Apresentação

Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.

O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.

domingo, 17 de junho de 2018

Adoçante Stévia: o natural é realmente melhor?

Descrição do Produto:

Figura 1.  Adoçante Stévia da marca Linea.

De início, a procura e o desenvolvimento de adoçantes era destinada para atender às necessidades de pessoas com diabetes. Contudo, atualmente, na busca de seguir uma dieta menos calórica, o consumidor que deseja emagrecer ou controlar a glicemia, procura escolher para adoçar sucos, chás, cafés, e outras bebidas, adoçantes de característica não nutritiva.
Estes adoçantes que de um modo geral tem baixo ou nenhum valor calórico, são chamados de adoçantes dietéticos e podem ser classificados como artificiais ou naturais (Inmetro, 2006).
Conforme o Conselho Federal de Nutricionistas, por praticamente não conter calorias, os adoçantes artificiais podem ser utilizados ao longo de um período de restrição calórica com finalidade de perda de peso. Contudo, para o indivíduo que deseja perder peso e que não possui nenhuma patologia, como diabetes, é preferível optar pelas versões naturais de adoçantes, como o estévia (CFN, 2016).
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, os adoçantes dietéticos são aqueles caracterizados como produtos elaborados para serem usados em dietas com restrição de sacarose, frutose ou glicose. Logo, esses carboidratos não podem ser usados em sua fabricação. A principais substâncias presentes nos adoçantes dietéticos aprovados para serem consumido no Brasil são: Acessulfame de Potássio, Aspartame, Ciclamato, Estévia, Neotame, Sacarina e Sucralose (SBD, 2016). Essas substâncias citadas podem ser definidas como edulcorantes, pois conferem o sabor doce ao adoçante. A sacarina, o ciclamato de sódio e o aspatame são exemplos de edulcorantes artificiais, ou seja, aqueles que são fabricados sinteticamente. Já o esteviosídeo é classificado como edulcorante natural (Inmetro, 2006). Ele está presente no adoçante dietético não é calórico da marca Linea 100% Stevia. O objetivo desse texto é apresentar as possíveis vantagens e desvantagens quanto ao uso desse produto frente a outros tipos de adoçantes dietéticos. 


Fundamentos Bromatológicos: 
O adoçante dietético da marca Linea 100% Stevia, de acordo com o rótulo do produto, se apresenta na forma líquida e contém edulcorante natural glicosídeos de esteviol. Além do edulcorante, sua composição é constituída por água, benzoato de sódio, atuando como conservante e ácido cítrico, atuando como acidulante. O produto não contém glúten e o rótulo indica que cada 4 gotas, apresentando um total de 0 (zero) calorias, equivalem ao poder adoçante de 1 colher de chá de açúcar. Quanto às informações nutricionais, essa quantidade, 4 gotas, equivale a um volume de 0,16 mL, e de acordo com o fabricante, essa porção não contém quantidades significativas de valor energético, carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, fibra alimentar e sódio. De acordo com o rótulo, o produto deve ser consumido preferencialmente, sob a orientação de médico ou nutricionista.
Os glicosídeos de esteviol são obtidos a partir das folhas de Stevia rebaudiana Bertoni. A extração ocorre pela ação de água quente sobre as folhas e em seguida, o extrato aquoso é passado por uma resina de adsorção que apreende e concentra os glicosídeos de esteviol (FAO, 2016). Os principais glicosídeos de esteviol de propriedade edulcorante são o esteviosídeo e o rebaudiosídeo A, com 5,8 ± 1,3 e 1,8 ± 1,2 respectivamente, de porcentagem do peso das folhas secas da planta (Gardana, 2010). A nomenclatura química do esteviosídeo é 13-[(2-O-β-D-glucopyranosyl-β-D-glucopyranosyl)oxy] kaur-16-en-18-oic acid, β-D-glucopyranosyl ester e sua fórmula química é C38H60O18. Já a nomenclatura do rebaudiosídeo A é 13-[(2-O-β-D-glucopyranosyl-3-O-β-Dglucopyranosyl-β-D-glucopyranosyl)oxy]kaur-16-en18-oic acid, β- D-glucopyranosyl ester e sua fórmula química é C44H70O23 (FAO, 2010). A estrutura química de ambos, está representada na figura a seguir:
Figura 2.  Estrutura química do (a) Esteviosídeo e do (b) Rebaudiosídio.

Tem sido relatado que as preparações de glicosídeos de esteviol são usadas principalmente como adoçantes em bebidas à base de frutas e leite, adoçantes de mesa, sobremesas, iogurtes, confeitarias, iguarias e picles, com capacidade de dulçor cerca de 200-300 vezes maior do que a sacarose. Os glicosídeos de esteviol produzidos nas folhas da planta stévia, apresentam baixo valor calórico, cerca de 2,7 Kcal/g (Savita e al., 2004), fazendo com que o seu uso como adoçante possa ser um ganho para a restrição da ingestão de calorias na dieta (Mondaca et al., 2011). 

