Apresentação

Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.

O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Iodo no sal: limite entre proteção e riscos à tireoide

Larissa Araújo e Renata Reis, 2013

A adição de iodo ao sal no Brasil tornou-se obrigatória após uma endemia de bócio acometer diversas regiões e tinha como objetivo prevenir esta desordem que acomete a tireoide, o que efetivamente ocorreu. Porém, o aumento crescente do número de casos de hipertireoidismo e tireoidite de Hashimoto levou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a reduzir o teor de iodo que deve ser adicionado pelas indústrias ao sal. Afinal, o problema está no iodo ou na quantidade de sal que é consumida pela população?

Figura 1 – Sal iodado Cisne (à esquerda) e esquematização da localização da glândula tireoide (à direita)


Apresentação do produto
Este trabalho será baseado no Sal Refinado Extra Cisne tradicional iodado (figura 1), cujas informações nutricionais estão mostradas na tabela 1, adquirido em mercado local, na legislação vigente relacionada à iodatação do sal e em dados relacionados ao consumo de iodo pela população da Organização Mundial de Saúde.


Tabela 1 – Dados do rótulo do produto

Informação Nutricional (Porção de 1g)
Quantidade por porção
% VD (*)
Sódio
390mg
16%
Iodo
25mcg
19%

Não contém quantidades significativas de valor energético, carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans e fibra alimentar.
* % Valores Diários de referência (IDR) com base em uma dieta de 2.000kcal ou 8.400kJ. Seus valores diários podem ser maiores ou menores, dependendo de suas necessidades energéticas.
Ingredientes: Sal Refinado Extra, Iodato de Potássio. Antiumectantes: Ferrocianeto de Sódio e Dióxido de Silício. NÃO CONTÉM GLÚTEN.


             A deficiência de iodo ocorre quando a sua ingestão é abaixo da recomendada e isso faz com que a tireoide não seja mais capaz de sintetizar quantidades suficientes de hormônios tireoidianos. Os baixos níveis desses hormônios no sangue (hipotireoidismo) é o principal fator responsável por danos ao cérebro em desenvolvimento e outros efeitos danosos conhecidos como desordens por deficiência de iodo, que vão além do bócio (hipertrofia da tireoide) e do cretinismo (deficiência mental em crianças provocada por hipotireoidismo congênito) [1].

Legislação
Na primeira metade do século 20, vários pesquisadores observaram uma alta prevalência de bócio nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil devido à carência de iodo na alimentação, o que levou à promulgação da lei nº 1.944, de 14 de agosto de 1953, obrigando a iodatação (adição de iodo na proporção de 10 mg/kg de cloreto de sódio) do sal refinado ou moído à venda nas áreas bocígenas do país [2]. Porém esta foi revogada pela lei nº 6.150, de 3 de dezembro de 1974, que obriga a iodatação do sal destinado ao consumo humano e dispõe sobre seu controle pelos órgãos sanitários [3]. A Resolução RDC nº 130, de 26 de maio de 2003, da ANVISA estabeleceu que o sal próprio para o consumo humano será considerado aquele com teor de iodo igual ou superior a 20-60 mg/kg de produto [4]. Recentemente, a ANVISA reduziu este teor para 15-45 mg de iodo/kg de produto com a publicação da Resolução RDC nº 23, de 24 de abril de 2013 [5].
Segundo a OMS [1], a iodatação é uma estratégia segura, custo-efetiva e sustentável para garantir a ingestão suficiente de iodo para todos os indivíduos e é muito efetiva no combate às desordens por deficiência de iodo, devendo a concentração de iodo no sal deve ser de 20-40 mg de iodo por quilograma de sal.

Fundamentos Bromatológicos
A dose diária recomendada de iodo, segundo a OMS, varia de acordo com a faixa etária conforme mostrado na Tabela 2.

Tabela 2 - Recomendações para ingestão de iodo.

Idade ou Grupo Populacional
OMS/DDR (mcg/dia)
Crianças 0-5 anos
90
Crianças 6-12 anos
120
Adultos > 12 anos
150
Gravidez e Lactação
250
Fonte: OMS - Organização Mundial de Saúde [1]

Um estudo epidemiológico realizado pela Faculdade de Medicina da USP e a Unidade de Tireoide do Hospital das Clínicas, em 2004 e 2005, constatou um aumento do número de casos de Tireoidite de Hashimoto em função do consumo excessivo de iodo contido no sal de cozinha [6]. A Tireoidite de Hashimoto é uma doença autoimune na qual o próprio organismo produz anticorpos contra a glândula tireoide, levando a uma inflamação crônica que pode acarretar o bócio e o hipotireoidismo. Isto ocorrerá na parcela da população geneticamente suscetível à autoimunidade.
Além disso, o iodo em excesso pode desencadear o hipertireoidismo, onde há altos níveis de hormônios tireoidianos (T3 e T4) e baixos níveis do hormônio estimulador da tireoide. Seus sintomas principais são taquicardia, perda significativa de apetite e peso, ansiedade, aumento de sudorese, fadiga e, no caso das mulheres, irregularidades menstruais.
Levando em consideração os dados do rótulo do produto escolhido (tabela 1) e as recomendações para ingestão de iodo da OMS (tabela 2) , será calculada a quantidade de produto a ser consumida para satisfazer a DDR de iodo para cada faixa etária e verificado se esta satisfaz as necessidades diárias sem prejuízos à saúde, resultados mostrados na tabela 3.

