Apresentação

Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.

O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.

domingo, 8 de novembro de 2020

CONSUMO DE FÓRMULAS INFANTIS

 




O consumo de fórmulas infantis sem que o bebê tenha feito o desmame do leite materno é necessário?


Fórmulas infantis são produtos modificados com intuito de se assemelharem ao leite materno. O uso de fórmulas infantis na alimentação de bebês é cada vez mais comum, seja para substituir completamente o leite materno ou complementar a dieta do bebê.

No entanto, tem sido bastante discutido a respeito do consumo exagerado, e muitas vezes precoce, de fórmulas infantis. Sendo assim, diversas linhas de pesquisa e pensamentos levantam a possibilidade de fórmulas infantis influenciarem o desenvolvimento da criança e a relação com o alimento.

Obviamente, a suplementação com a fórmula infantil é necessária em casos em que o bebê não se alimenta exclusivamente de leite materno, por falta de produção do leite materno ou por falta de adaptação do recém-nascido. 

Nesse sentido, é possível encontrar fórmulas infantis de diversas marcas ou até mesmo linhas de produtos diferentes da mesma marca e, ainda, produtos para diferentes etapas da fase do bebê. Para este trabalho, o produto escolhido foi o NAN, da linha COMFOR, o qual é produzido com prebióticos.

O leito materno humano possui um teor mais elevado de lactose no início da vida da criança e, depois um teor mais elevado de gordura. Já O NAN 1 possui 100% de lactose, enquanto o NAN 2 possui 83% de lactose, 17% de maltodrextrina, teor proteíco semelhante ao NAN 1, mas com teor de ferro maior que o NAN 1. Sendo assim, é notável que as fórmulas infantis acompanham a mudança no desenvolvimento infantil, assim como o leito materno.

As fórmulas infantis devem seguir as especificações nutricionais descritas na Portaria MS n°977 de 05/12/1998 e atender os padrões do Codex Alimentarius. No Codex Alimentarius foi estabelecido um limite mínimo de gorduras de 3,5g/100 kcal e um limite máximo de carboidratos de 12,5g/100 kcal para fórmulas infantis.

Além disso, a Resolução RDC n. 46/2011 – Regulamento Técnico de aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia para fórmulas infantis destinadas a lactentes e crianças de primeira infância, estabelece no Art. 4°, os aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia permitidos para fabricação de fórmulas infantis, com suas respectivas funções e limites máximos.

Embora a produção de um produto idêntico ao leite materno não seja possível, as fórmulas infantis simulam o perfil nutricional do leite materno para o crescimento e desenvolvimento infantil normal. Sendo assim, apesar do leite materno ser a melhor nutrição para o crescimento e desenvolvimento infantil, caso a mãe tenha a necessidade de substituir o leite materno por fórmulas infantis, o bebê seria alimentado de forma satisfatória.

Referências Bibliográficas

https://www.nestlenutrition-institute.org/docs/default-source/brazil-document-library/publications/secured/e-material_codexf2f9efdc43e563eca373ff07002886dc.pdf?sfvrsn=561c8cec_0 <acesso em: 03/10/2020>

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs1/1998/prt0977_05_12_1998_rep.html <acesso em: 03/10/2020>

Resolução RDC n. 46/2011

Martin CR, Ling PR, Blackburn GL. Review of Infant Feeding: Key Features of Breast Milk and Infant Formula. Nutrients. 2016 May 11;8(5):279. doi: 10.3390/nu8050279. PMID: 27187450; PMCID: PMC4882692.

Green Corkins K, Shurley T. What's in the Bottle? A Review of Infant Formulas. Nutr Clin Pract. 2016 Dec;31(6):723-729. doi: 10.1177/0884533616669362. Epub 2016 Sep 25. PMID: 27646861.

 

9 comentários:

  1. O Nan Comfor é uma fórmula infantil composta por prébióticos, ou seja, fibras solúveis e insolúveis que são responsáveis pelo alívio de constipação intestinal em bebês, seja por melhorar os movimentos intestinais quanto por promover o crescimento de bactérias "do bem" no intestino do bebê.
    Nestlé NAN Comfor 1 é uma fórmula infantil indicada para complementar a dieta de bebês entre 0 a 6 meses, rica em DHA, ARA, prebióticos e nucleotídeos. Este produto contém uma lata com 800g de fórmula em pó e uma colher de medida.
    O produto contém derivados de soja e peixe, leite e derivados. Contém lactose. Não contém glúten.

