Introdução
A farinha de trigo é um dos
alimentos essenciais na alimentação e mais consumidos no Brasil, presente em
pães, massas, bolos, e diversos outros alimentos. Devido ao seu grau de importância
em dietas dos brasileiros, é um alimento alvo para diversas modificações, como
produção transgênica e – o que será discutido a seguir – o enriquecimento da
farinha.
Diversos alimentos possuem,
devido ao seu amplo uso por diversas camadas sociais, a estratégia de
enriquecimento, visando aumentar ou possibilitar o consumo de certos micronutrientes,
essenciais à saúde, e que podem não ser consumidas. em caso de restrição
dietética. Nesse trabalho, analisaremos o enriquecimento da farinha de trigo, e
a farinha de trigo integral, comparando-as em nível nutricional e seus efeitos
benéficos e maléficos à saúde.
Uma determinada marca de bastante
inserção no mercado, Dona Benta, possui em seu rótulo para farinha comum os
seguintes ingredientes: Farinha de trigo enriquecida com ferro e ácido fólico,
açúcar mascavo, açúcar cristal, granola (flocos de aveia, centeio e arroz),
fermentos químicos (pirofosfato ácido de sódio, bicarbonato de sódio), estabilizante
monoglicerídeo, sal, polidextrose, goma xantana e aromatizantes, contendo
glúten. A farinha integral, de mesmo fabricante, informa apenas sobre a
presença de farinha de trigo integral. Ambas apresentam as mesmas
características organolépticas, exceto pelo fato da farinha integral ser um
pouco mais escurecida que a comum.
Aspectos
nutricionais
As farinhas apresentam
diversa aplicação na alimentação. O enriquecimento visa, sobretudo, combater a
subnutrição de micronutrientes, combatendo de modo prático e viável doenças
endêmicas como anemia e doenças causadas por falta de vitaminas. O uso de
cereais integrais visa, além de certo apelo mercadológico, estabelecer uma
alimentação mais rica em fibras.
Sabe-se que o ferro é um
micronutriente essencial para a saúde devido a sua ação nas hemácias, envolvida
com o transporte de oxigênio aos tecidos. Por outro lado, o excesso de ferro
pode estar associado com lesões hepáticas e estomacais, úlceras, vômitos,
diarreias e choque hipovolêmico. Logo, faz-se necessário, que o quantitativo de
ferro não seja demasiadamente alto, nem muito baixo, sob risco de praticamente
nenhum benefício. A dose diária recomendada é de:
- 10 mg para os homens
- 15
mg para as mulheres (a necessidade aumenta após as perdas menstruais ou em caso de
gravidez)
O ácido fólico é uma
vitamina do complexo B. está envolvido em diversas reações de síntese,
transcrição e metabólicas; sua ingestão é crucial durante a gravidez, devido a
sua importância para o desenvolvimento do bebê. É recomendado também para
adultos com problemas de memória e/ou cognitivos. A ingestão excessiva tem
efeito praticamente nulo, devido à hidrossolubilidade do ácido fólico. Dose diária
recomendada:
0.4
mg para um
adulto (a partir de 15 anos).
As fibras solúveis e
insolúveis apresentam ações diferentes no organismo. As solúveis agem no
intestino, reduzem o tempo de trânsito intestinal e aumentam a fermentação e
proliferação das bactérias entéricas no cólon proximal. Além disso, agem no
intestino diminuindo a reabsorção da bile, estando relacionadas à redução das
contrações séricas do LDL-colesterol (o famoso colesterol ruim) e estão
relacionadas a uma melhor tolerância à glicose e controle do diabetes tipo
dois.
As fibras insolúveis agem no
cólon proximal diminuindo a fermentação e no cólon distal aumentando a absorção
de água e reduzindo o tempo de trânsito de transito intestinal. Assim, a
eliminação fecal se torna mais fácil e rápida, auxiliando em quadros de
obstipação. Uma importante função relacionada às fibras insolúveis é a
diminuição dos riscos de desenvolvimento de câncer.
