Cresce a variedade de pães de forma em mercados brasileiros, tendo desde pão integral, preto, 7 ou 12 grãos a pão de iogurte, linho... Quem busca uma vida mais saudável geralmente procura pela farinha integral em substituição à farinha de trigo branca, já que ela é composta por pedaços de grãos, fazendo com que o teor de vitaminas e minerais seja maior, uma vez que esses nutrientes se encontram no gérmen e farelo do trigo, retirados em parte durante o processo de moagem da farinha branca. Porém, ao escolher um pão de forma do mercado deve-se estar atento a sua composição: Será que o pão de forma integral contém realmente farinha integral? O que a legislação determina sobre isso?
Os benefícios da farinha de trigo integral, por conter grande quantidade de fibras e celulose, se apresentam na regulação do trânsito intestinal, pela absorção de água e aumento do volume de sais, facilitando sua eliminação. O consumidor, na maioria das vezes, procura por pão de forma contendo esse tipo de farinha com o intuito de uma dieta regulada e rica em fibras. De acordo com Battochio e cols, os produtos panificados ocupam a terceira colocação na lista de compras do brasileiro representando, em média, 12% do orçamento familiar para alimentação.
De acordo com a resolução CNNPA (Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos) nº 12 de 1978, pão integral seria aquele produto preparado por no mínimo 50% de farinha de trigo integral. Essa resolução foi revogada pela RDC nº 90 de 2000, que determina como pão integral o produto preparado, obrigatoriamente, com farinha de trigo e farinha de trigo integral e ou fibra de trigo e ou farelo de trigo. A questão central é discutida no quesito garantia do consumidor em comprar um pão de forma que se intitula integral e este conter a quantidade mínima ou necessária legalmente para assim se denominar. Ao observar os ingredientes na embalagem do produto, deve-se procurar pela farinha integral como o primeiro ou segundo item citado (uma vez que a ordem de citação obedece, obrigatoriamente, a ordem decrescente de concentração no produto) e atentar-se para o fato da farinha especial fortificada com ferro e ácido fólico não ser farinha integral, uma vez que a mesma pode ser encontrada em diversos produtos no mercado.
Uma fatia de pão de forma integral contém, aproximadamente, 25 g, sendo que não é possível calcular o quanto de farinha de trigo integral está presente nessa porção para então haver seguimento de uma dieta baseada na ingestão controlada de grãos integrais pelo consumidor. Há, portanto, uma demanda por informações confiáveis acerca da rotulagem de produtos no mercado brasileiro para que esta informe a quantidade nutricional de determinados ingredientes que já demonstraram importância no quesito promoção de saúde e prevenção de doenças.
Um dos problemas do pão integral no Brasil são as novas denominações para pães como "multigrãos" ou "rico em fibras" e que acabam confundindo o consumidor, pois estas definições não deveriam nos remeter ao "integral". Porém, com uma legislação que permite que seja integral o pão feito até mesmo com o mínimo possível de farinha integral, fica a dúvida se além de estar sendo lesada a garantia do consumidor também não está sendo banalizada a saúde do mesmo ao rotular alimentos pobres como tendo excelente valor nutricional.
ResponderExcluirDiversos estudos defendem que para fim de benefícios fisiológicos é necessária uma alta concentração de farinha integral, sendo esta de no mínimo 51%. Nos Estados Unidos da América, por exemplo, esta norma já é cumprida.
Fonte:
Uma comparação entre o pão de forma tradicional e o integral também pode ser feita focando nos teores de sódio desses alimentos, pois os consumidores costumam associar o pão integral como mais saudável em sua totalidade de nutrientes. Os pães integrais possuem em média 33% menos sódio que os pães brancos. Por outro lado, o pão integral não está sempre associado a valores de sal muito reduzidos, como é do senso comum da população, podendo apresentar valores superiores aos do pão de trigo, como foi constatado em uma pesquisa realizada por Almeida & Heitor, em 2007 na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto. Para exemplificar com o que está disponível no mercado brasileiro, pode-se observar a marca de pães Wickbold, em que o Pão de Forma Tradicional apresenta em seu rótulo 224mg de sódio em 50g do produto, enquanto que no Pão de Forma Integral da linha Os Clássicos apresenta 234mg para 50g do produto. Na perspectiva mais dirigida ao consumidor é importante ressaltar que existe diversidade entre marcas de valores encontrados nos pães cujo teor em cloretos/sal seria esperadamente reduzido, como o pão integral, um fator que o consumidor deve levar em consideração na hora de escolher seu produto.
