Especificações dos tipos de água ( envasadas)
Descrição do produto
O mercado de águas envasadas vem crescendo em todo mundo,
e o Brasil é um país em ascensão neste aspecto estando entre os 10 maiores no
mercado em volume. Foram registrados mais de 10 bilhões de litros vendidos em
2012 e crescimento médio de 7% nos últimos anos. Podemos dividir a categoria de águas envasadas do
Brasil em dois segmentos: águas sem gás e águas com gás. As águas sem gás
representam o principal segmento da categoria no país, com mais de 80% do
volume comercializado no varejo em 2012.
Muito do crescimento do consumo de água nesta forma
deve-se ao fato da praticidade do consumo, facilidade na aquisição do produto e
uma grande parte da população demonstra possuir maios confiabilidade no consumo
da água neste formato, do que quando a mesma é proveniente do encanamento oriunda
de estações de tratamento.
Atualmente existem outras tipologias de águas envasadas,
como as águas adicionadas de sais, que não podem ser de extração subterrânea;
as águas saborizadas, denominadas no Brasil como preparado líquido aromatizado,
que podem ser produzidas com qualquer tipo de água potável, inclusive com as
águas minerais; água denominada soda, fiscalizada pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Com tamanha popularização do consumo de água nesta forma,
é crescente o número de empresas que comercializam e patenteiam águas envasadas
em suas diversas formas, no entanto vem sendo discutido a importância de uma
análise microbiológica, e quantificação de minerais, bem como o impacto
socioambiental das embalagens, de forma a garantir que este aumento não cause
impactos futuros e sejam melhor fiscalizados para não ter prejuízo ao
consumidor.
Fundamentos bromatológicos
No
Brasil, o termo água mineral acabou se tornando referência para designar
diferentes tipos de água envasada. A rigor, a expressão identifica a água
proveniente de aquíferos subterrâneos, a qual contém minerais, dentre outros,
cálcio, potássio e sulfato de sódio. A partir do momento em que a água é
envasada para consumo humano, o produto final para comercialização é
considerado, em termos legais, como alimento.
As
águas envasadas se apresentam em várias tipologias para consumo: gaseificada, bicarbonatada,
adicionada de sais, radioativada, e é
descrito que a adição de determinados sais confere determinada propriedade à
mesma, além do fator primordial que é a hidratação, por exemplo : adição de
Flúor na água como propriedade protetora dental. Por conta disso, faz-se
necessária uma fiscalização da quantidade de minerais e sais, controle de
qualidade microbiológica e controle da fonte de onde a mesma é proveniente.
Legislação
A Resolução RDC n° 274, de 22 de setembro de 2005 da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária, intitulada "REGULAMENTO
TÉCNICO PARA ÁGUAS ENVASADAS E GELO" ,
é a RDC na qual é baseada todo controle de águas envasadas. Esta
resolução traz uma breve apresentação e explicação dos termos :água mineral
natural, água natural e água adicionada de sais. A presente resolução também
exibe uma tabela explicativa com os diversos tipos de minerais e sais, e a
quantidade limite máxima que tais compostos podem ser encontrados nos envases.
A vigente resolução também
é acrescida de informações básicas da rotulagem dos envases. A rotulagem é de
grande importância ao consumidor, acredita-se que uma comunicação clara das
propriedades da água no rótulo poderia promover uma mudança no comportamento do
consumidor, que presumivelmente passaria a escolher o produto pela qualidade. A
Portaria n. 470/1999 (BRASIL, 1999), assinada pelo Ministro de Minas e Energia,
estabelece as características básicas dos rótulos das embalagens de águas
minerais que, desde o Código de Águas Minerais, são padronizados pelo DNPM (departamento
nacional de produção mineral).
Discussão
Durante a pesquisa de dados
podemos observar que mesmo uma determinada marca específica poderia apresentar
variação de rotulagem em um mesmo produto, no caso água mineral sem gás da marca Nestlé por exemplo. Esta diferença deve-se ao fato de que existe uma mudança na composição
química dependente da fonte de onde a água coletada é proveniente. Tais
diferenças não ocasionam problema, desde que a fonte e as características químicas
sejam devidamente rotuladas.