Tabela 3 – Resultados dos cálculos propostos

Idade ou grupo popu-lacional
DDR de iodo (mcg/dia)
Quantidade de produto que corresponde à DDR de iodo (g/dia)
Quantidade de sódio contida no produto que corresponde à DDR de iodo (mg/dia)
Crianças 0-5 anos
90
3,6
1.404
Crianças 6-12 anos
120
4,8
1.872
Adultos > 12 anos
150
6,0
2.340
Gravidez e Lactação
250
10,0
3.900

Discussão
           O produto escolhido apresenta um teor de iodo igual a 25 mg de iodo/kg de sal, estando de acordo com a legislação vigente (RDC 23/2013).
A OMS recomenda a ingestão diária de até 5g de sal e de até 2000 mg de sódio [7]. Sendo assim, a ingestão da quantidade de produto indicada na terceira coluna da tabela 3 é adequada para crianças de 0-5 anos e de 6-12 anos. Para adultos > 12 anos, a ingestão satisfaz as necessidades diárias de iodo, mas ultrapassa as de sódio, o que pode ser prejudicial por ser um fator de risco ao desenvolvimento de hipertensão. Já para gestantes e mulheres em lactação, seria recomendável a ingestão de um suplemento de iodo para suprir as suas necessidades diárias porque o consumo do produto escolhido levaria à ingesta de quase o dobro da necessidade diária de sódio.
Foi constatado pelo IBGE que houve um dobro do consumo de sal que deveria ser ingerido segundo a OMS, cerca de 12g por dia [8], o que aumenta significativamente o risco de se desenvolver hipertireoidismo ou tireoidite de Hashimoto.

Conclusão     
Sendo assim, pode-se concluir que a ingestão diária de sal deve ser adequada para garantir que se obtenha a quantidade recomendada de iodo para evitar o aparecimento de desordens da tireoide por carência ou excesso desse micronutriente e não se ultrapasse a ingestão recomendada de sódio, o que pode ser obtido através da ingestão de alimentos ricos em iodo como os de origem marinha (ostras, moluscos e outros mariscos e peixes de água salgada), leite e ovos (desde que oriundos de animais que tenham pastado em solos ricos em iodo ou que foram alimentados com rações que continham o nutriente) e vegetais oriundos de solos ricos em iodo [9].

Referências Bibliográficas:

[1] WHO. Assessment of Iodine Deficiency Disorders and Monitoring their Elimination: A Guide For Programme Managers, 3 ed. Geneva: WHO; 2007.
[2] BRASIL. Presidência da República. Lei ordinária nº 1.944, de 14 de agosto de 1953. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L1944.htm> Acesso: 10/08/13.
[3] BRASIL. Presidência da República. Lei ordinária nº 6.150, de 3 de dezembro de 1974. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6150.htm#art7> Acesso: 10/08/13.
[4] BRASIL. Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria Colegiada RDC nº 130, de 26 de maio de 2003. Dispõe sobre o teor de iodo que deve conter o sal destinado ao consumo humano. D.O.U. - Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 28 de maio de 2003.
[5] BRASIL. Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria Colegiada RDC nº 23, de 24 de abril de 2013. Dispõe sobre o teor de iodo no sal destinado ao consumo humano e dá outras providências. D.O.U. - Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 25 de abril de 2013.
[6] Dr. Geraldo Medeiros Neto. Excesso de iodo nutricional provoca aumento de casos de doenças na tireoide. Disponível em: <http://www.nutricaoempauta.com.br/lista_artigo.php?cod=472> Acesso: 10/08/13.
[7] WHO issues new guidance on dietary salt and potassium. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/news/notes/2013/salt_potassium_20130131/en/> Acesso: 10/08/13.
[8] PORTAL BRASIL. Campanha da Saúde vai alertar para o alto consumo de sal no País. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2011/07/22/campanha-da-saude-vai-alertar-para-o-alto-consumo-de-sal-no-pais> Acesso: 10/08/13.
[9] Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição - CGAN. Deficiência de iodo. Disponível em: <http://nutricao.saude.gov.br/iodo_informacoes.php> Acesso: 10/08/13.

