Muitas pessoas sentem um grande mal-estar ao consumir leite e seus derivados. Esta indigestão a produtos lácteos é um problema comum que afeta grande parte da população.
Tendo em vista a importância do leite na alimentação como principal fonte de cálcio, conheça as alternativas atuais para contornar esse problema.
Apresentação do produto
Chega ao brasil uma nova alternativa para ingestão de leite e derivados por aqueles que sofrem de indigestão causada por estes alimentos. Lançado pela Aspen Farmacêutica, o Lactosil, uma enzima lastase em pó, pode ser adicionado em quaisquer bebidas ou alimentos lácteos, inclusive no preparo destes alimentos, como por exemplo, um bolo feito em casa.
Lactosil não é um medicamento, mas deve ser consumido conforme orientação médica. Além disso, o produto não deve ser consumido por gestantes, nem mães amamentando, e, crianças de até 3 anos devem consumir somente com orientação do médico ou nutricionista.
O produto está disponibilizado nas principais redes de farmácias do Brasil. E, é encontrado em sachês com 4.000 FCC ALU para crianças, e 10.000 FCC ALU para adultos, em caixas com 30 sachês cada. Um sachê de 10.000 FCC ALU pode ser usado para alimentos com até 50g de lactose, o que representa aproximadamente um litro de leite (45g de lactose).
FCC – Food Chemical Codex - é a norma de ingredientes alimentares que fornece a quantidade de enzimas digestivas presentes em cada alimento, a qual é seguida por todos os produtos do setor alimentício no mundo. ALU é a unidade de medida de lactase.
Pode-se avaliar composição do Lactosil, pelos rótulos abaixo:
Sachê de 10.000 FCC ALU
Sachê de 4.000 FCC ALU
Fundamentos bromatológicos
A lactose é um açúcar natural do leite, mais especificamente um dissacarídeo composto por uma molécula de glicose e uma molécula de galactose. Produzida nas glândulas mamárias dos mamíferos, este açúcar necessita ser clivado e digerido pela enzima lactase, para sua absorção em mamíferos. No entanto, quando o intestino não produz esta enzima em quantidade suficiente, ocorre o que chamam de indigestão de alimentos lácteos (com lactose). Nestes casos, o que é bem diferente de uma alergia alimentar.
Muitas são as pessoas que não bebem leite porque se sentem mal quando o fazem. Nestes casos, quando a lactose passa pelo intestino sem ser digerida; ela é fermentada por bactérias, gerando gases e sintomas típicos da indigestão, tais como inchaço, sons vindos da barriga, diarreia (ou as vezes, constipação) e vômito. A indigestão de alimentos com lactose é geralmente genética, e os sintomas se desenvolvem durante a adolescência ou a vida adulta. Algumas pessoas com indigestão de alimentos com lactose não podem digerir qualquer produto lácteo e, outras podem comer ou beber pequenas quantidades sem maiores problemas.
Na alimentação humana, 70% do cálcio vem do leite e seus derivados. Para todas as pessoas, em especial para as mulheres, o cálcio é um componente muito importante, visto que é fundamental em diversos processos biológicos e, o responsável pela constituição de ossos e dentes. Os ossos funcionam como grande reservatório de cálcio no corpo e, quando há deficiência deste mineral na alimentação, com consequentemente diminuição em sua concentração sanguínea, haverá uma mobilização das reservas para buscar o equilíbrio de suas funções; ou seja, uma retirada de cálcio dos ossos para o sangue. Desta forma, dietas deficientes em cálcio podem levar a/ou acelerar complicações, como por exemplo, a osteoporose – doença que deixa os ossos mais fracos e suscetíveis a fraturas.
A partir daí, a utilização de alternativas, como o Lactosil ou mesmo suplementos alimentares, ajudam estas pessoas permitindo que continuem a beber leite e ingerir alimentos lácteos. Assim, usufruindo das vantagens nutricionais do leite que vão além do fornecimento de cálcio, mas também outros nutrientes e vitaminas.
Além disto, existem também fontes naturais de alimentos que podem ajudar na suplementação de nutrientes, levando em consideração dietas sem leite e seus derivados. É importante ressaltar que características como idade, peso corporal, estado de saúde, entre outras, levam a diversas variações de pessoa para pessoa. Por exemplo, falta de vitamina D e/ou dietas ricas em proteína, cafeína e sal aumentam a excreção de cálcio pela urina, podendo assim impedir sua absorção pelo organismo. Logo, torna-se claro a importância de um equilíbrio geral de nutrientes.
Dentro das fontes alimentares de vitamina D, destacam-se: bebida de soja; suco de laranja fortificado; gema de ovo; cavala cozida; salmão cozido ou em lata; sardinha em lata; atum branco em lata. Enquanto dentre as fontes de cálcio estão: nozes e sementes (tahini - pasta de gergelim; amêndoas tostadas); carnes (sardinha enlatada, com espinhas; salmão enlatado, com espinhas); grãos e cereais (feijão branco; feijão preto; grão de bico; aveia); bebidas (bebida de soja fortificada com cálcio; suco de laranja fortificado com cálcio e vitamina D; leite com baixo teor de lactose); vegetais cozidos (nabo; quiabo congelado; mostarda; couve; brócolis; beterraba; espinafre); outros (laranja; melaço de cana não refinado; tofu com sulfato de cálcio; figos secos).
