Apresentação

Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.

O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.

sábado, 29 de junho de 2019

Adição de Ácido Docosahexaenóico e Ácido Araquidônico no NAN A.R.


Resultado de imagem para nan ar

   Alguns nutrientes são de extrema importancia para o desenvolvimento do bebê, como o ácido decosahexanóico e o ácido araquidônico que são de extremamente importantes para o desenvolvimento neurológico da criança

  Essas infant formulas são apresentadas em forma de pó para um preparo rápido e prático para o dia a dia. Atualmente podemos encontrar no mercado uma grande quantidade de diferentes tipos de fórmulas infantis, com uma grande variedade de rótulos e quase todas com o apelo de acabar com os problemas comuns da primeira infância, afinal bebe feliz, mamãe feliz.

● Descrição do Produto   
   As infant formulas são formulações preparadas para a alimentação de lactentes que por algum motivo não podem ingerir o leite materno, desta forma essas formulações tentam mimetizar a formulação do leite materno adicionando diversos nutrientes.
   NAN A.R. é uma fórmula anti-regurgitação hipoalergénica, que deve ser utilizada sob supervisão de um profissional de saúde. Satisfaz as necessidades nutricionais dos lactentes com regurgitação, é especialmente indicado para o tratamento da regurgitação. É adequado para a alimentação de lactentes, como fonte alimentar única, desde o nascimento até aos 6 meses de idade, quando não amamentados.

● Legislação
  De acordo com a Portaria n° 997 de 05 de dezembro de 1998 do Ministério da Saúde, considera-se Fórmula Infantil o produto em forma líquida ou em pó, destinado à alimentação de lactentes, sob prescrição, em substituição total ou parcial do leite humano, para satisfação das necessidades nutricionais deste grupo etário; excetuando-se as fórmulas destinadas a satisfazer necessidades dietoterápicas específicas. 
   Segundo a RDC n° 46 de 25 de setembro de 2014 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), quando forem adicionados os nutrientes ácido docosahexaenoico (DHA) e ácido araquidônico (ARA), taurina, nucleotídeos, l-carnitina, frutooligossacarídeos (FOS) e galactooligossacarídeos (GOS) e ou outros nutrientes opcionais, suas quantidades devem ser declaradas na informação nutricional. No rótulo do produto, é declarado que a fórmula contém alguns elementos citados nesse trecho da legislação, como DHA, ARA. E é visto que o rótulo contém as quantidades desses componentes na tabela de informação nutricional, conforme é exigido na resolução.

● Discussão 
  O ácido docosahexaenoico (DHA) e o ácido araquidônico (ARA) são ácidos graxos de cadeia longa que estão presentes no NAN A.R    O leite materno apresenta três vezes mais ARA e DHA que o leite de vaca, sendo o segundo insuficiente para atender as necessidades do lactente, por isso, caso a mãe não possa amamentar é necessário que o bebê tome uma infant formula enriquecida com esses ácidos graxos pois o lactente não tem a capacidade de sintetizar ácidos graxos de cadeia longa através de seus precursores ácido linoleico e ácido α-linolênico devido à sua imaturidade hepática, tendo sua necessidade suprida através da ingestão de leite materno​ ​e/ou da infant formula.    Especialistas apontam que o DHA é fundamental para o desenvolvimento cerebral e para a visão das crianças, atuando na formação, no crescimento e no próprio funcionamento do cérebro é composta por uma combinação de uma proteína e gordura, no caso, o DHA. 
   Além do DHA, o ARA também é considerado um dos principais componentes da membrana fosfolipídica das células do sistema nervoso central. Os ácidos graxos de cadeia longa são rapidamente absorvidos no cérebro durante o seu período de desenvolvimento, que corresponde o último trimestre de gravidez até aproximadamente dois anos de idade. Embora maior parte desses ácidos graxos essenciais sejam adquiridos e utilizados no período pré-natal, após o nascimento também há o acúmulo desses lipídeos e são fornecidos principalmente pela amamentação. Ou seja, esses ácidos graxos atuam sobre o crescimento, a funcionalidade e a integridade do cérebro. 
 O efeito benéfico dos ácidos graxos essenciais para a saúde humana já foi evidenciado em diversos estudos. Durante toda a etapa do crescimento do bebê, a oferta desses ácidos graxos em quantidades adequadas é fundamental para o bom desenvolvimento e funcionamento do cérebro e da retina
   A melhor forma de assegurar a oferta desses lipídeos para o bebê é por meio do leite materno, porém, quando a amamentação não é possível, o uso das fórmulas infantis pode ser uma alternativa para a alimentação do bebê. Devemos sempre ficar atentos, pois nem todas as fórmulas infantis têm DHA e ARA em sua formulação, diferenciam-se adicionando substâncias que inspiram alegações nutricionais e de saúde, como DHA, ARA, prebióticos, probióticos e entre outros, criando versões “premium” que não beneficiam a todas as crianças.    Por isto, é incontestável que o leite materno é a melhor forma de oferta desses ácidos graxos para o bebê. Além disso, mais investigações são necessárias para analisar os possíveis efeitos do uso de fórmulas infantis enriquecidas no desenvolvimento das crianças.

● Referencias
- AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Informe Técnico nº 36 de 27 de junho de 2008. Disponível em: < ​http://portal.anvisa.gov.br/resultado-de busca?p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode= view& mp;p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_101_struts_action=%2Fasset_p ublisher%2Fview_content&_101_assetEntryId=2775215&_101_type=content& amp;_101_groupId=33916&_101_urlTitle=informe-tecnico-n-36-de-27-de- junho-de-2008&inheritRedirect=true>. Acesso em: 20 abr 2019
- MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria n° 997, de 05 de dezembro de 1998. Disponível em:<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs1/1998/prt0977_05_12_1998_rep.ht ml>. Acesso em: 20 abr 2019 - AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC n° 46, de 25 de setembro de 2014. Disponível em: < http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/394219/Resolu%25C3%25A7%25C3%25A 3o%2BRDC%2B46_2014_Altera%2BRDC%2B43_2011_.pdf/9b12d745-3c3f-48fb-9b1ea035f60 d625a?version=1.0>. Acesso em 20 abr 2019
 - SOCIEDADE BRASILEIRA DE ÓLEOS E GORDURAS. Disponivel em: http://www.oleosegorduras.org.br/noticia/8/a-importancia-dos-acidos-graxos-de-cadeia-l onga-no-leite-humano-e-em-formulas-infantis​; acessado em 20 abr 2019 - CLUBE BEBÊ NESTLE; Disponivel em: https://www.nestlebebe.pt/produtos-e-marcas/leites-infantis-e-leites-de-crescimento/leite s-especiais/nan-ar​ acessado em: 20 abr 2019   

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Trabalho muito bom, porém vale ressaltar que a deficiência de DHA e ARA pode alterar a composição das membranas sinápticas, afetando as funções dos receptores da membrana neuronal, canais iônicos e enzimáticos. Estes ácidos graxos estão presentes em diversos frutos do mar (peixes e mariscos). Populações com hábito de consumir peixes têm maiores proporções de ácidos graxos ω3 no leite, quando comparadas a outras que raramente ingerem esse produto. É sempre bom lembrar que sob os pontos de vista nutricional, imunológico e de segurança alimentar, o leite humano é considerado o melhor alimento para crianças na primeira fase de sua vida.

    ResponderExcluir