18 comentários:

  1. Uma possível complicação da tireoidite de Hashimoto é o carcinoma papilífero da tireóide. O carcinoma papilífero da tireoide é uma neoplasia epitelial maligna caracterizada pela formação de papilas ou de uma série de aspectos nucleares distintos. É a forma mais comum de câncer da tireoide. Esse câncer é mais comum em mulheres entre 20 e 40 anos de idade. Muitos estudos comprovam o aumento da incidência desse tipo de câncer em pacientes que possuem a tireoidite de Hashimoto; outros já não conseguem fazer essa associação. Um artigo que tenta determinar a relação entre essas duas doenças é “Papillary thyroid carcinoma associated to Hashimoto’s thyroiditis: frequency and histopathological aspects”. Esse artigo consegue mostrar que existe essa associação. Portanto, trata-se de mais uma preocupação quanto ao excesso de iodo ingerido. Outro fator importante também nesse excesso de ingestão de sal é a hipertensão que é a causa de muitas doenças cardiovasculares. Acredito que a fiscalização deva se estender a outras indústrias alimentícias que utilizam o sal de cozinha para o preparo de seus produtos. Porque não adianta somente controlar a quantidade de iodo que deve ser colocada no sal de cozinha, se a ingestão de sal de cozinha continuar sendo alta, o que vem ocorrendo como foi dito na postagem.

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  2. Camille Nigri Cursino9 de setembro de 2013 às 08:59

    A adição de iodo no sal de consumo humano foi uma decisão tomada pelo governo com o fim de acabar com o consumo insuficiente de iodo, que provocava o bócio endêmico em grande parte da população. Tal medida é defendida em todo mundo pela Organização Mundial da Saúde e pelo ICCIDD (International Council for the Control of Iodine Deficiency Disorders). Hoje está em voga a questão da redução deste iodo no sal, pelo aparecimento de diversas doenças relacionadas ao alto consumo de iodo. A medida, determinada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, foi aderida por causa da mudança de hábito alimentar do brasileiro, que passou a consumir mais sal nos últimos anos. De acordo com o que foi dito no texto, a quantidade de iodo no sal está de acordo com o consumo diário estabelecido, se a quantidade de sal consumida estiver também dentro do estabelecido. Mas o que muitos não sabem, é que o sal marinho, obtido do sal bruto retirado das salinas, contém a quantidade adequada de iodo para consumo, porém este passa por um processo de refinamento (que retira diversos nutrientes do sal, inclusive o iodo) gerando o sal refinado, aquele que é consumido por nós. Então por que é utilizado o sal refinado ao invés do sal marinho? O problema que fez com que se exigisse adicionar iodo artificialmente ao sal é que as indústrias têm interesse na extração de produtos do sal bruto e na venda do sal refinado. Há também o interesse na venda do iodeto de potássio que gera lucros absurdos para multinacionais. E, além disso, o sal que provém dos compartimentos mecanicamente escavados das salinas possui até 20 % de agentes poluentes quando oriundo de baías poluídas pelas indústrias.

    Referências:
    CHANG, C. O Perigo da Medida de Redução do Iodo no Sal. Disponível em: . Acesso em: 07/09/2013.
    Os perigos do sal refinado e as vantagens do sal marinho. Disponível em: . Acesso em: 07/09/2013.

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  3. É importante ressaltar que há diversos alimentos que são ricos em Iodo. Os principais são:
    Os alimentos de origem marinha (ostras, moluscos e outros mariscos e peixes de água salgada);
    Leite e ovos também são fontes de Iodo, desde que oriundos de animais que tenham pastado em solos ricos em Iodo ou que foram alimentados com rações que continham o nutriente;
    Vegetais oriundos de solos ricos em Iodo também são boas fontes.

    Embora não se deva consumir sal em excesso, e para isso a ANVISA já tomou as devidas providências em relação a quantidade de iodo no sal de cozinha, o seu consumo moderado e diário é essencial para que a necessidade de Iodo seja suprida.
    Segundo a Política Nacional de Alimentos e Nutrição, não usar sal iodado (sal enriquecido com Iodo) ou usar o sal para consumo animal (cujo teor de iodo não atende às necessidades do homem) pode ocasionar os Distúrbios por Deficiência de Iodo.

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  4. A carência de iodo é um problema de saúde pública conhecido, já que pode levar a doenças como bócio e, no caso das gestantes, ocasionar o nascimento de crianças com rebaixamento mental e surdez congênita. Por mais que pareça contraditório, o excesso de iodo também pode ter como consequência o aumento de casos de hipotireoidismo e Tireoidite de Hashimoto, já citados no texto. Segundo pesquisas, na Dinamarca, onde o sal não tem iodo, o índice de Tireoidite de Hashimoto na população é de 4,3%. Já na Inglaterra e nos Estados Unidos, cujas populações utilizam sal iodado, a prevalência é de 9,1%.
    O nível ideal de iodo no organismo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 100 a 300 mcg/L (microgramas por litro), o qual pode ser medido por um exame de urina. Em relação à quantidade de sal ingerida pela população brasileira, há divergências. Enquanto o IBGE afirma que é de 10 g/dia, a indústria salineira diz que é de 14 a 16 g/dia, mais do que o dobro recomendado pela Organização Mundial de Saúde (até 5 gramas por dia). Tal fato é preocupante visto que o excesso de iodo pode ser prejudicial à saúde, assim os órgãos regulatórios responsáveis devem conscientizar os consumidores em relação à redução do uso do sal e orientá-los a fazer escolhas mais saudáveis ao adquirir alimentos. Para isso, já foi feita uma campanha visando incentivar o consumo de alimentos naturais e habituar o consumidor a ler a rotulagem nutricional dos alimentos industrializados e escolher aqueles com menor teor de sódio.