Aproximadamente metade das fontes
brasileiras capta água mineral de aquíferos de elevada vulnerabilidade à
contaminação, fazendo parte de fluxos rasos e de rápido tempo de trânsito no
aquífero, devido, principalmente, às características da água de baixos pH e
conteúdo de sais dissolvidos. A DNPM dispõe de uma média de 240 técnicos em todo o país para exercer a fiscalização das
fontes e aquíferos, a fim de garantir que a contaminação por determinado
mineral , não apresenta níveis alarmantes e se existe a possibilidade de
diminuir a quantidade do mesmo antes do envase, caso a contaminação já não
possa ser revertida , o órgão tem a responsabilidade de interditar o mesmo, e
fiscalizar novas fontes.
Podemos observar que no geral, os
diversos tipos de água envasadas apresentam como principal fator a propriedade de
hidratação e reposição de líquido, sendo bem aceita as águas saborizadas e com
gás. A maior preocupação fica por conta da fiscalização por parte dos órgãos responsáveis,
se as fontes das quais as águas são provenientes possuem qualidade e segurança
garantidas e embora muita das vezes tenham, tais órgãos não são capazes de
fiscalizar os envases após a venda. E o que ocorre é que muitas vezes adquirimos
produtos adulterados, provenientes muitas vezes de encanamentos, o que é um
problema grave pro consumidor, ao não saber a procedências do produto adquirido.
Referências Bibliográficas
- Resolução RDC nº 274, de 22 de setembro de 2005 , "REGULAMENTO TÉCNICO PARA ÁGUAS ENVASADAS E
GELO" . Acesso: http://portal.anvisa.gov.br/
- Agência de inteligência de Mercado Mintel , " Ascensão do mercado de águas envasadas". Aceso:http://brasil.mintel.com/blog/
- Tese Pós-Gradução , "O CAMPO DAS ÁGUAS ENVASADAS:
DETERMINANTES ,
POLÍTICAS PÚBLICAS,
CONSEQUÊNCIAS SOCIOAMBIENTAIS,
QUALIDADE DAS ÁGUAS E PERCEPÇÕES" . Josiane T. Matos de Queiroz , 2011 , UFMG ;Belo Horizonte.
Alunos
Amanda Soares de A. Dos Santos
Marcella Figueiredo
A questão da água é realmente muito importante, pois é de necessidade de todo ser humano. O controle microbiológico é essencial para evitar que o produto comercializado e amplamente consumido esteja veiculando microorganismos patogênicos e consequentemente oferecendo risco a uma grande parcela da população. Não é uma questão de aumentar os gastos da empresa com profissionais habilitados, maquinário e tempo para realização do controle de qualidade, trata-se de uma questão de sáude pública. No que compete a descrição no rótulo quanto aos minerais presentes, é importante que a informação seja verídica e que haja um controle contínuo por parte da empresa, uma vez que pode haver comprometimento da saúde de pacientes com problemas renais. A grande variedade de marcas no mercado que intitulam seus produtos como água mineral é imensa. Em um caso particular, no CCS mesmo, comprei uma água da marca "da Montanha" de aparência turva e gosto esquisito. Ao comentar com a dona do estabelecimento, ela mencionou ter entrado em contato com o fabricante, pois se tratava de um problema em diversas unidades de um mesmo lote e não houve recolhimento, nem troca, nem interesse por parte da empresa. É lamentável. Muito interessante o trabalho da dupla!
ResponderExcluirMaria Clara Canellas.
A questão da água é realmente muito importante, pois é de necessidade de todo ser humano. O controle microbiológico é essencial para evitar que o produto comercializado e amplamente consumido esteja veiculando microorganismos patogênicos e consequentemente oferecendo risco a uma grande parcela da população. Não é uma questão de aumentar os gastos da empresa com profissionais habilitados, maquinário e tempo para realização do controle de qualidade, trata-se de uma questão de sáude pública. No que compete a descrição no rótulo quanto aos minerais presentes, é importante que a informação seja verídica e que haja um controle contínuo por parte da empresa, uma vez que pode haver comprometimento da saúde de pacientes com problemas renais. A grande variedade de marcas no mercado que intitulam seus produtos como água mineral é imensa. Em um caso particular, no CCS mesmo, comprei uma água da marca "da Montanha" de aparência turva e gosto esquisito. Ao comentar com a dona do estabelecimento, ela mencionou ter entrado em contato com o fabricante, pois se tratava de um problema em diversas unidades de um mesmo lote e não houve recolhimento, nem troca, nem interesse por parte da empresa. É lamentável. Muito interessante o trabalho da dupla!
ResponderExcluirMaria Clara Canellas.