Essa função está relacionada
a três fatores: a capacidade dessa fibra em reter substâncias tóxicas ingeridas
ou produzidas no trato gastrointestinal durante os processos digestivos; a
redução do tempo do trânsito intestinal, com redução do tempo de contato da
superfície intestinal com substâncias mutagênicas e carcinogênicas e a formação
de substâncias protetoras pela fermentação bacteriana dos compostos de
alimentação. A única contra indicação é que seu consumo excessivo pode provocar
perturbações intestinais como gases e diarreias, o que pode resultar na
eliminação de alguns princípios nutritivos essenciais.
Como já foi dito
anteriormente, a diferença da farinha de trigo para a integral não é ponto de
interesse no trabalho, uma vez que o foco é a fortificação com ferro e ácido
fólico e para a ANVISA as especificações são as mesmas, nesse ponto, por isso
vamos tratar de uma maneira geral. O consumidor que compra a farinha de trigo
não é iludido por sua propaganda, o produto realmente cumpre o que diz. Ele não
é anunciado como combatente de anemia ou doenças cognitivas, só é dito que
existe um enriquecimento, o que realmente é feito.
A RDC nº
344, de 13 de dezembro de 2002, da ANVISA, é responsável por regulamentar que a
fabricação das farinhas de trigo atenda às especificações e consigam atender ao
objetivo dessa fortificação, que é de combater a anemia ferropriva, que
representa um problema nutricional importante no Brasil, com severas
conseqüências econômicas e sociais. E considerando que o ácido fólico reduz o
risco de patologias do tubo neural e da mielomeningocele.
Baseado no que já foi
dito anteriormente sobre as recomendações diárias de cada substancia, as
instruções da ANVISA para a fortificação são de cada 100g de farinha de trigo e
de farinha de milho fornecerem no mínimo 4,2 mg (quatro vírgula dois
miligramas) de ferro e 150 mcg (cento e cinqüenta microgramas) de ácido fólico.
Contudo o objetivo da
fortificação não é ser a única fonte de nutrientes da população, e sim uma
adição nutritiva na dieta. Os valores não suprem as necessidades diárias de
cada um, seguindo uma média geral, até porque a ANVISA deve entender que
existem pessoas que consomem muita farinha de trigo e outras que comem muito
pouco. Se os valores de fortificação fossem baseados em quem não tem acesso à
muitas fontes de farinha de trigo, as pessoas que consomem de forma alta,
teriam uma super exposição e contrairiam os efeitos adversos supracitados. Da
mesma forma que os valores não podem ser feitos baseado em pessoas que consomem
muita farinha de trigo diariamente.
Aspectos
nutricionais
As farinhas apresentam
diversa aplicação na alimentação. O enriquecimento visa, sobretudo, combater a
subnutrição de micronutrientes, combatendo de modo prático e viável doenças
endêmicas como anemia e doenças causadas por falta de vitaminas. O uso de
cereais integrais visa, além de certo apelo mercadológico, estabelecer uma
alimentação mais rica em fibras.
Sabe-se que o ferro é um
micronutriente essencial para a saúde devido a sua ação nas hemácias, envolvida
com o transporte de oxigênio aos tecidos. Por outro lado, o excesso de ferro
pode estar associado com lesões hepáticas e estomacais, úlceras, vômitos,
diarreias e choque hipovolêmico. Logo, faz-se necessário, que o quantitativo de
ferro não seja demasiadamente alto, nem muito baixo, sob risco de praticamente
nenhum benefício. A dose diária recomendada é de:
- 10 mg para os homens
- 15
mg para as mulheres (a necessidade aumenta após as perdas menstruais ou em caso de
gravidez)
O ácido fólico é uma
vitamina do complexo B. está envolvido em diversas reações de síntese,
transcrição e metabólicas; sua ingestão é crucial durante a gravidez, devido a
sua importância para o desenvolvimento do bebê. É recomendado também para
adultos com problemas de memória e/ou cognitivos. A ingestão excessiva tem
efeito praticamente nulo, devido à hidrossolubilidade do ácido fólico. Dose diária
recomendada:
0.4
mg para um
adulto (a partir de 15 anos).
