Atualmente a Whey Protein é
um produto classificado como um
“suplemento para substituição parcial de refeições para atletas”, sendo
muito utilizada em academias de ginástica para o ganho de massa muscular e emagrecimento.
Contudo, este composto possui um potencial muito mais amplo e pouco aproveitado
no auxílio do tratamento e prevenção de diversas doenças como a obesidade, o
Diabetes Tipo 2, HIV, entre outros.
1) Descrição do Produto:
- Nome comercial: Nutri Whey Protein (IntegralMédica).
- Classificação: Suplemento para substituição parcial de refeições para atletas.
- Registro: 4.9124.0011.
- Apresentação: Em potes de 907 g e 2,3 kg (peso líquido) nos sabores baunilha, chocolate e morango.
- Ingredientes: maltodextrina, leite em pó desnatado, albumina, proteína concentrada do soro de leite, proteína isolada de soja, hidrolisado proteico (colágeno), proteína isolada do soro de leite, frutose, mix de minerais (cálcio, magnésio, ferro, manganês, flúor, cromo, molibdênio, iodo, selênio e fósforo), proteína hidrolisada do soro de leite, proteína hidrolisada de trigo, mix de vitaminas (A, C, D, E, B1, B2, B3, B5, B6, B12, biotina e ácido fólico). Contém glúten.
- Tabela Nutricional:
Informação
Nutricional
Porção de 120 g (2 scoops)
Sabor Chocolate
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Quantidade por porção
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% VD*
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Valor Energético
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441 kcal = 1852 kj
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22
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Carboidratos
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76 g
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25
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Proteínas
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31 g
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41
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Gorduras Totais
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1,3 g
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2
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Gorduras Saturadas
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0,7 g
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3
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Gorduras Trans
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0 g
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-
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Fibra Alimentar
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1,1 g
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4
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Sódio
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300 mg
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12
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* % Valores Diários de Referência com base
em dieta de 2.000 kcal, ou 8.400 kj. Seus valores diários podem ser maiores
ou menores dependendo de suas necessidades energéticas.
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2. 1) Definição/Composição da Whey Protein
A
Whey Protein é uma família de proteínas solúveis que compõem 20% das proteínas
do leite bovino, sendo o restante composto por caseínas (compostos insolúveis
que formam grumos). Esta se apresenta como uma molécula globular com diversas
alfa-hélices e uma quantidade equilibrada de aminoácidos hidrofóbicos/ hidrofílicos
e ácidos/ básicos ao longo da cadeia polipeptídica.
A Whey Protein é composta
por uma série de proteínas, em ordem decrescente de abundância:
β-lactoglobulina, α-lactoalbumina, proteose peptona, imunoglobulinas,
glicomacropeptídeo (GMP), albumina de soro bovino (BSA), lactoferrina e
lactoperoxidase. O GMP é proveniente da primeira etapa de obtenção enzimática
do queijo (pela ação da quimiosina na caseína) sendo uma fonte importante de
aminoácidos ramificados (BCAAs).
Além de ser uma excelente
fonte de aminoácidos, a Whey Protein também gera peptídeos bioativos durante a
digestão. Estes compostos possuem atividade biológica importante podendo ser
antimicrobianos ou imunomoduladores, por exemplo.
2. 2) Principais funções da Whey Protein:
- Imunomodulação: antimicrobianas, antivirais e anticancerígenas.
As proteínas provenientes da Whey Protein são
ricas em resíduos de cisteína e glutamato que são substratos essenciais para a
síntese de glutationa (GSH). Esta, por sua vez, é responsável por aumentar as
funções imunológicas e hepáticas através do combate ao estresse oxidativo
intracelular. Devido a isto, a Whey Protein possui papel importante na
imunoregulação, na prevenção de câncer, em pacientes HIV
positivos e pacientes com Alzheimer.
Além disso, algumas proteínas da família Whey
Protein possuem atividade inibitória intrínseca das enzimas HIV-1, reduzindo,
com isso o ciclo replicativo do vírus. De maneira similar a lactoferrina, outra
proteína da Whey Protein, possui papel importante na inibição da enzima
transcriptase reversa (responsável por polimerizar moléculas de DNA a partir de
RNA) prejudicando, assim, a replicação do vírus.
- Funções metabólicas (secreção de insulina; níveis de glicose).
As proteínas presentes na Whey Protein possuem
propriedades relacionadas com a secreção de insulina de forma mais eficiente
quando comparadas com demais caseínas ou proteínas animais/vegetais. Isto
porque elas são capazes de reduzir, de forma dose dependente, o pico
hiperglicêmico pós-prandial. Quantidades superiores a 20 g do produto são capazes de
diminuir os níveis de glicose no sangue e aumentar os níveis de insulina.
- Papel da Whey Protein na Obesidade e Diabetes Tipo 2.
A Whey Protein é capaz de modificar outros
hormônios no organismo. Ele é capaz de elevar o nível plasmático de dois
hormônios, o peptídeo gástrico inibitório e o GLP-1, ambos responsáveis irão
atuar promovendo a inibição da fome. Isso é muito importante principalmente
para pacientes diabetes tipo 2, já que estes possuem uma menor quantidade e
este é capaz de aumentar a síntese de pró-insulina e o reservatório de insulina nas células β
pancreáticas. Há, também, a diminuição da atividade do hormônio DPP4 (responsável
pela degradação dos hormônios anteriores), além da inibição de hormônios
ligados diretamente ao controle da fome, como a ghrelina, a colecistocinina o o
peptídeo YY.