    Orientações para o uso do sal iodado:
    - Ao comprar o sal, observe no rótulo se ele é iodado e o teor de sódio;
    - Ao comprar o sal iodado, prefira aquele com maior prazo de validade, pois caso esteja vencido, ocorre prejuízo da qualidade do iodo;
    - Ao armazenar o sal iodado em casa, coloque-o sempre em local fresco e ventilado, longe do calor. Evite colocá-lo perto do fogão a gás ou a lenha, pois o calor pode prejudicar a qualidade do iodo;
    - Não coloque o pote de sal iodado na geladeira;
    - Mantenha o sal iodado longe de locais úmidos e não coloque colheres molhadas dentro da embalagem. A umidade pode prejudicar o teor do iodo.

    Reconhecendo a importância da prevenção dos distúrbios por deficiência de Iodo, a Assembléia Mundial de Saúde adotou em 1991 a meta de eliminação da deficiência de iodo como problema de saúde pública. No Brasil, o Ministério da Saúde preconiza a iodação do sal, assegurando as condições legais, administrativas e operacionais para a aplicação sistemática da medida, em parceria com a ANVISA e com o setor produtivo salineiro.
    No entanto, ressalta-se que ainda há a necessidade de aperfeiçoamento das ações de prevenção e controle, uma vez que o constante monitoramento da deficiência de iodo constitui uma peça fundamental para analisas a reincidência de doenças.


    - PORTAL ANVISA - Programa Nacional para Prevenção e Controle dos Distúrbios por Deficiência de Iodo. Disponível em: Acesso: 04/11/13.

    Boletim carências nutricionais - Distúrbios por Deficiência de Iodo (DDI). Disponível em: Acesso: 04/11/13.

    - Dr. Geraldo Medeiros Neto. Excesso de iodo nutricional provoca aumento de casos de doenças na tireoide. Disponível em: Acesso: 04/11/13.

    - Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição - CGAN. Deficiência de iodo. Disponível em: Acesso: 04/11/13.

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  5. Carolina S. M. V. de Miranda22 de maio de 2014 às 23:21

    Em 1830 já se sabia da relação entre a deficiência de iodo e o aparecimento de bócio em populações alpinas (1). A iodação foi uma das primeiras técnicas empregadas para a adição de micronutrientes aos alimentos. No Brasil, foram dados os primeiros passos para a introdução do sal iodado em 1953 (2), mas a fortificação do sal com iodo já tinha sido introduzida nos EUA em 1920 (1).
    O sal com iodo é um dos alimentos obrigatoriamente fortificados no Brasil. A produção de alimentos fortificados deve atender às Boas Práticas de Fabricação (BPF), conforme RDC nº 28/2000, que dispõe sobre os procedimentos básicos de BPF em estabelecimentos beneficiadores de sal destinado ao consumo humano e o roteiro de inspeção sanitária em indústrias beneficiadoras de sal (3). Segundo a Lei nº 9005/1995, que dispõe sobre a obrigatoriedade da iodação do sal e seu controle pelos órgãos sanitários, é proibido entregar ao consumo direto sal, comum ou refinado, que não contenha iodo nos teores estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Ainda, o iodato de potássio deve obedecer as especificações de pureza determinadas pela Farmacopeia Brasileira (4).


    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
    (1) . Acesso em: 22 mai. 2014.
    (2) MARQUES, M. F. et al. Fortificação de alimentos: uma alternativa para suprir as necessidade de micronutrientes no mundo contemporâneo. HU Revista, v. 38, n.1, pp. 79-86, 2012.
    (3) AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC nº 28 de 28 de Março de 2000. Disponível em: . Acesso em: 22 mai. 2014.
    (4) BRASIL. Lei nº 9005 de 16 de Março de 1995. Disponível em: . Acesso em: 22 mai. 2014.

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  6. Carolina S. M. V. de Miranda22 de maio de 2014 às 23:23

    Corrigindo a primeira referência do comentário acima:
    (1) http://www.revista-fi.com/materias/134.pdf. Acesso em: 22 mai. 2014.

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  7. O consumo de iodo no sal enriquecido se torna um problema para hipertensos que precisam cortar ou reduzir o sal da dieta. Como alternativa, essas hipertensos podem acrescentar na alimentação frutos do mar pois são fontes ricas em iodo.
    As gestantes também são um grupo complicado. Especialmente as predispostas a hipertensão. Nessa fase, é necessário um aumento do aporte nutricional. O recém-nascido durante o primeiro trimestre da gravidez ainda não possui tireoide e depende do iodo consumido pela mão. Por outro lado, mães que consomem iodo em excesso têm filhos mais propensos ao hipotireoidismo.

