Descrição do Produto
Danone lança uma
nova campanha do Iogurte Densia agora com nova formulação. A proposta é fornecer 50% do consumo diário de cálcio, prometendo mais
cremosidade e uma variação maior de sabores.
Agora com embalagens líquidas de 180g
e 900g e polpa de 400g nos sabores natural, morango e aveia o consumidor é
estimulado por maciças campanhas publicitárias nos mais variados meios de
comunicação, principalmente, no horário nobre.
Fundamentos Bromatológicos
Apesar de possuir os dois
ingredientes principais para manutenção da saúde óssea, não basta somente o
consumo deste produto para prevenir doenças como a osteoporose, sendo essencial
o banho de sol para ativação da vitamina D no organismo e posterior ação na absorção
de cálcio; assim como a prática de exercícios físicos que é estimulada pela
própria campanha, tendo profissionais disponíveis online no site do Densia,
para fornecer dicas de saúde e tirar duvidas, além da própria embalagem que veicula
uma forma anatômica que sugere movimento, tanto na campanha antiga quanto na
nova. Contudo, esta forma anatômica e o produto como um todo também podem fornecer a idéia de que o consumidor “compra saúde”
quando o adquire.
Análise frente à legislação
De acordo com a legislação
regulamentada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) através
da RDC 360/03, a ingestão diária recomendada (IDR) é de 1000mg de
cálcio e 5µg de vitamina D. Veridicamente, Densia possui em sua formulação
500mg de cálcio o que atende as especificações indicativas do rótulo, contudo
não possui quantidade suficiente para atender a IDR de vitamina D, possuindo
apenas 4μg.
Discussão
No site também é possível estimar o
consumo diário de cálcio através do chamado calciômetro, um questionário com 6
perguntas o que pode estimular erroneamente ao consumo de cálcio além do
necessário. Este, por sua vez, pode agravar ou até gerar problemas ligados à
saúde renal desses indivíduos, visto que a ingestão excessiva de cálcio
associada a uma baixa ingestão de líquidos pode gerar cálculo renal.
Por outro lado o produto ganha uma
nova cara com uma embalagem rosa choque, o que o torna mais atraente e direciona
esta campanha para o público feminino que é o principal alvo da osteoporose,
entretanto a forma primária da osteoporose classifica-se em:
·
Tipo I: de alta reabsorção óssea,
decorrente de uma atividade osteoclástica acelerada - a osteoporose pós-menopausa,
geralmente apresentada por mulheres mais jovens, a partir dos 50 anos.
·
Tipo II: de reabsorção óssea normal ou
ligeiramente aumentada, associada a uma atividade osteoblástica diminuída, com
formação óssea diminuída - a osteoporose senil ou de involução, mais frequente
nas mulheres mais idosas, a partir dos 70 anos, e também no homem.
Ou seja, apesar desta doença atingir predominantemente as mulheres
devido à diminuição de taxas hormonais de estrogênio com o fenômeno da
menopausa, essa patologia também afeta a população masculina acima dos 70 anos,
porém não seria interessante realizar uma campanha de grande porte para atingir
um grupo minoritário.
Conclusão
Apesar de Densia ter sua qualidade
comprovada, boa aceitabilidade e atingir os objetivos propostos
quanto a manutenção da saúde óssea, houve uma forte estratégia de marketing,
uma vez que o produto ganhou uma nova embalagem e nova campanha publicitária
não tratando-se de uma inovação propriamente dita.
