Mencionado na Bíblia e no Alcorão, o mel era valorizado na antiguidade por suas propriedades medicinais e por ser praticamente a única fonte de açúcar disponível. Levemente ácido, o mel contém cerca de 18% água, possui propriedades anti-sépticas e é usado no tratamento de queimaduras e ferimentos. Muitas mães, na tentativa de evitar o consumo de açúcar de cana por seus bebês, optam por escolhas tidas como mais saudáveis para adoçar os sucos ou chás. Apesar de seus benefícios a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda que crianças com menos de um ano de idade não consumam mel.
Crianças menores de um ano não apresentam a flora intestinal completamente formada e por isso estão mais vulneráveis a toxina liberada pelo bacilo.
O botulismo ocorre quando há a ingestão de esporos presentes no alimento, seguida da fixação e multiplicação do agente no ambiente intestinal, onde ocorre a produção e absorção da toxina. A ausência da microbiota de proteção permite a germinação de esporos e a produção de toxina na luz intestinal. Essa transmissão ocorre com maior freqüência em crianças com idade entre 3 e 26 semanas – motivo pelo qual foi inicialmente denominado botulismo infantil (Guia de vigilância epidemiológica, 2005).
Tabela 1- Composição nutricional do mel(100g)
O consumo de mel de abelhas é altamente benéfico para o nosso organismo e a nossa saúde, pois está provado que o mel é uma grande fonte de energia, estimula a formação de glóbulos vermelhos porque possui ácido fólico, ajudando, também, a incrementar a produção de anticorpos.
É antiséptico, antibiótico, conservante e adoçante natural. Se consumirmos regularmente mel de abelhas, estaremos enriquecendo a nossa alimentação, já que, tendo um efeito emoliente, auxiliará a digestão, fortalecerá o tórax, o sistema nervoso e os pulmões.
Contém as vitaminas B, C, D e E, além de minerais, água e enzimas.
Conclusão
Existe uma preocupação das autoridades epidemiológicas em relação a essa doença, porque, apesar de rara por causas das técnicas de higiene e da utilização das boas práticas de fabricação, ainda existe uma pequena parcela de surtos no país. Em função disto, o melhor a fazer é conscientizar o consumidor e as mães dos riscos que certos alimentos, como o mel, podem trazer às suas famílias e principalmente aos bebês.
Bibliografia
• ENCICLOPÉDIA BARSA, Mel, , Encyclopaedia Britannica Publicações LTDA. Rio de Janeiro, 1998
"O consumo de mel de abelhas é altamente benéfico para o nosso organismo e a nossa saúde, pois está provado que o mel é uma grande fonte de energia, estimula a formação de glóbulos vermelhos porque possui ácido fólico,"
ResponderExcluirEngraçado, na tabela de composição do mel que você colocou não tem ácido fólico.
Tradicionalmente o mel é dado para crianças pelos seus pais como um remédio para problemas respiratórios como tosse e näo somente como um alimento nutritivo Honey for acute cough in children.Oduwole O, Meremikwu MM, Oyo-Ita A, Udoh EE.Cochrane Database Syst Rev. 2010. É muito importante a questäo do botulismo uma vez que segundo a ANVISA, estudos realizados em 2007 dizem que 16% do mel brasileiro poderia estar contaminado com Clostridium. É importante salientar que o mel tem um alto conteúdo de açúcar e baixa atividade de água, o esporo não tem condições de germinar e, portanto, não há produção de toxina, responsável pela doença. Contudo, como abordado no artigo postado, a ANVISA preconiza que crianças menores de um ano säo susceptíveis â esporulaçäo do clostridium no intestino e consequente produçäo da toxina patogênica. (http://www.anvisa.gov.br/alimentos
ResponderExcluir/informes/37_280708.htm)
Desta forma, deveria haver maiores informaçöes, alertas â populaçäo sobre este alimento sobre o fato de näo alimentar crianças susceptíveis, pois segundo a ANVISA: a incidência e a distribuição real não são precisas porque os profissionais de saúde em poucas ocasiões suspeitam de botulismo. Ele pode ser responsável por 5% dos casos de morte súbita em lactentes.
O importante é a concientização das mães realmente, já que o controle da contaminação é dificultado, sendo minimizado por várias etapas no processo de produção e ainda assim com risco de contaminação(Manual de Segurança e Qualidade para Apicultura, 2009). Os esporos também são de fácil contaminação podendo ser provenientes do solo e de larvas mortas de abelhas (APIS, 1987).