    Referências: Sociedade Brasileira de Endocrinologia

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  8. ANA CAROLINA JABOUR
    DRE:110130044

    O Iodo é um micronutriente essencial para o homem e outros animais encontrado no solo em proporções variadas. Existe apenas uma função conhecida para o Iodo no organismo humano: ele é utilizado na síntese dos hormônios tireoidianos.
    Estes hormônios têm dois importantes papéis: atuam no crescimento físico e neurológico e na manutenção do fluxo normal de energia (metabolismo basal, principalmente na manutenção do calor do corpo), sendo também importantes para o funcionamento de vários órgãos como o coração, fígado, rins e ovários. A carência pode tornar-se muito grave. O hipotiroidismo, deficiente funcionamento da glândula tiróide, pode também manifestar-se por falta de energia, pele seca, descamativa, ou amarelada, queda de cabelo, dormência e formigueiro nas extremidades, aumento de peso, perda de memória, depressão, anemia, alterações da personalidade, aumento dos níveis de colesterol e de homocisteína, também pode causar o síndrome do túnel cárpico.
    Como as fontes de iodo, principalmente frutos do mar, não estão disponíveis para toda população o enriquecimento diminuiu drasticamente complicações da falta do nutriente, como o bócio endêmico; muito comum em áreas pobres do país.
    Como amplo uso de sal nas cozinhas de nosso país, o enriquecimento do sal trouxe um novo problema à população: o excesso de iodo. O consumo excessivo de iodo e a maior incidência de uma doença autoimune chamada tireoidite de Hashimoto. Para evitar tal risco é indicado não usar somente o sal de cozinha como fonte de iodo, sempre que possível. Frutos do mar, ovos e leite são boas alternativas.

    Referências:
    Menéndez ARO. Deficiencia de yodo y sus implicaciones para la salud del hombre. Rev Cuba Aliment Nutr. 1996; 10 (2):122-31.

    Navarro,Anderson Marliere et.al:Iodação do sal e ingestão excessiva de iodo em crianças Disponível em: http://alanrevista.org/ediciones/2010-4/art6.asp

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  9. O iodo é um micronutriente presente no corpo humano em quantidades muito pequenas Na espécie humana, constitui-se em substrato essencial da composição dos hormônios tireoidianos, tiroxina (T4) e tri-iodotironina (T3). Esses hormônios têm um papel determinante para o metabolismo de todas as células do organismo, nos processos de crescimento e desenvolvimento da maior parte dos órgãos, em especial do cérebro.
    Durante a gravidez, no primeiro trimestre da gestação, o feto é totalmente dependente dos hormônios tireoidianos produzidos pela mãe e qualquer alteração na síntese hormonal nessa fase pode causar consequências graves para o desenvolvimento fetal. Após o segundo trimestre, o bebê já tem sua própria tireoide desenvolvida, mas ainda depende do aporte de iodo da mãe, que é feito pela placenta. Sendo assim, apesar de ser fundamental para o corpo humano, a mãe deve ficar atenta à quantidade ingerida uma vez que o consumo excessivo de iodo durante a gravidez e lactação pode acarretar em danos à saúde do bebê, além de tornar os filhos mais propensos a sofrer de hipotireoidismo quando adultos.
    Uma das formas mais utilizadas para verificar e monitorar a adequação da ingestão desse nutriente é a iodúria, pois a ingestão de iodo correlaciona-se diretamente com a sua excreção urinária atuando portanto como um importante marcador para avaliação da suficiência de iodo.
    Referências:
    Handwerger S, Brar A. Placental lactogen, placental growth hormone, and decidual prolactin. Semin Reprod Endocrinol 1992;10:106.
    Medina JL, Neves C, Magalhães A, Pereira-Monteiro L, Marques L. Doenças da tireóide na grávida.Acta Med Port 2002; 15: 211-220.

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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  11. O consumo de iodo é essencial para prevenir distúrbios como retardo mental severo e irreversível, anomalias congênitas, surdo-mudez, além de bócio. Contudo, o excesso em seu consumo pode provocar casos de Tireoidite de Hashimoto.
    Em 16 de abril de 2013, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a resolução que determina a redução da quantidade de iodo contido no sal de cozinha.
    A faixa mínima caiu de 20 mg para 15 mg e a máxima de 60 mg para 45 mg por quilo de sal. A medida foi tomada levando em consideração a quantidade de sal consumida pelos brasileiros. Em média, consumimos 12 gramas ao dia, quando o recomendado é 5 gramas, de acordo com informações do Ministério da Saúde.

