1. Introdução
1.1. Linhaça
Segundo NOGUEIRA, et al.:1
“A linhaça
possui propriedades funcionais. Seus componentes ativos são as lignanas que podem
prevenir e controlar câncer como o de mama e pulmão. Ela é considerada a fonte
rica de precursores de lignana de mamíferos (THOMPSON et al., 1991). Entre os
principais óleos extraídos de sementes, o óleo de linhaça contém o maior
conteúdo (57%) do ácido graxo ômega-3, um ácido a-linolênico. As pesquisas
atuais, todavia, têm se concentrado mais especificamente nos compostos
associados a fibras conhecidos como lignanas. As duas lignanas primárias de
mamíferos, enterodiol e seu produto oxidado, enterolactona são formadas no
trato intestinal pela ação bacteriana sobre precursores da lignana vegetal
(SETCHELL et al., 1981). Vários estudos vêm sendo realizados com base nesta
propriedade da linhaça, além disso, também tem se demonstrado que o consumo de
linhaça pode reduzir o colesterol total e o LDL (BIERENBAUM et al., 1993;
CUNNANE et al., 1993), bem como agregação plaquetária (ALLMAN et al., 1995). A
semente de linhaça dourada e a semente de linhaça marrom não diferem muito na
sua composição química, pois ambas são ricas em lignanas e fibras dietéticas e
contêm mais de 50% de fenólicos (LIMA, 2008; MARQUES, 2008).”1
1.2. Composição química da linhaça
“A linhaça é
uma semente oleaginosa, rica em proteínas, lipídeos e fibras dietéticas
(ALMEIDA, 2009). Possui três componentes que apresentam ações farmacológicas
importantes como ácido a-linolênico , fibras solúveis e lignana, os quais vêm
sendo avaliados em pesquisas clínicas e estudos relacionados ao câncer de mama,
próstata e cólon, diabetes, lúpus, perda óssea, doenças hepáticas, renais e
cardiovasculares, com resultados favoráveis quanto ao efeito benéficos da
semente (CARRARA et al., 2009). Segundo Silva et al. (2009) e Oliveira et
al.(2007), a semente de linhaça possui em sua composição química cerca de 30 a
40% de lipídio, 20 a 25% de proteína, 20 a 28% de fibra dietética total, 4 a 8%
de umidade e 3 a 4% de cinzas, além de vitaminas A, B, D e E, e minerais como
potássio, fósforo, magnésio, cálcio e enxofre.” 1
1.3. Estabilidade oxidativa da semente de
linhaça triturada2
Segundo CUPERSMID, et al.: 2
“O processo de
rancificação, e a consequente degradação dos lipídeos, depende de diversos
fatores, inclusive da forma de preparo e consumo dos alimentos. A trituração da
linhaça para obtenção da farinha expõe seus componentes ao calor, luz e ao
oxigênio, o que não acontece com a semente inteira protegida pela casca. Esta
exposição pode promover a oxidação dos AGPI presentes na linhaça, reduzindo os
seus efeitos benéficos. Portanto, este trabalho tem como objetivo investigar se
a linhaça marrom, mais consumida e produzida no Brasil, sofre oxidação de seus
ácidos graxos quando comercializada na forma de farinha e se a obtenção da
farinha de forma caseira também pode levar ao mesmo efeito.” 2
“Os ácidos
graxos poliinsaturados como o ALA são muito susceptíveis à oxidação (LIMA;
ABDALLA, 2002). A degradação de lipídeos pode ser ocasionada por oxidação,
hidrólise, pirólise e absorção de sabores e odores estranhos. (SILVA; BORGES;
FERREIRA, 1998). Dentre estes fatores, a oxidação é a principal causa de
deterioração, alterando diversas propriedades, como a qualidade sensorial
(sabor, aroma, textura e cor); valor nutricional (perda de vitaminas,
carotenóides, proteínas e ácidos graxos essenciais); depreciação do produto e
toxicidade (grande formação de radicais livres). (MORETTO; FETT, 1998). Segundo
Lima (2002) existe basicamente dois tipos de rancidez, a hidrolítica e a
oxidativa. A rancidez, seja ela qual for, é a deterioração dos lipídios e constitui-se
em um dos problemas técnicos mais importantes na indústria de alimentos. O
índice de acidez fornece uma avaliação do estado de conservação dos óleos e
gorduras, pois avalia o teor de ácidos graxos provenientes de lipólises. Os
ácidos graxos livres decorrem de hidrólise parcial dos glicerídeos, por isso,
este índice não é uma constante ou característica, mas sim, uma variável
relacionada com a natureza e a Universidade Presbiteriana Mackenzie 3 qualidade
da matéria – prima, a qualidade do grau de pureza da gordura, o processamento e
principalmente, as condições de conservação da gordura (BEUX; TIRITAN, 2006).