ResponderExcluirEu acredito que seria importante utilizar outras fontes científicas para esse trabalho.
ResponderExcluirNão me parece que a enciclopédia Barsa seja uma fonte muito atualizada. ainda mais a de 1998.
Acho que poderia também escolher um produto específico.. E não o mel em si...
De modo a analisar a composição do produto... E os riscos toxicológicos dos componentes que podem ter sido adicionados durante o processo de industrialização do produto.
Fazer um paralelo entre a composição do mel puro... e a de algum mel industrializado
Gabriela, nem tudo que faz parte da composição do mel está na tabela. Uma vez que essa tabela não foi feita por mim. O mel também possui água e não está na tabela.
ResponderExcluirEu acredito que deve-se ter uma preocaução maior das mães em relação aos seus filhos no quesito dos alimentos a serem ingeridos. O mel possui uma alta quantidade de áçucar, assim não podendo ser ingerido por uma criança diabética. E em relação ao botulismo intestinal, a ANVISA e outros órgãos deviam esclarer a população dos riscos toxicológicos do mel.
ResponderExcluirProcurei no USDA e não achei.
ResponderExcluirhttp://reedir.arsnet.usda.gov/codesearchwebapp/(kcxoyl45kj252m450norkn2r)/measures.aspx?id=91302010
Vale ressaltar que, segundo (Mendes, 2008), o mel in natura é contaminado por falta de boas práticas de fabricação, pois durante o processo de centrifugação nem todas as impurezas são retiradas do mel, as quais são adquiridas durante a colheita. Outro fato é que na purificação do mel não há nenhum tratamento por calor, frio ou processos químicos para esterilização, dificultando a retirada de toxinas como a do Clostridium botulinum.
ResponderExcluirAlém de apresentar um risco para crianças menores de um ano, conforme já discutido anteriormente, o mel contaminado por esporos de C. botulinum pode estar associado a uma categoria de botulismo não-determinada em adultos. Esta envolve os casos onde o alimento ingerido ou a injúria ao tecido não podem ser identificados.
ResponderExcluirRelatos na literatura sugerem a existência dessa forma de botulismo em adultos, similar ao botulismo infantil, mas ocorrendo em pacientes que submetidos a procedimento cirúrgico do trato gastrointestinal e/ou antibioticoterapia. É proposto que esses procedimentos alterariam a flora intestinal, permitindo a colonização do trato intestinal pelo C. botulinum.
As boas técnicas de fabricação são essenciais para evitar este tipo de contaminação, como frisado pela Patrícia.
Fonte: Foodborne Pathogenic Microorganisms and Natural Toxins Handbook
Clostridium botulinum, FDA (21/09/2009)
Um fato interessanete são as autoridades não terem um controle da produção de mel. Inclusive uma das formas de prevenção do botulismo é a adição de antibióticos no mel, podendo levar a resistência de muitas bactérias. E as incansáveis adulterações do mel? Incluido a adição de xarope de glicose ou açúcar caramelizado? Ambos com altas taxas de HMF, hidroximetilfurfural. Tal composto quando oxidado gera aldeídos- segundo Novaes et al., 1974; Potter, 1980; Piggott et al., 1989- e estes podem levar sérios problemas relacionados
ResponderExcluircom sistema nervoso central (Cardoso, 1998).
Assim como o mel a ANVISA não consegue controlar tudo, cabe a nós lutarmos por uma melhor fiscalização e análises dos produtos alimentícios( muitas vezes usados com fins medicamentosos).
Durante o controle de qualidade da produção de mel diversos parametros devem ser verificados como: presença de açucares redutores, percentual de umidade, sacarose aparente, sólidos insoluveis em água, cinzas, acidez, atividade diastasica e quantidade de hidroximetilfurfural conforme especificado pela Portaria Nº 6, DE 25 DE JULHO DE 1985 que Aprova as Normas Higiênico-Sanitárias e Tecnológicas para Mel, Cera de Abelhas e Derivados.
ResponderExcluirComo veem nada é mencionado sobre testes de presença de esporos de Clostridium botulinum durante o processo de controle de qualidade do mel produzido nom Brasil apesar dos dado alarmante mencionado acima. Portanto será que alertar é o suficiente? Acredito que a obrigatoriedade de realização de tecnicas simples como de semeadura direta e centrifugação (Kuplulu,2006) para analise da presença do esporo reduziria os casos de intoxicação.
