Apresentação
A
coenzima Q10 (Ubiquinona) está localizada também em membranas celulares e
participa da cadeia transportadora de elétrons e durante a fosforilação
oxidativa, protege o organismo contra o estresse oxidativo e sua suplementação
é eficaz para pacientes com deficiência.
Estatinas
atuam inibindo a enzima HMG-COA Redutase, inibindo assim a via do mevalonato e
posteriormente a síntese de colesterol. No entanto, a inibição da via do
mevalonato diminui a formação da coenzima Q10 no organismo.
A Coenzima Q10 é uma
substância lipossolúvel que tem
outras funções importantes na saúde humana como:
- Oxidação de ácidos graxos;
- Atuação como coenzima em várias vias enzimáticas
importantes relacionadas a produção de energia mitocondrial;
- Inibição da oxidação das proteínas e DNA;
- Estabilização e prevenção da peroxidação lipídica
de membrana;
- Modulação da expressão gênica;
- Regeneração das formas oxidadas da vitamina C e E.
Descrição do produto
As cápsulas de Coenzima Q10 da marca Sundown Naturals têm como ingredientes: Coenzima q-10, óleo
vegetal (veículo), gelatina e glicerina (cápsula), lecitina de soja
(antioxidante) e sílica (antiumectante). Não contém quantidade significativa de
valor energético, gorduras totais, saturadas ou trans, colesteróis,
carboidratos, proteínas, fibra alimentar e sódio.
A
Coenzima Q pode ser obtida por duas vias: endógena (ciclo do mevalonato) e por
via exógena (a partir de alimentos). Pode ser encontrada em amêndoas, soja,
nozes, vegetais verdes escuros, amendoins e peixes.
Fundamentos Bromatológicos
As
estatinas atuam inibindo a enzima HMG-COA Redutase, inibindo assim a via do
mevalonato e posteriormente a síntese de colesterol. No entanto, a inibição da
via do mevalonato diminui a formação da coenzima Q10 no organismo e com isso
leva a um quadro de mialgia (dores musculares) nos pacientes, fazendo com que
esses interrompam o tratamento da hipercolesterolemia. Essa redução da COQ10
causada por estatinas pode diminuir a tolerância ao exercício físico e a
inibição da via do mevalonato, afeta a produção de ATP, prejudica o metabolismo
energético muscular.
A
suplementação de Coenzima Q10 auxiliaria na não interrupção do tratamento da
hipercolesterolemia e resultaria
na recuperação dos níveis plasmáticos da Coenzima Q10, reduzindo assim os
efeitos musculares das estatinas em pessoas que consomes grande quantidade
desse fármaco.
Além da produção de ATP, fazer uma suplementação de cápsulas de Coenzima Q10 faz com que ocorra uma dilatação dos vasos sanguíneos. Isso faz com que o sangue flua melhor e dessa maneira os músculos terão uma irrigação maior e com uma concentração maior de nutrientes e oxigênio. Isso acarretará também em um maior rendimento durante a prática de exercícios.
Legislação
No Brasil, não existe uma legislação única para suplementos. Esses produtos podem ser quadrados como alimentos ou medicamentos dependendo das suas características de
composição e finalidade de uso.
A
Coenzima Q1O se encaixa na classificação de produtos Nutracêuticos que são definidos como como “produtos
isolados ou purificados de alimentos, geralmente vendidos sob formas
medicinais, não associados a alimentos e que demonstrem ter benefícios
fisiológicos e a saúde, incluindo a prevenção e o tratamento de doenças.”
conforme a Fundação de Inovação em Medicamentos (Nova Iorque, EUA, 1989). Essa
definição atribui grandes iniciativas a essa classe de substâncias e
consequente a ANVISA através da “Comissão de Assessoramento Técnico Científico
em Alimentos Funcionais e Novos Alimentos” estabelece as normas para
comercialização desses alimentos.
A ANVISA não reconhece o termo nutracêutico. No
entanto, a Resolução RDC nº 2, de 2002, define substância bioativa como nutriente
ou não nutriente com ação metabólica ou fisiológica específica no organismo,
devendo estar presente em fontes alimentares, seja de origem natural ou
sintética, sem finalidade medicamentosa ou terapêutica (BRASIL, 2002).