Legislação
A Resolução nº 205 de 14/11/2006 se aplica às enzimas e preparações enzimáticas utilizadas na fabricação de alimentos, na qual enzimas são denominadas: “proteínas capazes de catalisar reações bioquímicas, aumentando sua velocidade sem interferir no processo e resultando em alterações desejáveis nas características de um alimento durante o seu processamento” e preparação enzimática “é a mistura de duas ou mais enzimas”; podendo ser de origem animal, vegetal ou microbiana. Dado que lactosil é um produto de origem fúngica, ele deve comprimir os seguintes requisitos: “...devem ser obtidas por métodos e condições que garantam a fermentação controlada e impeçam a introdução de microrganismos capazes de originar substâncias tóxicas ou indesejáveis.” Além disso, “não devem ser utilizados microorganismos patogênicos na produção de enzimas e preparações enzimáticas.”
Discussão
A presença da indigestão pode ser primariamente, identificada pelo próprio indivíduo, quando o mesmo se sente mal a cada vez que bebe leite ou ingere algum derivado, no tempo de 30 minutos a 2 horas após a ingestão e, começa a apresentar os sintomas, que podem ser mais ou menos severos, de acordo com a quantidade de lactase que seu corpo produz. É aconselhável que estes indivíduos então, procurem um médico para confirmação do diagnóstico e a partir desta, busquem acompanhamento com nutricionista. A preocupação deve ser redobrada quando se trata de crianças, gestantes ou mulheres após menopausa.
Tendo em vista a importância do leite na alimentação como maior fonte de cálcio, um dos maiores desafios destes indivíduos, além de ter que acostumar a não ingeri-los, é a necessidade de procurar por outras fontes de cálcio, evitando assim problemas futuros, como a osteoporose.
Como alternativa também, há o uso de produtos que permitam a ingestão de leite. O lactosil, por exemplo, pode ser misturado a 1 litro de leite e, em seguida, ser guardado. Isto porque quanto mais tempo a enzima estiver em contato com seu substrato, maior será a quantidade de lactose digerida. Desta forma, apresenta-se como uma alternativa prática e fácil para aqueles que não estão dispostos a abrir mão de sua dieta habitual ou realizar grandes mudanças.
Conclusão
Com base nas informações apresentadas, é possível prever a importância da produção de um produto como o Lactosil. A indigestão de alimentos com lactose é geralmente genética, e os sintomas se desenvolvem durante a adolescência ou a vida adulta. Já que não é uma doença curável, a existência de um produto que auxilie na digestão da lactose é uma forma de melhorar a qualidade de vida do paciente.
Referências
http://www.lactosil.com.br/indigestao-de-lactose/;
http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/2726;
http://www.semlactose.com/index.php/sobre-intolerancia-lactose/;
http://www.semlactose.com/index.php/2008/03/08/suplementacao-de-calcio-na-dieta-sem-lactose/;
Tulla H. Lactose Intolerance. Journal of the American College of Nutrition, Vol. 19, No. 2, 165S–175S (2000);
International Foundation for Functional Gastrointestinal Disorders – www.iffgd.org - See more at: http://www.semlactose.com/index.php/sobre-intolerancia-lactose/#sthash.FFBFa4H7.dpuf.
Bianca Rodrigues e Thaiane Maia.
Achei o artigo em questão muito interessante, pois proporciona ao leitor um maior conhecimento sobre o uso da lactase em sachê, deficiência de cálcio e vitamina D relacionados à lactose e cita diferença entre alergia e intolerância a lactose.
ResponderExcluirA possibilidade do uso da lactase em sachê abre novas oportunidades para aqueles que não podem ingerir o sacarídeo, devido à intolerância ou à alergia. Com esse advento, pessoas que não ingerem laticínios poderão ingerir, evitando a necessidade de suplementação de cálcio e vitamina D. Um ponto importante que deve ser notado é que existe sachês para crianças, dessa forma a deficiência de cálcio causada indiretamente pela lactose, ao se restringir a ingestão de laticínios, pode ser evitada utilizando-se o sachê de lactase, evitando-se assim problemas de crescimento e desenvolvimento infantil.
A diferença entre intolerância e alergia a lactose foi um ponto importante que o artigo tocou, visto que são diferentes patologias comumente referenciadas como sendo uma só pela população, apesar de apresentarem fisiopatologia distintas. Neste caso, a intolerância a lactose se caracteriza quando o paciente não produz a enzima lactase e dessa forma a lactose é digerida por bactérias podendo causar diarréia, dores abdominais e náusea. A alergia, que normalmente é alergia ao leite, se caracteriza por uma reação do sistema imune aos constituintes do leite, podendo ser as proteínas e a lactose, por exemplo.
http://www.nhs.uk/conditions/lactose-intolerance/Pages/Introduction.aspx
Heyman, Melvin B. "Lactose intolerance in infants, children, and adolescents." Pediatrics 118.3 (2006): 1279-1286.