Uma das maneiras mais comuns de detectar a rancidez de uma gordura é através do
Índice de Peróxido, pois como os peróxidos são os primeiros compostos formados
quando uma gordura deteriora, toda gordura oxidada dá resultado positivo neste
teste. Este teste é aplicavél em estágios iniciais da oxidação. Durante o
processo de oxidação, o valor de peróxido atinge um pico e depois declina.
Assim esse não é o melhor parâmetro analítico para ser utilizado em óleos e
gorduras (SANIBAL; MANCINI FILHO, 2002).
A oxidação é
um processo autocatalítico e desenvolve-se em aceleração crescente, uma vez
iniciada (ARAÚJO, 2008). Outra maneira de detectar a rancidez de uma gordura é
através do teste de TBA que quantifica o MDA, um dos principais produtos de
decomposição dos hidroperóxidos de ácidos graxos poliinsaturados, formados
durante o processo oxidativo (OSAWA, et al, 2006). Para prevenir a
auto-oxidação de óleos e gorduras, há a necessidade de diminuir a incidência de
todos os fatores que a favorecem, mantendo ao mínimo os níveis de energia,
temperatura, luz, que são responsáveis pelo desencadeamento do processo de
formação de radicais livres, evitando a presença de traços de metais no óleo,
evitando ao máximo o contato com o oxigênio e bloqueando a formação de radicais
livres por meio de antioxidantes, os quais, em pequenas quantidades, atuam
interferindo nos processos de oxidação de lipídeos (JORGE; GONÇALVES, 1998).
A peroxidação
lipídica gera uma série de produtos, dentre os quais se pode citar o LOOH
(Hidroperóxido). Esses compostos são relativamente estáveis em solução, mas uma
vez formados in vivo, podem causar uma série de danos que vão desde uma simples
perturbação física na membrana até danos no DNA, que se não reparados podem ser
mutagênicos. Além disso, estudos recentes também sugerem o envolvimento do LOOH
na modulação de vias de sinalização celular (MIYAMOTO, 2005). Acredita-se que a
oxidação das lipoproteínas de baixa densidade (LDL) seja a principal causa de
doenças cardiovasculares, e a decomposição de peróxidos formados pela ação da
lipoxigenase pode ser o mecanismo inicial da oxidação do LDL (ARAÚJO, 2004).”
2
2. Farinha
de Linhaça - Nu3 Naturals
2.1. Descrição do produto:3
“A Farinha de
Linhaça, da Nu3 Naturals é 100% natural e bastante nutritiva, já que é composta
unicamente por farinha de linhaça, um alimento rico gorduras poli-insaturadas,
tais como o ácido alfa-linolênico (ALA), que faz parte da família ômega 3 e
seus derivados EPA e DHA, e ácido linoleico, da família ômega 6, que além de
serem consideradas gorduras boas ao nosso organismo, são essenciais, já que não
podem ser naturalmente produzidas por ele! Além disso, a linhaça oferece também
boas quantidades de fibras, substâncias antioxidantes, vitaminas e minerais,
sendo então uma excelente opção para complementar nossa alimentação diária!
BENEFÍCIOS DA
FARINHA DE LINHAÇA, DA NU3 NATURALS:
• 100% natural;
• Farinha sem glúten;
• Livre de conservantes, corantes,
aromatizantes e outros aditivos alimentares;
• É bastante versátil, podendo ser
incluída em diversas preparações e receitas;
RECOMENDAÇÃO
DE CONSUMO:
Consumir até 2
colheres de sopa ao dia.” 3
3.
Discussão
Segundo
estudo de CUPERSMID, et al., foi
possível verificar que em relação à rancificação hidrolítica, a trituração
caseira e posterior armazenamento sob condições adequadas trouxeram proteção à
formação de ácidos graxos livres em relação à farinha comercial, ou seja, este
tratamento protege a trituração caseira, da formação de ácidos graxos livres em
relação à farinha industrializada. Os valores mais altos de índice de acidez
foram observados nas farinhas comerciais.
Isso ocorre pois, quando dentro da semente os princípios
ativos são protegidos de luz e oxigênio, porém quando a semente é triturada esse óleo fica exposto à
oxidação, por isso na composição deverá conter algum tipo de proteção, senão esse
alimento deixa de ser fonte de gorduras de boa qualidade para ser fonte de
gorduras oxidadas.
