Apresentação

Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.

O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.

domingo, 30 de junho de 2019

Vitamina B12 em Fórmula Infantil



A vitamina B12 é muito importante para o correto desenvolvimento do bebê. Devido ao crescente número de dietas restritivas de carne e ausência desta vitamina nas carnes, a deficiência desta vitamina tem se tornado assunto importante entre pediatras.

Avaliação de geleia “diet” e requeijão “light”: Qual a diferença? Qual o benefício para o consumidor? Conhecer para escolher


O que são os alimentos “diet” e “light”?

               Os produtos “diets” são especialmente formulados e produzidos para que atendam necessidades dietoterápicas específicas, com restrição de nutrientes como os carboidratos, gorduras, proteínas e sódio, destinando-se ao controle de peso e controle de ingestão de açúcares(1). Estes alimentos contam com a supressão e/ou diminuição de algum componente para fins especiais, como por exemplo, a geleia “diet” que tem a quantidade de carboidratos reduzida em sua composição. Desta forma, pode ser consumida por diabéticos.
             Já o termo “light” define produtos que tenham em sua composição redução de mínimo 25% do valor calórico e/ou de nutrientes como açúcares, gorduras, colesterol e sódio quando comparado ao produto comum. Embora, um alimento possa ter baixos níveis de um componente e não ter, obrigatoriamente, diminuição em seu valor energético(2). Um exemplo disponível no mercado é o requeijão “light”, este conta com diminuição de gorduras, sódio e do valor calórico. Sendo assim, é uma opção para consumidores que buscam reduzir a ingestão de calorias.

Geleia comum x geleia “diet”

              Compararam-se a geleia de morango comum da Ritter com a geleia de morando diet da mesma marca. Foram observados seus rótulos nutricionais.


Requeijão comum x Requeijão “light”

              Compararam-se o requeijão tradicional da CATUPIRY com o requeijão light da mesma marca. Foram observados seus rótulos nutricionais.


O que diz a lei?

               A Portaria N° 29 de 1998 legisla sobre os alimentos “diets”, esta determina que os produtos devem ter 0,5g de glicose, frutose ou sacarose no valor de 0,5g por 100g ou 100mL do produto final(3). A geleia “diet” analisada apesar de assim rotulada, não especifica em seu rótulo a destinação para diabéticos e esta tem 12,5g de açúcares em 100g. Este valor está muito acima para o alimento ser considerado especialmente formulado para distúrbios do metabolismo de açúcares. No entanto, quando comparada à geleia comum, a “diet” apresenta 52,5g de açúcares a menos.
               Os alimentos “lights” são regulados pela Portaria N° 27 de 1998, que estipula a diferença relativa mínima de 25% para mais ou menos no valor energético ou de nutrientes, quando comparados aos alimentos comuns(4). O requeijão “light” tem a diferença de 43,53% para menos de Kcal, mas não pode ser considerado de baixo valor calórico, pois está acima de 40Kcal. A diferença de gordura do “light” para o comum é de 57,5%, mas o produto ‘ligth” também não pode ser considerado com baixa gordura, pois está acima de 3g. Proteína e Sódio não alcançaram a diferença de 25%.

Escolhendo a melhor opção

              Os alimentos “diet” e “light” geraram em 2010 U$3,5 bilhões no mercado brasileiro e tendo em vista o aumento do número de obesos, a incidência de doenças cardiovasculares e diabetes, a procura por produtos mais saudáveis cresceu(5). A problemática é que o consumidor, geralmente, não possui informações suficientes para discernir estes termos e muitas vezes acaba consumindo alimentos de forma inadequada. A falta de clareza nos rótulos também contribui para confusão do público.
               A geleia “diet” apesar de ter 19,23% a menos de carboidratos do que a comum, ainda tem uma grande quantidade de açúcar para indivíduos diabéticos, não sendo necessariamente uma opção melhor. No entanto, para quem deseja uma diminuir a ingestação de açúcar e ter uma dieta menos calórica, este produto é uma boa alternativa. Quanto a comparação do requeijão “light” com o comum, o primeiro tem 37 Kcal a menos, 4,6g a menos de gordura, 15mg a menos de sódio e 0,6g a menos de proteína. Para consumidores que buscam uma dieta menos calórica, o “light” é uma escolha apropriada. Mas se a dieta exige um controle da ingestão de sódio para um hipertenso, por exemplo, mesmo sendo um alimento “light”, não é uma opção razoável. Para que os consumidores possam escolher o que melhor atende suas demandas falta conhecimento e nitidez dos rótulos.