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  12. O iodo é um elemento traço essencial e um componente integral de hormônios da tireóide. Os hormônios tireoidianos são necessários para o crescimento e desenvolvimento normal dos tecidos e amadurecimento de nossos organismos. A deficiência de iodo é a causa evitável mais comum de retardo mental no mundo e, portanto, a obtenção de iodo através da oferta de alimentos é fundamental. Fontes de iodo incluem frutos do mar, o sal de mesa e pão.

    Fontes marinhas: alimentos marinhos, incluindo peixes (por exemplo, salmão) são as melhores fontes de iodo.
    Laticínios: historicamente, alimentos lácteos continha altos níveis de iodo devido aos desinfectantes utilizados no processamento de laticínios que continham iodoforos. Estas técnicas de higienização foram eliminados dos processos agora envolvidos na esterilização de equipamentos para laticínios. Como resultado, hoje o leite tem níveis reduzidos de iodo, e é uma fonte de iodo menos confiável.

    Sal: No Brasil, iodeto de sal fortificado contém altos níveis de iodo. No entanto, o uso de sal iodado foi reduzido devido ao aumento da conscientização sobre a associação entre o consumo elevado de sal e hipertensão.

    Pão: Após a legislação respectiva ser colocada em vigor, a produção de pães passou a substituir o sal regular com sal iodado. Pães pré-embalados devem listar "sal iodado 'como um ingrediente nos rótulos dos produtos, no entanto, o pão sem embalagem não requer tal rotulagem.
    Suplementação: Grávidas e mulheres a amamentar podem necessitar de suplementação de iodo, embora a consulta com um médico seja recomendada antes de iniciar um programa de suplementação.

    Fontes: http://www.nutritionaustralia.org/national/resource/iodine-facts
    http://www.who.int/elena/titles/salt_iodization/en/
    -

    Renata Guimarães Ferreira Alvim
    DRE: 111197683

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  13. Gabrielle da Costa Rocha21 de abril de 2016 às 00:46

    O iodo é um micronutriente essencial para humanos e animais, o que significa que não é produzido pelo nosso organismo e deve ser obtido através de fontes externas (alimentos, suplementos). O iodo tem papel importante na produção dos hormônios da glândula tiróide, responsáveis pelo crescimento físico e neurológico e pela manutenção do balanço energético.
    Os Distúrbios por Deficiência de Iodo (DDI) são fenômenos naturais e permanentes, que estão amplamente distribuídos em várias regiões do mundo. Populações que vivem em áreas deficientes em iodo podem apresentar os distúrbios causados por esta deficiência, como cretinismo em crianças, anomalias congênitas, bem como a manifestação clínica mais visível: o bócio(hipertrofia da glândula tireoide).
    Devido a alta ocorrência de DDI a adição de iodo no sal de cozinha tornou-se obrigatória para a prevenção das doenças decorrentes dessa deficiência.
    As necessidades de iodo variam de acordo com a idade e se a mulher está grávida. Crianças de zero a 59 meses necessitam, em média, de 90 microgramas de iodo por dia, enquanto crianças de, no mínimo, 12 anos e adultos necessitam, em média, de 150 microgramas. As grávidas são as que precisam de teores de iodo mais elevados: 250 microgramas por dia. A OMS recomenda que o nível ideal de iodo no organismo é de 100 a 300 mcg/l (microgramas por litro), que é medido por exame de urina.
    É considerado próprio para o consumo humano, o sal com teor igual ou superior a 15mg de iodo por quilograma do produto, até o limite máximo de 45mg de iodo por quilograma do produto, conforme regulamentação do Ministério da Saúde (Resolução ANVISA - RDC nº 23, de24/04/2013).
    O consumo excessivo da substância pode aumentar os casos de tireoidite de Hashimoto, doença autoimune que tem entre seus principais sintomas fadiga crônica, cansaço fácil e ganho de peso.
    Dados do Ministério da Saúde indicam que o brasileiro consome 9,6 gramas de sal diariamente, mas o consumo total pode chegar a 12 gramas, quando levado em consideração alimentos processados e consumidos fora de casa.
    Alguns alimentos que podem ser fonte de iodo são os de origem marinha, laticínios, ovos e vegetais oriundos de solos ricos em iodo.
    É importante lembrar de não colocar o sal na geladeira ou em locais muito quentes nem colocar utensílio úmido no sal, pois isso afeta o seu teor de iodo.

