Na propaganda no site de vendas o comerciante afirma que ‘’Somente dessa forma é possível controlar de maneira exata a ingestão de selênio diariamente, pois conforme falado anteriormente somente uma castanha do Pará possui uma quantidade de selênio maior que a recomendada. ’’ sendo esta colocação imprópria de acordo com estudos apresentados abaixo e desrespeita também a ANVISA na Portaria nº 32, de 13 de janeiro de 1998 onde diz que ‘’Suplementos (...) não podendo substituir os alimentos, nem serem considerados como dieta exclusiva. ’’.
É importante ressaltar que os brasileiros têm na castanha-do-pará uma fonte rica e barata de selênio. Uma unidade de Castanha do Pará equivale à necessidade diária recomendada do mineral selênio para um adulto, temos ainda outros alimentos como fígado, peixe, crustáceos, ovo, brócolis, outras nozes brasileiras e couve também contêm selênio, porém em quantidades menores, sendo outras fontes alternativas do mineral presente na dieta.
Estudos mostram que selenioproteínas parecem alcançar o seu valor máximo facilmente com um consumo alimentar normal e que suplementos de antioxidantes não representam nenhum benefício claro no consumo adicional de selênio de origem não alimentar. Deve-se somente tomar cuidado para não consumir além de uma unidade da castanha, pois ao mesmo tempo em que pouco selênio faz mal à saúde, seu excesso também é nocivo ao organismo. A ingestão de cerca de 800 μg do nutriente ao dia pode causar intoxicação, o excesso de selênio causa transtornos musculares, neurológicos e queda das unhas, além de esfacelamento do cabelo. As formas mais tóxicas do Se são as formas orgânicas como trimetilselênio presente na água e urina, bem como as formas orgânicas voláteis dimetilselênio e dimetildiselênio produzidos através da biometilação do Se inorgânico.
Em um estudo da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, divulgado em 2008 no American Clinical Journal of Nutrition, um grupo de pesquisadores liderados pela professora Christine Thomson realizou alguns testes e descobriu que, após 12 semanas, o grupo de voluntários que consumiu duas castanhas ao dia teve seu nível de selênio no sangue aumentado em 64,2%. "Os resultados indicam que o consumo desse alimento na dieta diária garante um bom nível de selênio sem precisar de suplementos", concluiu Thomson.
A necessidade real de se administrar suplementos de selênio daria-se em casos como as desordens gastrintestinais tais como a doença de Crohn que podem danificar a absorção de selênio, ou em áreas como a China, onde o índice de selênio no solo, e consequentemente a entrada de selênio, é muito baixa. Deficiência de selênio esta ligada à doença de Keshan, que leva a um mal funcionamento do coração.
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ResponderExcluirNeste trabalho pode ser visto que o Selênio é tóxico em grandes concentrações, porém esta informação só é válida quando ele é ingerido durante um longo período de tempo, pois o próprio organismo excreta o excesso de Selênio na urina. Se for excretado em grande quantidade, por uma diarréia prolongada ou doença renal grave, pode haver uma falta desse elemento o que poderá comprometer seu papel no organismo, como antioxidante ou ajudante na fertilidade, por exemplo.
ResponderExcluirAlém disso, este trabalho tem como foco um suplemento de Selênio que pela tabela nutricional do mesmo, possui 34 μg por cápsula, para ser ingerido uma vez ao dia. Mesmo que a quantidade de Selênio está abaixo das necessidades diárias recomendadas, este produto não é totalmente desnecessário visto que ele é um complemento alimentar, necessitando de uma dieta balanceada para a ingestão total do que é recomendado por dia.
Em uma sociedade em que a nova obsessao é por ser saudável os suplementos alimentares são buscados cada vez mais. A justificativa de que é preciso ter uma dieta completa, com todos os nutrientes e nas quantidades necessárias, como forma de prevenir doenças e aumentar a longevidade, se torna uma forma de convencer o consumidor a comprar produtos que muitas vezes não são necessários. O artigo mostrou que é possível obter todo o selênio necessário apenas com uma dieta adequada, o que provavelmente é verdade para qualquer nutriente. O fabricante sugere que o consumidor obtenha o selênio apenas do produto em questão porque assim ele poderá ter o controle exato de quanto ingeriu. Então deveríamos ter um pote de cada nutriente? Daqui a pouco chegaremos ao ponto em que a alimentação terá simplesmente a função de fornecer os nutrientes necessários, e perderá seu valor cultural e prazeroso, e as pessoas se alimentarão de cápsulas em vez de fazerem refeições.
