A microbiota é composta por diversos grupos bacterianos no qual,
apresenta uma influência significativa sobre a saúde do hospedeiro, sendo de
grande valia a manutenção do seu equilíbrio. Esse equilíbrio
é influenciado por diversos fatores como uso de antibióticos, alto consumo
de alimentação industrializada, doces, frituras, Fast food,
contaminação ambiental, características genéticas e imunológicas do
hospedeiro, entre outros.
Sendo assim, A Slk
Pharma lançou o simbiótico Lactofos, disponíveis na forma de saches, que
vão agir como promotores de saúde associados à redução do risco de doenças. Se
tratando de uma classe pouco conhecida pela população, vamos analisar esse
produto e mostrar quais os benefícios que ele pode trazer ao organismo além daqueles que a ANVISA permite mencionar em suas embalagens.
Por: Laís Gimenez e Guilherme Pereira
APRESENTAÇÃO DO PRODUTO:
O Simbiotico Lactofos é
uma associação da fibra prebiótica
frutooligossacarídeo (FOS) com 4 tipos
de cepas probióticas (Lactobacillus
paracasei, Lactobacillus rhamnosus, Lactobacillus acidophilus e Bifidobacterium
lactis) encontrado na forma de saches com 6g. Esse produto tem como proposta
trazer um efeito benéfico ao organismo quando administrado de acordo com a dose
recomendada, que para um adulto é a porção de 1 ou 2 saches/ dia.
Podemos avaliar a sua composição no rótulo abaixo:
FUNDAMENTOS BROMATOLÓGICOS:
Considerando
o aumento das doenças crônicas no mundo, o uso de alimentos funcionais tem
aplicabilidade como terapia e profilaxia. De acordo com a FAO (2002), os
probióticos são microrganismos vivos, que tem sua atividade baseada em efeitos
antagônicos de competição contra agentes nocivos e efeitos imunológicos.
Estudos
clínicos e pré-clínicos, em animais e humanos, já demonstraram que produtos
envolvendo probióticos possuem a vários efeitos benefício à saúde, como a
diminuição da intolerância a lactose, processos antimutagênicos, anticarcinogênicos,
efeitos de hipocolesterolemia, efeitos reguladores de pressão sanguínea,
prevenção de lesões na mucosa gástrica, efeitos antiosteoporose, inibição de
acumulo de gordura, ações antagonistas contra patógenos intestinais e patógenos
presentes em alimentos incluindo as alergias alimentares.
De
acordo com a OMGE de 2008, os prebióticos são substâncias alimentares não
digeríveis, necessariamente de origem vegetal, que devem apresentar resistência
às enzimas salivares, pancreáticas e intestinais, não sofrer hidrólise
enzimática ou absorção no intestino delgado, ser parcialmente fermentada pelas
bactérias colônias e ser osmoticamente ativa para estimular seletivamente a
proliferação ou atividade metabólica de bactérias desejáveis no cólon. Quando
esses estão em associação (simbióticos), e são administrados em quantidades
adequadas, conferem benefícios adicionais à saúde do hospedeiro, tornando o
individuo mais resistente a alguns patógenos. Isso é possível devido à
multiplicação de bactérias que são benéficas ao organismo e selecionadas de
acordo com o prebiótico usado na formulação, reforçando assim os mecanismos de
defesa natural do hospedeiro ao dar vantagens aos probióticos no que se refere
ao processo de competição contra os agentes nocivos.
LEGISLAÇÃO:
Segundo o Regulamento Técnico de
2005 da ANVISA a porção probiótica de um simbiótico deve ter quantidade mínima
viável na faixa de 10 8 a 10 9 UFC na recomendação diária
do produto pronto para consumo. Ainda segundo este regulamento, quantidades
menores podem ser utilizadas desde que tenham sua eficácia comprovada. Quanto à
porção prebiótica, demonstrou que 10g/dia de FOS constitui uma dose ideal e bem
tolerada, mas que 4g/dia de FOS é o mínimo necessário para promover crescimento
de bifidobactérias, estando coerente com a dose recomendada do Lactofos. Dessa
forma podemos notar que o Lactofos está de acordo com a norma exigida pela
ANVISA.
DISCUSSÃO:
Mesmo
que a ANVISA reconheça os estudos envolvendo esse tipo de produto e saiba dos
seus benefícios quando associados aos prebióticos, é de grande importância
ressaltar que ela não permite que a propaganda faça menção a benefícios que
estejam além do de contribuir para o equilíbrio da flora intestinal, que é o
caso do lactofos.