Conclusão
Considerando
as características da Coenzima Q10, pode-se dizer que ela é de grande
importância no tratamento de pacientes com hipercolesterolemia onde auxilia na
diminuição de dores musculares e faz com que o paciente não abandone o
tratamento. Além disso, fatores secundários como a ação oxidante e produção de
energia ajudam no bem-estar do paciente. Essa substância bioativa, sendo
adquirida na dieta com alimentos ou na suplementação com cápsulas, vai atuar na
prevenção e no tratamento de diversas doenças.
Referências
- Bentiguer, M., Brismar,
K., Dallner, G., (2012). The antioxidant role of coenzyme Q. Mitochondrion, 7(S), pp. S41-S50
- Bentiguer, M.,
Tekle, M., Dallner, G., (2015). Coenzyme Q – Biosyntesis and functions. Biochemical and Biophysical Reasearch
Communications, 396, pp. S72 – S88
- Bookstaver, D.,
Burkhalter, N., Hatzigeorgiou, C., (2015) Effect os Coenzyme Q10 supplementation
on stain-induced myalgias, The American
Journal of Cardiology, pp. 1-4
- ANVISA. RDC N°
2, DE 07 DE JANEIRO DE 2002: Aprova o Regulamento Técnico de Substâncias Bioativas e
Probióticos Isolados com Alegação de Propriedades Funcional e ou de Saúde.. 2
ed. Brasília, 2002. 9 p. Disponível
em:<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/1c77370047457bcc8888dc3fbc4c6735/RDC_02_2002.pdf?MOD=AJPERES>.
Acesso em: 06/06/18
A CoQ10 apresenta inúmeros benefícios para o corpo além das já citadas, por exemplo: fortalece o sistema imunológico, aumenta a capacidade de bombeamento do coração, tratar a falência renal; elimina efeitos colaterais de drogas para insuficiência cardíaca. Sendo assim, é um produto indicado para evitar os efeitos do envelhecimento. Estudos realizados em ratos mostram que a longevidade pode ser aumentada e sua qualidade melhorada a partir da suplementação semanal com CoQ10.
ResponderExcluirBentiguer, M., Brismar, K., Dallner, G. The antioxidant role of coenzyme Q. Mitochondrion, v. 7, p. S41-S50, 2012.
Jessica de Oliveira Mussel
DRE: 114141217
O estudo é bastante pertinente, no entanto gostaria de fazer uma análise crítica acerca dos nutracêuticos. Como ressaltado na postagem, eles são classificados como nutriente ou não que apresentam ações metabólicas ou fisiológicas específicas no organismo. Podemos salientar uma problemática, visto que os nutracêutcios não apresentam tanta burocracia para serem comercializados quando comparados aos medicamentos, não precisam de comprovação científica, mas contribuem para prevenção e tratamento de doenças, além disso, os estudos que orientam o desenvolvimento e realização de métodos analíticos para seu controle de qualidade são escassos e a vigilância sanitária imposta a eles é precária. Não só isso como também, há larga desinformação por parte dos consumidores quanto ao consumo excessivo destes “nutracelticals”, como também são chamados. Vale ressaltar que, há uma falha na regulamentação da rotulagem destes produtos, pois em seus rótulos, muitas vezes, há propriedades funcionais e medicinais, que se não houverem comprovação científica são proibidas estarem expressas. Pode-se salientar ainda que, esta categoria de produto segundo a legislação está mais para alimento, do que para medicamento, ao passo que na prática eles são vendidos de forma mais semelhante ao último mencionado. Estes conjuntos de ações podem ser muito prejudiciais aos consumidores. Após o apresentado, deixo a questão: os nutracêticos não deveriam ter legislações e fiscalizações mais rígidas, já que são usados como adjuvantes terapêuticos?
ResponderExcluirFonte: CARVALHO, Luiz Eduardo e MOURA, Miriam Ribeiro Leite - “NUTRACÊUTICOS: Um desafio normativo”. Disponível em: http://www.farmacia.ufrj.br/consumo/leituras/ld_lec_nutraceuticos.htm. Acesso em 26 de setembro de 2020.
LIRA, Carlos Rogério Genari et al. "Nutracêuticos: aspectos sobre segurança, controle de qualidade e legislação". Revista Brasileira de Farmácia VOL 90. NO. 1. 2009. Disponível em: https://rbfarma.org.br/files/pag_45a49_180_nutraceuticos.pdf. Acesso em 26 de setembro de 2020.