As fibras solúveis e
insolúveis apresentam ações diferentes no organismo. As solúveis agem no
intestino, reduzem o tempo de trânsito intestinal e aumentam a fermentação e
proliferação das bactérias entéricas no cólon proximal. Além disso, agem no
intestino diminuindo a reabsorção da bile, estando relacionadas à redução das
contrações séricas do LDL-colesterol (o famoso colesterol ruim) e estão
relacionadas a uma melhor tolerância à glicose e controle do diabetes tipo
dois.
As fibras insolúveis agem no
cólon proximal diminuindo a fermentação e no cólon distal aumentando a absorção
de água e reduzindo o tempo de trânsito de transito intestinal. Assim, a
eliminação fecal se torna mais fácil e rápida, auxiliando em quadros de
obstipação. Uma importante função relacionada às fibras insolúveis é a
diminuição dos riscos de desenvolvimento de câncer.
Essa função está relacionada
a três fatores: a capacidade dessa fibra em reter substâncias tóxicas ingeridas
ou produzidas no trato gastrointestinal durante os processos digestivos; a
redução do tempo do trânsito intestinal, com redução do tempo de contato da
superfície intestinal com substâncias mutagênicas e carcinogênicas e a formação
de substâncias protetoras pela fermentação bacteriana dos compostos de
alimentação. A única contra indicação é que seu consumo excessivo pode provocar
perturbações intestinais como gases e diarreias, o que pode resultar na
eliminação de alguns princípios nutritivos essenciais.
Como já foi dito
anteriormente, a diferença da farinha de trigo para a integral não é ponto de
interesse no trabalho, uma vez que o foco é a fortificação com ferro e ácido
fólico e para a ANVISA as especificações são as mesmas, nesse ponto, por isso
vamos tratar de uma maneira geral. O consumidor que compra a farinha de trigo
não é iludido por sua propaganda, o produto realmente cumpre o que diz. Ele não
é anunciado como combatente de anemia ou doenças cognitivas, só é dito que
existe um enriquecimento, o que realmente é feito.
A RDC nº
344, de 13 de dezembro de 2002, da ANVISA, é responsável por regulamentar que a
fabricação das farinhas de trigo atenda às especificações e consigam atender ao
objetivo dessa fortificação, que é de combater a anemia ferropriva, que
representa um problema nutricional importante no Brasil, com severas
conseqüências econômicas e sociais. E considerando que o ácido fólico reduz o
risco de patologias do tubo neural e da mielomeningocele.
Baseado no que já foi
dito anteriormente sobre as recomendações diárias de cada substancia, as
instruções da ANVISA para a fortificação são de cada 100g de farinha de trigo e
de farinha de milho fornecerem no mínimo 4,2 mg (quatro vírgula dois
miligramas) de ferro e 150 mcg (cento e cinqüenta microgramas) de ácido fólico.
Contudo o objetivo da
fortificação não é ser a única fonte de nutrientes da população, e sim uma
adição nutritiva na dieta. Os valores não suprem as necessidades diárias de
cada um, seguindo uma média geral, até porque a ANVISA deve entender que
existem pessoas que consomem muita farinha de trigo e outras que comem muito
pouco. Se os valores de fortificação fossem baseados em quem não tem acesso à
muitas fontes de farinha de trigo, as pessoas que consomem de forma alta,
teriam uma super exposição e contrairiam os efeitos adversos supracitados. Da
mesma forma que os valores não podem ser feitos baseado em pessoas que consomem
muita farinha de trigo diariamente.
Esta é uma das grandes
dificuldades da nutrição populacional, conseguir valores que atendam à
população carente, sem prejudicar a saúde de quem tem um acesso mais fácil aos
alimentos de interesse.
Em embalagens mais antigas de farinha de trigo, era comum
ver propagandas com termos do tipo “rico em”, mas em 2012, algumas regras na
ANVISA mudaram. As leis se adequaram ao Mercosul e essas palavras sofreram
mudanças na sua utilização para propaganda. A Resolução RDC 54/2012 da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada no Diário Oficial da União
no dia 12/11/2012, alterou a forma de uso de termos como: light, baixo, rico,
fonte, não contém, entre outros.