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  14. Letícia Biancamano Pina24 de abril de 2016 às 13:47

    A temática envolvendo problemas na tireoide devido à alimentação já vem sendo bastante discutida, pois as patologias envolvendo essa glândula vêm aumentando nos últimos anos.
    A tireoide é uma glândula localizada na parte anterior do pescoço que produz os hormônios T3 e T4. A secreção desses dois hormônios é controlada pelo TSH (hormônio estimulante da tireoide) que é secretado pela hipófise anterior.
    O iodedo obtido na alimentação é transportado para o interior da glândula e para dentro das células onde o iodedo é oxidado a iodo e incorporado em moléculas de tirosina (funcionantes somente na presença de TSH)
    O TSH estimula a captação de iodo, síntese de tireoglobulina e liberação de T4 e T3. A tireoglobulina está dentro das células epiteliais e são ligadas às tirosinas. A tireoglobulina é uma glicoproteína que quando iodada gera monoiodotirosina e diiodotirosina. A monoiodotirosina ligada a diiodotirosina forma T3 e a ligação de 2 diiodotirosinas forma T4.
    A proteína TGB (globulina ligadora da tiroxina) vai englobar o T3 e o T4 para carrega-los pela corrente sanguínea, quando o T3 sai da proteína, nesse momento ele é o T3 livre. A TGB é uma glicoproteína sintetizada no fígado.
    As disfunções na tireoide podem acontecer em qualquer etapa da vida. Citando algumas importantes funções dos hormônios T3 e T4, estão: regulação do peso corporal, memória, dos ciclos menstruais, fertilidade, controle de humor e níveis de colesterol no sangue.
    Segundo à Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), todas as pessoas devem manter uma alimentação saudável e balanceada de todos os nutrientes, ou seja, não é usual proibir certos alimentos para quem possui distúrbio na tireoide. Porém é recomendado que os pacientes com problemas na glândula se atentem a excessos de alimentos como o sal (por ser iodado em que o iodo pode piorar um distúrbio de tireoide latente ou em tratamento), alimentos bociogênicos (contem isoflavonas em grande quantidade) como repolho, nabo, soja e couve. Recomenda-se que esses alimentos bociogênicos sejam consumidos uma ou duas vezes por semana.
    Além do iodo presente no sal, a soja vem sendo tratada pela SBEM como um ‘’alimento-problema’’ já que os fitoestrógenos presentes na soja diminuem a ação periférica dos hormônios tireoidianos, assim como afeta a sua síntese por inibição de tireoperoxidase (enzima da síntese dos hormônios tireoidianos). Além disso, induzem proliferação de tireócitos, predispondo ao hipotireoidismo e bócio.
    Uma solução para reduzir a quantidade de iodo aos pacientes que necessitem dessa indicação (temporária ou definitiva) é manipular o sal de cozinha não iodado (vem sem iodo). Há várias farmácias de manipulação que oferecem esse serviço.
    Referências:
    Alimentação e tireoide, acessado em 23/04/2016, disponível em< http://www.endocrino.org.br/alimentacao-e-tireoide/>
    10 coisas que você precisa saber sobre tireoide, acessado em 23/04/2016, disponível em< http://www.endocrino.org.br/10-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-tireoide/>
    Glândula tireoide, acessado em 23/04/2016, disponível em< http://www.infoescola.com/sistema-endocrino/tireoide/>

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  15. Mariana Rodrigues Carvalho11 de setembro de 2016 às 14:23

    Realmente, ocorre uma dúvida se o erro é da população o qual consome mais sal do que deveria ou se as quantidades de iodo e sódio estão excessivas. A população realmente tende a consumir determinados alimentos, e insumos em grande quantidade, não só o sal, mas diversos outros alimentos. O sódio presente no sal, não apenas é encontrado no sal de cozinha, existem outros alimentos industrializados (molho de soja, atum, queijo, presunto, cereal matinal, pizza, macarrão) que contém grande quantidade de sódio, até mesmo doces possuem sódio. Um exemplo de doce seria o cereal matinal, o qual uma porção de 30 gramas tem 192mg de sódio, no entanto a Portaria 36\1998 da Anvisa regulamenta , que para crianças até 3 anos de idade, o sódio não pode exceder a quantidade de 100mg por 100 gramas do produto; com isso um consumo diário de 30 gramas de cereal, por exemplo, teria 192mg de sódio o que não seria recomendado para essa faixa etária. Por isso é difícil controlar a ingestão excessiva de sódio nos alimentos, uma vez que, a população mal sabe qual alimento contem sódio ou não, e poucas pessoas se preocupam em ler o rótulo do alimento. Anvisa também determinou a redução da concentração de adoçantes, tais como: ciclamato e sacarina, por causa do teor de sódio que essas substâncias agregavam ao produto. O excesso de sódio pode favorecer doenças autoimunes, como foi citado no texto acima, como hipertensão arterial, envelhecimento, problemas nos rins, osteoporose entre outros.