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  2. Algumas fórmulas infantis como por exemplo, NAN S.L são mais vantajosas comparadas ao leite materno em bebês intolerantes à lactose pois o leite materno possui muita lactose em sua composição, e essa fórmula é isenta de lactose para o tratamento da intolerância à lactose e diarreia. É destinada a esse tipo de necessidades dietoterápica. Além disso, essa fórmula apresenta em sua composição DHA, ARA e Nucleotídeos. A presença de ARA e DHA são cruciais para o crescimento cognitivo e o desenvolvimento da visão e do sistema imunológico, por isso é essencial a presença desses na fórmula que irá substituir o leite materno. Sabemos que é recomendável amamentar o bebê pelo menos até o sexto mês pois o leite materno é a melhor fonte de nutrientes e pode ajudar a impulsionar o sistema imunológico da criança. No momento e que o bebê não esta mais sendo amamentado por algum motivo, as fórmulas infantis em pó são alternativas extremamente aceitáveis. Vale ressaltar que em termos nutricionais, não é necessário introduzir na alimentação do bebê fórmulas infantis juntamente com o leite materno a não ser que seja para substituir.

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  3. Uma infant formula destinada para substituir o aleitamento materno deveria ser bromatologicamente semelhante a composição do leite humano, ou seja, o carboidrato majoritário deveria ser lactose e a proteína lactoalbumina. É, no entanto, observado que essas formulações fazem uso de outros carboidratos que podem ser associados ou não a lactose como, por exemplo, sacarose, gomas, amidos, oligossacarídeo com propriedades bifidogênicas.
    A diferenciação entre a composição nutricional dos leites da infant formula classificadas segundo a idade do bebê é algo a se estranhar uma vez que o bebê em aleitamento materno não possui essas diferenças nutricionais ao passar do tempo e desenvolvimento que são apresentadas nos leites artificiais. Dessa forma, esses produtos não são formulados apenas ou exatamente o leite humano eles são produtos que buscam ser mais “completos” possíveis e, consequentemente, são incrementados com aditivos alimentares. Essa estratégia acaba por promover uma sensação ao consumidor que aquele produto é até melhor que o leite materno.

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  4. As fórmulas infantis são produtos polêmicos que ora se apresentam como vilões, ora como mocinhos. Quando não isolamos informações com base em opiniões unilaterais sobre esses produtos, entendemos o porquê desse caráter ambíguo. Alguns fatos que podem ajudar a perceber isso estão vinculados ao momento social no qual mulheres (mães) são provedoras financeiras da família com isso precisam retornar ao trabalho poucos meses após o nascimento de seus bebês, havendo uma diminuição do estímulo da sucção que pode comprometer a produção de leite materno. A mulher pode simplesmente não produzir leite o suficiente para saciar a fome do seu bebê ou a criança pode ter alergia aos componentes proteicos do leite materno ou intolerância à lactose. Todas essas possibilidades revelam um lado positivo das fórmulas infantis, afinal parecem ser a opção mais segura para manter um bebê vivo sem os riscos à saúde que se tem ao oferecer, por exemplo, leite de vaca, que possui uma quantidade maior de caseína ao invés de lactoalbumina e lactoglobulina, entre outras diferenças proteicas, que podem estimular uma reação alérgica a partir do reconhecimento como algo estranho pelo sistema imune do bebê, como o desenvolvimento de atopia (vermelhidão na pele, que pode ser confundido com alergia ao calor). Além disso a quantidade e a qualidade de carboidratos, vitaminas e minerais presente no leite de vaca são diferentes do leite humano, o que pode causar desnutrição e aumentar as reações de intolerância, por conta da dificuldade na digestão.
    Por outro lado, ao contrário da ideia que podem passar pelo modo como são vendidas, as fórmulas infantis não são melhores, tampouco miméticas ao leite materno quanto à composição. A ausência de compostos bioativos e fatores anti-infecciosos nessas fórmulas justifica a frase "O Ministério da Saúde informa: o aleitamento materno evita infecções e alergias e é recomendado até os 2 (dois) anos de idade ou mais" exigida pela lei 11.265 de 3 de janeiro de 2006 para esse tipo de produto.