Portanto, como benefício, o
Lactofos envolve ações além do aparelho gastrointestinal. Ele resulta em uma diminuição da absorção de glicose e no
aumento da eliminação de colesterol. Suas ações se estendem também ao aparelho
reprodutor feminino evitando o que se denomina disbiose vaginal. Tem sido largamente usados, em pacientes submetidos a
cirurgias, com redução no número de infecções e também complicações
pós-operatórias. Outras ações que também podemos destacar são seus
efeitos metabólicos como a produção de ácidos graxos de cadeia curta,
interferência no metabolismo de lipídeos, absorção de íons como Cálcio, Ferro e
Magnésio e o aumento da imunidade do hospedeiro com a produção de IgA e
modulação de citocinas
CONCLUSÃO:
Apesar
dos produtos dessa classificação apresentar uma limitada indicação em seu rótulo
devido às normas impostas pela ANVISA, podemos notar que eles são benéficos e
indicados para muitas doenças e acometimentos. Vale destacar a necessidade de
continuar os estudos para avaliar novas propriedades e que os efeitos
ressaltados só são visíveis quando o produto é usado de forma continua e de
acordo com a recomendação diária. Ele não é um tratamento único para estas
doenças e acometimentos, mas sim um tratamento complementar que deve ser
associado a uma dieta equilibrada. Sabendo dos grandes benefícios que eles
trazem ao organismo e que não são indicados, seria de grande valia a revisão da
ANVISA quanto a essa norma de restringir os benefícios que ele traz, uma vez
que é incontestável a importância que esse produto apresenta na população sabendo
que as doenças crônicas têm aumentado cada vez mais. É uma forma de transformar
seus alimentos funcionais em medicamentos tanto para tratamentos quanto
profilaxia assim, sendo necessárias menores intervenções com medicamentos de
origem sintéticos.
REFERÊNCIAS:
- AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Alimentos com alegações de
propriedades funcionais e ou de saúde, novos alimentos/ingredientes,
substâncias bioativas e probióticos. Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/alimentos/ comissoes/tecno_lista_alega.htm.
- AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. IX - Lista de alegações de
propriedade funcional aprovadas. Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/alimentos/comissoes/tecno_lista_alega.htm
- Chiang, S.S.;
Pan, T.M. Beneficial effects of Lactobacillus paracasei subsp. paracasei NTU
101 and its fermented products. Appl Microbiol Biotechnol, v 93, n 3,
p 903-16, 2012.
- FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED
NATIONS/WORLD HEALTH ORGANIZATION. Joint of FAO/WHO Working Group. Report on
drafting guidelines for the evaluation of probiotics in food.
- London, 2002. FAO/OMS. Probiotics in food: Health
and nutritional properties and guidelines for evaluation. Rome, 2006.
- ULTRAFARMA.Listando
produtos do laboratório SKL PHARMA. Disponível em
:http://www.ultrafarma.com.br/laboratorio-233/ordem-1/Laborat%C3%B3rios.html.Acesso
em: 21 julho.2013
GOSTARIA DE SABER SE PACIENTES COM RETOCOLITE ULCERATIVA QUE AINDA NÃO TEM CONTROLE DA DOENÇA DEVEM TOMAR??
ResponderExcluirVários fatores alteram a qualidade da vida moderna, de forma que a preocupação com a alimentação faz a sociedade conhecer cada vez mais a importância dos alimentos que auxiliam na promoção da saúde, pois diversas são as doenças que podem ser minimizadas com a adoção de bons hábitos alimentares. A suplementação da dieta com probióticos e prebióticos pode assegurar o equilíbrio ao intestino humano, e assim desempenhar papel fundamental na nutrição. Lactofos, por exemplo, é a associação da fibra prebiótica com 4 tipos de cepas probióticas que em sinergia, tem um efeito benéfico no organismo, reconstituindo e reequilibrando a flora intestinal de forma natural. Recomenda-se ingestão diária para adultos: 1 a 2 saches ao dia
ResponderExcluire Crianças até 2 anos de ½ a 1 sache ao dia.
Porém muitos estudos ainda vem sendo realizados, com o objetivo de revisar os efeitos do consumo de probióticos, prebióticos e simbióticos, os tipos e quantidades indicadas, bem como o uso prolongado destes.
Onde se pode comprar Lactofus?
ResponderExcluirBoa tarde! somos alunas de pós-graduação do Instituto de Nutrição da UFRJ e estamos trabalhando com probióticos e simbióticos (FOS, bifidobacterium e lactobacillus). Gostaríamos de saber detalhes sobre a composição adequada para se considerar a formulação como pro ou simbiótico. É possível deixar seu contato de e-mail para esclarecermos algumas dúvidas? Obrigada!
ResponderExcluirGrávida pode tomar lactofos?