Há duas questões que gostaria de comentar. Primeiro queria ressaltar que a patogenia do botulismo se dá pela ação da toxina botulínica produzida pela bactérica Clostridium botulinum e não necessariamente pela presença do microrganismo. Assim, no trabalho, há uma passagem pouco clara:" Resultados de pesquisas apontam que 7% das 100 amostras de mel comercializadas por ambulantes, mercados e feiras livres, em seis estados brasileiros, estavam contaminados com o bacilo". O texto não especifica se a contaminação se deve à presença da forma vegetativa ou do esporo da bactérica Clostridium botulinum.
ResponderExcluirOs esporos são estruturas de resistência bacteriana, formadas sob condições de "stresse" e são incapazes de produzir a toxina botulínica. Assim, a ingestão de alimentos contaminados com esporos só levará ao quadro de botulismo se os mesmos germinarem dando a origem à forma vegetativa no intestino ( forma esta capaz de produzir a toxina). Por outro lado, a presença da forma vegetativa em alimentos é indicativo da presença da toxina, que por si só, pode levar à intoxicação.
No caso do mel, segundo o "Informe Técnico n°37, de 28 de julho de 2008" da ANVISA,as altas concentrações de açúcar e a baixa atividade de água no mel impedem a germinação dos esporos ali presentes, com isso, concluimos que a contaminação acima citada, refere-se à presença de esporos que dependerão de uma posterior germinação para serem patogênicos. Daí o motivo do perigo do consumo de mel por crianças entre 2 a 26 semanas e por adultos com problemas que alterem sua flora intestinal ( como cirurgias intestinais, doença de Crohn, uso prolongado de antibióticos ).
Por fim há um outro trecho confuso do trabalho :"Crianças menores de um ano não apresentam a flora intestinal completamente formada e por isso estão mais vulneráveis a toxina liberada pelo bacilo" . O uso das palavras "vulneráveis à toxina" torna a frase equivocada, pois a não formação da flora intestinal das crianças facilita a proliferação do Clostridium botulinum , tornando-as mais vulneráveis ao crescimento do agente etiológico e ao desenvolvimento da doença, mas não especificamente mais vulneráveis à toxina. A vulnerabilidade à toxina está relacionada com a dose capaz de causar determinado efeito.
O sistema APPCC, Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle foi desenvolvido para garantir a produção de alimentos seguros à saúde do consumidor, onde a mesma é amparada pelas Boas Práticas de Fabricação e a Resolução RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002 sobre Procedimentos Padrões de Higiene Operacional. Esses pré-requisitos identificam os perigos potenciais à segurança do alimento desde a obtenção das matérias-primas até o consumo, estabelecendo em determinadas etapas (Pontos Críticos de Controle), medidas de controle e monitorização que garantam, ao final do processo, a obtenção de um alimento seguro e com qualidade.
ResponderExcluirSendo um dos pontos contemplados pelas Boas Práticas de Fabricação, a higiene pessoal e a sanificação dos processos, passam a ser exigências mínimas para que um determinado produto alimentício seja de possível comercialização. Sendo assim, permite-se que seja comercializado.
Para produtos que não seguem as normas de BPF, ou seja, que não atendem os requisitos mínimos de processamento de alimentos, os mesmos ficam a mercê de DTA’s (Doenças Transmitidas pelos Alimentos), e que além da contaminação do próprio Clostridium botulinum, podem também ser citados, Escherichia coli, onde esse além de se apresentar como um patógeno, ainda se apresenta como um indicador problemático da higienização pessoal, no qual o não cumprimento da BPF e da RDC nº 275, nos aspectos de higienização pessoal favorece a proliferação deste patógeno; Staphylococcus aureus, a disseminação deste se deve ao contato direto ou indireto ,de principalmente, fragmentos do trato respiratório e pela falta de comportamento adequado do manipulador; e Salmonella spp, esta é encontrado no trato gastrointestinal de animais em geral (mamíferos, aves e répteis).
Tendo em vista tais argumentos, pode-se acrescentar que o mel não deve ser ingerido por neonatos e nem para indivíduos adultos. O mel que é comprado de vendedores de escala artesanal, nos quais não sofrem inspeções da Vigilância Sanitária (VISA), não deveriam ser comprados para o uso como forma de alimento, pois a partir de todos os empecilhos gerados antes, durante e após o processamento do mesmo, podem torná-lo inadequado para o uso como alimento.