Além
disso, componentes utilizados no desenvolvimento que tenham a função de
equilibrar o produto, não podem ser considerados aditivos ou fortificantes, por
exemplo, o uso do ácido ascórbico, um conservante, é responsável pela síntese
de vitamina C, mas se é usado na formulação como conservante, não pode dizer
que o alimento é fonte de vitamina C.
O rótulo
da farinha de trigo Dona Benta atende todas as especificações da ANVISA e não
usa de jogo de palavras nem nada do tipo para tentar promover seu produto. A
ANVISA mesmo trata a farinha de trigo para o uso em pães, bolos e massas em
geral, como descrito na embalagem.
|
TABELA
NUTRICIONAL
|
|
Item
|
Quantidade
por porção (50g)
|
VD
|
Valor
Energético
|
180kcal
|
9
|
Carboidratos
|
38g
|
13
|
Proteínas
|
5,0g
|
7
|
Gorduras
totais
|
0
|
0
|
Gorduras
saturadas
|
0
|
0
|
Gorduras
trans
|
0
|
0
|
Fibra
alimentar
|
1,0g
|
4
|
Sódio
|
0
|
0
|
Ferro
|
2,1mg
|
|
Ácido
fólico
|
75µg
|
31
|
|
|
|
Com
relação à tabela de informação nutricional, a parte de nosso interesse nesse
trabalho é a abordagem na presença de ácido fólico e ferro. Lembrando dos
valores especificados na ANVISA, é completamente intuitivo de que os valores
são pra 100g, como no rótulo é de 50g, uma simples multiplicação nos valores
por 2, resolveriam essa incoerência. Com isso dobrando os valores, vemos que
esta de acordo com as normas da ANVISA com exatidão.
O fato
de estar com o valor exatamente no estipulado pela ANVISA não é considerado
como se o fabricante estivesse apenas cumprindo uma solicitação da Agência
Reguladora, e sim evitando que seus consumidores tenham alguma super exposição
aos nutrientes, uma vez que os valores de referencia foram estipulados através
de estudos clínicos.
Referências
http://www.webrun.com.br/h/noticias/conheca-as-fibras-alimentares-e-sua-importancia/11178
http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/anvisa+portal/anvisa/sala+de+imprensa/menu+-+noticias+anos/2012+noticias/anvisa+altera+alegacoes+nutricionais+em+alimentos
http://fechandoziper.com/blog/desvendando-rotulos/rico-em-fibras-so-que-nao-saiba-o-que-muda-na-alegacao-de-fibras-dos-paes-segundo-a-nova-legislacao/
http://www.criasaude.com.br/N2920/ferro.html
http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/f851a500474580668c83dc3fbc4c6735/RDC_344_2002.pdf?MOD=AJPERES
http://www.paodeacucar.com.br/produto/43619/farinha-de-trigo-tradicional-dona-benta-pacote-1kg
http://www.donabenta.com.br/produtos/info-tecnicas/mistura-para-bolo-integral-dona-benta-sabor-aveia-cravo-e-canela-410g+28
http://www.donabenta.com.br/produtos/info-tecnicas/farinha-de-trigo-integral-dona-benta-embalada-a-vacuo-1kg+63
http://www.anvisa.gov.br/alimentos/farinha.htm
http://www.anvisa.gov.br/alimentos/legis/especifica/regutec.htm#f
http://www.criasaude.com.br/N2912/acido-folico.html
http://www.manualmerck.net/?id=301&cn=1587
Infelizmente a anvisa não pode estipular uma quantidade mínima de ferro nas farinhas de trigo que seja adequada para o consumo diário da população com desnutrição e da população em geral. Em vários estudos de fortificação alimentar de ferro em creches que apresentam casos de anemia ferropriva demonstram que só a presença do pesquisador intervindo naquela situação já ajuda a melhorar os esses casos. Contudo, como a farinha de trigo é um alimento amplamente utilizado no país, a adição de ferro e acido fólico em sua composição é de grande ajuda e precisa ser mantida.
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