Apresentação

Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.

O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

A relação da fibra do maracujá com Diabetes e Dislipidemia



Cada vez mais as farinhas funcionais são utilizadas nas dietas devido a promessa de benefícios à saúde. A farinha da casca do maracujá foi uma das pioneiras, pois existem estudos sobre ela desde 1998. Ela é feita a partir da parte branca da casca, que é a porção mais rica em nutrientes, como a fibra pectina, a vitamina B3 (niacina), ferro, cálcio e fósforo. Acredita-se que todos esses nutrientes dá a ela propriedades importantes para nossa saúde. A Fibra de Maracujá realmente pode ajudar a emagrecer, controlar o colesterol e diabetes? Existem evidências? 
 

Apresentação: O maracujá é um dos frutos mais conhecidos das regiões tropicais. A fruta é famosa pela propriedade calmante e ação antioxidante promovida no organismo. Além da polpa, o consumo da casca desidratada da fruta também traz benefícios à saúde e tem sido usado em dietas, principalmente para perda de peso e controle do colesterol. A fibra do maracujá é retirada da casca, que é móida e as sementes são retiradas. Essa casca é uma fonte de fibras solúveis (pectina) e insolúveis, vitamina B3, ferro, cálcio e fósforo. A fruta é muito rica em pectina, fibra que ajuda a arrastar as gorduras para fora do organismo, auxiliando no processo de emagrecimento. Esta substância em contato com o estômago transforma-se num gel não digerível que provoca a sensação de saciedade. A farinha de maracujá pode ser encontrada em lojas fitoterápicas, farmácias de manipulação e farmácias. Uma colher de farinha de maracujá uma hora antes de cada refeição é suficiente para ajudar a controlar o apetite. A promessa é que a farinha da casca maracujá ajuda no processo de emagrecimento, porém se for acompanhada da prática de exercícios físicos e de uma dieta hipocalórica. A espécie Passiflora edulis é a mais cultivada do gênero Passiflora L.
Dentre as principais ações terapêuticas da P. edulis é possivel citar atividade depressiva do sistema nervoso central, efeito ansiolítico, sedativo, anticonvulsivante, antioxidante, anti-inflamatório, tratamento para hipertensão, entre outras. Além disso, a fibra quando com seu usada corretamente na dieta usual parece reduzir o risco de desenvolvimento de algumas doenças crônicas como doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral, hipertensão arterial, diabetes melitos, melhora os níveis dos lipídeos séricos, reduz os níveis de pressão arterial, melhora o controle da glicemia em pacientes com diabetes melitos, auxilia na redução do peso corporal e ainda atua na melhora do sistema imunológico.

Descrição do produto:
 

A fibra do maracujá ou farinha da casca do maracujá é um suplemento rico em fibra alimentar. As fibras alimentares trazem diversos benefícios à saúde e a manutenção do seu bem estar. Consumidas regularmente melhoram o funcionamento do sistema digestivo. Seu consumo recomendado é de 25g por dia. A porção de 30 g que correspondem a 3 colheres de sopa possui valor energético de 33 kcal, 6,2 g de carboidrato, 1,8 g de proteínas, 18 g de fibra alimentar e 30 mg de sódio.

Fundamentos Bromatológicos: A farinha da casca do maracujá-amarelo é proveniente da trituração da casca do fruto que possui grande quantidade de uma fibra alimentar chamada pectina. A fibra alimentar, também chamada de fibra dietética, é resistente à ação das enzimas digestivas humanas e é formada de polímeros de carboidratos, com três ou mais unidades monoméricas e mais a lignina que é um polímero de fenilpropano. De forma simplificada, as fibras são classificadas como fibras solúveis, viscosas ou facilmente fermentáveis no cólon, como a pectina, ou como fibras insolúveis como o farelo de trigo que tem ação no aumento de volume do bolo fecal, mas com limitada fermentação no cólon. Os efeitos positivos da fibra alimentar estão relacionados ao fato de que parte da fermentação de seus componentes ocorre no intestino grosso, o que produz impacto sobre a velocidade do trânsito intestinal, sobre o pH do cólon e sobre a produção de subprodutos com importante função fisiológica. Diante dessas informações, a pectina colabora com o aumento bolo alimentar e da viscosidade das soluções no trato gastrointestinal, gerando assim saciedade. Além disso, a redução no tempo de esvaziamento gástrico diminui o pico de glicemia gerada pela ingestão de carboidrato o que leva a queda de absorção de glicose. A pectina também tem a capacidade de formar camadas gelatinosas na mucosa intestinal, prejudicando a absorção de lipídeos. No intestino grosso, a pectina após processo de fermentação, gera ácidos graxos de cadeia curta como acetato, butirato e propianato e há estudos indicando que butirato está associado à redução da resistência à insulina em tecidos periféricos e que o propianato estimula à gliconeogênese e lipogênese.

