Apresentação

Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.

O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Gomas de mascar: o vilão das cáries?




Não. As gomas de mascar podem ajudar no combate às cáries a partir do momento que estimulam a salivação e ajudam a manter o pH da cavidade bucal. Uma das novidades nessas gomas de mascar é a utilização do xilitol como substituto dos demais adoçantes. O Xilitol é um adoçante natural proveniente de plantas, frutas (uva, morango) e vegetais (alface, cebola, cenoura). É também produzido em pequena quantidade pelo corpo humano ( 5 a 15 g/dia). Tem o sabor semelhante ao açúcar e pode ser usado por diabéticos por ser metabolizado independente da insulina. Não existe nenhuma restrição de idade para seu uso e ele é permitido inclusive para grávidas. Porém, o xilitol pode provocar um efeito laxativo leve quando consumido acima de 25g / dia. Ele tem o poder de inibir o crescimento da bactéria Streptococcus mutans, reduzindo assim a formação de cárie. As bactérias precisam gastar uma grande quantidade de energia para absorver o xilitol, e mesmo assim, não conseguem metabolizá-lo. Portanto, acabam intoxicadas.
O xilitol é um poliol, ou seja, um álcool que ligado a cada átomo de carbono de sua molécula, um grupo hidroxila, formado por um átomo de oxigênio e um de hidrogênio, a sua fórmula química é C5H12O5, e pode ser encontrado em liquens, fungos, algas e vegetais, sendo também um intermediário do metabolismo de carboidratos no homem. Apresenta-se como um pó branco, cristalino, inodoro e de sabor doce e pode ser encontrado na natureza em pequenas quantidades ou seja, inferior a 900mg/100g, sendo a sua extração um processo economicamente inviável. A produção de xilitol tem grande destaque pela sua utilização na indústria alimentícia e farmacêutica. Atualmente ocorre por um processo químico que envolve a redução catalítica da xilose obtida através da hidrólise de materiais lignocelulósicos. Estes materiais, são resíduos agrícolas formados por celulose, hemicelulose, lignina, extrativos e cinzas. Na via biotecnológica são utilizados resíduos agroindustriais, como bagaço de cana, palha de arroz, palha de trigo e sobras de eucaliptos, reduzindo os custos financeiros e ambientais. Entre os microorganismos fermentadores de xilose em xilitol, estão os dos gêneros Penicillium, Aspergillus, Rhizopus, Glicocladium,Byssochlamys, Myrothecium, Neurospora, Rhodotorula, Torulopsis. As leveduras (fungos) destaca-se a do gênero Candida, pois possui maior eficácia de conversão. A absorção do xilitol no organismo humano é lenta (5 a 15g/dia), sendo realizada por difusão passiva e influenciando pouco nos níveis de glicemia, não sendo degradado pelas enzimas salivares, permanecendo inalterado no estômago. Quando atinge o intestino delgado é absorvido por transporte passivo, promovendo uma melhora no funcionamento do intestino grosso. O local onde ocorre a principal metabolização do xilitol é no fígado, podendo ocorrer também no sangue. Estudos recentes comprovam que o metabolismo do xilitol ocorre pela via pentose-fosfato, a qual é independente da insulina. Recomendam que a dose diária de xilitol não exceda 60g, pois doses elevadas podem produzir efeito laxativo. No entanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) não estabelece limite para ingestão desse edulcorante, sendo que a Food And Drug Administration (FDA) permite que seja utilizada a quantidade necessária para obter o adoçamento desejado. Uma das propriedades importantes do xilitol é a sua ação anticariogênica, que é determinada principalmente pela sua não fermentabilidade por bactérias do gênero Streptococcus, cuja proliferação na flora bucal torna-se então limitada e consequentemente impede a produção de ácidos que atacam o esmalte dos dentes, resultando na cárie dentária. Outro benefício para a saúde bucal é que o sabor agradável do xilitol estimula a salivação, sendo que o aumento de saliva produz um aumento também dos minerais presentes nela, promovendo uma remineralização dos dentes e reversão de cáries em estágio inicial. A realização de lavagem bucal com solução de xilitol previne a queda de pH da superfície dos dentes. Com o aumento da saliva e o aumento do pH aumenta também o nível de enzimas da saliva que possuem ação bacteriostática. Uma característica interessante do xilitol é o seu valor negativo de calor de dissolução (–34,8 cal.g –1), o que lhe confere um agradável efeito refrescante. Apresenta solubilidade em água próxima à da sacarose (195 g/100 g água a 20 °C) e é excelente agente redutor de atividade de água devido à capacidade de suas hidroxilas se ligarem à água, o que pode conferir uma maior conservação do produto. Outra vantagem é que, devido à ausência de grupos aldeídicos ou cetônicos em sua molécula, o xilitol não participa de reações com aminoácidos, conhecidas como reações de “Maillard”. Isto significa que ele não sofre reações de escurecimento não enzimático, que provocam diminuição do valor nutricional das proteínas. Em relação aos aspectos legais do xilitol, em 1998 a FDA e a OMS liberaram o uso do mesmo, com a recomendação de uma dose diária máxima de 50 mg. No Brasil o composto foi aprovado como produto dietético em 1980. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), através da RDC nº 3, de 2 de janeiro de 2001, o xilitol é um aditivo do tipo edulcorante natural que pode ser empregado em balas, confeitos e goma de mascar, na quantidade necessária para se obter o efeito desejado. O xilitol é considerado um alimento funcional quando adicionado em gomas de mascar, sendo que segundo ANVISA, através da RDC nº 18, de 3 de dezembro de 1999, alimento funcional é todo alimento ou ingrediente que, além das funções nutricionais básicas, quando consumido como parte da dieta usual, produz efeitos metabólicos, fisiológicos ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica.

6 comentários:

  1. Como levar à sério uma postagem que escreve “Streptococcus Mutans”? Nomenclatura binomial não é ensinado na UFRJ?

    ResponderExcluir
  2. Ao que parece alguém esqueceu de aprender concordância nominal também: "nomenclatura binomial" possui gênero feminino e, portanto, é ensinada, e não ensinado!

    ResponderExcluir
  3. Alguém vai perder preciosos pontinhos...

    ResponderExcluir
  4. Estudante de Biologia invejoso de faculdade particular detecte, um pequeno erro de revisão, Streptococcus Mutans por Streptococcus mutans, isso não invalida o trabalho. Se você mesmo faz um comentário desses e erra no português, vê-se que é o sujo falando do mal lavado, por favor.

    ResponderExcluir
  5. vcs são muitos boooms seu INTELIGENTES

    ResponderExcluir
  6. Reiterando então o texto acima, o xilitol pode melhorar a saúde bucal através dos seguintes mecanismos: reduz a incidência de cárie; remineraliza os dentes, pois estabiliza os íons cálcio e fosfato na saliva; estabiliza as cáries já formadas; reduz o crescimento de Streptococcus mutans e Lactobacillus na saliva; estimula a produção de saliva e controla o pH da placa e a capacidade tamponante da saliva, após o consumo de sacarose. Apesar de suas inúmeras ações benéficas, o xilitol deve ser utilizado como um adjuvante, e não como substituto dos hábitos de higiene oral adequados, como escovação dos dentes.

    ResponderExcluir