Embora não possuam
conservantes e nem açúcar, mas tenha leite adicionado, as papinhas
industrializadas possuem menos nutrientes, menos diversidade de sabores e
textura e são mais doces que as caseiras, ou seja, não são consideradas como um
alimento completo. Não é adequado chamar a papinha caseira de “salgada” porque
não há adição de sal, e sim do que naturalmente contém os alimentos, e nem de
“doce”, porque não há adição de açúcar, assim como a industrializada.
As crianças com dieta de
aleitamento materno devem receber a papa com legumes, cereais, hortaliças e
carne, sem adição de sal, açúcar e gorduras saturadas. E a partir dos seis
meses já pode se alimentar com papas de frutas, sempre com orientação
pediátrica.
A diferença que ocorre
entre as papinhas industrializadas e as caseiras é que estas possuem sabor e
consistência mais adequados, suprindo a necessidade da criança passar a
discriminar sabores e desenvolver a mastigação com alimentos com mais pedaços,
passando a aceitar a comida da família, respeitando os hábitos regionais, que
podem se diferenciar do padrão imposto pelas papas industrializadas.
As versões doces ou
salgadas dificultam a diferenciação do sabor peculiar de cada ingrediente.
Existem diversas dúvidas sobre o fato das papinhas industrializadas serem
saudáveis, pois se consumidas rotineiramente, podem prejudicar a educação
nutricional, pois o hábito alimentar é moldado na infância, permanecendo na
adolescência e na vida adulta, além do fato de que os alimentos
industrializados são bastante extremistas, pois ora eles são muito doces ou
demasiadamente salgados. Esse hábito, quando bem formado, é crucial para
prevenir o surgimento de doenças, como diabetes, aterosclerose e osteoporose.
Então, conclui-se que as papinhas industrializadas podem contribuir para o
aumento do risco do desenvolvimento de doenças associadas à má alimentação, até
porque quando se abusa de alimentos com muitos compostos químicos, as crianças
correm riscos de desenvolverem alergias graves porque seu sistema imune ainda
está sendo desenvolvido.
Outro fator que dificulta
o desenvolvimento da boa alimentação é a falta de diferenciação do sabor
peculiar de um ingrediente específico da papinha, que é composta por vários
desses, evitando a distinção dos sabores azedo, amargo, doce, salgado e umami.
Além disso, a partir dos oito meses, os bebês já são capazes de mastigar
pequenos pedaços de alimentos, fortalecendo a dentição, a fala e aliviando a
coceira na gengiva graças ao nascimento de dentes. Mas as papinhas são
geralmente cremosas ou pastosas, contribuindo para a resistência da criança
quando chegar a um ano de se alimentar com as preparações da família. As
papinhas possuem geralmente pouca diversidade de aroma e coloração, o que
prejudica o prazer da criança em se alimentar, pois as características
sensoriais contribuem para tal.
Os alimentos de transição
são os industrializados para uso direto ou empregado em preparado caseiro que
são usados para complementar o leite materno ou modificado introduzido na
alimentação de lactentes para promover uma adaptação progressiva aos alimentos
comuns, tornando a alimentação da criança balanceada e adequada às suas
necessidades, respeitando a sua maturidade fisiológica e seu desenvolvimento
neuropsicomotor. Esses alimentos são processados e conservados por meios
físicos, podendo ser classificados quanto à forma de apresentação e tamanho das
partículas. As papinhas se encaixam em uma dessas classificações, junto às
sopinhas e aos purês.
Elas podem ser
apresentadas prontas para o consumo ou desidratadas. A primeira apresentação
não requer reconstituição para seu consumo, já os alimentos desidratados
precisam da reconstituição para seu consumo, que é o caso das papinhas. Quanto
ao aspecto e ao tamanho das partículas, o alimento se apresenta de três formas:
homogêneo e de aspecto uniforme (não requer mastigação), com pedaços e de
aspecto particulados (estímulo à mastigação), e sopinhas, purês e papinhas
desidratados. Após a reconstituição com água ou com outro líquido adequado, as
papinhas devem apresentar aspecto e tamanho de partículas semelhantes aos dos
produtos prontos para consumo.
As papinhas também podem
estar inclusas nos alimentos líquidos à base e suco de frutas, que não precisam
de reconstituição, são isentos de partículas e deve-se apresentar quando se
tratar de sobremesa.
Sobre as características
de composição e qualidade, as papinhas devem ter até 12% de matéria sólida, pH
de no máximo 7,0, 250 mg/kg de nitrato expresso em íon NO3-, no máximo, umidade
máxima de 8% e mesma condição do íon nitrato para as papinhas desidratadas.