Legislação: A fibra de maracujá considera uma farinha funcional e dessa forma pode seguir o previsto na Portaria nº 398 de 30 de abril de 1999 da ANVISA que fala sobre diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais e ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos. Além disso define com alegação de propriedade funcional como é aquela relativa ao papel metabólico ou fisiológico que o nutriente ou não nutriente tem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções normais do organismo humano.

Discussão e conclusão: Estudos científicos citados na referência demonstraram que a suplementação da dieta com fibras solúveis pode ter efeito positiva no tratamento de pacientes diabéticos e obesos. O efeito da farinha da casca de maracujá amarelo foi medido através de ensaio clínico de fase II com 43 pacientes com de Diabetes Mellitus tipo 2, que receberam 30 g/dia do produto por 60 dias. Esse grupo de estudo observou-se diferença na glicemia de jejum e também a redução nos valores médios da hemoglobina glicada. Em relação ao perfil de lipídeos observaram que houve redução nos níveis de triglicerídeos e aumento do colesterol HDL. A glicemia dos pacientes antes e depois do uso da farinha da casca do maracujá teve um resultado positivo ao controle da glicemia, funcionando como um complemento as terapias convencionais. Em outro trabalho citado na referência, mostra que a casca de maracujá diminui o colesterol e esta redução pode ter relação com a presença da pectina. Esses pesquisadores observaram em estudos clínicos, que mulheres com idade de 30 e 60 anos com colesterol alto, após tratamento com a farinha da casca do maracujá apresentaram redução significativa no nível de colesterol. Além disso, outros trabalhos da literatura relataram que a pectina tem ação hipocolesterolêmico em animais. Dessa forma, conclui-se através dos estudos realizados por pesquisadores e informações da literatura, que em animais e humanos a fibra da casca do maracujá tem mostrado eficácia na ação hipoglicemiante e redução de lipídeos. Assim, é possível perceber a importância da utilização da fibra de maracujá tanto para prevenir essas doenças como para seu controle sempre que possível associada a uma alimentação controlada e prática de atividade física.

Referências:
Portal mundo boa forma, Farinha de maracujá emagrece?. Disponível em: <http://www.mundoboaforma.com.br/farinha-de-maracuja-emagrece-beneficios-e-dicas/> Acesso em 28 de maio de 2018;

Portal minha vida, F arinha de Maracujá: Fibras para controlar o colesterol e o diabetes Disponível em: <http://www.minhavida.com.br/alimentacao/tudo-sobre/17049-farinha-de-maracuja> Acesso em 28 de maio de 2018;

COQUEIRO, A.Y.¹*; PEREIRA, J.R.R.²; GALANTE, F.2 Farinha da casca do fruto de Passiflora edulis f. flavicarpa Deg (maracujá-amarelo): do potencial terapêutico aos efeitos adversos Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, v.18, n.2, p.563-569, 2016;

JANEBRO, Daniele Idalino et al . Efeito da farinha da casca do maracujá-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa Deg.) nos níveis glicêmicos e lipídicos de pacientes diabéticos tipo 2. Rev. bras. farmacogn., João Pessoa , v. 18,supl. p. 724-732, Dec. 2008 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttextHYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2008000500016&lng=en&nrm=iso"&HYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2008000500016&lng=en&nrm=iso"pid=S0102-695X2008000500016HYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2008000500016&lng=en&nrm=iso"&HYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2008000500016&lng=en&nrm=iso"lng=enHYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2008000500016&lng=en&nrm=iso"&HYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2008000500016&lng=en&nrm=iso"nrm=iso>. access on 12 Apr. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-695X2008000500016

