Estudos e Pesquisas dos alunos da disciplina Bromatologia em Saúde oferecida pela Faculdade de Farmácia da UFRJ, que adota um modelo tutorial, onde estudantes exercitam a construção autônoma de conhecimentos, com pesquisa e extensão convergindo para ensino.
Apresentação
Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.
O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.
quinta-feira, 14 de junho de 2018
Seriam as gelatinas zero mais apropriada para uma dieta com restrições?
Legislação: Normatizada através da Resolução de Pós para Preparo de Alimentos, emitida pela Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos, em conformidade com o artigo n° 64, do Decreto-lei n° 986, de 21 de outubro de 1969 e de acordo com o estabelecido na 410° Sessão Plenária realizada em 30/03/78, revista pela CNNPA, relativa a bebidas e alimentos, para todo efeito em território brasileiro.
Fundamentos Bromatológicos: Gelatina Royal sabor morango: mistura em pó para preparação em água de gelatina, ou seja, produto da hidrólise em água fervente de tecidos ricos em substâncias colagênicas, (cartilagens tendões, ossos, aparas de couro), concentrado e secado. Sendo essa, uma preparação provida de acidulantes, edulcorantes, proteína, tal como o colágeno, e enriquecida com vitamina C. Segue ao longo deste trabalho a composição de forma mais detalhada, podendo ser visualizada, principalmente, através das tabelas contidas.
Discussão: Atualmente, o público de produtos zero tem se tornado bem mais robusto. Sendo assim, a oferta para esse público tem aumentado, a fim de atender essa demanda crescente. Assim como a oferta, proporcionalmente, tem sido investido no marketing para divulgar produtos que se encaixe nesse novo “estilo de vida”. Os consumidores, por conseguinte, atendem a essas campanhas, com a finalidade de moldarem sua alimentação, acabam por comprar esses produtos, sem conferir a tabela nutricional ou mesmo comparam os ingredientes com o produto de referência. O que será abordado nesse trabalho é, especificamente, sobre essa denominação e essa variação da gelatina, através de uma comparação entre as gelatinas normal e a zero da marca Royal, sabor morango. De acordo com a primeira tabela, podemos observar que as gelatinas zero substituem o açúcar por maltodrexina. Esse é o ponto em questão, pois é questionável se é realmente uma troca eficiente. A maltodrexina é um carboidrato que pode ser maléfico para os públicos que demandam alimentos sem açúcar, como por exemplo, os diabéticos, pois são açúcares de alta absorção. Além dessa troca, não eficiente, as gelatinas, usam adoçantes artificiais, como edulcorantes e isso acontece, inclusive, na gelatina normal, que já possui o açúcar como adoçante. É questionável esse uso, uma vez que, como já evidenciado por inúmeros estudos, esses adoçantes artificiais estão intimamente atrelados à promoção de câncer, geando danos à saúde. Existem ainda outros componentes que podem ser nocivos, tais como a fenilalanina, que está presente na maioria das gelatinas. Esse componente pode ser tóxico para pessoas com fenilcetonúria. Essa doença é caracterizada por um organismo incapaz de degradar fenilalanina e uma vez que essa degradação não acontece, há o acúmulo desse componente que pode resultar em sintomas, tais como, deficiência intelectual, dermatite atópica, alteração no crescimento (para indivíduos que estão em fase de crescimento), hiperatividade, entre outros. O aspartame presente na gelatina, possui como componente a fenilalanina, e a mesma não está descrita na embalagem. Além desses ingredientes mencionado anteriormente pode-se citar ingredientes que podem causar reações não esperadas e não desejáveis com, por exemplo, os corantes. Esses componentes podem causar reações alérgicas nos consumidores. O corante amarelo crepúsculo tem sido apontado como causador de de hiperatividade em crianças. Em relação a “suplementação” com vitaminas, vale ressaltar, que são vitaminas adicionadas e não as que são inerentes presentes, na fruta que é apontada como o sabor da gelatina em questão, o morango. Quando as gelatinas normal e zero são comparadas podemos ressaltar algumas evidências. Em relação à informação nutricional, ambas possuem valores muito próximos, contudo, nas zero havendo a discrepância do valor de sódio presente, que é maior em sua composição. Assim, essa gelatina que seria “boa para um diabético” seria inapropriada para um hipertenso. Mas um fato que deve ser levado em consideração é que a diabetes é uma comorbidade de hipertenso e vice-versa. Por isso, é aconselhável sempre que houver a necessidade da substituição de um produto, que exista a comparação dos rótulos e suas tabelas nutricionais. Rótulos podem exacerbar algumas informações e minimizar outras, consultando sempre um profissional adequado.