Legislação: 
De Acordo com a RDC nº 271, de 22 de setembro de 2005 que aprova o "Regulamento Técnico para Açúcares e Produtos para Adoçar", o adoçante de mesa é classificado como produto formulado para conferir sabor doce aos alimentos e bebidas, constituído de edulcorantes previstos em Regulamento Técnico específico. Agora, conforme a Portaria n° 29 de 13 de janeiro de 1998, que fixa a identidade e as características mínimas de qualidade dos Alimentos para Fins Especiais, os adoçantes dietéticos, são produtos considerados Alimentos para Fins Especiais, recomendados para dietas especiais, quer seja de emagrecimento ou de restrição de açúcar.
Quem define os limites de Ingestão Diária Aceitável (IDA) de adoçantes é o Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives (JECFA), um comitê internacional formado por especialistas científicos administrado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Esse comitê avalia a segurança de aditivos alimentares, contaminantes, substâncias tóxicas que ocorrem naturalmente e resíduos de medicamentos veterinários em alimentos. O JECFA recomenda que a quantidade de ingestão de dose diária deverá ser 0 a 4 mg/kg de peso corporal/dia para os glicosídeos de esteviol, expresso como esteviol. O Nível de Efeitos Adversos Não Observados, para esteviosídeo foi de 970 mg/kg por peso corporal/dia. 

Discussão: 
Além de poder ser usado por diabéticos, o adoçante natural contendo estévia apresenta vantagens tais frente a adoçantes artificiais: ter baixa ou nenhuma toxicidade, poder ser usado por hipertensos, por pessoas com insuficiência renal, por gestantes e lactentes, e por também ter atividade antitumoral, anti-inflamatória, anti-hiperglicêmico, diurética dentre outras. Contudo, há algumas desvantagens quanto ao uso desse tipo de adoçante em detrimento a outros, quando se refere a propriedades sensoriais e ao custo financeiro.
Quanto à vantagem da baixa ou nenhuma toxicidade, os estudos de toxicocinética realizados pelo JECFA indicaram que o esteviosídeo e rebaudiosídeo A não alterados são pouco absorvidos, contudo esses glicosídeos são hidrolisados pela microbiota intestinal e transformados em esteviol, que por sua vez é absorvido. Depois da absorção, o esteviol é metabolizado, tornando-se, principalmente, glucuronido de esteviol, que é excretado na urina de seres humanos. De acordo com o Immetro, o edulcorante glicosídeos de esteviol é totalmente atóxico e seguro para o organismo (Inmetro, 2006).
O adoçante dietético natural Stévia, apresenta vantagens frente a adoçantes artificiais, como o ciclamato e a sacarina, por poder ser usado por hipertensos. E no caso desses edulcorantes artificiais citados, o uso por hipertensos é contra indicado. O fato de poder ser usado em pacientes com insuficiência renal é vantajoso frente ao edulcorante Acessulfame de Potássio, já que este é contra indicado para pessoas com deficiências renais que necessitam limitar a ingestão de potássio (Inmetro, 2006).
Em animais, a estévia não produziu efeitos adversos sobre a gestação, porém não existem estudos quanto ao seu uso durante a gestação em humanos (Yodyingyuad, 1991) Já, o edulcorante aspartame é contra indicado em gestantes e lactentes (Inmetro, 2006) A estévia pode ser usada em pacientes com fenilcetonúria e não foram descritas reações alérgicas até o momento (Torloni, 2007). Já, o edulcorante aspartame é contra indicado em pessoas com fenilacetonúria. Esta condição clínica pode ser caracterizada como uma anomalia rara que acontece em indivíduos cujo organismo não consegue metabolizar a fenilalanina (aminoácido presente no leite, carne, pão, etc.) e frequentemente é diagnosticada após o nascimento, por meio do teste do pezinho (Inmetro, 2006).
As atividades farmacológicas e os benefícios terapêuticos dos glicosídeos de esteviol incluem ações antitumorais e anticâncer, antiinflamatórias, anti-hiperglicêmicas, anti-hipertensivas, antidiarréicas, imunomoduladoras, diuréticas e inibitórias (RIZZO et al., 2013). Estudos revelam menores níveis glicêmicos pós-prandiais em pessoas que consomem stévia, um deles revelou diminuição de 18% da glicemia pós-prandial após a suplementação de 1g de esteviosídeos em um grupo de 12 diabéticos tipo 2 com o uso de 1 grama de amido como controle (Gregersen, 2004).
Podem ser encontradas duas importantes desvantagens quanto ao uso do adoçante contendo edulcorante estévia, frente a outros tipos de edulcorantes. A primeira delas é bastante relevante e tem relação com as propriedades sensoriais. De acordo com Torloni, esses glicosídeos possuem gosto amargo de ervas ou alcaçuz no momento da ingestão, ao contrário da sacarina, cujo amargor emerge como resíduo no final da degustação (Torloni, 2007). No estudo realizado por Steinle et al., onde foi feita a Avaliação da Aceitação de chá-mate adoçado com aspartame, extrato de estévia e sacarose, antes e após exercício físico, foi revelado que a aceitação da amostra com estévia foi significativamente inferior em relação a todos os atributos avaliados, tanto antes como após a realização de exercício físico (Steinle, 2005).
A segunda desvantagem é em relação ao custo, onde frascos com conteúdo de 60 mL custam em torno de R$ 18,00. Adoçantes dietéticos artificiais, como por exemplo, de sucralose, da mesma marca, com conteúdo superior ao primeiro, 75mL, custa em torno de R$ 10,00, valor 45% menor do que o frasco com adoçante contendo stévia. 