Há dois pontos que gostaria de comentar. Primeiro queria ressaltar que a patogenia do botulismo se dá pela ação da toxina botulínica produzida pela bactérica Clostridium botulinum e não necessariamente pela presença do microrganismo. No trabalho há a seguinte frase:" Resultados de pesquisas apontam que 7% das 100 amostras de mel comercializadas por ambulantes, mercados e feiras livres, em seis estados brasileiros, estavam contaminados com o bacilo". O texto não especifica se a contaminação se deve à presença da forma vegetativa ou do esporo da bactérica Clostridium botulinum.
ResponderExcluirOs esporos são estruturas de resistência bacteriana, formadas sob condições de stresse e são incapazes de produzir a toxina botulínica. Assim, a ingestão de alimentos contaminados com esporos só levará ao quadro de botulismo se os mesmos germinarem dando a origem à forma vegetativa no intestino (forma capaz de produzir a toxina). A presença da forma vegetativa em alimentos pode ser indício da presença da toxina, que por si só, pode levar a intoxicação.
No caso do mel, segundo o "Informe Técnico n°37, de 28 de julho de 2008",as altas concentrações de açúcar e a baixa atividade de água no mel impedem a germinação dos esporos ali presentes, com isso, concluimos que a contaminação acima citada, refere-se à presença de esporos que dependerão de uma posterior germinação para serem patogênicos. Daí o motivo do perigo do consumo de mel por crianças entre 2 a 26 semanas e por adultos com problemas que alterem sua flora intestinal ( como cirurgias intestinais, doença de Crohn, uso prolongado de antibióticos ).
Por fim, outro trecho confuso do trabalho foi o seguinte :"Crianças menores de um ano não apresentam a flora intestinal completamente formada e por isso estão mais vulneráveis a toxina liberada pelo bacilo" . O uso das palavras "vulneráveis à toxina" torna a frase equivocada, pois a não formação da flora intestinal das crianças facilita a proliferação do Clostridium botulinum , tornando-as mais vulneráveis ao crescimento do agente etiológico e ao desenvolvimento da doença, mas não especificamente mais vulneráveis à toxina. A vulnerabilidade à toxina está relacionada com a dose capaz de causar determinado efeito.
Há dois pontos que gostaria de comentar. Primeiro queria ressaltar que a patogenia do botulismo se dá pela ação da toxina botulínica produzida pela bactérica Clostridium botulinum e não necessariamente pela presença do microrganismo. No trabalho há a seguinte frase:" Resultados de pesquisas apontam que 7% das 100 amostras de mel comercializadas por ambulantes, mercados e feiras livres, em seis estados brasileiros, estavam contaminados com o bacilo". O texto não especifica se a contaminação se deve à presença da forma vegetativa ou do esporo da bactérica Clostridium botulinum.
ResponderExcluirOs esporos são estruturas de resistência bacteriana, formadas sob condições de stresse e são incapazes de produzir a toxina botulínica. Assim, a ingestão de alimentos contaminados com esporos só levará ao quadro de botulismo se os mesmos germinarem dando a origem à forma vegetativa no intestino (forma capaz de produzir a toxina). A presença da forma vegetativa em alimentos pode ser indício da presença da toxina, que por si só, pode levar a intoxicação.
No caso do mel, segundo o "Informe Técnico n°37, de 28 de julho de 2008",as altas concentrações de açúcar e a baixa atividade de água no mel impedem a germinação dos esporos ali presentes, com isso, concluimos que a contaminação acima citada, refere-se à presença de esporos que dependerão de uma posterior germinação para serem patogênicos. Daí o motivo do perigo do consumo de mel por crianças entre 2 a 26 semanas e por adultos com problemas que alterem sua flora intestinal ( como cirurgias intestinais, doença de Crohn, uso prolongado de antibióticos ).
Por fim, outro trecho confuso do trabalho foi o seguinte :"Crianças menores de um ano não apresentam a flora intestinal completamente formada e por isso estão mais vulneráveis a toxina liberada pelo bacilo" . O uso das palavras "vulneráveis à toxina" torna a frase equivocada, pois a não formação da flora intestinal das crianças facilita a proliferação do Clostridium botulinum , tornando-as mais vulneráveis ao crescimento do agente etiológico e ao desenvolvimento da doença, mas não especificamente mais vulneráveis à toxina. A vulnerabilidade à toxina está relacionada com a dose capaz de causar determinado efeito.
Acredito que algumas informações mais específicas ficaram faltando:
ResponderExcluirO botulismo humano é causado por C. botulinum que produz as toxinas A, B, E e F. As toxinas C e D tem sido associadas ao botulismo em espécies não-humanas.