BIBLIOGRAFIA

1-    BRAGA, Milena Mendes; DE ABREU, Edeli Simioni; CHAUD, Daniela Maria Alves. Avaliação dos rótulos de alimentos diet e light comercializados em um empório da cidade de São Paulo. Rev. Simbio-Logias, São Paulo, v.4, n.6, 2011.
2-    AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Produtos diet e light. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/resultado-de-busca?p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_101_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_content&_101_assetEntryId=2864203&_101_type=content&_101_groupId=219201&_101_urlTitle=diet-e-light&inheritRedirect=true>. Acesso em: 25 Maio 2019.
3-    AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Portaria N° 29, 13 de janeiro de 1998. Disponível em: < http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/394219/PORTARIA_29_1998.pdf/49240642-4002-48f4-8213-a1b74aa4bd32>. Acesso em: 27 Maio 2019.
4-    AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Portaria N° 27, 13 de janeiro de 1998. Disponível em: < http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/394219/PORTARIA_27_1998.pdf/72db7422-ee47-4527-9071-859f1f7a5f29>. Acesso em: 27 Maio 2019.
5-    INSTITUTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS. Produtos “diet” e “light”: legislação, mercado e tendências de consumo. Disponível em: < http://www.ital.sp.gov.br/tecnolat/anais/tl230513/Arquivos/Ary%20Bucione_ABIAD.pdf>. Acesso em: 27 Maio 2019.

Adição de DHA e ARA em fórmulas infantis x DHA e ARA no leite materno: Amamentar é sempre a melhor opção


Por que a amamentação é tão importante? Como o DHA e o ARA impactam na vida do recém-nascido?

               O aleitamento materno exclusivo é recomendado pelo Ministério da Saúde até os 6 meses e associado a outros alimentos até 2 anos de idade ou mais(1), no entanto, em casos de condições de saúde como a infecção pelo vírus HIV, HTLV ou uso de quimioterápicos, a lactante fica privada de amamentar(2). Nessas situações as fórmulas infantis surgem como solução ou opção para nutrir os recém-nascidos, e são, por definição, produtos em forma líquida ou em pó destinados à alimentação de lactentes, sob prescrição de profissional da saúde(3). Porém, mesmo tendo sido elaboradas com o intuito de se assemelhar ao leite materno, sua composição não se iguala as propriedades fisiológicas do mesmo, como já comprovado cientificamente. Além das fontes de carboidratos, proteínas e outros componentes presentes no leite humano diferirem em identidade e qualidade das formulações prontas(4).
              O DHA é um ácido graxo poli-insaturado de cadeia longa que possui funções bioquímicas e fisiológicas relevantes no metabolismo humano, como formação e funcionamento do sistema nervoso central e da retina, sendo um nutriente fundamental para o crescimento e desenvolvimento infantil. Está normalmente presente no leite materno e estudos demonstram que quando em altas concentrações está diretamente relacionado ao melhor crescimento e desenvolvimento do cérebro e do sistema visual em crianças, é considerado o ácido graxo mais importante no desenvolvimento neonatal(5). O ARA também tem cadeia longa, participa das estruturas celulares e do sistema imunológico, como precursor de mediadores inflamatórios. A importância do fornecimento de DHA e do ARA pela mãe se dá pela incapacidade do feto de sintetizar tais ácidos graxos, nesse momento estes são fornecidos através da placenta. Mesmo pós o nascimento o RN continua incapaz de sintetizá-los devido à imaturidade hepática, sendo assim, a mãe continua a suprir essas necessidades do RN, agora através do leite.
               Quando há a necessidade do uso de fórmulas infantis, mesmo as que contam com adição desses ácidos graxos, elas não se igualam em eficácia ao leite humano. Estudos bioquímicos em RN e prematuros indicam que os alimentados com formulações têm níveis significativamente mais baixos de DHA e ARA nas hemácias do que os bebês que se alimentam do leite materno, sugerindo que as formulações que contém apenas ácidos graxos essenciais podem não ser eficazes para atender as necessidades do RN. Além disso, recém-nascidos alimentados pelo leite humano apresentam maior acuidade visual(6).

