A Lycium barbarum L. (Goji
berry), é uma planta da família Solanácea encontrada na China e regiões do
Himalaia, posicionada há milênios no topo da tabela das 8000 ervas e alimentos
curativos chineses (MARTINS; MAGALHÃES; SCHILICHTING, 2014). Recentemente
utilizada por esportistas e pessoas que entraram em “dietas da moda”,
prometendo diversos benefícios à saúde por ser rico em vitamina C, conter nutrientes
que melhoram o sistema imunológico, e ajuda a emagrecer além de outros
benefícios prometidos à saúde. É comercializado através de cápsulas, chás e o
extrato da fruta propriamente dito. Sendo utilizado por muitas pessoas que
desejam uma maior velocidade de perda de massa, e isso acontece por a fruta
possuir uma alta porcentagem de vitamina C. Um estudo publicado no periódico
American Journal of Clinical Nutrition revelou que 100 gramas de goji berry
desidratada contêm 2.500 miligramas de vitamina C, um volume 50 vezes maior do
que a presente na laranja. Mas muito se fala das suas propriedades nutricionais
não chamando atenção para seus efeitos adversos.
Descrição do produto: A “goji berry” é um fruto com um grande potencial
antioxidante devido à presença de flavonoides, além de ser fonte de um análogo
do ácido ascórbico denominado ácido ascórbico 2-O-β-D-Glucopiranosílico ou
AA2βG, bem como ser fonte natural do carotenoide zeaxatina. Apresenta também
polissacarídeos específicos que se mostram eficientes no aumento da atividade
de enzimas antioxidantes. Nos dias atuais chegou ao mercado com a promessa de
emagrecimento. Estudos realizados com uma bebida à base do suco desta fruta
apontaram para uma possível diminuição da circunferência abdominal em
indivíduos que fizessem o uso diário desta bebida.
No entanto, as propriedades do ácido ascórbico 2-O-β-D Glucopiranosílico
(eficaz no tratamento da Desordem Osteogênica de Shionogi (DOS), e a zeaxantina
(importante aliado na prevenção da Degeneração Macular Relacionada a Idade
(DMRI), não são devidamente valorizados pela área de saúde até o momento.
Cuidados devem ser tomados com a ingestão da fruta, pois pode levar a alergia
pacientes que já tenham sido sensibilizados com o tomate, além de apresentar
alguma interação com medicamentos antiplaquetários, diminuindo sua eficácia.
A principal fonte de antioxidantes vem dos próprios
alimentos ingeridos ou a partir do emprego de suplementos alimentares, sendo
que a Lycium barbarum L. apresenta este potencial antioxidante. Neste caso, o
principal agente antioxidante encontrado é o ácido ascórbico
2-O-β-D-Glucopiranosílico ou simplesmente AA-2βG, sendo um análogo do
L-ácido-ascórbico ou AA, que reduz o dano causado pelo stress oxidativo. Pelo
fato do AA ser instável, sua absorção se torna rápida, porém sua capacidade de
armazenamento fica prejudicada e, consequentemente, seu uso terapêutico. No
entanto, o AA-2βG é mais estável que o AA, surgindo assim uma nova
possibilidade para o uso medicinal da Lycium barbarum L. (ZHANG et al., 2011;
AMAGASE & FARNSWORTH, 2011)
Fundamentos
Bromatológicos: O ácido ascórbico ou AA,
conhecido popularmente como vitamina C, é um antioxidante natural encontrado em
frutas e vegetais que regula o balanço entre a proliferação celular e a
apoptose. No entanto, sua utilização como função terapêutica é dificultada pela
sua forte característica hidrossolúvel. Dessa forma, poder-se-ia pensar que, um
análogo ou um derivado do tradicional AA seria uma forma de suprir essa
necessidade terapêutica. (BÄCHTOLD, 2013; ZHANG et al., 2011). Um estudo
realizado por ZHANG et al. (2011) pela Universidade de Ningxia na China, serviu
para elucidar os efeitos antioxidantes desse análogo de AA em comparação com o
ácido ascórbico natural. (ZHANG et al., 2011). Neste caso, um análogo do AA,
com características de pró-vitamina C, foi recentemente descoberto na fruta
Lycium barbarum L.
Esse análogo de maior peso molecular,
conhecido como ácido ascórbico 2-O-β-D-Glucopiranosílico ou AA2βG, foi
encontrado na fruta seca de Lycium barbarum L. em concentração de 0,5%, fazendo
dela uma fonte natural deste análogo do AA. (TOYODA-ONO et al., 2004;ZHANG et
al., 2011)
Pois uma pesquisa da Arizona
State University (Universidade do Estado do Arizona), nos Estados Unidos, foi
além e descobriu outra faceta dessa poderosa vitamina: aclerar o emagrecimento.
O estudo acompanhou dois grupos – um seguiu uma dieta rica em vitamina C; O
outro, uma alimentação com quantidade insuficiente do nutriente. Resultado: as
pessoas do primeiro grupo queimaram 30% mais gordura por dia.
Legislação: A venda de cápsulas e pós de
golgi berry necessitam de registro na ANVISA, e produtos sem o mesmo são
estritamente proibidos. O registro na Anvisa é necessário para verificar as
condições de segurança e eficácia dos produtos, além de avaliar a condições de
qualidade da produção.
A Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a fabricação, comercialização e uso dos
produtos Farinha Medida Certa Original Plus Com Chia e Goji Berry (em pó e em
cápsulas) e Farinha Seca Barriga Original Plus Com Chia e Goji Berry (em pó e
em cápsulas) e outros dois produtos contendo goji berry por não possuírem
registro na Agência. Os produtos proibidos são Goji Berry em Cápsulas da marca
GileadeLab e o Suplemento de Vitaminas B6, B121, Chá Verde, Cafeína com
Gojiberry da marca Thermo O.X/Saúde & Sabor em cápsulas. Os dois produtos
são fabricados pela empresa Mosteiro Devakan Produtos Naturais e Alimentícios
LTDA.
Conclusão: Os inúmeros benefícios da
fruta são comprovados por algumas características bioquímicas, O Ácido
Ascórbico 2-O-β-D-Glucopiranosílico-Lou AA-2βG encontrado em quantidade
expressiva nesta fruta vem despertando a atenção dos pesquisadores. Porém, por mais
que ela apresente resultados de excelência como agente antioxidante, ela
somente atingiu a atenção mercadológica, através do apelo voltado ao “culto ao
corpo”, que na realidade não foi comprovado estatisticamente pelas pesquisas
realizadas. Inclusive, as conclusões sobre sua possível eficácia para o
emagrecimento ou tratamento da obesidade, enfatiza que a tal “fruta milagrosa
que emagrece” (slogan utilizado intensivamente pelos setores de marketing de
empresas ou sites de vendas), somente conduz a um efeito adequado e
satisfatório se for conjugada com uma reeducação alimentar e exercícios físicos
regulares. nos dias de hoje tornou-se imprescindível saber a procedência dos
alimentos, pois não é possível, sem a realização de análises químicas
específicas, saber se o mesmo está contaminado com produtos prejudiciais à
saúde. Este cuidado também deve ser adotado na utilização de novos produtos,
como é o caso da “goji berry”, pois, por se tratar de um alimento sem histórico
de consumo no mercado brasileiro, pode causar efeitos colaterais desconhecidos
e, em alguns casos, conduzindo a quadros graves de intoxicação ou interação
medicamentosa.
Referências:
1 - Amagase H, Sun B, Borek C. Lycium barbarum (goji)
juice improves in vivo antioxidant biomarkers in serum of healthy adults. Nutr
Res. 2009;29:19-25.
2 - Barber D,
de la Torre F, Feo F, Florido F, Guardia P, Moreno C, Quiralte J, Lombardero M,
Villalba M, Salcedo G, Rodríguez R. Understanding patient sensitization profi
les in complex pollen areas: a molecular epidemiological study. Allergy. 2008;63:1550-8.
3 - AESAN - Agencia Española de Consumo, Seguridad
Alimentaria y Nutrición. Bayas Goji. 2010. Disponível em: <http://aesan.msssi.gob.es/AESAN/web/notas_prensa/bayas_goji.shtml>.
Acesso em: 17 nov. 2014.
4 - BALLARÍN, S.M. et al. Anaphylaxis Associated With
the Ingestion of Goji Berries (Lyciumbarbarum).Journal of Investigation al Allergology
and Clinical Immunology. Espanha: v.21, n.7, p.567-570, 2011.
5 - FLORÉZ-MARTÍNEZ, S. et al.
Los flavonoides: propiedades y acciones antioxidantes. Nutrición Hospitalaria. Espanha: v.17, n. 6,
p.271-278, 2002.
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ResponderExcluirA maior desvantagem de consumi-las para emagrecimento é o alto custo, isso é devido a ser uma fruta importada sem possibilidade de crescer em nosso clima.Embora haja depoimentos de cientistas, estudiosos e pessoas que emagreceram com a fruta, não podemos sustentar essas alegações, já que nem todo organismo age da mesma forma. A melhor maneira é experimentar por pelo menos 2 meses e ver qual diferença ela fará no seu organismo. Pode ser que faça parte da grande maioria das pessoas que conseguem perder peso com goji berry.Além de ser um alimento com baixo nível glicêmico. Ela mantêm os desejos de comer toda hora controlados e aumenta a saciedade por mais tempo.
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ResponderExcluirAluna: Thais Felix de Holanda
ResponderExcluirDRE:113086228
A procura pela Goji Berry e sua inclusão nas dietas tem aumentado nos últimos anos. Suas propriedades antioxidantes são conhecidas, porém é preciso atentar para os efeitos adversos. Por exemplo, as pessoas que possuem doenças como trombose e usam medicamentos como a Varfina podem sofrer alguns efeitos secundários, pois a Goji Berry atua prevenindo a formação de coágulos sanguíneos, reduzindo a ocorrência de ataques cardíacos e derrames. Sendo assim é importante que pessoas que fazem uso desse tipo de medicamento consultem seu médico antes de iniciar o consumo da Goji Berry, devido ao risco de hemorragias e eventos trombóticos. Outro exemplo envolve pessoas que tem diabetes. Esses pacientes devem consultar seu médico antes de utilizar a Goji Berry, pois o fruto altera o funcionamento do pâncreas, assim como a produção de insulina. Sendo assim, apesar de todos os benefícios, é importante ter informação e avaliar se pode ser incluido na alimentação.
Referência: https://tudoela.com/efeitos-colaterais-goji-berry/