Em 2002 a LINEA começou
a desenvolver produtos com substituição de açucares trazendo a sucralose por
meio de adoçantes e de suas linhas de alimentos, desenvolvendo assim alimentos
com zero açúcar, redução de gordura, sódio e calorias. A marca tem por projeto
retirar o açúcar e aumentar o sabor do produto, mas como chegar esse resultado?
A empresa sugere (ou dá a entender) que outros edulcorantes artificiais como a
sacarina, ciclamato e aspartame podem fazer mal com uso prolongado, não sendo
indicados para o uso de gestantes, conforme verificado no próprio site da
empresa.
Ao analisar as
características descritas, me pergunto se a Sucralose realmente é o melhor adulcorante?
Existem limites para seu uso? Será que a marca faz uso de outro edulcorante
junto com a Sucralose?
Legislação
De acordo com RDC número
259, de 20 de setembro de 2002 emitida pela Anvisa, que descreve o regulamento
técnico para rotulagem de alimentos e
também a RDC número 350, de 23 de Dezembro de 2003 torna obrigatório a
rotulagem nutricional. A partir destas resoluções foi observado que a rotulagem
encontra correta.
A portaria
SVS/MS29/1998 diz que alimentos diet são aqueles destinados a dietas com
restrição de nutrientes, alimentos para controle de peso e alimentos para
dietas de ingestão controlada de açúcares, neste caso alimentos diets podem ter
valor calórico maior do que aqueles que contêm açúcar e nem sempre são uteis
para perda de peso, segundo essa portaria o produto em questão atende os
critérios estabelecidos.
Discussão
Através de dados obtidos no portal da Anvisa,
existem limites de ingestão diária aceitável para qualquer edulcorante,
definida pela JECFA, que faz parte da OMS( Organização Mundial da Saúde). O edulcorante
aqui em questão é a Sucralose, que possui o limite de 15 mg/Kg de peso, mas a
marca em seu rotulo frontal, não informa que há presença também Acessulfame-K,
deixando apenas sua presença clara na composição, ao visualizar o componentes é
possível ver que o Acessulfame-K vem antes da Sucralose, segundo as regras de
rotulagem quem vem antes tem mais percentual no produto, sendo assim a
mais Acessulfame-K do que Sucralose,
então porque o foco está sendo apenas na Sucralose? Pois esse edulcorante é
mais conhecido que os outros e não demonstra ser perigoso ao passar por uma
temperatura alta, mas o Acessulfame-K possui as mesmas características,
entretanto menos conhecido pela população.
Figura 2: Composição da gelatina, mostrando que o edulcorate Acessulfame-K vem antes da Sucralose, mostrando assim quem tem mais proporção no produto.
Pesquisas apontam que o
melhor edulcorante é a Stévia , nome dado a planta de origem, da qual se extrai
a substância que promove sabor doce, que são os glicosídeos de steviol, desta
forma vemos que não é de origem sintética, mas a tecnologia de alimentos ainda
precisa trabalhar muito para melhorar o sabor, devido ao residual amargo
característico e o açúcar equivalente
agradável ao nosso paladar.
Este produto segue a
legislação, mas não informa em mg quanto é usado de Acessulfame-K e de
Sucralose, importante pois existem os limites diários.
Conclusão
Ao observarmos a embalagem frontal do produto encontramos que só existe
um edulcorante em questão, mas será que os clientes olham o rotulo como um
todo? É muito importante a marca deixar clara ou mostrar os componentes
interessantes (não só porque estão na moda ou porque são mais comuns) neste
caso inserindo não só a Sucralose na sua parte frontal, mas também Acessulfame-K.
Entretanto se o cliente for atento vai ver os componentes na parte lateral.
O produto em questão
mostrou-se seguindo a regulamentação e as portarias, pode ser consumido por
diabéticos, mas para pessoas que tem restrição de sódio precisam ficar atentas
aos limites diários.
Autora: I.M.C.
Referências bibliográficas
- BRASIL.
Anvisa. Resolução - RDC nº 259, de 20 de setembro de 2002.
Regulamento técnico para rotulagem de alimentos. Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br>. Acesso em: 10 de maio, 2019.
- BRASIL.
Anvisa. Resolução - RDC nº 350, de 23 de Dezembro de 2003.
Regulamento técnico uso obrigatório da rotulagem nutricional.
Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br>. Acesso em: 17 de maio.
2019.
- BRASIL.
Portaria SVS/MS n°540, de 1997. Disponível em: < http://portal.anvisa.gov.br >. Acesso em: 22 de
maio, 2019.
- BRASIL.
Portaria SVS/MS n°29, de 1998. Disponível em: < http://portal.anvisa.gov.br >. Acesso em: 22 de
maio, 2019.
Apesar de já terem sido feitos inúmeros testes que garantem a segurança da sucralose (por mais que a maioria tenha sido feita apenas em animais), não podemos esquecer dos dados recentes acerca dessa substância. Ao observar a sua estrutura, podemos observar anéis benzênicos potencialmente problemáticos se pensarmos em decomposições causadas pelo calor. No caso da gelatina, não são utilizadas altas temperaturas no seu preparo, logo não teríamos problemas com transformações. Mas se pensarmos em um bolo, que vai no forno em temperaturas superiores da 200ºC, isso poderia torna-se perigoso com a formação de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, que são moléculas potencialmente cancerígenas. Salientando o que foi dito no texto, acredito que a melhor opção seria a utilização da Stévia, por ser mais natural e mais segura a longo prazo.
ResponderExcluirA preferência pelo sabor doce é uma característica inata aos seres humanos. Presente desde o nascimento, ela persiste durante o ciclo da vida e é influenciada pela frequente exposição à substâncias doces. O acessulfame de potássio é um edulcorante que é muitas vezes usado em combinação com outros edulcorantes de baixa caloria porque aumenta o sabor doce de alimentos e bebidas. Ele pode ser usado no cozimento porque é estável, mantendo a sua doçura em temperaturas de cozimento normal. O ingrediente também ajuda a manter a doçura durante o cozimento ou processamento térmico das misturas, o que é importante para a preparação de alimentos, tais como biscoitos e doces e também ajuda a manterem a sua doçura ao longo do tempo, aumentando assim a vida útil da doçura dos produtos. A Ingestão Diária Aceitável(IDA) de Acessulfame é de 15 mg/Kg, com exceção dos dados toxicológicos em animais, necessários para a aprovação do FDA, não existem muitos estudos que investiguem os potenciais efeitos perigosos da segunda geração de edulcorantes. Nenhuma das substâncias, tais como acessulfame-K, alitame ou sucralose é suspeita de causar câncer ou de ser genotóxico, porém, como ressaltado no texto, pessoas com restrições de sódio devem evitar o consumo de Acessulfame-K. Portanto, cabe à Anvisa exigir a rotulagem adequada dos produtos, para que tanto a Sucralose quanto o Acessulfame-K sejam informados na parte frontal da embalagem para que a população tenha conhecimento de que está ingerindo mais de um edulcorante na composição do produto.
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