É conhecida a importância da ingestão de Cálcio diariamente pela população. Porém, existem alguns pontos que devem ser destacados quanto a esta ingestão, como : a necessidade de ingestão de crianças e adultos são diferentes, indivíduos com idades entre 1 e 70 anos não precisam de mais de 600 unidades internacionais (UI) de vitamina D por dia, enquanto os com mais de 70 anos podem precisar de até 800 UI. Quanto ao cálcio, as pessoas precisam ingerir entre 700 mg e 1.300 mg por dia, dependendo de sua idade. Além disso, o acúmulo de Cálcio durante a vida é importante para prevenir doenças, como a osteoporose. Especialistas vêm observando uma mudança perigosa na alimentação dos jovens; e os grandes vilões são o refrigerante e os sucos industrializados, quando substituem o leite na alimentação do dia-a-dia. "O leite e seus derivados têm sido esquecidos pela população". Porém, além da ingestão de alimentos ricos em cálcio, como é o caso do Iogurte Densia, há a necessidade da produção
ResponderExcluirde Vitamina D - através da exposição do raios solares - que melhora a absorção do cálcio, fortalecendo os ossos, junto com a atividade física, O exercício faz pressão sobre uma célula chamada osteócito, que vai ativar as atividades de remodelação, o exercício de impacto estimula esse processo. Portanto, se o indivíduo não faz atividade na infância ou adolescência também não formará um bom pico de massa óssea, porque não estimula essa atividade no organismo. Já na fase adulta, as atividades físicas regulares funcionam como prevenção de perda, pois quem é sedentário perde mais massa óssea. Por todos esse motivos, apenas a ingestão de alimentos ricos em cálcio não são suficientes para a manutenção da saúde óssea.
Referência Bibliográfica :
http://nutricore.com.br/app/webroot/img/bibliotecas/Aspectos%20da%20absor+%BA+%FAo%20no%20metabolismo%20do%20c+%EDlcio%20e%20vitamina%20D.pdf
Vemos que o iogurte Densia tem uma composição interessante e é muito bem aceito pela população. Entretanto, algumas questões devem ser discutidas. A osteoporose é um desequilíbrio na remodelação óssea, em que a velocidade de absorção não acompanha esse processo. Entretanto, se uma quantidade suficiente de cálcio for armazenada ao longo da vida, essa perda pode ser superada. Se desde a infância, o indivíduo tiver uma dieta rica em alimentos que contem cálcio, a osteoporose pode ser futuramente evitada. Mas com a mudança na alimentação de jovens e crianças, onde o leite e seus derivados são substituídos por sucos industrializados, refrigerantes. O consumo de leite e seus derivados na infância aumenta a massa óssea, gerando um estoque para a fase adulta.
ResponderExcluirUm outro ponto que deve ser analisado é que na infância ou na vida adulta apenas o consumo de alimentos ricos em cálcio não é o suficiente para prevenir a osteoporose. O banho de sol na medida certa é essencial. Estudos mostram que exposição de 15 a 20 minutos ao sol diariamente é o suficiente para a produção de vitamina D. Sendo que está não é acumulada, por isso, deve-se tomar sol regularmente. Isso não é um problema no Brasil, mas em países muito frios ou no caso de pessoas que vivem confinadas a falta de exposição ao sol pode ser um problema.
Um outro aspecto interessante é associar os dois fatores citados anteriormente com a prática regular de atividade física. Essa é capaz de ativar a remodelação óssea, gerando um pico de massa óssea. Sua realização regular ao longo da vida pode contribuir para prevenção de osteoporose e redução do número de fraturas.
Sendo assim, apenas o consumo de Densia não é suficiente para prevenir a osteoporose. O consumo desse iogurte deve ser associado a outros alimentos ricos em cálcio (visto que 1 copo contem a metade da quantidade necessária de cálcio), a exposição regular ao sol e a exercícios físicos.
Referências
http://www.endocrino.org.br/prevencao-da-osteoporose-dose-ideal/
Uma estratégia de prevenção e combate a deficiências nutricionais, como a osteoporose, é a fortificação de alimentos com o cálcio. Produtos alimentícios, especialmente leite e derivados, têm sido fortificados com este mineral com o objetivo de prevenir sua deficiência no organismo. Entretanto, ingestões elevadas de cálcio podem levar à diminuição na absorção de ferro, fósforo e zinco (LOBO; TRAMONTE, 2004, apud MARQUES et al, 2012).
ResponderExcluirDiversos fatores podem afetar a biodisponibilidade do cálcio, como tratamentos térmicos aplicados aos produtos já fortificados. Ainda, a presença de fitatos e oxalatos na dieta e o consumo elevado de proteínas podem afetar a absorção do cálcio (CASÉ et al, 2005, apud MARQUES et al, 2012).
Referência Bibliográfica:
MARQUES, M. F. et al. Fortificação de alimentos: uma alternativa para suprir as necessidades de micronutrientes no mundo contemporâneo. HU Revista, v 38, n. 1, pp. 79-86, 2012.