Todo material de embalagem em contato de direto com o alimento deve ser seguro
e apropriado ao uso a que se destina, sendo que a migração de substâncias
indesejáveis deve obedecer aos limites estabelecidos pela legislação
específica. Todos os produtos devem ser elaborados de tal maneira que as perdas
do valor nutritivo sejam mínimas, especialmente na qualidade das proteínas. Os
alimentos de transição para lactentes ou crianças de primeira infância não
podem sofrer o processo de irradiação de conservação.
No rótulo dos alimentos
de transição devem constar a lista completa de ingredientes em ordem
decrescente de proporção e, se for de alimento consumido após a adição de
líquido, deve constar os ingredientes na proporção após o preparo, sem contar
os que fizerem parte dos líquidos adicionados; alerta sobre a presença de
espinafre e/ou de beterraba, pois não pode ser consumido por bebês menores de
três meses de idade; instruções de preparo e uso, além de armazenamento e
conservação antes e após abrir a embalagem. Sobre as proibições na rotulagem,
não pode haver ilustrações e/ou fotos de bebês, pois irá sugerir a utilização
do produto como ideal para alimentação do lactente (criança que amamenta), e
nem pode existir frases que possam pôr em dúvida a capacidade das mães de
amamentarem seus filhos. Podem existir motivos decorativos no rótulo, desde que
não induzam à substituição ao leite materno.
É permitida a utilização
de aditivos e coadjuvantes de tecnologia conforme legislação específica.
Apesar dos pesares, é
ideal recorrer à papinha quando algumas situações requerem praticidade e
rapidez, como em viagens de longa distância, pois a papinha caseira pode
estragar, e a falta de tempo para preparação de refeições. Mas não se deve
tornar a ingestão de papinha um hábito muito frequente. Os pais ou criadores
dos bebês devem aproveitar o período da primeira infância para ceder bons
ensinamentos à sua alimentação para que ele seja saudável por toda a vida.
BRASIL. Ministério da
Saúde. Portaria Nº 34, de 13 de janeiro de 1998. Aprova o Regulamento Técnico referente a Alimentos de Transição para
Lactentes e Crianças de Primeira Infância, constante do anexo desta Portaria.
Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 16 jan. 1998. p. 2-7.
FELDMAN, P. Conservantes Escondidos nas Papinhas de
Bebê? Disponível em: <http://pat.feldman.com.br/a-verdade-escondida-atras-dos-rotulos/>.
Acesso em: 18 jul. 2015.
JEREISSATI, I. Papinhas industrializadas afetam a educação
nutricional do bebê. Disponível em: <https://comunidadespsp.wordpress.com/2014/02/14/papinha-pronta-versus-papinha-caseira/>.
Acesso em: 18 jul. 2015.
SOCIEDADE SPSP. Papinha pronta versus papinha caseira.
Disponível em: <http://www.minhavida.com.br/familia/materias/17421-papinhas-industrializadas-afetam-a-educacao-nutricional-do-bebe>.
Acesso em: 18 jul. 2015.
André Athayde de
Figueiredo Freire – DRE: 110.130.248
Jéssica Alves Rodrigues –
DRE: 111.026.882
Não podemos negar que há uma praticidade muito grande nas papinhas industrializadas. Os pais das crianças não perdem tempo fazendo o alimento e se preocupam menos com o armazenamento. Mas existe quem condene a prática, alegando que a quantidade de conservantes e outros ingredientes "não naturais" é grande demais para uma criança pequena. Mas, se analisarmos, na verdade, as papinhas industrializadas são tão nutritivas quanto as caseiras. O processamento industrial ajuda a conservar os nutrientes das papinhas devido à esterilização em alta temperatura e ao fechamento a vácuo. No entanto, é importante saber que a biodisponibilidade das vitaminas e dos minerais de um alimento in natura é sempre melhor. Em outras palavras, as substâncias do bem são mais bem aproveitadas pelo organismo. Portanto, se sobrar um tempinho, é melhor preparar a refeição em casa.
ResponderExcluirAlguns nutricionistas explicam que existe um rígido controle dos processos de preparo, dos ingredientes e sua origem, além de terem profissionais especializados no desenvolvimento de uma composição equilibrada das papinhas industrializadas, e assim, vale a pena facilitar quando não é possível preparar. E ainda, que a mistura de alimentos nas papas industrializadas não dá à criança a chance de conhecer alimentos e paladares diferentes.
