Cafeína como estimulante cognitivo no Red Bull é prejudicial?

 

Fonte imagem: http://top5danet.blogspot.com/2015/08/top-5-curiosidades-surpreendentes-sobre.html

O consumo de bebidas energéticas, como o Red Bull, tem se elevado entre jovens que buscam potencializar os estudos através de uma melhora cognitiva, entretanto, alguns problemas à saúde podem ser desencadeados através desse hábito, principalmente devido a cafeína em sua composição.

Descrição 

As bebidas energéticas são amplamente consumidas por jovens estudantes de diferentes idades como estimulante cognitivo, tendo como resultado, uma melhora da concentração, vigília e desempenho. O Red Bull possui em sua composição alguns ingredientes, entre eles a cafeína, porém seu consumo elevado pode desencadear potenciais riscos à saúde que serão abordados a frente e, portanto, deve ser consumido com cautela.

Conhecido por “Energy Drink”, tem como dizeres em sua embalagem: “É apreciado no mundo todo por atletas de elite, profissionais dinâmicos, estudantes ativos e motoristas em viagens longas.”

Fundamentos Bromatológicos

A cafeína é um alcalóide pertencente à família das metilxantinas e está naturalmente presente no café, guaraná e chás. É o principal ingrediente ativo nas bebidas energéticas, conhecida como droga psicoativa, por ser estimulante direto do sistema nervoso central, aumentando o estado de vigília e atuando também como diurético.

Segundo informado pelo RedBull, há uma quantidade de 80mg de cafeína por lata. O consumo recomendado de cafeína para adultos é de até 400 mg por dia, e segundo a Academia Americana de Pediatria, esse consumo por jovens de 12 a 18 anos não deve ultrapassar 100 mg por dia.

Informações Nutricionais do produto

Imagem 1: Rótulo nutricional do Red Bull

Legislação

De acordo com a RDC 273 de 2005 da Anvisa, as bebidas energéticas estão inseridas na classe de Composto Líquido Pronto para o Consumo. Alguns requisitos específicos devem ser seguidos e estar contidos no rótulo de bebidas energéticas, como: Inositol: máximo 20 mg/100 ml; Glucoronolactona: máximo 250 mg/100 ml; Taurina: máximo 400 mg/100 ml; Cafeína: máximo 35 mg/100 ml e Álcool etílico: máximo 0,5 ml/100 ml, bem como “Não é recomendado o consumo com bebida alcoólica" e "Crianças, gestantes, nutrizes, idosos e portadores de enfermidades: consultar o médico antes de consumir o produto". A Anvisa permite as denominações “bebida energética” ou “energy drink” porém não permite expressões como: “energético”, “potencializador”, “melhora de desempenho” ou “estimulante”.

Já o FDA não possui um regulamento específico para bebidas energéticas. Algumas são comercializadas como suplementos dietéticos, enquanto outras (por exemplo, Red Bull) são comercializados como alimentos convencionais, e sendo rotulados de forma convencional. Segundo a ABA, nos estados unidos, as empresas podem incluir de forma voluntária a quantidade total de cafeína presente na bebida. 

Discussão

A Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (ABIR) informou que a literatura nacional e internacional comprova que as bebidas energéticas não são prejudiciais à saúde quando consumidas em segurança. A questão que merece reflexão é sobre esse consumo seguro, já que na embalagem não informa qual seria a quantidade máxima.

Estudos demonstraram que essas bebidas são consumidas por 30% a 50% dos adolescentes e adultos jovens, contendo quantidades altas de cafeína, e estando associadas a efeitos adversos graves como convulsões, diabetes, anomalias cardíacas ou transtornos de humor e comportamentais. Quando o consumo é em excesso, principalmente associada a outras substâncias, podem levar a alterações na frequência cardíaca e respiratória, intoxicação e até morte súbita.

Um estudo realizado com jovens no Canadá verificou que mais da metade que consumiu bebidas energéticas relataram reações adversas consistentes com os efeitos fisiológicos da cafeína. Foi analisado que tais efeitos foram mais prevalentes do que com outras fontes de cafeína, como o café. 

Conclusão

Em relação as informações descritas na RDC 273, o rótulo nutricional do Red Bull está de acordo com as especificações exigidas, porém é necessário ser enfatizado a importância das bebidas energéticas terem a sua indicação de consumo informada na embalagem de forma mais específica, além de alertar aos consumidores sobre seus riscos associados e a quantidade máxima segura para consumo. Isso pode ser promovido através de uma legislação mais rígida para esse tipo de produto. Com relação ao aviso de consultar o médico para grupos de risco antes de consumir o produto, o fabricante faz o alerta, bem como a não associação com álcool.

Segundo a legislação, não são permitidos termos relacionados ao seu efeito estimulante, porém a própria embalagem e as redes sociais do fabricante remetem a isso, como mencionado na descrição, consequentemente induzindo indivíduos a consumirem o produto com essa finalidade.

Referências Bibliográficas

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