BERNAUD, Fernanda Sarmento Rolla; RODRIGUES, Ticiana C.. Fibra alimentar: ingestão adequada e efeitos sobre a saúde do metabolismo. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo , v. 57,n. 6,p. 397-405, Aug. 2013 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttextHYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302013000600001&lng=en&nrm=iso"&HYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302013000600001&lng=en&nrm=iso"pid=S0004-27302013000600001HYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302013000600001&lng=en&nrm=iso"&HYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302013000600001&lng=en&nrm=iso"lng=enHYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302013000600001&lng=en&nrm=iso"&HYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302013000600001&lng=en&nrm=iso"nrm=iso>. access on 06 June2018. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27302013000600001.
Grosseli, M., Moraes, M.B., Damaceno, B.F., Okawabata, F.S., Tardivo, A.C.B., Alves, M.J.Q.F., 2014. Uso da polpa e da casca do maracujá (Passiflora edulis f. flavicarpa) sobre o colesterol em coelhos com hipercolesterolemia experimental. Rev. Pesq. Inov. Farm. 6, 12-20. [Links]

4 comentários:

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  2. Segundo o site "Vitalin sem glúten", o maracujá é um dos frutos mais conhecidos das regiões tropicais. Com um típico sabor azedo, a fruta é famosa pela propriedade calmante e ação antioxidante promovida no organismo. Além da polpa, o consumo da casca desidratada da fruta também traz benefícios à saúde e tem conquistado espaço nas dietas, principalmente para perda de peso e controle do colesterol.
    A fibra do maracujá – extraída da casca da fruta – é rica em pectina, um tipo de fibra que arrasta as gorduras para fora do organismo, auxiliando no processo de emagrecimento. Esta substância, em contato com o estômago, transforma-se num gel não digerível que provoca a sensação de saciedade, reduzindo a vontade de comer mais. Isso também acontece porque ela retarda a entrada de glicose no sangue, o que também inibe o apetite. Segundo as informações desse trabalho baseadas nos estudos científicos realizados, a fibra de maracujá realmente emagrece e é muito importante para o restabelecimento do equilíbrio da saúde de pessoas obesas.

    Aluno: Mário Sérgio Lima Ferreira
    DRE:113210110

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  3. A fibra de maracujá (fruta rica em pectina) vem sido amplamente utilizada por suas características interessantes, principalmente de absorção de açúcar e gordura no organismo. A ingestão da pectina faz com que ela se transforme em um gel, bloqueando parte da absorção de gorduras e carboidratos pelo nosso organismo, conferindo ainda sensação de saciedade. Com essa propriedade é possível uma redução dos níveis de colesterol e principalmente um grande auxilio para uma dieta balanceada com a intenção de emagrecimento. Um estudo realizado em 2011 analisou o efeito da farinha da casca de maracujá quanto a diabetes e dislipidemia. Apontando que pacientes em uso de farinha da casca do maracujá tiveram diminuição significativa das concentrações de glicose e colesterol total. Porém peso, HDL e LDL não tiveram diferenças estatísticas.

    Katharine Augusto da Silva Monteiro
    DRE: 115102371

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  4. Uma das maiores características da casca de maracujá é a grande quantidade de fibras que contém. A principal fibra encontrada neste produto é a pectina, que ao ser ingerida se transforma em um gel e dificulta a absorção de açúcares e gorduras no corpo.

    Quando um alimento libera açúcar de uma forma muito rápida, o pâncreas secreta para circulação uma grande quantidade de insulina com o objetivo de enviar essa glicose para dentro das células. O que muitas vezes acontece é que os tecidos e órgãos vão ficando cada vez menos sensíveis à insulina. Isso faz com que o pâncreas libere uma quantidade ainda maior do hormônio, dando início a um quadro de diminuição da sensibilidade à insulina, que posteriormente pode resultar na Diabetes tipo 2. A pectina presente na farinha da casca de maracujá vai justamente retardar a liberação de glicose na corrente sanguínea, diminuindo assim a quantidade de insulina necessária para o seu metabolismo (diminui a resistência à insulina). Além disso, o gel formado pela pectina reduz a absorção de colesterol ligando-se ao LDL e facilitando sua eliminação no fim da digestão.

    Com base neste trabalho, vimos que o consumo da farinha da casca de maracujá realmente ajuda a controlar/prevenir a diabetes e melhorar as taxas de colesterol e triglicerídeos. Porém é importante ressaltar que esses benefícios estão relacionados a um consumo adequado da quantidade recomendada (25 g/dia). Uma porção de 30 g de farinha da casca de maracujá contém 18 g de fibras alimentares, o que nos fornece 72% das necessidades diárias desse nutriente (lembrando que outros alimentos consumidos durante o dia também possuem fibras). Se consumida em excesso, a fibra pode acabar causando diarreia, distensão abdominal e vômitos.

    Nome: Carolina de Santana Vellozo | DRE:113080248

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