ResponderExcluirReferências Bibliográficas:
Como foi citado no trabalho acima: “o consumo de grãos integrais pode contribuir para prevenção do câncer colo retal, sendo este o 4º tumor maligno mais frequente para ambos os sexos”, estudos epidemiológicos sugerem que a ingestão do grão integral é um fator protetor contra câncer colo retal, obesidade e diabetes. Pesquisas publicadas sobre alimentação integral informam melhoras em biomarcadores sanguíneos, tal como perda de peso, diminuição de lipídio e proteção antioxidante. Acredita-se que uma dieta adequada poderia prevenir de três a quatro milhões de casos novos de cânceres a cada ano. Os ingredientes integrais (e os alimentos produzidos a partir deles, como o pão feito com farinha integral) consistem nas sementes, de seus respectivos grãos, sendo constituídas de três componentes: o farelo, o germe e o endosperma. Enquanto que os grãos refinados não apresentam nem o farelo e nem o germe, significando que a maioria das vitaminas do complexo B, determinados minerais e fibras alimentares são excluídas. A farinha integral é um nutriente rico e confere benefícios à saúde que podem resultar em aumento da longevidade, enquanto a fibra refinada de grão é considerada um nutriente pobre e não oferece proteção.
ResponderExcluirA procura pelo pães integrais vêm aumentando cada vez mais devido à reocupação da população em adquirir hábitos de vida saudáveis. A farinha integral é rica em fibras e possui muitos benefícios, ajudando a regular o intestino e controlar o colesterol. Tendo isso em vista, muitas indústrias têm investido no marketing do "pão integral", mas deve-se atentar para o ingredientes contidos nas preparações, pois nm todos esses que se dizem "pão integrais" possuem a quantidade mínima da composição exigida por lei.
ResponderExcluirA promoção de saúde e a prevenção de doenças são pontos importantes no tocante ao favorecimento à uma alimentação integral. Segundo uma pesquisa publicada na revista British medical Journal, o consumo de grão integrais pode reduzir em até 17% a o risco de diversas doenças como as cardiovasculares, respiratórias ou infecciosas, diabetes e até mesmo câncer de cólon, como foi citado na publicação acima. Isto porque, de acordo com a professora Laura Esquius (Universidade Aberta da Catalunha), esses alimentos que possuem o grão oferecido na sua forma integral possuem 80% mais nutrientes quando comparados aos que não os oferecem. Esses nutrientes são advindos principalmente do gérmen, que é rico em gorduras poliinsaturadas, vitaminas e minerais, e do farelo, rico em compostos fenólicos, fibras e outros minerais também. As fibras, neste caso, seriam o componente mais importante pois as que são insolúveis favorecem o trânsito intestinal e a produção de ácidos graxos de cadeia curta pela flora bacteriana; já as solúveis, reduzem os níveis de colesterol, por exemplo.
ResponderExcluirPorém, é preciso alertar que não se trata apenas de uma alimentação baseada em grãos e fibras insolúveis. Devemos também incluir frutas, legumes e vegetais para buscar essas fibras já que o excesso de fibras insolúveis dificulta a absorção de diversos nutrientes, por aumentar o fluxo intestinal. Ou seja, este é um fator antinutricional que deve ser levado em conta.
Isadora Simões Barbosa - DRE: 113034611
ResponderExcluirDe acordo com o artigo "Evaluation of labeling and nutritional information of wholemeal breads: fiber, sodium and adequacy with current legislation" e as informações declaradas pela Vigilância Sanitária (ANVISA), é sabido que a garantia de informações confiáveis em termos de rotulagem de alimentos é um direito assegurado pelo Código de Proteção e Defesa do Consumidor, o que colabora na escolha de melhores produtos relacionados à alimentação mais saudável. E atualmente também é sabido que há uma grande preocupação dos consumidores acerca da composição nutricional dos alimentos que estão consumindo, ficando ainda mais clara a importância da rotulagem nutricional. Diante disso, podemos relacionar com essa outra problemática relacionada as porcentagens de farinha integral x farinha branca em pães considerados integrais. O consumidor muitas das vezes sem saber que um produto dito integral na embalagem pode ter até maiores porcentagens de farinha branca do que a integral, acaba por comprar o pão integral, acreditando ser mais saudável e na verdade está sendo enganado pelas jogadas de marketing das grandes industrias de alimentos. Esse é um ponto muito crítico e precisa sempre ser observado, então todo consumidor, na hora das compras, precisa prestar atenção nas rotulagens nutricionais dos alimentos para se certificar de que está comprando algo condizente com o que acredita estar. Um dos pontos descritos na RDC 259/2002 diz que a lista de alimentos da rotulagem precisa estar em ordem decrescente, ou seja, os componentes que estão em maior quantidade no alimento devem aparecer primeiro e essa já é o primeiro ponto de atenção do consumidor para verificar a composição do alimento que está comprando.
Os consumidores devem estar atentos aos ingredientes descritos no rótulo, uma vez que a legislação brasileira não quantifica o mínimo de farinha integral para que o produto seja considerado integral. Em razão de uma legislação não muito específica o consumidor pode ser levado a engano e confusão por parte do rótulo e comprar um produto diferente do pretendido. Esta é uma questão muito séria devido as diferenças nutricionais existentes entre a farinha integral e a branca. Por ser menos processada, a farinha integral retém maior quantidade de fibras, vitaminas e minerais que a farinha branca. A falta de uma regulamentação dessa quantidade de farinha integral que deve estar presente no alimento integral pode impactar na dieta de pessoas que possuem algum tipo de restrição à farinha branca ou que necessitem de um alimento mais nutritivo.
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