Quando falamos sobre a "água que bebemos" pensamos que só existe um tipo de água. E o público leigo acredita que a água que bebemos é água pura, 100%. E até engraçado quando lemos o rótulo das águas que compramos nos mercados e vemos componentes como arsênio, bário, boro, etc. E temos que saber a importância que é a ANVISA ter uma legislação muito bem definida quando o assunto é água e seus componentes. Mesmo que seja "só água", é importante sabermos a procedência da mesma e se o controle sobre os componentes e corpos estranhos é eficaz.
ResponderExcluirAgora mudando um pouco o foco: outro dia escutei uma pessoa dizer que a água da marca X tinha mais selênio na composição e por esse motivo aquela água tinha ação anti-oxidante. Fui pesquisar sobre o que a legislação diz sobre atribuir propriedades a este tipo de produto e vi que era proibido. Que bom, né? Imagina as propagandas de água na televisão dizendo que combate o câncer ou que rejuvenesce?
Quando falamos sobre a "água que bebemos" pensamos que só existe um tipo de água. E o público leigo acredita que a água que bebemos é água pura, 100%. E até engraçado quando lemos o rótulo das águas que compramos nos mercados e vemos componentes como arsênio, bário, boro, etc. E temos que saber a importância que é a ANVISA ter uma legislação muito bem definida quando o assunto é água e seus componentes. Mesmo que seja "só água", é importante sabermos a procedência da mesma e se o controle sobre os componentes e corpos estranhos é eficaz.
ResponderExcluirAgora mudando um pouco o foco: outro dia escutei uma pessoa dizer que a água da marca X tinha mais selênio na composição e por esse motivo aquela água tinha ação anti-oxidante. Fui pesquisar sobre o que a legislação diz sobre atribuir propriedades a este tipo de produto e vi que era proibido. Que bom, né? Imagina as propagandas de água na televisão dizendo que combate o câncer ou que rejuvenesce?
A qualidade microbiológica para água mineral natural é instituída pela RDC nº. 275, de 22 de setembro de 2005, que estabelece análise de indicadores como Coliformes totais e Escherichia coli. Essa resolução também diz que “as etapas as quais a água mineral natural deve ser submetida desde a captação até o armazenamento não pode produzir, desenvolver e/ou agregar substâncias físicas, químicas ou biológicas que coloquem em risco a saúde do consumidor e/ou alterem a composição original do produto”. Todo produto pode ter riscos, as legislações visam garantir que os riscos sejam mínimos, também é de conhecimento comum que o sistema de abastecimento de água no Brasil não disponibiliza água própria para o consumo, visto que por mais que o tratamento da água seja adequado, até chegar às residências a água passa por tubulações que não apresentam condições adequadas para manter a potabilidade. Dessa forma, antes do consumo de água envasada ou de torneira, deve ser levada em consideração: a região da residência, possíveis riscos que a água utilizada pode provocas, custos e conveniência, entre outros.
ResponderExcluirUm aspecto interessante a ser ressaltado é a influência que o regime econômico pode causar na qualidade dos produtos mais básicos como a água. O olhar empresarial sobre essa fonte de lucro por vezes leva o produtor a uma busca por preços cada vez mais baixos, e em certos casos, deixando de lado partes importantes do processo de purificação da água para o consumo, bem como a preservação das fontes e a utilização sustentável dos recursos naturais. Esses processos geram custos que normalmente ''desaguam'' no produto final: a garrafa de agua. Sendo assim, a regulação do Estado por meio da ANVISA torna-se de suma importância para garantir que o consumidor terá acesso a um produto dentro dos limites aceitáveis.
ResponderExcluirAlém da garantia de um produto saudável, a regulação exercida pela ANVISA deve também afastar ao máximo a incidência de externalidades para o meio ambiente. Por vezes, os altos custos dos processos de purificação da água não são apenas gerados pela retirada de componentes em excesso da água que será vendida. O Descarte apropriado desses resíduos também gera gastos para o produtor, que sem sombra de dúvida, não deixará de repassar esses gastos para o consumidor. A medida que os produtores querem tonar-se mais competitivos no mercado, evita-se ao máximo o aumento do preço do produto. A solução que muitas empresas encontram é simples: despejar seus resíduos em rios, lagos, mares. A observação que tenho a fazer é que esse tipo de prática também está repassando o custo do processo para o consumidor, que acabará sendo atingido, ainda que indiretamente, por perder cada vez mais sua parcela de meio ambiente natural. Sendo assim, a regulação da ANIVISA deve observar tanto o produto quanto os processos que permeiam sua produção, afim de que tenham um produto saudável e um processo ecologicamente sustentável.