Fórmulas infantis x leite materno

              Comparou-se a fórmula infantil Aptamil Premium 1 (DANONE) com o leite materno. Foi observado seu rótulo nutricional e este foi confrontado com os constituintes do leite fornecido pela mãe.

TABELA NUTRICIONAL APTAMIL PREMIUM 1 DANONE
Constituintes
Quantidade por 100mL
Carboidratos
7,3g
Proteínas
1,3g
Gorduras totais
3,5g
DHA
7mg
ARA
12mg

   




TABELA NUTRICIONAL LEITE MATERNO
Constituintes
Quantidade por 100mL
Carboidratos
7g
Proteínas
0,8 – 0,9g
Gorduras totais
3 – 4g
DHA
30mg
ARA
20mg


O que diz a lei?

               As RDC N° 42, 43, 44, 45 e 46 de 2011 são as resoluções que regulamentam as fórmulas infantis. A RDC 43/2011 dispõe sobre o regulamento técnico para fórmulas infantis para lactentes, esta regula quais componentes permitidos e em quais concentrações devem estar nos produtos. Sobre DHA e ARA, estes são elementos não obrigatórios nas formulações, sendo considerados aditivos. O DHA não deve ultrapassar 0,5% do conteúdo total de gorduras e o ARA deve atingir pelo menos a mesma concentração de DHA de acordo com a RDC. O produto Aptamil Premium 1 é uma fórmula de partida, indicada para o primeiro semestre de vida e se enquadra em todos os requisitos exigidos pela legislação brasileira, segundo informações contidas no rótulo.

Escolhendo a melhor opção

               Como citado em literatura e comprovado em estudos, o leite materno é a opção mais completa para alimentação do RN, pois possui os constituintes fundamentais para suprir a necessidade do mesmo. Alguns elementos sofrem alterações em suas concentrações de acordo com a alimentação da lactante, como o DHA e ARA, já outros, como os carboidratos, tem sua quantidade independente da dieta. Entretanto, quando não possível a amamentação as fórmulas infantis constituem a melhor opção, visto que o leite de vaca tem concentrações inadequadas e deficiências no que diz respeito a ácidos graxos, não atendendo a demanda dos bebês.
              Mesmo com a suplementação de DHA e ARA, estes não se encontram tão biodisponíveis nas formulações, como no leite materno. Isto é, apesar da presença e da quantidade, não são absorvidos de forma muito eficiente quando como na amamentação. Toda via, tendo em vista sua importância para o sistema cerebral e visual, optar por uma formulação com DHA e ARA é benéfico.

BIBLIOGRAFIA

1-    SAÚDE, M. Aleitamento materno, distribuição de leites e fórmulas infantis em estabelecimentos de saúde e a legislação. 1ed, Brasília: Ministério da Saúde, Brasília, p. 8, 2014.
2-    MANARINI, Thaís. Fórmulas infantis: modo de usar. Saúde é vital, p. 47-49, 2017.
3-    DE ARAÚJO, Thaíze. Fórmulas infantis: como e quando usar? Programa de pós graduação em alimentos e nutrição da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.unirio.br/ccbs/nutricao/ppgan_pt/alimentacao-e-saude/palestras/2015/formulas-infantis-quando-e-como-usar>. Acesso em: 16 Abril 2019.
4-    SAÚDE, M. Aleitamento materno, distribuição de leites e fórmulas infantis em estabelecimentos de saúde e a legislação. 1ed, Brasília: Ministério da Saúde, Brasília, pg. 17, 2014.
5-    Formula, Committee on the Evaluation of the Addition of Ingredients New to Infant. Infant Formula: Evaluating the Safety of New Ingredients. The national academies press, Washington, D.C., p. 17-18,2004.
6-    GONZALÉZ, Francisca Echeverría; BÁEZA, Rodrigo Valenzuela. In time: Importância dos ômega 3 na nutrição infantil.  Revista Paulista de Pediatria, São Paulo, ed 35, p. 3-4, 2017.
7-    Simmer K, Schulzke SM, Patole S. Longchain polyunsaturated fatty acid supplementation in preterm infants. Cochrane Database Syst Rev, 2008.

