Apresentação

Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.

O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Suplementação de cálcio através de fonte de algas marinhas (Bio Cálcio)

 

A suplementação com o cálcio prove​niente das algas marinhas Lithothamnium calcareum conseguiria propiciar boa saúde óssea



DESCRIÇÃO


O cálcio é um elemento essencial, tem função básica na formação de ossos e dentes e participa da sinalização celular, transmissão de impulsos nervosos, funcionamento de enzimas e contribui para saúde dos vasos sanguíneos, entre outros processos fisiológicos. 
Segundo o fabricante, o Bio Cálcio contém um cálcio extraído de algas marinhas, de elevada biodisponibilidade. Sabe-se que as algas calcárias retém elevado índice de elementos minerais do meio marinho, além de apreciável quantidade de substancias nutritivas. O Lithothamnium calcareum pertence ao grupo das algas vermelhas ou rodofíceas, da família das Coralineacea, é uma alga de aspecto calcário, pois absorve o carbonato de cálcio e magnésio. Outro fator importante é que suplementar cálcio isoladamente não é uma maneira efetiva de suprir as necessidades do corpo. Para a absorção ideal e segura, outros dois nutrientes vitais, as vitaminas D3 e K2, são necessários. A vitamina D3 faz com que o cálcio seja absorvido e a K2 faz com que ele seja direcionado e fixado nos locais certos. O cálcio sem esses dois elementos pode acabar indo para os locais errados e prejudicar a saúde. Além de atuarem para a boa absorção e utilização do cálcio, as vitaminas D3 e K2 são também vitais e, assim como acontece com o cálcio, costumam faltar na dieta e estilo de vida modernos.


FUNDAMENTOS BROMATOLÓGICOS

   



As cápsulas de Bio Cálcio contêm o cálcio e o magnésio proveniente das algas Lithothamnium calcareum, além de óleo de coco utilizado para aumentar a disponibilidade dos ativos e as vitaminas K2 (menaquinona-7) e D3 (colecalciferol), propiciando a melhor absorção do cálcio no organismo. 


LEGISLAÇÃO
 
O BioCálcio é classificado como Suplemento Alimentar. De acordo com a ANVISA, define-se suplemento alimentar como “produto para ingestão oral, apresentado em formas farmacêuticas, destinado a suplementar a alimentação de indivíduos saudáveis com nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos, isolados ou combinados”.
Pode-se observar as conformidades do produto relacionada a legislação a seguir:
RDC Nº 239, DE 26 DE JULHO DE 2018: Estabelece os aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia autorizados para uso em suplementos alimentares.

RDC Nº 240, DE 26 DE JULHO DE 2018: Altera a Resolução – RDC nº 27, de 6 de agosto de 2010, que dispõe sobre as categorias de alimentos e embalagens isentos e com obrigatoriedade de registro sanitário.

RDC Nº 241, DE 26 DE JULHO DE 2018: Dispõe sobre os requisitos para comprovação da segurança e dos benefícios à saúde dos probióticos para uso em alimentos.

RDC N° 242, DE 26 DE JULHO DE 2018: Altera a Resolução – RDC nº 24, de 14 de junho de 2011, a Resolução – RDC n° 107, de 5 de setembro de 2016, a Instrução Normativa – IN n° 11, de 29 de setembro de 2016 e a Resolução – RDC n° 71, de 22 de dezembro de 2009 e regulamenta o registro de vitaminas, minerais, aminoácidos e proteínas de uso oral, classificados como medicamentos específicos.
RDC Nº 243, DE 26 DE JULHO DE 2018: Dispõe sobre os requisitos sanitários dos suplementos alimentares.

INSTRUÇÃO NORMATIVA N° 28, DE 26 DE JULHO DE 2018: Estabelece as listas de constituintes, de limites de uso, de alegações e de rotulagem complementar dos suplementos alimentares.



DISCUSSÃO

A prescrição de cálcio com vitamina D para prevenir osteoporose e fraturas na menopausa é prática frequente. A Organização Mundial da Saúde recomenda uma ingestão adequada de cálcio e vitamina D para a manutenção de uma boa saúde, no entanto, ainda é um desafio determinar uma referência para a ingestão dietética de cálcio e vitamina D devido à sua complexa inter-relação, à inconsistência dos estudos que examinam resultados na saúde óssea e à necessidade de limitar a exposição ao sol para minimizar o risco de câncer de pele. Mais de 98% do cálcio ficam armazenados no esqueleto, reservatório que retira ou libera cálcio na circulação, de acordo com as necessidades. Para mulheres de 19 a 50 anos e homens de 19 a 70, a dose diária recomendada é de 1.000 mg/dia. Mulheres com mais de 50 anos e homens acima de 70 requerem 1.200 mg/dia. Cerca de 70% do cálcio presente na dieta da maioria dos adultos vêm do leite e seus derivados, vegetais como brócolis, peixes, sucos e alimentos fortificados. A suplementação só está justificada nos casos em que a quantidade ingerida é inferior às necessidades diárias, devendo ser prescrita em doses mínimas. 



CONCLUSÃO 

A utilização de cálcio proveniente das algas calcárias (Lithothamnium calcareum) na suplementação por humanos ainda necessita de diversas pesquisas que avaliem os seus verdadeiros potenciais e níveis de utilização, pois ainda é muito vago de resultados. Como discutido nos tópicos anteriores, as algas calcárias apresentam diversas características que podem ser interessantes e importantes à nível de nutrição e o incentivo de mais pesquisas relacionadas a este assunto são essenciais para o desenvolvimento e conhecimento da qualidade que a sua utilização propiciará para a saúde óssea. 


REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
MELO, T.V.; MOURA, A.M.A. Utilização da farinha de algas calcáreas na alimentação animal. Archivos de Zootecnia, v.58, p.99-107, 2009.

COSTA NETO, J.M. et al. Farinha de algas marinhas ("Lithothamnium calcareum") como suplemento mineral na cicatrização óssea de autoenxerto cortical em cães. Revista Brasileira Saúde Produção Animal, v.11, n.1, p.217-230, 2010.

BRASIL. Instrução normativa - IN n° 28, de 26 de Julho de 2018. Estabelece as listas de constituintes, de limites de uso, de alegações e de rotulagem complementar dos suplementos alimentares.

BRASIL. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 243, de 26 de Julho de 2018. Dispõe sobre os requisitos sanitários dos suplementos alimentares.

BRASIL. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 239, de 26 de Julho de 2018. Estabelece os aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia autorizados para uso em suplementos alimentares.

Suplementação de Cálcio. DrauzioVarella, 2020. Disponível em: <https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/artigos/suplementacao-de-calcio-artigo/>. Acesso em: 26 de out.de 2020. 

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