Conclusão: Devido a algumas informações apresentadas nesse trabalho, há diferenças significativas entre as variedades de gelatina postas em questão. Como esperado as gelatinas zero não possuem açúcar (propriamente dito) em sua composição mas sim maltodextrina , o que pode contribuir para que não seja a preparação mais adequadas para diabéticos (público que mais compra essa variedade).
Tabela 1. Informações sobre as variedades “Normal” (segunda coluna) e “Zero” (terceira coluna) da Gelatina Royal Sabor Morango. Segue as características das variedades:
Tabela 2. Informação nutricional corrigida por porção, “Normal” (segunda coluna); Zero (terceira coluna).
Referências: 1- Soffritti, M. et al. First experimental demonstration of the multipotential carcinogenic effects of aspartame administered in the feed to Sprague-Dawley rats. Environ Health Perspect. 2006 Mar;114(3):379-85. 2- Consumption of artificial sweetener- and sugar-containing soda and risk of lymphoma and leukemia in men and women. Am J Clin Nutr. 2012 Dec;96(6):1419-28. 3- McCann, D. et al. Food additives and hyperactive behaviour in 3-year-old and 8/9- year-old children in the community: a randomised, double-blinded, placebo-controlled trial. The Lancet, Volume 370, Issue 9598, Pages 1560 - 1567, 3 November 2007. 4- http://www.anvisa.gov.br/anvisalegis/resol/12_78_pos.htm
Como foi mencionado no trabalho, as gelatinas zero e normal como esperado apresentam diferenças em sua composição, pois as gelatinas zero não possuem açúcar em sua composição, substituindo este por maltodextrina. Porém a maltodextrina é um carboidrato de rápida absorção, que se consumida em grandes quantidades pode provocar picos agudos de glicose e insulina no sangue, fato que deve ser evitado para prevenção da Diabetes. Logo a substituição do açúcar pela maltodextrina é questionável, uma vez que ela pode ser maléfica para os diabéticos, por exemplo, que são um dos grupos consumidores das versões zero. O produto deveria apontar este fato no seu rótulo para que o consumidor pudesse ficar consciente da consequência de um possível consumo em excesso do produto. Ainda sobre a gelatina zero, outro ponto mencionado é que ela apresenta quantidade de sódio superior a normal, de forma que é inapropriada para consumidores hipertensos. E outro ponto importante mencionado no trabalho é com relação a adição de adoçantes artificiais em ambos os tipos de gelatina, cuja adição é questionável também, uma vez que como já relatado em estudos seu potencial cancerígeno quando consumido em excesso. Logo, é sempre importante que os consumidores estejam atentos aos rótulos dos produtos, especialmente os consumidores que apresentam patologias que possam ser agravadas com o consumo excessivo deste tipo de produto; devendo ter um acompanhamento com profissional especializado.
ResponderExcluirEm uma entrevista, Simone Hickmann Flôres, doutora em Engenharia de Alimentos do Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFRGS, afirmou que as gelatinas industrializadas não são fonte de colágeno suficiente para que a elas sejam atribuídas as funções de fortalecer ossos, firmar pele, tendões, etc. Nesta mesma entrevista a nutricionista funcional Paloma Tusset disse que para esses fins, o recomendado seria o uso de colágeno hidrolisado vendido em lojas especializadas ou consumir caldos feitos à base de ossos e articulações de gado ou galinha. Como o estudo já citou, as gelatinas possuem uma série de aditivos potencialmente nocivos a saúde como corantes, então uma alternativa para quem deseja fazer uso da gelatina como sobremesa seria o uso da gelatina incolor adicionada a sucos naturais, frutas em pedaços e iogurtes.
ResponderExcluirFonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/vida/noticia/2017/08/gelatina-e-saudavel-especialistas-tiram-as-duvidas-sobre-o-produto-9865483.html
Estudo muito útil, deve ser .ais divulgado para o grande público! Ficou muito claro que na verdade a gelatina zero açúcar tem açúcar disfarçado em maltodextrina,componente maléfico aos diabéticos
ResponderExcluirRapaz , ninguém respeita o diabético ! Tudo faz mal
ResponderExcluir, tem pouca coisa sem açúcar disponivel e o que tem é enganação ! E cadê a fiscalização desses produtos ?
Verdade. Não existe respeito ao diabético (principalmente). A ganância pelo dinheiro, não se importando que seja às custas de vidas humanas
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