Apresentação

Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.

O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Produtos Light - Achocolatados

Descrição e Legislação Pertinente

A rotulagem dos alimentos possui dados importantes quanto às informações nutricionais de um produto. Ler e compreender as informações constantes no rótulo dos alimentos constitui um fator essencial para uma escolha mais adequada e saudável. Na hora da compra, muitos consumidores se confundem e não sabem diferenciar um produto diet de um light. Muitos pensam que o alimento diet não tem açúcar e que o light não tem gordura, o que não necessariamente é verdade. É de extrema importância compreender essa diferença, para que cada indivíduo possa fazer a seleção adequada de acordo com suas necessidades e usufruir dos benefícios de cada alimento.
A informação nutricional complementar é a informação utilizada de forma opcional pelos fabricantes para descrever e ressaltar o conteúdo absoluto ou relativo de determinados nutrientes ou valor energético em alimentos embalados de modo geral. Alguns exemplos de INC são: fonte de cálcio, rico em ferro, reduzido em calorias, não contém açúcar. O termo light é um tipo de INC, e é sinônimo de “reduzido”. Assim, para ele ser usado no rótulo de algum alimento, sua composição deve atender aos requisitos estabelecidos na Resolução RDC n. 54/2012 para uso da Informação Nutricional Complementar (INC) comparativa “reduzido” em determinado nutriente. A expressão light nas embalagens dos alimentos não necessariamente significa que o produto é reduzido em gordura.  Um alimento pode ser “reduzido ou light” em valor energético, açúcares, gorduras totais, gorduras saturadas, colesterol e sódio. Entre outros critérios, para um alimento ser considerado reduzido ou light em valor energético ou algum nutriente é necessária uma redução de, no mínimo 25% no valor energético ou no conteúdo do nutriente objeto da alegação em relação ao alimento de referência ou convencional. De acordo com o Regulamento técnico de Informação Nutricional Complementar – INC (Resolução RDC n. 54/2012), o rótulo de um produto com a alegação “light ou reduzido” deve informar a diferença em %, fração ou valor absoluto no valor energético ou conteúdo dos nutrientes entre os alimentos comparados.

Vale ressaltar ainda que a INC chama a atenção do consumidor para uma qualidade nutricional específica do alimento, mas não revela todas as suas características. Por exemplo, um alimento com a alegação de “não contém açúcares” pode apresentar quantidades elevadas de gorduras saturadas e sódio. Consequentemente, não é possível identificar somente por meio de uma INC se determinado alimento é mais ou menos nutritivo do que outro. Isso significa que o consumidor não deve selecionar seus alimentos somente com base em uma INC, como, por exemplo, “light em açúcares”. Assim, é muito importante que os consumidores também consultem a tabela de informação nutricional constante nos rótulos, uma vez que ela apresenta outras informações relevantes sobre a composição nutricional dos alimentos. Resumindo, o termo diet é usado somente em alimentos para fins especiais, que são voltados para um público específico, enquanto o termo light é usado pelas empresas quando elas desejam destacar que um alimento de consumo geral foi reduzido em valor energético ou em algum nutriente em comparação com outro. Portanto, verifica-se que tanto os produtos com a expressão diet quanto os produtos com o termo light podem apresentar composições nutricionais muito variáveis. Assim, para poder identificar qual produto se enquadra melhor no tipo de alimento que você pretende comer é muito importante que seja observada a informação nutricional presente obrigatoriamente no rótulo dos alimentos embalados (que na maioria das vezes é declarada na forma de tabela).