Por fim, é possível concluir que essas mudanças
hormonais são capazes de alterar os estados de fome e saciedade, exercendo
papel fundamental no controle da obesidade. Além disso, o controle da diabete
tipo 2 também é um fator de grande importância, pois o uso deste produto é
capaz de reduzir os níveis glicêmicos pós-prandiais, servindo como um
tratamento alternativo e de adiamento do uso de medicamentos.
3) Legislação Pertinente:
A RDC 18, de 27 de abril de 2010 dispõe sobre o Regulamento
Técnico sobre Alimentos para Atletas, apresentando as definições e
especificações destes tipos de alimentos assim como as normas para sua
rotulagem. De acordo com esta resolução um suplemento para substituição
parcial de refeições de atletas (como é classificado o Nutri Whey Protein) pode
ser definido como um produto destinado a complementar as refeições de atletas
em situações nas quais o acesso a alimentos que compõem a alimentação
habitual seja restrito.
A RDC 18/2010 especifica que este tipo de
alimento pode conter concentrações variadas de macronutrientes, porém deve
obedecer aos seguintes requisitos:
- a quantidade de carboidratos deve corresponder a 50-70% do valor energético total do produto pronto para consumo;
- a quantidade de proteínas deve corresponder a 13-20% do valor energético total do produto pronto para consumo;
- a quantidade de lipídios deve corresponder, no máximo, a 30% do valor energético total do produto pronto para consumo;
- os teores de gorduras saturadas e gorduras trans não podem ultrapassar 10% e 1% do valor energético total, respectivamente;
- este produto deve fornecer, no mínimo, 300 kcal por porção;
- este produto pode ser adicionado de vitaminas e minerais, conforme Regulamento Técnico específico sobre adição de nutrientes essenciais;
- este produto pode ser adicionado de fibras alimentares.
Com relação à rotulagem destes produtos, a
legislação citada especifica que:
- O tamanho da fonte utilizada para designação do produto deve ser no mínimo 1/3 do tamanho da fonte utilizada na marca.
- Nos rótulos deve constar a seguinte frase em destaque e negrito: “Este produto não substitui uma alimentação equilibrada e seu consumo deve ser orientado por nutricionista ou médico”.
Adicionalmente,
existem maiores especificações sobre a rotulagem de alimentos na RDC 360, de 23
de dezembro de 2003. Nesta são estabelecidos o conteúdo da tabela nutricional e
como estes devem ser apresentados. É obrigatória a apresentação da quantidade e
o valor energético dos seguintes nutrientes: carboidratos; proteínas; gorduras
totais; gorduras saturadas; gorduras trans; fibra alimentar; sódio. Além destes
nutrientes, podem ser declarados outros de caráter opcional (como vitaminas,
por exemplo).
A
RDC 360/2003 também especifica os valores de ingestão diária recomendada e os
valores diários de referencia de nutrientes de declaração obrigatória.
De
acordo com a legislação, é possível observar que a definição de suplemento para
substituição parcial de refeições de atletas restringe o uso do Nutri Whey
Protein a situações onde outras fontes de proteínas não estejam acessíveis.
Entretanto, seu uso é muito corriqueiro, mesmo que uma alternativa natural
esteja disponível. Este uso indiscriminado deve ser estudado mais a fundo no
intuito de investigar possíveis consequências a longo prazo (como na função
renal, por exemplo).
Em
contrapartida, como discutido no trabalho acima, deve-se considerar os
benefícios da Whey Protein no tratamento de diversas enfermidades. Deve ser feita
uma avaliação com o intuito de observar os riscos ou benefícios de um uso
prolongado para cada paciente especifico.
5) Referências Bibliográficas:
·http://www.integralmedica.
·http://portal.anvisa.gov.br/
·http://repositorio.ucp.pt/
·http://download.journals.
·http://www.ncbi.nlm.nih.gov/
·http://www.anvisa.gov.br/
A ANVISA preconiza que as proteínas presentes nos alimentos para redução ou manutenção de peso por substituição parcial das refeições ou para ganho de peso por acréscimo às refeições devem fornecer no mínimo 25% e no máximo 50% do valor energético total desses alimentos. E a ingestão total diária de proteínas não deve exceder a 125g. Logo o produto Wey Protein se encaixaria nos padrões da ANVISA.
ResponderExcluirPorém, tem que se lembrar de que além dos benefícios desse produto já citados no trabalho acima, há também malefícios.
Os principais danos causados por esse produto é a sobrecarga dos rins, visto que ele faz com que aumente a produção de ureia e creatinina. Além da sobrecarga do rim, há também a sobrecarga do fígado já que este órgão é responsável por transformar proteína em gordura. Além disso, durante o processo de oxidação da proteína, ocorre a formação de amônia no sangue, que pode causara problemas nos rins e no fígado.
Então, é necessário fazer um balanço dos benefícios e dos malefícios da utilização deste produto, para se concluir se o uso, principalmente a longo prazo, seria adequado ou não.
É importante lembrar que o Wey Protein não deve nunca ter a ação de substituir totalmente uma refeição, e sim de complementar.