Figura 1. Embalagem e rótulo do produto Pycnogenol®.
O picnogenol é um fotoprotetor oral devido a seu forte potencial
antioxidante, sendo capaz de diminuir danos causados pela exposição excessiva
ao sol. Os radicais livres gerados nesse processo estão relacionados ao fotoenvelhecimento e ao câncer. Seria o picnogenol um novo aliado capaz de
oferecer fotoproteção de dentro para fora?
Apresentação:
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele é o mais
frequente no Brasil e corresponde a mais de 30% de todos os tumores malignos
registrados no país. A exposição ao sol é necessária para boa manutenção da
saúde, contudo, a exposição excessiva à radiação solar é o principal fator de
risco para o surgimento de diferentes tipos de câncer de pele não melanoma,
além de estar associada ao fotoenvelhecimento, com o surgimento de manchas e
perda da elasticidade natural da pele. Seria o picnogenol um novo aliado capaz
de oferecer proteção solar de dentro para fora?
Descrição do produto:
O Pycnogenol® é um suplemento nutricosmético da BIOVEA, que possui em
sua composição picnogenol juntamente a outros excipientes (hidroxipropilmetilcelulose,
farinha de arroz, estearato de magnésio vegetal e dióxido de silício), possuindo
ação antioxidante. Segundo o fabricante, ainda traz
consigo uma variedade de outros benefícios auxiliando no equilíbrio saudável do
colesterol, no controle da glicemia e inibição de enzimas pró-inflamatórias. Pycnogenol®
é produzido por um processo de fabricação validado segundo a Boas práticas
agrícolas (GAP) e Boas práticas de fabricação (GMP).
Fundamentos
bromatológicos:
Picnogenol é uma combinação de uma variedade de compostos
extraídos da casca do pinheiro marítimo francês, Pinus pinaster, que cresce em
muitas áreas ao longo da costa atlântica da França e no norte da África. É composto
principalmente de proantocianidinas, uma potente subclasse de flavanóides
antioxidantes e também muitos outros orgânicos como: ácidos hidroxicerâmicos,
ácido cafêico, ferrílico, gálico e vanílico. O restante do Picnogenol é
constituído por caterquina, epicaterquina e taxifolina, outros tipos de flavonóides
O picnogenol é caracterizado como fotoprotetor oral devido a seu forte
potencial antioxidante, sendo capaz de diminuir os danos causados pela radiação
UV. Combatendo os radicais livres, o picnogenol auxilia
na prevenção do câncer, de doenças cardíacas e também do Alzheimer. Como os radicais livres são
responsáveis por muitos danos ao organismo relacionados ao envelhecimento, o picnogenol
também impede o envelhecimento precoce.
Legislação :
O Pycnogenol® é dito um nutricosmético porque deriva da combinação do
conceito de alimento, fármaco e cosmético, tendo o propósito de melhorar os
aspectos estéticos e também a saúde. A ANVISA enquadra
os nutricosméticos na categoria de alimentos funcionais, porque
produzem efeitos metabólicos por meio da atuação de um nutriente na manutenção
do organismo.
De acordo com a ANVISA, a alegação de propriedades funcionais e/ou de saúde é
permitida em caráter opcional. O alimento ou ingrediente que fizer essa
alegação, além das funções nutricionais básicas, deve produzir os efeitos
metabólicos, fisiológicos e/ou benéficos à saúde, devendo ser seguro para o
consumo sem a supervisão médica.
Discussão e Conclusão:
Apesar do seu grande potencial, o fotoprotetor oral não substitui de forma alguma o fotoprotetor
tópico convencional, atuando em conjunto como adjuvante. De acordo com a bula
do medicamento, sua indicação é para profilaxia
da erupção polimorfa à luz (irritação da pele agravada pelo sol),
e deve ser consumido com frequência e com antecedência para apresentar
resultados.
Não há atualmente legislação específica para nutricosméticos, os quais se
enquadram na categoria de alimentos funcionais. Caso que pode ser revisto pela
Agência Sanitária para que haja uma padronização no uso dessas substâncias.
O consumo do produto pode auxiliar na prevenção de muitas doenças, mas
não substitui uma boa alimentação e práticas de atividade física, sendo indicado
para pessoas com pele sensível, e com propensão a manchas, funcionando como
auxiliar no tratamento com o protetor tópico devido às funções já citadas.
Referências Bibliográficas :
1.
BIOVEA. Pycnogenol: Informações Técnicas.
Disponível em: < https://www.biovea.com/br/product_detail.aspx?PID=1575/>.
Acesso em: 15 Jun 2018.
2.
INCA. Tipos de câncer: Pele não melanoma. Disponível em: < http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/pele_nao_melanoma>
Acesso em: 15 Jun 2018.
3.
BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº
18, de 30 de abril de 1999. Diário Oficial da União (D.O.U.). Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/388845/RESOLUCAO_18_1999.pdf/d2c5f6d0-f87f-4bb6-a65f-8e63d3dedc61>.
Acesso em: 15 Jun 2018.
4.
BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº
19, de 30 de abril de 1999. Diário Oficial da União (D.O.U.). Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/388845/RESOLUCAO_19_1999.pdf/99351bc5-99b1-49a8-a1fd-540b4096db22>.
Acesso em: 15 Jun 2018.
5.
MORIMOTO, S. M. I.; DIAS, L. C. V.; HIGUCHI, C. T. Nutricosméticos:
Legislação Nacional. Revista de Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade, v. 8,
n. 3, 2013. Disponível em:
<http://www.revistas.sp.senac.br/index.php/ITF/article/viewFile/473/416>.
Acesso em: 15 Jun 2018.
O texto apresentado sobre o produto Pycnogenol está bem claro, objetivo, e de fácil leitura e entendimento. Algo que poderia ser evidenciado, seria as desvantagens do produto e o limite de ingestão permitido por dia. Além disso, poderia ter sido evidenciado a vantagem do produto em relação ao protetor solar comum, se compensa financeiramente, no uso para profilaxia a erupção polimorfa. No mais, é um bom texto.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO site da BIOVEA apresenta diversos benefícios do suplemento alimentar Pycnogenol® associados à sua atividade antioxidante, com destaque para a redução do dano oxidativo aos tecidos vitais (BIOVEA, 2018). O Flebon® é um medicamento registrado pela Farmoquímica S/A na forma de comprimidos contendo 50 mg de extrato seco de Pinus pinaster, o pycnogenol ou pinho marítimo. Essa dosagem é padronizada em 35 mg de procianidinas por comprimido. Sua indicação é o tratamento da fragilidade vascular e do edema dos membros inferiores e prevenção de complicações causadas pela insuficiência venosa. A ação antioxidante das procianidinas do pinho marítimo resulta no aumento da resistência vascular, além da redução da permeabilidade vascular e do edema e redução da agregação plaquetária. A bula desse medicamento apresenta como reações adversas conhecidas somente um desconforto grastrointestinal (FARMOQUÍMICA, 2018).
ResponderExcluirDessa forma, a atividade antioxidante de derivados do pinho marítimo apresenta comprovações de eficácia e segurança para outras indicações que não a fotoproteção. Além do suplemento alimentar apresentado, existe no mercado a opção de um produto registrado como medicamento na ANVISA, que apresenta um teor conhecido das moléculas com atividade antioxidante (procianidinas) por comprimido. Por isso, é importante buscar a orientação do médico ou farmacêutico para a escolha do produto mais adequado ao efeito pretendido.
Referências:
BIOVEA. Pycnogenol 50 mg 60 cápsulas vegetarianas. Disponível em: https://www.biovea.net/br/product_detail.aspx?PID=1575&deptid=0&cid=0&OS=204&NAME=PYCNOGENOL-50mg-60-C%C3%A1psulas-Vegetarianas. Acesso: 20 jun. 2018.
FARMOQUÍMICA. Flebon. Disponível em: http://www.fqm.com.br/Adm/Publicacao/MostrarArquivo.aspx?Codigo=391. Acesso: 20 jun. 2018.
O extrato natural de Polypodium leucatomos é apontado por possuir propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e imunomoduladoras que hoje têm gerado grande interesse.
ResponderExcluirTendo uma composição rica em ácido cafeico, ácido ferúlico e chá verde, estudos científicos investigam sua eficácia. A literatura aponta que o extrato de Polypodium leucatomos é um agente fotoprotetor oral eficaz, com capacidade de reduzir diferentes aspectos do dano cutâneo induzido pela radiação ultravioleta (UV), tal como eritema solar, indução de células queimadas, dentre outros. Apesar do mecanismo de ação não ter sido completamente elucidado, sabe-se que ele atua através da inibição ou retardo da produção das espécies reativas de oxigênio induzidas por UV, assim como previne outros danos induzidos por UV.
Pesquisadores demonstraram que o uso do extrato foi capaz de atrasar ou prevenir a fotoinfecção de lesões típicas da erupção polimorfa a luz, a fotodermatose idiopática mais comum. Apesar de sua patogênese ainda estar sob investigação, é relatado na literatura que reações imunológicas mediadas por células T dirigidas contra um neo-antigeno induzido pelo sol e espécies reativas de oxigênio parecem desempenhar importantes papeis nesse processo.
Todavia, o uso desse extrato vêm sendo propagado em inúmeras outras fotodermatoses como vitiligo, melasma, psoríase, dermatite atópica e urticária solar o que pouco é corroborado pela literatura científica. Sendo definido como um nutricosmético, há poucos dados também sobre a segurança à longo prazo do extrato e suas possíveis contraindicações de uso, tendo em vista que o mesmo não é extensivamente conhecido. Outro ponto de atenção que deve ser destacado é uma possível substituição aos fotoprotetores tópicos pelos usuários do extrato, mas que nenhum dos estudos existentes afirma essa permutação. Dessa forma, mais investigações ainda são necessárias a respeito da presente temática, porém,possuem grande potencial no mercado tendo em vista a má utilização de fotoprotetores tópicos, onde é conhecido que a população usa apenas 30% da quantidade ideal para proteção.