Fundamentos Bromatológicos, Análises e Comentários

Muitas pessoas buscam em alimentos ditos light, uma solução para amenizar o rigor das dietas, pois com a utilização desses alimentos, a pessoa continua consumindo seus alimentos preferidos, porém que, teoricamente, são menos calóricos que o seu referente original.
Não obstante, as coisas não funcionam bem como diz a propaganda. Abaixo, são comparados os rótulos das principais marcas atuais de achocolatado e seus correspondentes light .
Tanto o Toddy light quanto o Nescau light, apresentam seus valores nutricionais reduzidos, mais ou menos, pela metade dos valores observados nos rótulos dos produtos originais. Isso seria o ideal,  entretanto, deve-se atentar para a quantidade da porção a que o rótulo se refere. No caso desses produtos, de nada adianta os valores nutricionais serem reduzidos se a porção também é reduzida. A porção de 10g e 9g do Toddy e Nescau light, respectivamente, equivale a uma colher de sopa, enquanto os 20g de Toddy e Nescau original, equivalem  a duas colheres de sopa. Mesmo o consumidor sendo informado, que no caso dos produtos light, basta a adição de uma colher de sopa do achocolatado, dificilmente essa sugestão é seguida, muitas vezes pelo próprio costume do indivíduo, de adicionar no mínimo 2 colheres de sopa, ou mesmo por uma questão pessoal de preferir a bebida com um determinado aspecto.
Comparando os rótulos de forma justa, na porção de 20g (2 colheres de sopa) tanto para os originais quanto para os lights, fica claro que a diferença dos valores nutricionais, é pequena e pouco afetará a dieta. Por exemplo, em 20g de Toddy original, temos o valor calórico de 80kcal e carboidratos 19g, já no Toddy light, considerando também, 20g, teríamos um valor calórico de 74kcal e carboidratos 16,2g, o que mostra que a diferença é mínima.  O mesmo acontece com os demais itens do rótulo.


Referências Bibliográficas

Consumo e Saúde. Ouvidoria/Anvisa e Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor/Senacon . Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/8aa13280428f1f79950ad71bb0036de1/Consumo+e+Sa%C3%BAde+n+33+Alimentos+diet+e+light+-+entenda+a+diferen%C3%A7a+REVISADO+%C3%81REA+T%C3%89CNICA+13-01.pdf?MOD=AJPERES

Por Anne Gomes e Carolina Ribeiro 

10 comentários:

  1. Temos a tendência de achar que os alimentos LIGHT e DIET são menos calóricos e que, o uso desses produtos, contribuirão para a nossa perda de peso. Entretanto, na maioria das vezes, não atentamos para a porção referida no rótulo e muito menos comparamos o produto original com o referido light. A problemática em destaque neste tema nos faz refletir o quanto somos enganados pelas Indústrias Alimentícias; principalmente se considerarmos que os rótulos foram elaborados comparando-se porções diferentes de forma intencional, visto que, somente uma porção menor de achocolatado light teria quantidade de calorias que atenderia a redução anunciada pelo fabricante comparado ao achocolatado original. Com isso, conclui-se que é importante olhar primeiro a quantidade da PORÇÃO para não se iludir com os valores informados na tabela. Além disso, devemos considerar que nem sempre utilizamos exatamente a quantidade de achocolatado que está descrita na embalagem, o que significa que a quantidade de calorias que será ingerida dependerá da quantidade do produto que será consumida. Também deve ser levado em consideração o tipo de leite utilizado, visto que tais achocolatados são consumidos, em sua maioria, na forma de bebidas ao leite.

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  2. Claudia Cristina de Lima Dantas29 de fevereiro de 2016 às 23:12

    Atualmente tem crescido cada vez mais a demanda dos consumidores por produtos mais saudáveis e menos calóricos. Nesse contexto, cresce o consumo de produtos diet e light, indicados para quem precisa manter dietas restritivas, já que os consumidores estão preocupados em manter hábitos alimentares saudáveis, mas também com a estética. Nesse contexto, se torna cada vez mais importante que o consumidor também consulte a tabela de informação nutricional nos rótulos, para obter outras informações relevantes sobre a composição nutricional dos alimentos para saber de quanto foi a redução e sobre qual nutriente a informação light se refere e não ficar só preso a Informação da Nutricional Complementar (INC) contida na embalagem de que o alimento é light em algum componente , pois o alimento só vai ser realmente light se no rótulo contiver a diferença em %, fração ou valor absoluto no valor energético ou conteúdo dos nutrientes entre os alimentos comparados.

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  3. Na busca pelo emagrecimento e por um corpo perfeito muitas pessoas acham que por consumirem a versão light estão compensando as calorias ingeridas durante todo o dia. No entanto, o fato de possuir menos gordura, não quer dizer que o produto não engorde, uma vez que ele pode ter uma concentração maior de açúcar. Nossa legislação deixa brechas para que o fabricante não informe os valores nutricionais dos produtos usados como referência. Temos que criar um hábito de ler o rótulo e entende-lo corretamente para garantir que não sejamos "enganados" pela industria alimentícia, uma vez que a mesma mascara algumas informações, como neste caso que a diferença sutil na porção utilizada pelo produto tradicional e o produto light, que se formos analisar os valores levando em consideração cada porção informada, não há tanta diferença assim entre eles. É importante entender que alimentos light não podem ser consumidos à vontade, pois eles também têm calorias e engordam.

