieta porque está presente no whey e em proteínas provenientes da alimentação.


Referências

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922012000100001

http://www.medicinadoesporte.org.br/wp-content/uploads/2020/01/v9n2a02.pdf

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2010/res0018_27_04_2010.html

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2000/rdc0023_15_03_2000.html

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs1/1998/prt0222_24_03_1998.html

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