ResponderExcluirÉ bastante provável que quem está à procura da alimentação perfeita, e busca suplementos como esses, já se preocupe em ter uma dieta rica e balanceada. Neste caso, não poderia estar ingerindo o dobro da quantidade recomendada de selênio? Ou até mais? Além disso, muitas vezes essas pessoas também fazem uso de complexos multivitamínicos, e essa combinação certamente irá prover muito mais que as quantidades diárias recomendadas. As pessoas se preocupam muito com evitar alimentos gordurosos, reduzir o sal, cortar o glúten e a lactose, mas se esquecem que tudo em excesso pode fazer mal.
Pesquisando um pouco mais sobro o tema, achei um artigo interessante. De acordo com Cominetti (2009), o selênio faz parte do sítio ativo da enzima glutationa peroxidase. A glutationa peroxidase clássica (GPx1), a mais abundante selenoproteína em mamíferos, foi a primeira a ser identificada e está presente no citosol das células, onde funciona como antioxidante, reduzindo peróxidos de hidrogênio e hidroperóxidos orgânicos livres e transformando-os, respectivamente, em água e álcool No caso de seres humanos, a essencialidade do selênio foi comprovada em 1979, quando um paciente com distrofia muscular em razão de longa permanência sob nutrição parenteral total apresentou melhora do quadro clínico após suplementação com o mineral. É apenas uma curiosidade que achei relevante ressaltar. Antes de suas funções benéficas serem reconhecidas, o elemento já foi considerado carcinogênico, uma vez que estudos com diversas formas do mineral demonstraram o aumento na incidência de neoplasias de fígado em ratos.
ResponderExcluirÉ importante ressaltar que a intoxicação por Selênio pode levar a consequências muito graves a saúde. O texto cita alguns transtornos causados pelo consumo excessivo de Selênio, porém existem outras condições ainda mais graves causadas por esse excesso:
ResponderExcluirEstudos demonstram que a selenosis (intoxicação causada pelo selênio) apresenta sintomas como distúrbios gastrointestinais, odor de alho na respiração, queda de cabelo, irritabilidade, fadiga e danos neurológicos. Em casos mais graves, a selenosis pode levar a cirrose do fígado, edema pulmonar e até mesmo a morte.
É importante sempre lembrar que mesmo doses muito pequenas de selênio levam a intoxicação se ingeridas muito frequentemente: uma dose de selênio de 5 mg por dia pode ser letal para seres humanos.
O ideal é ter uma dieta balanceada e só fazer uso de suplementação de selênio caso haja real necessidade.
Maria Carolina Peçanha Fernandes DRE:110179959
ResponderExcluirGrande parte da população é manipulada por propagandas com informações incompletas e apelativas. Considerando a tabela acima que mostra a variedade de alimentos que contem selênio, a propaganda apelativa do site induz o consumidor a comprar e realizar a suplementação sem informar à um médico, sem fazer exames específicos para saber se realmente é necessário a ingestão do mesmo. É importante salientar que o excesso de selênio pode causar fadiga muscular, colapso vascular periférico, congestão vascular interna, unhas fracas, queda de cabelo, dermatite, alteração do esmalte dos dentes, vômito.
Sendo assim é necessário que haja propagandas mais informativas quando se trata de uma população que, nos dias de hoje, estão querendo ficar mais saudáveis mais sem fazer muitos esforços.
A utilização de suplementação alimentar, na maioria das vezes é mais fruto de propaganda do que de necessidade nutricional realmente. O suplemento alimentar de selênio é uma alternativa boa para pessoas com deficiência desse mineral, principalmente as que vivem em regiões de carência nutricional dele, como dito anteriormente - China, Europa, e Oceania. Dessa forma, a necessidade dessa suplementação é muito mais necessária e justificada nessas áreas. O Brasil tem a castanha-do-Pará que é o alimento mais rico em selênio segundo o departamento de agricultura dos Estados Unidos. No próprio estados unidos, o consumo médio de selênio por pessoas mais velhas que dois anos é de 108,5 mcg, acima da recomendação diária de até 75 mcg, como citado nesse artigo. Por isso, se torna desnecessário o consumo e até a aprovação de um suplemento como este para países como Brasil e Estados Unidos, visto que a carência de selênio pode ser facilmente corrigidas através de uma dieta balanceada nessas regiões que não tem deficiência de selênio no solo e nos alimentos. Por fim, considero importante ressaltar também os possíveis perigos da ingestão excessiva de selênio, além dos já citados, a diabetes mellitus tipo 2, onde o selênio parece estar relacionado com o aumento do risco de desenvolver essa doença metabólica quando ingerido em excesso por longos períodos.
ResponderExcluirReferências:
http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2009/06/18/can-selenium-cause-diabetes.aspx
https://ods.od.nih.gov/factsheets/Selenium-HealthProfessional/