A
alimentação até dois anos repercute ao longo da vida. O leite
materno é de fundamental importância química, bioquímica e microbiológica para
a saúde das crianças nos seis primeiros meses de vida suprindo todas as
necessidades nutricionais do lactente. A partir desse período é necessária
a introdução de alimentos complementares apropriados, seguros e nutricionalmente
adequados, associados com aleitamento materno.
A complementação
alimentar deve ser feita com cuidado, pois o conhecimento correto e atualizado sobre a
alimentação da criança sadia é essencial para a avaliação e a orientação
adequadas sobre sua nutrição. É importante ressaltar que a transição é um
processo e não uma mudança abrupta e deve-se promover a manutenção da
amamentação até os dois anos ou mais.
Descrição do produto
MUCILON® é um cereal
infantil que descreve em seu rótulo a presença de NutriPROTECT+, que seria uma associação
de um probiótico (Bifidobacterium lactis) e alguns nutrientes essenciais
como “Zinco,
Vitamina A, Vitamina C e Ferro de melhor absorção”.
Rótulo: FARINHA DE MILHO
ENRIQUECIDA COM FERRO E ÁCIDO FÓLICO, AÇÚCAR, SAIS MINERAIS (FOSFATO DE SÓDIO
DIBÁSICO, CARBONATO DE CÁLCIO, FUMARATO FERROSO, SULFATO DE ZINCO), VITAMINAS
(VITAMINA C, NIACINA, VITAMINA E, ÁCIDO PANTOTÊNICO, VITAMINA A, VITAMINA B1,
VITAMINA B6, ÁCIDO FÓLICO, VITAMINA D) E AROMATIZANTE VANILINA. CONTÉM GLÚTEN. CONTÉM TRAÇOS DE
LEITE.
Fundamentos bromatológicos:
Aos 6 meses de idade,
aproximadamente 75% da ingestão calórica do lactente deriva do leite materno,
cujo principal açúcar é a lactose. No
entanto, ao se avaliar a origem química do açúcar utilizado não identifica-se a
fonte no caso desse produto.
Além disso, pode-se observar
a presença de probióticos nesse produto. De acordo com a FAO/OMS:
"probióticos são organismos vivos administrados em quantidade adequada, a
qual confere um efeito benéfico à saúde do hospedeiro".
Os microorganismos
probióticos alteram favoravelmente a flora intestinal, inibem o crescimento de
bactérias patogênicas, melhorando a barreira da
mucosa intestinal e impedindo a passagem dos antígenos para a corrente
sanguínea. Além disso, promovem digestão adequada, estimulam a função imunológica
local e aumentam a resistência à infecção. A modulação direta do sistema
imunológico pode ser secundária à indução de citocinas anti-inflamatórias ou
pelo aumento da produção de IgA secretora.
Legislação
A comercialização e
produção de fórmulas complementares, elaboradas a base de cereais, é regulada
por diversos órgãos tanto a nível nacional pelo Ministério da Saúde, Conselho
Nacional de Saúde (CNS) e pela ANVISA, quanto a nível internacional, pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), e pela FAO (Organização das Nações Unidas
para Alimentação e Agricultura), através do Codex Alimentarius
Commission.
De acordo com o Codex Alimentarius
Commission, criança de primeira infância ou criança pequena são crianças de 12 meses a 3 anos de idade. A Portaria GM 2051 de 08 novembro de 2001 discorre
que alimento à base de cereais para lactentes e crianças de primeira
infância é
qualquer alimento à base de cereais próprio para a alimentação de lactentes
após os seis meses de idade e de crianças de primeira infância, respeitando-se
sua maturidade fisiológica e seu desenvolvimento neuropsicomotor. E a
PORTARIA N º 36, DE 13 DE JANEIRO DE 1998 que aprova o Regulamento Técnico
referente a Alimentos à Base de Cereais para Alimentação Infantil descreve que
“o cereal desidratado para alimentação infantil é um alimento à base de cereal,
com ou sem leguminosas, com baixo teor de umidade, fragmentado para permitir
sua diluição com água, leite ou outro líquido conveniente para alimentação de
lactentes.”
Discussão
Entende-se por alimento complementar todo o
alimento nutritivo, sólido ou líquido, sendo este diferente do leite humano
oferecido ao lactente.
No Brasil, o crescimento econômico, acompanhado por
um processo de urbanização ocorreu expressivamente na década de 70. Os grandes
parques industriais surgiam acompanhados de um amplo mercado de trabalho urbano
(TRABALHO, 1997). O aumento da participação feminina nesse mercado não podia
deixar de ser notada principalmente entre as décadas de 40, 50 e 60 (CYRILLO et
al.,1997).
De maneira geral, o aumento da mão-de-obra feminina
no mercado de trabalho e a urbanização tem como consequência o menor tempo
disponível para o preparo dos alimentos em casa. Aumenta-se a oferta de
produtos alimentícios industrializados nesse contexto.
De acordo com o que estabelece o Ministério da
Saúde/OPAS, nos dez passos para uma alimentação saudável, a introdução lenta e
gradual de alimentos complementares como tubérculos, leguminosas, carne, frutas
e também cereais deve ser oferecida de maneira a diversificar a dieta do
lactente.
O MUCILON® é uma farinha, logo, está no grupo dos cereais. Com todos
os nutrientes mostrados pelo rótulo, seria razoável oferecê-lo como um alimento
específico para complementar a alimentação da criança, como descrito no próprio
site.