Interessante tópico, principalmente frente a dois fatos-- as olimpíadas chegando e a notoriedade sobre a gratuidade da água em restaurantes
ResponderExcluirRefiro-me as olimpiadas pois é consenso entre turistas e viajantes evitar beber água de fontes duvidosas, optando sempre pela água engarrafada e lacrada, logo o rotulo se torna essencial para tal cliente, por deixá-lo mais confortável quanto a fonte da água. Ponto pra gente!
Trago a baila a questão dos restaurantes pois diante do fato, que não é novo, de que estes recintos são obrigados a providenciar agua para seus clientes gratuitamente , me pergunto se água que recebemos nesses estabelecimentos se qualifica assim como as aguas envasadas, acredito que em muito lugares são oferecidas verdadeiros caldos fermentativos de microorganismos que poderiam iniciar todo um novo mundo.
Mas qual seria a coisa a se fazer? reformular a lei e exigir que essa gratuita fosse disponibilizadaa na forma de agua envasada e rotulada?
Um aspecto interessante a ser ressaltado é a influência que o regime ecônomico pode causar na qualidade dos produtos mais básicos como a água. O olhar empresarial sobre essa fonte de lucro por vezes leva o produtor a uma busca por preços cada vez mais baixos, e em certos casos, deixando de lado partes importantes do processo de purificaçãO da água para o consumo, bem como a preservação das fontes e a utilizacão sustentavel dos recursos naturais. Esses processos geram custos que normalmente ''desaguam'' no produto final: a garrafa de agua. Sendo assim, a regulação do Estado por meio da ANVISA torna-se de suma importancia para garantir que o consumidor terá acesso a um produto dentro dos limites aceitáveis.
ResponderExcluirAlém da garantia de um produto saudável, a regulação exercida pela ANVISA deve também afastar ao máximo a incidência de externalidades para o meio ambiente. Por vezes, os altos custos dos processos de purificação da águá não são apenas gerados pelo retirada de componentes em excesso da aguá que será vendida.O Descarte apropriado desses resíduos também gera gastos para o produtor, que sem sombra de dúvida, não deixará de repassar esses gastos para o consumidor. A medida que os produtores querem tonar-se mais competitivos no mercado, evita-se ao máximo o aumento do preço do produto. A solução que muitas empresas encontram é simples: despejar seus resíduos em rios, lagos, mares. A observação que tenho a fazer é que esse tipo de prática também está repassando o custo do processo para o consumidor, que acabará sendo atingido, ainda que indiretamente, por perder cada vez mais sua parcela de meio ambiente natural. Sendo assim, a regulação da ANIVISA deve observar tanto o produto quanto os processos que permeiam sua produção, afim de que tenham um produto saudável e um processo ecologicamente sustentável.
Realmente, não era de meu conhecimento que existia mais de um tipo de água envasada. Isto é uma informação importante, visto que tendemos a confiar cegamente em águas envasadas e lacradas como sendo as fontes mais seguras para se obter água potável. A facilidade de contaminação dos aquíferos em que empresas de água coletam o produto também é um ponto crítico, visto que, caso não haja um controle de qualidade eficiente, isto pode colocar em risco a saúde da população. Também é essencial que haja uma veracidade e fidelidade das informações contidas no rótulo para com o verdadeiro conteúdo da água comercializada, para que a população esteja ciente das características do produto que se está consumindo.
ResponderExcluirSem cor, sem odor, sem sabor. Essas são as características da água pura,
ResponderExcluirque as crianças aprendem no ensino básico. Mas não é essa a água que nós
temos contato no dia a dia e é sempre bom elucidar essa questão. A água que
todos conhecemos contém minerais, que dão a ela as características sensoriais
que a nós são familiares. A água é o insumo primordial e existem diversos
tipos de água, de diversas marcas,cada uma preparada e envasada de uma
forma diferente, com propriedades diferentes.
Sem cor, sem odor, sem sabor. Essas são as características da água pura,
ResponderExcluirque as crianças aprendem no ensino básico. Mas não é essa a água que nós
temos contato no dia a dia e é sempre bom elucidar essa questão. A água que
todos conhecemos contém minerais, que dão a ela as características sensoriais
que a nós são familiares. A água é o insumo primordial e existem diversos
tipos de água, de diversas marcas,cada uma preparada e envasada de uma
forma diferente, com propriedades diferentes.