A marca escolhida não possui nenhum tipo de proteção, logo, os óleos
benéficos da linhaça estão susceptíveis a oxidação, podendo não ser um produto
tão saudável, pois os óleos estão mais expostos a catalisadores de oxidação,
como o ar e temperatura.2
Há ainda outro fator agravante, que alguns produtores vendem a farinha
de linhaça desengordurada, ou seja, sobram somente as fibras e todos os lipídeos
funcionais são extraídos
.
4.
Conclusão
Para
garantir o aproveitamento dos nutrientes da linhaça a mesma deve ser triturada
e consumida imediatamente, como medida para evitar a oxidação dos lipídeos benéficos
da contidos na semente.2
Referências bibliográficas:
1-
NOGUEIRA,
G. F. et al. A importância da linhaça como alimento funcional e sua
utilização por universitários do Centro Universitário Amparense. Centro
Universitário Amparense. Disponível em: <http://www.unifia.edu.br/projetorevista/edicoesanteriores/Outubro10/artigos/saude/linhaca.pdf>
Acesso em: 2 mar 2016.
2-
CUPERSMID,L.
Avaliação da estabilidade oxidativa da semente de linhaça marrom triturada.
Disponível em: <http://www.mackenzie.com.br/fileadmin/Pesquisa/pibic/publicacoes/2011/pdf/far/lilian_cupersmid.pdf>
Acesso em: 18 fev. 2016.
3-
NATUE. Farinha
de Linhaça - Nu3 Naturals . Disponível em: <https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwiBoL3IisTLAhWIDZAKHTwIBCUQFgg6MAE&url=http%3A%2F%2Fwww.natue.com.br%2Ffarinha-de-linhaca-100g-nu3-naturals-70331.html&usg=AFQjCNGoIAOiHDGaSlRRD-XItttWPT7maA&sig2=Ipp5-dwucdrezsqMI3XL8A&bvm=bv.116954456,d.Y2I>
Acesso em: 2 mar. 2016.
Revisão e discussão realizada por Clarice Machado e Thalita
Reis.
No trabalho acima, a farinha de linhaça é tida como objeto de estudo, e demonstra-se que seu preparo (trituração) e utilização devem ocorrer de forma subsequente, a fim de evitar a oxidação lipídica (degradação) e dessa forma manter seu valor nutricional. Partindo deste ponto, atento para a importância do consumo de linhaça, onde estudos “in vivo” em modelos animais têm demonstrado sua importância na melhora dos níveis em lipidograma (HDL, LDL, Colesterol total, VLDL). Tendo-se uma vantagem na utilização da linhaça dourada em relação à marrom na melhora desses marcadores lipídicos promovendo antiaterogênese e cardioproteção. E dessa forma, podendo-se pensar como alternativa ou adjuvante na terapia medicamentosa em prol da melhora dos parâmetros laboratoriais citados, bem como no tratamento crônico de idosos que fazem uso de medicamentos alopáticos para tais desordens.
ResponderExcluirReferência bibliográfica: MOLENA-FERNANDES, C. A. et al. Avaliação dos efeitos da suplementação com farinha de linhaça (Linum usitatissimum L.) marrom e dourada sobre o perfil lipídico e a evolução ponderal em ratos Wistar. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 12, n. 2, p. 201-207, 2010.
DRE: 112175155
A publicação é de grande relevância, visto que embora a farinha de linhaça possua importantes ações farmacológicas, contendo ácido a-linolênico , fibras solúveis e lignana; ela também pode se tornar fonte de lipídios oxidados e perder sua função farmacológica caso exposta à condições de oxidação.
ResponderExcluirDessa forma, deve-se sempre buscar na embalagem dos produtos contendo farinha de linhaça, componentes anti-oxidantes capazes de evitar a rancidez oxidativa. Caso contrário, a melhor alternativa na inexistência de componentes anti-oxidantes na composição do produto é a produção caseira da farinha de linhaça e seu consumo imediato, promovendo a ingestão de gorduras saudáveis e não oxidadas.
Kerolayne de Castro Bezerra DRE: 112019820
Sabe-se que muitas plantas eram consumidas antigamente pela população sem nenhuma informação científica sobre os benefícios a saúde, sendo prevenção ou com efeito terapêutico e muito dessas plantas de uso popular foi visto, através de experimentos, que existia efeitos como os relatados pela população.