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  5. Seguindo as recomendações do ministério da saúde, é ideal que os recém-nascidos sejam amamentados até os dois anos de idade e, exclusivamente, que sejam amamentados com leite materno até os seis meses de vida. Porém, na prática nem sempre isso acontece e por vários motivos. Mas o que será discutido aqui é em relação a nutrição quando o leite materno é substituído pelas fórmulas infantis.
    Quando o bebê nasce, o leite materno é a única fonte de nutrientes necessária para um desenvolvimento saudável durante pelo menos os seis primeiros meses de vida, pois nele contém água, vitaminas, sais minerais, açúcares, gorduras, entre outros, nutrientes que são essenciais para seu desenvolvimento. Mas, e depois dos seis meses de vida ou quando a mãe para de amamentar? As fórmulas infantis são suficientes para suprir essa “falta”?
    Como dito anteriormente, até os seis meses de vida, o leite materno é o alimento capaz de suprir toda a demanda nutricional do bebê. Após os seis meses podem ser introduzidos outros tipos de alimentos como papinhas, sucos, chás e água e a amamentação deve ser continuada até os dois anos de vida.
    Analisando o rótulo e as recomendações diárias, é possível verificar que a formulação infantil em questão atende a demanda nutricional diária, porém, nenhum alimento é mais eficaz do que o próprio leite materno e este só deve ser substituído somente quando não houver a possibilidade de amamentação, visto que além dos ingredientes listados, o leite materno contém anticorpos que são transferidos da mãe para o bebê. Se após os seis meses de vida o bebê mama no peito e já consome outros tipos de alimentos, não é necessário o uso de fórmulas infantis. As fórmulas infantis são indicadas apenas em casos que por algum motivo a mãe não possa amamentar, é preciso fazer a suplementação com as fórmulas que se assemelham muito ao leite materno.

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  6. Hoje em dia se observa um crescente número de casos de autismo(TEA) especialistas acreditam que seja uma possível desordem imune e neuroinflamatória, uma etiologia multifatorial sendo genética e ambiental, tudo isso em conjunto genes e gatilhos ambientais como uma alimentação inadequada principalmente nessa faixa de idade de 0 até 24 meses, fase essa onde os primeiros sintomas típicos de autismo são evidentes, a maioria dessas crianças começam a apresentar alterações gastrointestinais e justamente nesse período que são intoduzidas as fórmulas infantis devemos nos atentar a essa exposição precoce e ter um olhar questionador. Até que ponto isso pode se relacionar ?Acredito que esse tema é de extrema importância e mereça uma atenção maior e muitos estudos.

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  8. A indústria de alimentos buscou ampliar o mercado, estendendo este para bebês, por isso tentou ou apenas demonstrou padronizar fórmulas infantis, fazendo uso de caseína (proteína pouco presente no leite humano), lactoglobulina (proteína do leite de vaca, bastante alergênica), substituindo a lactoalbumina. Sendo as fórmulas semelhantes ao leite materno, uma imitação, não há uma forte regulamentação e fiscalização destes produtos. O CODEX (conjunto de padrões alimentares) permite alguns ingredientes facultativos nas fórmulas e institui certas permissividades, e a Anvisa não tem uma vigorosa fiscalização da tal padronização que deveria existir nas infant formulas.

    As indústrias para chamar atenção dos clientes (os responsáveis dos bebês) criam a imagem de que essas fórmulas são iguais ou até melhores que o leite materno, com o rótulo tomado por figuras, desenhos e palavras coloridas, destacando as vitaminas, entre outros benéficos presentes no mesmo. Porém, esta apresenta muitos ingredientes que em excesso são nocivos à saúde do bebê, como amido e sacarose, diferente do leite materno em que o principal açúcar é a lactose; além de frações proteicas alergênicas e quantidades elevadas de cálcio. Essas informações nutricionais (tabela) preocupantes, são bem mascaradas e escondidas, sendo a última coisa que a pessoa possa pensar em olhar, ou talvez nem chegue a olhar, devido ao rótulo tão convincente e convidativo.

    Por isso, estas fórmulas devem ser utilizadas apenas em último caso, ou em conjunto com o aleitamento materno (que é considerado a primeira vacina do bebê). Não se deve fazer uso constante e desnecessário dessas, pois podem causar problemas a longo prazo nos bebês, facilitar futuro desenvolvimento de diabetes, problemas gástricos, obesidade e alergias. Nada substitui o leite materno, e os NAN’s estão longe de serem uma perfeita substituição.

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  9. Os rótulos e publicidades das Fórmulas Infantis passam a ideia de um produto altamente completo e superior ao leite materno. A indústria se beneficia da desinformação da população que por sua vez, não sabe da diferença entre os carboidratos, entre proteínas, permitindo a troca de Lactose por Maltodextrina e lactoalbumina por caseína por exemplo.
    O desenvolvimento de leite maternizado é fundamental para a evolução e o desenvolvimento de uma criança sem acesso ao leite materno.
    A amamentação é altamente recomendada pela Organização Mundial da Saúde até a criança completar 2 anos de idade. Através do leite materno há o compartilhamento de vitaminas, mineirais, carboidratos, proteínas, lipídios e até menos fortalecimento do sistema imunológico do bebê.

    Por essa razão, as fórmulas infantis devem ser usadas em caso de escassez de leite materno como uma alternativa, e não como primeira opção.

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