ResponderExcluirUm estudo duplo-cego e controlado de Rautava e colaboradores (2002) demonstrou que administração de probióticos em grávidas e lactantes aumentou o potencial imunoprotetor do leite materno, aferido através da quantidade do fator de crescimento transformador anti-inflamatória β2 (TGF-β2). Por conseguinte, o risco de lactentes desse grupo em desenvolverem eczema atópico reduziu significativamente durante os seus 2 primeiros anos de vida, quando comparado com aqueles cujas mães receberam placebo, sendo seguro e eficaz. Tais dados são corroborados por uma revisão bibliográfica intitulada Contato microbiano durante a gravidez, colonização intestinal e doença humana que aponta que, com base nos estudos publicados, que a intervenção probiótica é mais efetiva quando iniciada no pré-natal. Nela é relatado que a suplementação materna com uma mistura probiótica administrada no primeiro trimestre da gravidez até o final da amamentação exclusiva pode reduzir o risco de dermatite atópica em lactentes de alto risco. Ademais, também é sugerido que a gestante que for realizar uma cesariana deve ingerir Lactobacillus rhamnosus com Bifidobacterium lactis 14 dias antes do parto, tendo em vista que não ocorre o contato entre o recém-nascido e a microbiota vaginal.
ExcluirAlém disso, Aaltonen e colaboradores (2011) avaliaram o impacto da dieta materna durante a gravidez e amamentação na programação metabólica da criança em um estudo prospectivo randomizado controlado. Duzentos e cinquenta e seis mulheres foram randomizadas em três grupos: controle/placebo, dieta/probióticos e dieta/placebo. Os resultados mostraram que a proporção de lactentes com o marcador 32-33 split pró-insulina alto foi significativamente menor no grupo com aconselhamento dietético com probióticos. Sabe-se que esse marcador elevado é um preditor bem caracterizado de resistência à insulina em adultos e crianças mais velhas. Assim, a modificação da dieta materna durante a gravidez e amamentação mostrou ser benéfica para a saúde metabólica infantil.
Assim, a descoberta da importância do contato pré-natal microbiano com o desenvolvimento fetal e infantil abre novas e intrigantes possibilidades de intervenção probiótica na mulher grávida. Uma modulação precoce através do uso probióticos administrados durante a gravidez e amamentação parece ser uma ferramenta promissora para reduzir o risco de doenças.
Referências Bibliográficas
AALTONEN, Jonna et al. Impact of maternal diet during pregnancy and breastfeeding on infant metabolic programming: a prospective randomized controlled study. European journal of clinical nutrition, v. 65, n. 1, p. 10, 2011.
RAUTAVA, Samuli; KALLIOMÄKI, Marko; ISOLAURI, Erika. Probiotics during pregnancy and breast-feeding might confer immunomodulatory protection against atopic disease in the infant. Journal of Allergy and Clinical Immunology, v. 109, n. 1, p. 119-121, 2002.
O uso de alimentos funcionais pode ser muito útil, principalmente para idosos e crianças que necessitam ter o fluxo intestinal regulado, evitando assim constipações. Essa classe terapêutica, em específico, é muito comercializada para uso hospitalar. O Lactofos é só um exemplo dos vários pró-bióticos, pré-bióticos e simbioticos que temos no mercado. Para quem se interessar pelo tema, nós temos uma industria nacional especializada na fabricação de alimentos funcionais ou, como gostam de dizer os farmacêuticos, especializada em farmanutrição. Segue o link do site para que tiver curiosidade em procurar mais sobre o tema: http://www.invictusbrasil.com.br/Site/Conteudo/Default.aspx
ResponderExcluirProbióticos vem sendo amplamente estudados para diversas patologias assim como para melhorar a qualidade de vida. De grande valia são os microorganismos, vivendo em harmonia em nossos organismos, e uma suplementação com algumas espécies poderiam melhorar nossa qualidade de vida. Muitos estudos são feitos como suplementação oral com probióticos, como os citados acima, e vários novos tratamentos com microorganismos, como transplante de fezes e tratamento com helmintos, estão tendo resultados interessantes. Muito se fala sobre os mecanismos pelos quais eles atuam, como podem entrar no mercado sem uma explicação para tal, mas e vários antineoplásicos ou o próprio paracetamol que não possuem mecanismos elucidados estão aí no mercado, assim como a homeopatia, a qual não apresenta uma resposta farmacocinética porém com ótimos resultados clínicos. A provável resposta para esses tratamentos ainda serem menos utilizados deve-se ao pouco interesse da indústria farmacêutica em investir em um "medicamento" barato, sem muitos lucros.