São vários os tipos de botulismo e o mencionado neste trabalho é o botulismo infantil. Em muitos casos a causa é desconhecida, mas em 15% parece estar associada a ingesta de mel. Como já mencionado no trabalho, o problema da ingestão do mel contaminado em crianças com menos de 1 ano e, principalmente, nos 6 primeiros meses, é que o trato intestinal infantil não tem a proteção da flora bacteriana de um adulto e dos ácidos biliares inibidores do Clostridium.
De acordo com a ANVISA em pesquisas feitas em 2007, 16% do mel brasileiro poderia estar contaminado com Clostridium botulinum. Em 2008, a instrução normativa 37 foi divulgada alertando a importância de não incluir mel na dieta de lactentes com menos de 1 ano. Entretanto, minha preocupação é que qualquer indivíduo que esteja com a microbiota intestinal alterada também poderá sofrer botulismo, não somente crianças com menos de 1 ano. E com 2 e com 3 anos? Será que a microbiota já está bem formada? E crianças que fazem o uso de antibióticos? E, extrapolando, indivíduos imunossuprimidos que usam antibióticos? São tantos os casos que podem ser citados...
Acredito que essa preocupação deva existir, afinal, a toxina botulínica é uma das mais potentes até hoje conhecidas.
Estudos usando modelos animais demonstraram que a quantidade de esporos necessária para infectar camundongos “infantis” é muito pequena (cerca de 700 esporos) e é inferior a quantidade necessária para infectar camundongos adultos tratados com antibióticos (Midura, 1996). Em um experimento realizado, a quantidade infectante chegou a ser apenas 10 esporos (Sugiyama e Mills, 1978).
A ANVISA alertou para o não uso de mel, mas minha outra preocupação é com os inúmeros produtos que tem em sua composição mel e são administrados também em crianças. Um exemplo é o xarope de própolis, que tem como base o que? Exatamente! O mel!!! Como os trabalhos acima indicam, são necessários poucos esporos para causar a infecção... E a administração continuada de um xarope a base de mel contaminado em uma criança, mesmo que seja com 2 ou 3 anos, pode ser uma fonte de riscos.
Embora seja letal, o botulismo infantil é raro. O Ministério da Saúde na Portaria 5 de 2006, deixa estabelecido que o botulismo é uma doença de notificação compulsória, levando em conta sua gravidade. As suspeitas também devem sofrer rápida investigação.
Embora preocupante, a ANVISA através de um levantamento divulgado em 2008 declarou não haver qualquer notificação de caso confirmado da doença no Brasil até aquele momento. Mesmo assim, acho que as autoridades deveriam se preocupar mais com a fiscalização.
Uma curiosidade que encontrei foi que o botulismo infantil já foi observado em todos os continentes, exceto África, onde só foram encontradas as toxinas C e D, responsáveis por botulismo em bovinos. Será que lá as crianças tem mel???
O trabalho e os comentários debateram muito o produto como um probiótico. Gostaria de chamar atenção para as fibras presentes nesse alimento, que afinal chama-se Biofibras. Na Portaria n º 41, de 14 de janeiro de1998 da ANVISA, define-se que: “Fibra alimentar é qualquer material comestível de origem vegetal que não seja hidrolisado pelas enzimas endógenas do trato digestivo humano” . As fibras alimentares são geralmente divididas em dois grupos: as fibras alimentares solúveis e as insolúveis. As primeiras,são as gomas, pectinas e mucilagens. Estas fibras retardam o tempo de esvaziamento gástrico e o tempo de trânsito intestinal, aumentando a retenção hídrica do bolo fecal. As fibras insolúveis, como a celulose, aumentam o volume de bolo fecal e também aceleram o trânsito gastrintestinal.
ResponderExcluirAo buscar as informações nutricionais do produto no site da batavo (http://www.batavo.com.br/produto.cfm?area=99&codigo=539) nota-se que cada porção possui em sua composição 22% da necessidade diária de fibras alimentares, o que equivale a 5,4g numa porção de 180g. Ainda no site do produto, na composição dos ingredientes, vemos que há a presença de fibras solúveis ( polidextrose) e insolúveis (fibra de trigo). Tendo em vista o que foi dito anteriormente, percebemos que a polidextrose não pode ser considerada fibra alimentar, visto que ela não é de origem vegetal e sim obtida pela policondensação térmica a vácuo da glicose com uma pequena quantidade de sorbitol e ácido cítrico como catalisador (Craig, S. A. S. et al. Polydextrose as Soluble fiber: Physiological and Analytical Aspects. American Associa tion of Cereal Chemists. Vol 43, n 05. NY, 1998.).