Galactoligossacarídeo no Milnutri

                                   

  Os oligossacarídeos são definidos como glicosídeos encontrados como componentes naturais de muitos alimentos, incluindo frutas, vegetais, leite e mel. São considerados ingredientes funcionais. 

Prebióticos (GOS/FOS) no Aptamil Pro Futura


Muitas fórmulas infantis utilizam em sua composição prebióticos (GOS/FOS), com a intenção de estimular o crescimento de bactérias específicas com ação benéfica na flora intestinal, facilitando o funcionamento intestinal de lactentes. Mas quais são os reais efeitos da utilização de prebióticos na saúde da criança? Eles são realmente efetivos e vantajosos?

sábado, 29 de junho de 2019


ÓLEO DE PEIXE EM INFANT FÓRMULAS


O óleo de peixe contém ácidos graxos que ajudam na prevenção de diversas doenças e é muito utilizado na suplementação de atletas, já em formulações infantis... 

Gelatina LINEA – A Sucralose é o melhor edulcorante?

A Sucralose é um edulcorante muito conhecido e aprovado por não demonstrar perigo ou transformações ao passar por uma temperatura alta, mas será que existe outros edulcorantes que podem ser utilizados com a mesma finalidade? Ou outros mais naturais?  A Sucralose possui o limite de 15 mg/Kg de peso de ingestão diária recomendada.

  Nan soy: fórmula infantil à base de proteína de soja



As principais proteínas presentes no leite  materno são proteínas do soro e caseína porém o
  Nan Soy tem em sua composição a proteína de soja .Será que essa diferença tem consequências?

  

Adição de Ácido Docosahexaenóico e Ácido Araquidônico no NAN A.R.


Resultado de imagem para nan ar

   Alguns nutrientes são de extrema importancia para o desenvolvimento do bebê, como o ácido decosahexanóico e o ácido araquidônico que são de extremamente importantes para o desenvolvimento neurológico da criança

Ácido fólico em infant fórmulas

ÁCIDO FÓLICO EM INFANT FÓRMULAS
  O ácido fólico é considerado um  nutriente essencial ao ser humano. Sendo as suas necessidades ainda maiores no prematuro numa fase de crescimento rápido. Por isso sua presença é fundamental em infant fórmulas.

Enfamil Gentlease Premium x Enfamil Premium 1 - Duas linhas diferentes para a mesma população? Ou existe alguma restrição?

                     

As infant fórmulas com suas descrições para determinar os lactantes que podem fazer a sua utilização, mas será que existe essa identificação nos setores comerciais ou só nos sites? O que é importante saber para diferenciar quem pode fazer uso de cada uma das linhas? Será que é mesmo necessário duas linhas diferentes?

TAURINA EM INFANT FÓRMULAS






Taurina é um dos principais compostos em bebidas energéticas, mas também está presente em infant fórmulas. Esse composto em bebidas infantis leva ao
Alfaré® e a nutrição infantil hipoalergênica


         Fórmula infantil semi-elementar à base de proteína extensamente hidrolisada e hipoalergênica com 90% de eficácia em crianças com alergia às proteínas do leite de vaca e soja com comprometimento do trato intestinal.

Aptamil AR ProExpert: Goma Jataí

O Aptamil AR é uma infant fórmula indicada em casos de refluxo gastroesofágico (RGE) devido a presença de Goma Jataí. Qual a função da goma e como ela impede o RGE?

sexta-feira, 28 de junho de 2019

Pré NAN: os desafios da nutrição de prematuros


O número de crianças nascidas prematuras que sobrevivem aumentou expressivamente nas últimas décadas. Um dos fatores com grande impacto neste incremento foram os avanços na terapia nutricional do prematuro, como a utilização de fórmulas infantis adaptadas para atender as peculiaridades de digestão e absorção destes neonatos.