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  4. Como podemos observar no trabalho e nos comentários acima, os termos "diet" e "light" são muito utilizados nos rótulos dos alimentos e podem causar confusão entre os consumidores, na hora da escolha dos produtos. Segundo a legislação vigente, estes termos são utilizados para designar alimentos que têm finalidades especiais. Assim sendo, é necessário constar no rótulo uma tabela de composição, a fim de auxiliar o consumidor.
    Produtos Diet: são aqueles que não possuem um ou mais ingredientes em sua composição, tais como:
    - ausência de açúcar (sacarose, mel, glucose) - é indicado para diabéticos;
    - ausência gordura - indicado para pessoas com problemas de colesterol;
    - ausência de sal - indicado para os hipertensos
    Produtos Light: são aqueles que apresentam redução de, no mínimo, 25% de um de seus ingredientes, como açúcar, gordura, etc., sendo indicados para pessoas que desejam controlar a ingestão de calorias;
    É muito importante observar que produtos considerados diet podem apresentar mais calorias que produtos tradicionais; é o que acontece com o chocolate diet, ACHOCOLATADO, por exemplo, ou com o bolo diet. Estes produtos são isentos de açúcar mas apresentam maiores quantidades de gordura, a fim de conferir sabor. Neste caso, os alimentos tornam-se mais calóricos, não sendo recomendados para o controle de peso, e sim para os diabéticos, desde que os mesmos não exagerem em quantidade.

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  5. O interessante trabalho apresentado evidencia mais uma vez a necessidade de o consumidor não se limitar apenas a observar a parte de natureza publicitária dos rótulos dos produtos, mas ser capaz de fazer análise crítica das suas tabelas nutricionais para realmente ter maior controle sobre sua ingestão calórica diária.
    Esta necessidade ocorre porque, apesar de o produto "Toddy" ter sido evidenciado como um exemplo de mau produto aos consumidores interessados em restrição calórica, existem outras alternativas no mercado que verdadeiramente apresentam redução calórica por porção do produto. Para identificá-los é necessário apenas que o consumidor dedique mais tempo fazendo esta análise de rótulo (ingredientes, tabela nutricional) e pergunte a si próprio se as porções recomendadas para atingir determinado valor limite em calorias o agradariam no ato do consumo.

    Por Andressa de Souza Duarte

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  6. Interessante como a apresentação da rotulagem dos produtos analisados induzem ao erro na hora de avaliar as informações nutricionais. Produtos com porções diferentes certamente terá influencia na composição nutricional. Se avaliarmos os dois produtos (Ligth e convecional) na mesma porção iremos perceber que a diferença calórica é muito pequena. Talvez uma regulamentação mais específica que obrigue o fabricante utilizar uma padronização de porção para os alimentos que são produzidos, reduziria os riscos de confundimento por parte da população. Más, até que isso aconteça é importante sempre analisar o rótulo dos alimentos de forma detalhada.


    Luiz Carlos da Costa Junior - DRE 110177321

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  7. Atualmente fala-se muito sobre saúde e estetica. Por isso a procura por produtos diets e lights aumenta cada vez mais. É importante saber o que estamos ingerindo e por isso devemos nos atentar para as informações nutricionais contidas nos rotulos dos produtos, buscar, alem disso, informações e atentar para o que de fato estão nos informando. Como mostram as figuras do post, o rótulo alega que nos produtos light cerca de metade das quantidades diarias sao encontradas, porém, usam medidas de referências muito abaixo para que se mostre relevante e justificavel a compra do produto light.

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  8. Longe de mim defender a industria alimentícia e dizer que não indizem o engano. Entretanto, acho que vale considerar também que geralmente o light é bem mais "forte" que o original, você não conseguiria utilizar as mesmas 20g no copo de leite. Falo por experiência própria. Como acontece com açúcar e adoçante. Logo, não sei se seria razoável comparar as mesmas gramas.

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