Entretanto, a
primeira escolha para uma criança saudável é oferecer os alimentos fontes de
cereais propriamente (arroz, batata, inhame, macarrão). Porém, é preciso levar
em consideração que existem crianças com doenças graves, que desnutrem
rapidamente e podem ter necessidade de consumir farinhas como o MUCILON® como fonte extra de carboidratos e cada caso
precisa ser avaliado com cautela.
BRASIL.
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. ALIMENTOS DE TRANSIÇÃO PARA
LACTENTES E CRIANÇAS DE PRIMEIRA INFÂNCIA. Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/e2c4d7004ef96658a9b9ed9153a1fa5b/Portaria+n%C2%BA+34+de+13+e+janeiro+de+1998.pdf?MOD=AJPERES>
Acesso
em 16/11/2014.
BRASIL.
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. ALIMENTOS À BASE DE CEREAIS PARA ALIMENTAÇÃO
INFANTIL. Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/29a0688047457ee18aa9de3fbc4c6735/PORTARIA_36_1998.pdf?MOD=AJPERES>
Acesso
em 30/11/2014.
Sociedade
Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia. Manual de orientação:
alimentação do lactente, alimentação do pré-escolar, alimentação do escolar,
alimentação do adolescente, alimentação na escola / Sociedade Brasileira de
Pediatria. Departamento de Nutrologia. - São Paulo: Sociedade Brasileira de
Pediatria. Departamento de Nutrologia, 2006.
MORAIS, Mauro Batista de; JACOB, Cristina Miuki Abe. O papel dos
probióticos e prebióticos na prática pediátrica. J. Pediatr. (Rio J.),
Porto Alegre , v. 82, n. 5, supl. Nov. 2006 .
Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572006000700009&lng=en&nrm=iso>.
acesso em 01 Dec. 2014.
http://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572006000700009.
Atualmente, vivemos em um período onde o consumo de alimentos ricos em açúcar e com baixo teor nutricional tornou-se intenso, deixando de lado os verdadeiros alimentos nutritivos. A falta de tempo no dia a dia tornou-se muito difícil fazer com que a alimentação melhorasse e, então, o uso de alimentos industrializados aumentou demais para facilitar a vida.
ResponderExcluirPorém, crianças que estão em fase de desenvolvimento, necessitam de alimentos ricos em nutrientes para que o organismo se desenvolva, tanto para o desenvolvimento físico, quanto para o desenvolvimento mental.
Portanto, esse tipo de alimento para crianças é importante, mas nunca substituirá da mesmo forma que o leite materno e logo depois que a criança torna-se não lactente, a introdução de alimentos ricos em cereais para que não se desenvolva doenças associadas a desnutrição.
O Mucilon é um complemento alimentar bastante utilizado por lactentes e crianças da primeira infância. É importante ressaltar que o Mucilon é um "complemento alimentar", e portanto não deve substituir o leite materno e as refeições diárias. Também é importante que a criança faça um acompanhamento com o pediatra, para que se possa saber exatamente a quantidade de Mucilon que deve ser consumido, levando-se em conta que cada criança pode apresentar uma necessidade nutricional diferente e que quantidades excessivas do Mucilon podem prejudicar o metabolismo da criança.
ResponderExcluirO consumo de Mucilon é muito comum entre gestantes e bebês. A fórmula é fonte de vitaminas e probióticos representando uma maior aproximação desse alimento à composição do leite materno. As fórmulas com prebióticos promovem o aumento da quantidade de bifidobactérias e lactobacilos na microbiota dos lactentes. Além disso, existem condições clínicas para o emprego dos probióticos e prebióticos, como por exemplo, na doença inflamatória intestinal, intolerância à lactose e constipação intestinal. No entanto, é pouco provável que uma formulação fixa de probióticos possa mimetizar as nuances observadas na composição do leite humano, razão pela qual, considerando-se ainda suas outras vantagens, é imprescindível que se continue incentivando o aleitamento natural exclusivo
ResponderExcluirAtualmente tornou-se habitual o consumo de Mucilon de diversos sabores, porém é de pouco conhecimento a causa para a qual se é consumido este tipo de produto. Os bebês, a partir de seis meses de vida, precisam de uma alimentação com valor nutricional maior que o do leite (materno ou industrializado). Porém, ultimamente, essa complementação alimentar tem sido feita com alimentos industrializados, que na maioria das vezes não complementa verdadeiramente a nutrição do bebê. Deve-se procurar um nutricionista, ou tentar alternar a alimentação entre industrializados e naturais, para que realmente haja uma complementação alimentar para o bebê. Esse trabalho ajuda aos pais a terem esse discernimento quanto a importância da escolha desses alimentos complementares, tornando o trabalho de grande importância.
ResponderExcluirAtualmente tornou-se habitual o consumo de Mucilon de diversos sabores, porém é de pouco conhecimento a causa para a qual se é consumido este tipo de produto. Os bebês, a partir de seis meses de vida, precisam de uma alimentação com valor nutricional maior que o do leite (materno ou industrializado). Porém, ultimamente, essa complementação alimentar tem sido feita com alimentos industrializados, que na maioria das vezes não complementa verdadeiramente a nutrição do bebê. Deve-se procurar um nutricionista, ou tentar alternar a alimentação entre industrializados e naturais, para que realmente haja uma complementação alimentar para o bebê. Esse trabalho ajuda aos pais a terem esse discernimento quanto a importância da escolha desses alimentos complementares, tornando o trabalho de grande importância.
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