ResponderExcluirApós estudos, isolamentos de substâncias e partes das plantas que realmente tinham propriedades terapêuticas, foram fabricados os alimentos, como por exemplo a farinha de linhaça. Com, isso é necessário saber as substâncias que atuam, por exemplo, na menopausa (segundo um site popular www.tuasaude.com/linhaça).
Além da importância de saber os componentes que atuam no organismo, é necessário verificar a alteração da concentração ou degradação dos componentes quando se há processamento industrial ou caseiro. Nesse trabalho, foi avaliado que a trituração das sementes de linhaça causa exposição de alguns componentes levando a alteração dos efeitos, neste caso é interessante, pois a população no geral não tem informações relacionadas a isso e acabam fazendo processos caseiros, causando por exemplo oxidação de lipídeos, formação de radicais livres e intoxicação. É importante também avaliar os produtos industrializados para certificar que os mesmos estão protegidos contra a degradação dos compostos benéficos para o organismo.
Angela Silveira da Silva. DRE:112109170
Sabe-se que muitas plantas eram consumidas antigamente pela população sem nenhuma informação científica sobre os benefícios a saúde, sendo prevenção ou com efeito terapêutico e muito dessas plantas de uso popular foi visto, através de experimentos, que existia efeitos como os relatados pela população.
ResponderExcluirApós estudos, isolamentos de substâncias e partes das plantas que realmente tinham propriedades terapêuticas, foram fabricados os alimentos, como por exemplo a farinha de linhaça. Com, isso é necessário saber as substâncias que atuam, por exemplo, na menopausa (segundo um site popular www.tuasaude.com/linhaça).
Além da importância de saber os componentes que atuam no organismo, é necessário verificar a alteração da concentração ou degradação dos componentes quando se há processamento industrial ou caseiro. Nesse trabalho, foi avaliado que a trituração das sementes de linhaça causa exposição de alguns componentes levando a alteração dos efeitos, neste caso é interessante, pois a população no geral não tem informações relacionadas a isso e acabam fazendo processos caseiros, causando por exemplo oxidação de lipídeos, formação de radicais livres e intoxicação. É importante também avaliar os produtos industrializados para certificar que os mesmos estão protegidos contra a degradação dos compostos benéficos para o organismo.
Angela Silveira da Silva. DRE:112109170
O consumo de cerais e sementes por parte da população deve ser acompanhado da divulgação sobre a melhor forma de consumir tais alimentos. As pessoas por vezes optam em consumir tais alimentos no intuito de diversificar a dieta e obter mais nutrientes, sendo assim torna-se muito importante informar a maneira mais adequada de se consumir os diversos tipos de alimentos para que se aproveite ao máximo dos benefícios de seu consumo.
ResponderExcluirComo mostra a publicação, a farinha de linhaça é fonte de vitaminas, minerais, proteína vegetal, gordura poli-insaturada, fibras e ômega 3, nutriente essencial que não é produzido pelo organismo. As gorduras insaturadas têm poder anti-inflamatório e, por isso, são fundamentais para o corpo, pois o sobrepeso e a obesidade geram processos inflamatórios no organismo, fazendo da linhaça um auxiliar no emagrecimento. Ela ainda auxilia nos sintomas da menopausa e na prevenção do processo de envelhecimento precoce das células, além de proteger o sistema imunológico.
ResponderExcluirDessa forma, é de grande relevância trabalhos que mostrem os benefícios de alimentos como este.
Aluna: Iasmin Lima Dias
DRE: 111304905
A farinha de linhaça apresenta diversos benefícios, como já citado no trabalho acima. A linhaça é considerada um alimento funcional, pois contém em sua composição proteínas, fibras alimentares e ácido graxos pollinsaturados. Além disso, diminui o risco do aparecimento de algumas doenças e reduz o ritmo de envelhecimento celular. Segundo um estudo realizado por Couto et al, o consumo de linhaça se mostrou eficaz na redução das medidas antropoméricas em mulheres e reduziu os níveis de triglicerídeos e colesterol. Sendo assim, a farinha de linhaça é um alimento que gera muitos benefícios para a saúde e por esse motivo, é importante que cada vez mais estudos sejam feitos para o conhecimento desse alimento e incentivo ao seu consumo.
ResponderExcluirReferência: COUTO, A. N.; WICHMANN, F. M. A. Flaxseed fl our
effects on lipid profi le and women’s anthropometric. Alim.
Nutr., Araraquara, v. 22, n. 4, p. 601-608, out./dez. 2011.
Camilla Oliveira de Souza
DRE: 110179789