    Como todos sabem, e foi citado no artigo, o iodo é um componente super importante para o funcionamento da glândula da tireoide, com isso muitos alimentos os quais também possuem iodo acabam sendo ingeridos excessivamente, como batatas rústicas, leite, camarão, peito de peru, algas secas entre outros. Com isso, ao ler o texto acima, concordo que a ingestão de sal deve ser ajustada para não ter excessos e potenciais problemas de saúde, no entanto, muitos alimentos que possuem o iodo e o sódio são consumidos diariamente também em excesso, prejudicando a saúde da população,

    Referências:

    Portaria 36\1998 da Anvisa. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/394219/PORTARIA_36_1998.pdf/a1ef76bc-20bf-43f7-a1db-572d58034833. Acesso em : 11\09\2016

    Guia de Boas Práticas Nutricionais- ANVISA. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/389979/Boas%2Bpraticas%2Bnutricionais.pdf/4cdbc1ed-a68b-4dd4-9dd7-099de516dd3f. Acesso em : 11\09\2016

    Substituição de sódio nos alimentos. Disponível em: http://www.revista-fi.com/materias/318.pdf. Acesso em: 11\09\2016

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  16. A Ingestão de Iodo em doses adequadas é essencial para o bom funcionamento da tireóide. No entanto, tanto a falta como também o excesso no consumo deste nutriente está associado a desordens metabólicas. É explícita a necessidade de suplementação nutricional deste nutriente para evitar problemas como o bócio, que em certos momentos da história foi considerado um problema de saúde pública: um aumento no tamanho da tireóide é observado, podendo também esta apresentar nódulos aumentados. Além das complicações relacionadas ao aumento (dificuldades na respiração, no ato de engolir, tosse e rouquidão) a doença está associada também ao funcionamento inadequado da tireóide: como nos casos de hipertireoidismo e hipotireoidismo (o primeiro levando a um funcionamento basal acelerado do organismo, taquicardia, perda de peso e o segundo associado a um funcionamento basal desacelerado, cansaço, raciocínio lento). Ou seja, o excesso de consumo de Iodo é tão prejudicial quanto a falta deste, havendo necessidade do ajuste da dose a ser consumida para que se evite o desbalanço do funcionamento da tireóide.
    Fonte: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/bocio-papo/ ; https://www.nutricaoempauta.com.br/lista_artigo.php?cod=472 ; KNOBEL, Meyer; MEDEIROS-NETO, Geraldo. Relevance of iodine intake as a reputed predisposing factor for thyroid cancer. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo , v. 51, n. 5, p. 701-712, July 2007 . Available from . access on 20 Sept. 2020. https://doi.org/10.1590/S0004-27302007000500007.

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  17. Foi estabelecido pela Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) do Ministério da Saúde o aumento da oferta de iodo no sal branco à população brasileira. A recomendação da OMS é consumir até cinco gramas de sal, por dia. Para que não haja um excesso ou deficiência de iodo para o consumidor, a ANVISA, junto com o Ministério da Saúde, faz o monitoramento e, pensando em resguardar a tireoide, a ANVISA solicitou a redução do teor de iodo no sal de cozinha. Antes as taxas ficavam entre 20 e 60 miligramas por quilograma, conforme estabelecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio de Regulamentação de Diretoria Colegiada (RDC, no 130). Estas taxas, por sua vez, precisaram se adaptar à faixa de 15 a 45 miligramas, e este corte está relacionado com o aumento de casos de hipotireoidismo, uma vez que iodo em excesso é um gatilho para o seu surgimento.
    A Anvisa resolveu agir com base em estatísticas preocupantes, visto que o brasileiro consome, em média, 12 gramas de sal todos os dias. Dessa forma, o abuso do condimento nas refeições elevou, por sua vez, a porção de iodo no prato da população. Isso ocorreu porque a iodação do sal foi calculada pensando em uma dieta de 9 gramas diárias de sal, e esse cálculo está defasado em vista do excesso de sal na dieta brasileira. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, contudo, criticou a regra, pois, segundo a mesma, o foco deveria estar na quantidade de sal que o brasileiro ingere e, não, na adaptação de iodo à dieta rica em sal do brasileiro. Afinal, a ingesta elevada de sal está associada ao aparecimento de doenças crônicas e, ainda, a escassez de iodo relaciona-se a casos de bócio e problemas de desenvolvimento na infância.
    Referências Bibliográficas:
    1)PONTES, A. et al. Iodação do sal no Brasil, um assunto controverso. Arq Bras Endocrinol Metab, 2009.
    2)Consumo moderado de sal iodado é importante para saúde. Disponível em: < http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/52989-consumo-moderado-de-sal-iodado-e-importante-para-saude> Acesso em: 23 set 2020.
    3)Programa Nacional para Prevenção e Controle dos Distúrbios por Deficiência de Iodo. Disponível em: < http://portal.anvisa.gov.br/programas-de-monitoramento> Acesso em: 25 set 2020.

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  18. Para fins de indagação, você cogitou a chance de substituição do cloreto de sódio pelo considerado sal light (cloreto de potássio) em alguns produtos, dentre eles os produtos cárneos? Creio que dessa forma seria mais específica e direcionada a sua pesquisa.
    Assim, os casos de hipertensão arterial também colaboram para o aumento do consumo dos produtos light, pois de acordo com SBC (2006), o tratamento não medicamentoso dessa doença consiste na adoção de um estilo de vida mais saudável e com dieta rica em alimentos de baixo valor energético.

    Referência:
    SBC – Sociedade Brasileira de Cardiologia. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. 2006.

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