O rótulo não deixa claro se a fibra alimentar declarada inclui a polidextrose ou não, pois não há informação da quantidade de polidextrose presente. Além disso, na - Lista de alegações de propriedade funcional aprovadas da ANVISA (http://www.anvisa.gov.br/alimentos/comissoes/tecno_lista_alega.htm), observa-se a seguinte alegação: “As fibras alimentares auxiliam o funcionamento do intestino. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”. Contudo, “Esta alegação pode ser utilizada desde que a porção do produto pronto para consumo forneça no mínimo 3 g de Polidextrose se o alimento for sólido ou 1,5 g de fibras se o alimento for líquido”. A ANVISA ainda afirma que “Na tabela de informação nutricional deve ser declarada a quantidade de polidextrose, abaixo de fibras alimentares”. Como dito anteriormente, tais informações foram omitidas pelo rótulo do produto, levando o consumidor a uma desinformação em relação ao produto, não sabendo se este possui a quantidade mínima de polidextrose capaz de promover algum efeito no intestino e também configurando uma possível não conformidade com as recomendações da ANVISA.
Por fim, gostaria de salientar que o consumo de produtos probióticos é totalmente questionável, uma vez que a adoção de uma dieta balanceada, com presença de alimentos ricos em fibras como vegetais, frutas, cereais e grãos pode ser suficiente para regularizar o intestino em casos de constipação. Além disso, torna-se difícil mensurar o potencial da atividade dos probióticos no intestino devido a alta presença de fibras alimentares que podem ser as responsáveis pela melhora da atividade gastrintestinal em produtos como este.
Seria melhor ter utilizado outras fontes científicas para melhor embasamento dos dados citados. Poderia ter sido utilizado, por exemplo o site da anvisa para citar alguma norma que regulamente a produção ou técnicas de análise. A Portaria Nº 6, DE 25 DE JULHO DE 1985 aprova as Normas Higiênico-Sanitárias e Tecnológicas para Mel, Cera de Abelhas e Derivados e ainda há a Resolução RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002 sobre Procedimentos Padrões de Higiene Operacional.
ResponderExcluirNa produção de mel há testes que devem ser realizados para garantir sua qualidade, mas não há nenhum para verificar a presença de esporos da bactéria Clostridium botulinum. Deve haver controle também de algumas adulterações que o mel pode sofrer e que possa ser prejudicial ao indivíduo.
Além do botulismo infantil, deve ser levado em consideração também, indivíduos que possam ter a flora intestinal prejudicada, como imunossuprimidos e pessoas que tenham que utilizar antibióticos. Será que não deveria haver preocupação com eles também?
A ANVISA deve regulamentar melhor a produção de mel e produtos como xaropes que utilizam o mel como base para não haver mais prejuízo aos consumidores e estes devem ser melhor informados sobre os riscos. Para esta última situação, talvez alguma advertência no rótulo possa ser o primeiro passo.
O trabalho acima se prendeu muito a questão das toxinas e se não citou a problemática de que maioria dos méis comercializados sofrem adulteração como o artigo(1) pode oservar que 100% das amostras analisadas eram adulteradas. Esse fato já leva um risco maior para os consumidores abaixo de um ano que é introdução de outros microorganismos patogênicos como a Salmonella.
ResponderExcluirOs riscos toxicológicos também devem ser consideramos pois adição de açúcar que sofreu processo de caramelização expoõe a criança menor de um ano a substâncias potencialmente tóxicas e com baixo valor nutritivo.
(1)Dyego et al.Aspectos físico-químicos e microbiológicos do mel comercializado na cidade de Tabuleiro do Norte-Ceará.Revista Verde (Mossoró – RN – Brasil) v.5, n.1, p.79 - 85, 2010.
Outro fato importante é que crianças até um ano de idade não deveriam ter seus alimentos adoçados com nenhum tipo de substância, inclusive o mel. Porque além de possuir o Clostridium botulinum, bacilo responsável pela transmissão do botulismo intestinal, o mel modifica o sabor do alimento, tira a oportunidade de a criança ter experimentos no paladar, fazendo com que ela prefira o sabor adocicado. Além disso, uma vez acostumada com o sabor adocicado, a tendência seria ter uma alimentação rica em carboidratos, no lugar de uma dieta equilibrada; contribuindo para o aumento no números de crianças obesas.
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