Conclusão: 
Por ser um produto que apresenta substância proveniente de fonte vegetal, o Adoçante Dietético Stévia recebe destaque e preferência de alguns consumidores que seguem uma dieta com restrição de açúcar. As vantagens e desvantagens do produto aqui apresentadas devem ser ponderadas com cuidado e avaliadas quanto ao custo-benefício pelo consumidor antes de escolher o adoçante dietético que visa melhor saúde, qualidade de vida e que não pese no seu bolso. 

Referências: 
ANVISA. RDC nº 271, de 22 de setembro de 2005. Regulamento Técnico para Açúcares e Produtos para Adoçar. Disponível em: <https://www.saude.rj.gov.br/comum/code/MostrarArquivo.php?C=MjE5NQ%2C%2C> Acessado em 30 de mai. de 2018. 
CFN. Dorce berlinda, 2016. Disponível em: < http://www.diabetes.org.br/publico/noticias-nutricao/1312-adocantes> Acessado em 30 de mai. de 2018. 
FAO. STEVIOL GLYCOSIDES, 73rd JECFA - Chemical and Technical Assessment (CTA), 2010. Disponível em: Acessado em: 30 de mai. de 2018. 
FAO. STEVIOL GLYCOSIDES, 82nd JECFA - Chemical and Technical Assessment (CTA), 2016. Disponível em: Acessado em: 30 de mai. de 2018. 
GARDANA, C; SCAGLIANTI M; SIMONETTI P. Evaluation of steviol and its glycosides in Stevia rebaudiana leaves and commercial sweetener by ultra-high-performance liquid chromatography-mass spectrometry. J Chromatogr A. 1217(9):1463-70, 2010. 
GREGESEN, S.; JEPPESEN, P; HOLST, J; HERMANSEN, K. Antihyperglycemic effects of stevioside in type 2 diabetic subjects. Metabolism 53: 73−76, 2004. INMETRO, Adoçantes de mesa e Adoçante dietéticos, 2006. Disponível em: Acessado em: 30 de mai. de 2018. 
MONDACA A L M; VEGA-GÁLVEZ, A; ZURA-BRAVO L; AH-HEN K. Stevia rebaudiana Bertoni, source of a high-potency natural sweetener: A comprehensive review on the biochemical, nutritional and functional aspects. Food chemistry, 2011. 
RIZZO B; ZAMBONIN L, ANGELONI C, LEONCINI E, DALLA SEGA FV, PRATA C, FIORENTINI D, HRELIA S. Steviol glycosides modulate glucose transport in different cell types. Oxid Med Cell Longev. 2013:348169. Epub, 2013. 
SAVITA, S M; SHEELA, K; SUNANDA S; SHANKAR A G; PARAMA RAMAKRISHNA & SRINIVAS SAKEY. Health Implications of Stevia rebaudiana. Journal of Human Ecology Volume 15, 2004. SBD. Adoçantes, 2016. Disponível em: Acessado em: 30 de mai. de 2018. 
STEINLE, S R; GUERREIRO, N F; TOLEDO, F O; SHIGUEMOTO G E; BOLINIA, H M A. Avaliação da aceitação de chá-mate adoçado com aspartame, extrato de estévia [Stevia reabaudiana (Bert.) e sacarose, antes e após exercício físico. UFPR, Vol 23, n°1, 2005. Disponível em: Acessado em 30 de mai de 2018. 
TORLONI, M R; NAKAMURA, M U; MEGALE, A; SANCHEZ, V H S; MANO, C; FUSARO, A S F; MATTAR, R M. O uso de adoçantes na gravidez: uma análise dos produtos disponíveis no Brasil. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., vol.29, n.5, pp.267-275, 2007.
YODYINGYUAD V; BUNYAWONG S. Effect of stevioside on growth and reproduction. Hum Reprod. 6(1):158-65, 1991.