ResponderExcluirOs famosos lactobacilus, ainda bem, já são amplamente utilizados e aceitos pela sociedade em geral, e esperamos que em breve, essas outras terapias ganhem um interesse pela comunidade médica. Vários estudos demonstraram uma melhora em pacientes com doenças inflamatórias intestinais, uma melhora em pacientes alérgicos e com uma alta taxa inflamatória, as quais vem aumentando nos últimos anos. Logo, deve-se pensar em tratamentos mais acessíveis e menos invasivos para tratar ou complementar essa patologias.
Hoje sabe-se que algumas bactérias intestinais provocam alteração na absorção alimentar e, com isso, causam obesidade. Embora os estudos caminhem para a comprovação de que a manipulação das bactérias intestinais possa favorecer o tratamento da obesidade, é preciso levar em conta a grande diversidade da microbiota humana, além de outros fatores que agem sobre o ganho de peso, como a genética e o sedentarismo”,
ResponderExcluirA incerteza que ainda paira sobre o papel dos probióticos no controle da obesidade não deve desmotivar o seu consumo. Não restam dúvidas de que fazem bem à saúde. E mesmo que o resultado mais imediato não seja a perda de peso, há outras vantagens. Estudos mostram sua atuação na saúde como um todo, que vai desde o equilíbrio imunológico até a prevenção de cânceres, melhora das doenças digestivas (síndrome do intestino irritável), dermatites e redução da celulite.
Um estudo publicado em maio de 2012 pela American Medical Association [Associação Médica Americana] revelou que comer alimentos com probióticos reduz os riscos da diarreia que costuma atacar os pacientes que usam antibióticos. Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da RAND Health, órgão fiscalizador de pesquisas científicas americano, avaliaram 82 estudos sobre o assunto. Os antibióticos objetivam eliminar os micro-organismos responsáveis por causar doenças. Mas acabam matando também as bactérias benéficas, gerando um desequilíbrio intestinal que tem como consequência a diarreia. O papel do probiótico, nesse caso, é reequilibrar a flora intestinal.
Acessei essa matéria esperando encontrar material relativo ao kefir de leite e outros probióticos in natura. Existe a possibilidade de publicação sobre o assunto?
ResponderExcluirTem o probiótico Simfort da Vitafor muito bom
ResponderExcluirO trato gastrointestinal (TGI) é um dos ecossistemas mais microbiologicamente ativos, contendo uma massa de bactérias crucial para a maturação das células imunológicas. No intestino, um grande número de bactérias da microbiota e aquelas que atingem o intestino por meio da ingestão de alimentos, coexistem entre si e com as células imunes associadas à lâmina própria das vilosidades. Essa microbiota intestinal estimula a maturação e a funcionalidade das células imunológicas através de seus metabólitos (Galdeano, 2019). A literatura discorre sobre seus benefícios notórios na imunidade, sendo eles: a produção de substâncias antibacterianas (pós-bióticos), tais como as defensinas, produzidas pelas células de Paneth (Ng et al., 2009); fortalecimento do sistema imune inato devido ao estímulo da produção de mucinas por células caliciformes (Goblet cells), reforçando o efeito da barreira epitelial contra patógenos (Ng et al., 2009); aumento da produção de IgA secretória (Taborda, 2017); aumento das defesas de membrana contra a entrada de patógenos pelo reforço das tight junctions (Sabater-Molina et al., 2009); estímulo do sistema GALT para produção de linfócitos T reguladores balanceando a resposta Th1/Th2 (Sabater-Molina et al., 2009).
ResponderExcluirCom isso em mente, são inumeros os campos em que se estudam a ação dos probióticos - desde a aplicação em doenças psiquiatricas, a patologias dermatologicas, infecções vaginais, disturbios imunologicos e o uso classico em afecções gastrointestinais.
Referencias:
NG, S. C. et al. Mechanisms of action of probiotics: recent advances. Inflammatory bowel diseases, v. 15, n. 2, p. 300-310, 2009.
SABATER-MOLINA, M. et al. Dietary fructooligosaccharides and potential benefits on health. Journal of physiology and biochemistry, v. 65, n. 3, p. 315-328, 2009.
TABORDA, Aline Gamarra et al. A administração perioperatória de simbióticos em pacientes com câncer colorretal reduz a incidência de infecções pós-operatórias: ensaio clínico randomizado duplo-cego. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Rio de Janeiro. Vol. 44, n. 6 (nov./dez. 2017), p. 567-573, 2017.
GALDEANO, Carolina Maldonado et al. Beneficial Effects of Probiotic Consumption on the Immune System. Annals of Nutrition and Metabolism, v. 74, n. 2, p. 115-124, 2019.