ResponderExcluirPorém, apesar do seu uso não ser totalmente condenado, ainda há profissionais que alegam que não é recomendado o uso regular e continuo de papinhas industrializadas, que devem ter uso de forma esporádica e não como substituta da comida caseira. E que esta deve ser utilizada até aproximadamente os 10 meses, a partir daí, a criança já deve receber a mesma alimentação que o resto da família
A inserção de alimentos processados na dieta de infantos pode vir a se tornar um problema de educação alimentar mais pra frente pois nessa faixa etária do desenvolvimento é onde a criança aprende muito por associação, podendo no futuro termos jovens e adultos que farão escolhas de alimentos processados em detrimento dos naturais. O outro lado da moeda cita a forma com que essas papinhas são práticas. Cabe os pais saberem equilibrar a alimentação dos filhos pensando em tais doenças crônicas bem frequentes como diabetes, sabendo associar o aparecimento delas com a educação alimentar desde os primeiros anos de vida. No mais, o trabalho apresentado cita muito bem esses riscos e faz uma avaliação bromatológica excelente.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA passagem do leite materno para comidas solidas e semi-solidas é uma etapa fundamental no desenvolvimento da criança, e quando se trata da alimentação alguns cuidados devem ser tomados.
ResponderExcluirÉ interessante frisar como algumas vantagens das papinhas caseiras o ingrediente exato que esta sendo usado para o preparo, bem como seu estado de conservação. Além disso, as diferentes texturas e cores associadas as papinhas caseiras trabalham outros sentidos das crianças, como a visão e o paladar, onde o sabor de cada alimento é enfatizado.
O conhecimento desses beneficios são importante para os pais, ja que em um dia a dia corrido e com as fortes propagandas de papinhas industrializadas, seu uso se tornou cada vez mais frequente. Desta forma, a papinha industrializada deve ser usada em casos de extrema necessidade, não substituindo a papinha caseira.
A OMS recomenda que o leite materno seja o único alimento do bebê desde o primeiro dia de vida até os 6 meses de idade. Após essa idade o bebê começa a se alimentar com alimentos sólidos e semi-sólidos (não sendo mais recomendado por nutricionistas e pediatras o uso de papinhas líquidas). A grande dúvida é se o uso de papinhas industrializadas fazem mal, e se apenas as papinhas caseiras são saudáveis para o bebê.
ResponderExcluirA verdade é que o uso de papinhas industrializadas facilitam muito a vida de mães e pais, mas as papinhas caseiras são muito mais saudáveis e apresentam valor nutricional elevado em relação às industrializadas.
Como foi dito anteriormente, a papinha industrializada é mais prática, e a vida moderna exige mesmo uma maior praticidade. Sendo assim, uma solução é utilizar papinhas caseiras congeladas, e geralmente o prazo de validade, se forem congeladas de maneira correta, é de 3 meses.
O uso de papinhas industrializadas, se não for uma prática frequente, não fará mal a criança, todavia é importante ler o rótulo antes de comprar e se certificar que a quantidade de sal e açúcar presentes seja baixa ou então nula, que é o preferível, já que o sal só é recomendado para crianças maiores de um ano e o açúcar para maiores de dois anos. Normalmente o primeiro alimento citado na lista de ingredientes no rótulo dos produtos é o que está presente em maior quantidade.
Vale reafirmar o comentário do autor sobre a influência que a introdução alimentar terá na vida do bebê. É nessa fase que o bebê começa a desenvolver seus hábitos alimentares, e a falta de textura e sabor das papinhas industrializadas pode atrapalhar esse desenvolvimento. Além de estudos apontarem a influência que a má alimentação na primeira infância tem na vida adulta, podendo aumentar o risco de doenças cardiovasculares e diabetes, por exemplo.
Concluindo, o uso de papinhas industrializadas pode ser feito desde que não seja de uso frequente e sempre atentando no rótulo do produto. E sem sombra de dúvidas, a papinha caseira tem valor nutricional e benefícios extremamente maiores para o bebê, sendo sempre preferível que esta seja utilizada.
Nome: Juliana Freire de Lima
DRE: 110180104
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ResponderExcluirOs desafios na vida dos pais se tornam ainda mais intensos quando a criança está em seu primeiro semestre de vida👶, quando devido à fragilidade do organismo e do corpo do bebê como um todo demandam cuidados mais minuciosos😉, principalmente no que diz respeito à alimentação nessa fase🍌🍓🍎🍐.
geralmente esse tipo de alimento para bebê possui um custo elevado😒 visto que é de consumo diário, é aconselhável que os próprios pais desenvolvam as próprias papinhas😍, economizando no orçamento familiar e dosando com precisão os nutrientes😊...
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