7 comentários:

  1. Mesmo sendo de origem vegetal, já existem estudos que relatam o consumo do esteviosídeo, adoçante obtido da planta Stevia rebaudiana, por animais de laboratório mostrou que a substância pode causar lesões no DNA das células de diferentes órgãos. Destacando ainda, que, quando penetra em uma célula, como a de uma bactéria presente no nosso trato intestinal, ocorre a sua metabolização e a produção de uma outra substância, o esteviol, que é tóxico. Muitos estudos ainda são necessários para que se possa provar a real segurança do uso do produto. Até que isto ocorra, todo cuidado é pouco! Jamais faça uso de forma indiscriminada. Siga as orientações de profissionais qualificado para tal orientação.

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  2. Analisando todos os benefícios apresentados por essa pesquisa, a estévia pode atuar como um importante edulcorante em alimentos dietéticos. Porém, como fora apontado, a maior desvantagem é a percepção sensorial, caracterizada por seu gosto amargo de ervas ou alcaçuz no momento da ingestão, sendo visto como um entrave para substituição à sacarose pela indústria alimentícia. Para reverter esse quadro, de acordo Antonio Pasquel Ruiz, engenheiro de alimentos, é necessária a remoção total (derivados terpenoides) ou parcial (os próprios glicosídeos) das substâncias presentes do extrato glicosídico da estévia, o que minimiza o forte sabor e possibilita sua aplicabilidade pela indústria. Além disso, de acordo com o Global Stevia Institute, dependendo da formulação, alguns sabores complementares também podem ser utilizados para completar o perfil do sabor e de doçura.

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  3. Os benefícios ou malefícios da Stevia para a saúde irão depender do seu processo de produção. Em sua forma natural, a planta oferece benefícios à saúde, como a prevenção de doenças como diabetes, obesidade e problemas no coração. O produto mais seguro para ser consumido é aquele mais próximo do natural, em que as folhas da planta são desidratadas e moídas em forma de pó. É a forma que sofre menos processos industriais e não deixa de oferecer o gosto doce aos consumidores. A pior e mais perigosa forma da planta é aquela que passa por muitos processos de industrialização, como é o caso do adoçante Truvia. Entre a extração do rebaudiosídeo e a adição de substâncias como solventes químicos, a fabricação é feita em 42 etapas, que servem para deixar o produto mais doce, deixando-o 400 vezes mais doce que o açúcar. Com tantas modificações, o adoçante nem pode mais ser considerado uma Stevia.

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  4. Em uma revisão mais atualizada sobre o consumo do extrato da Stevia rebaudiana (SAMUEL et al, 2018), se observa que os efeitos tóxicos da extrato de estévia são principalmente obtidos quando não há a purificação após a extração, resultando em toxicidade reprodutiva em animais. Estudos de toxicidade crônica com extratos de estévia com pureza acima de 95 % (sendo o esteviosídeo o marcador usado) testados em diferentes porcentagens da dieta diária (0, 2,5 e 5%), mostraram que até 2,5 % não foram observados nenhum evento adverso. Com esse valor fixado como NOAEL (No Observable Adverse Effect Level), pode ser calculado que até 970 mg/kg*dia de extrato ou 383 mg de equivalentes de esteviol/kg*dia, ou quando levado um fator de segurança de 100 vezes, temos uma ingestão diária adequada (ADI) de 0-4 mg de equivalentes de esteviol/kg por dia. Nessa mesma revisão, os autores demonstram os dados de artigos que explanam o perfil de consumo do extrato de estévia em diversos países, demonstrando que a mediana do consumo está abaixo do valor estabelecido para ADI de 4 mg/kg*dia. Além disso, foi demonstrada a segurança em testes de toxicidade reprodutiva, carcinogênese e mutagênese (esse último refutando os dados de dois estudos prévios que demonstraram efeitos mutagênicos para o produto mas que obtiveram diversas inconsistências metodológicas, tanto no desenho, usando uma espécie de bactéria cujas condições de cultivo não eram aplicáveis à fisiologia humana, quanto na interpretação dos resultados). Dito isso, o extrato de estévia é uma alternativa segura ao uso de outros adoçantes e a açúcares. Além de sua importância para a saúde de indivíduos diabéticos que não podem fazer a ingesta de açúcares, o uso da Stevia rebaudiana possui implicações econômicas favoráveis ao Brasil, uma vez que, por ser planta nativa, permite ganhos econômicos sobre a utilização de patrimônio genético.

    Referência: SAMUEL, P. et al. Stevia Leaf to Stevia Sweetener: Exploring Its Science, Benefits, and Future Potential. The Journal of Nutrition, v. 148, n. 7, p. 1186S-1205S. Jul/2018

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