Apresentação

Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.

O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.

domingo, 7 de agosto de 2016

O desmame precoce e o uso indiscriminado dos substitutos do leite materno vêm aumentando com o passar dos anos. Apesar da substituição do peito por produtos industrializados ter origem histórica, será esta, uma boa prática? Confira!



 O leite materno é perfeito! Sua composição oferece tudo que seu bebê precisa para se desenvolver, nutrientes essenciais e nas quantidades adequadas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o aleitamento seja feito por até 2 anos de idade, sendo exclusivo até os 6 meses de vida. Atualmente, o desmame precoce e o uso indiscriminado das “infant formulas” vêm aumentando nos últimos anos, preocupando cientistas e autoridades. 
Não podemos ignorar que, de fato, muito avanço foi feito, com as infant formulas que buscam adequar as necessidades do bebê, como fórmulas com suplementação de ferro, semi-desnatadas e etc. 

Porém, é de se notar que um pequeno percentual de bebês realmente precisam destas preparações em substituição ao leite de peito. Partindo apenas desse pequeno número de bebês que realmente precisam, as indústrias não alcançariam seus lucros exorbitantes, e daí a necessidade de criar então na cabeça das mães e também dos médicos a necessidade destes produtos. 

Existe hoje, fórmulas para diferentes idades e diferenciadas como fórmulas sem lactose, hipoalergênicas e até à base de soja. Mas, qual o real significado da infant formula ser fortificada ou diferenciada? Será que substituindo o aleitamento materno por estas fórmulas estaríamos suprindo as reais necessidades de nossos bebês ou estaríamos privando-os do acesso aos nutrientes necessários já presentes no leite de peito?

Cada fórmula tem sua peculiaridade (ou sua melhor estratégia de marketing), e escolher a fórmula adequada, para a idade e necessidade do bebê é essencial, uma vez que o leite de cada fase recebe os nutrientes em suas quantidades adequadas para aquela fase de desenvolvimento da criança. 
Por fim, sabemos que o aleitamento materno deve ser feito de forma exclusiva até os 6 meses. A partir daí, deve-se estudar as reais necessidades de nossas crianças e oferecer à elas às formulas adequadas.


Nathalia de Araújo Ferreira

5 comentários:

  1. O leite materno, contem proporções adequadas de carboidratos, lipídeos e proteínas necessárias para o crescimento e desenvolvimento do lactente, sendo, por isso, a melhor fonte de nutrientes, proporcionando também, benefícios imunológicos e psicossociais. Apesar deste conhecimento, o desmame precoce ainda é uma realidade no Brasil. A interrupção do aleitamento materno tem sido provocada pelo consumo precoce de alimentos complementares, principalmente do leite de vaca integral. Este leite não supre as necessidades nutricionais do lactente que está com elevada velocidade de crescimento e apresenta sistema digestório imaturo, tornando-o mais vulnerável tanto à desnutrição quanto ao consumo excessivo de certos nutrientes. Fórmulas infantis visando um melhor ajuste na oferta de nutrientes tem sido desenvolvidas. Porém, as fórmulas lácteas infantis jamais alcançarão o seu grau de perfeição e de adequação à nutrição do lactente. Além disso, não é acessível à boa parte da população brasileira. Por isso, deve-se incentivar o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida e sua manutenção até os dois anos de idade.
    Referências:
    REA, M. F. Substitutos do leite materno: passado e presente Rev. Saúde Pública vol.24 n0:3 São Paulo June 1990
    MORO,G.M.B; MESQUITA,M.O. Leite materno e seus substitutos ao longo da história. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 153, Febrero de 2011


    Marcela de Oliveira Ramos
    Aluna de farmácia
    DRE: 112205405

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    1. O aleitamento materno é completo porque contém vitaminas, minerais, gorduras, açucares e proteínas. Todos apropriados para o organismo do bebê.Possui também, muitas substâncias nutritivas e de defesa, que não é encontrado no leite de vaca.É feito especialmente para o estômago da criança, por isso apresenta mais fácil digestão.
      Mesmo assim no Brasil e no mundo a prevalência de aleitamento materno está abaixo das recomendações oficiais.Com isso o desmame precoce tem sido uma prática muito observada na sociedade e por isso a introdução precoce ou a substituição do leite materno por leite de vaca podem trazer alguns transtornos para a criança.Uma vez que o leite de vaca difere do leite humano já que oferece diferentes concentrações de proteinas e minerais interferindo assim na absorção de ferro que será muito importante para o desenvolvimento da criança.
      Um dos problemas que ajudam no desmame do aleitamento materno é a falta de informação das próprias mães e da sociedade em geral, que com isso tem gerado um impacto negativo na duração do aleitamento materno.Assim no segundo mês de vida 94% das crianças brasileiras já recebem outro líquido ou alimento . Devido a isso o país disperdiça por ano mais de 180 milhoes de litros de leite que serviriam para alimentar bebês e recem nascidos ate 6 meses de vida.
      Nesse caso o profissional de saúde tem suma importância por que só ele poderá orientar,apoiar e incentivar durante o acompanhamento do aleitamento materno.
      Referências:
      http://www.anutricionista.com/a-importancia-do-aleitamento-materno.html
      https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/3727.pdf


      Bernardo Nascimento Siqueira
      Aluno de farmácia
      DRE:112118129

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  4. O desmame precoce e a substituição do leite materno por fórmulas artificiais tem sido um problema crescente nos últimos anos. Muitos são os motivos para esta substituição, como por exemplo a influência da mídia que estimula as fórmulas artificiais, a preocupação por parte da mãe com seu corpo pós-gravidez e amamentação, a dor da amamentação, o retorno da mulher ao trabalho e a falta de informação sobre a importância da amamentação.
    Sabe-se que a Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde apoiam oficialmente a amamentação, como pode-se verificar na Iniciativa do Hospital Amigo da Criança (IHAC) em 1992, estabelecendo os "Dez passos para o sucesso do aleitamento materno". Dentre eles, o Passo 6 consiste em:"não oferecer a recém-nascidos bebida ou alimento que não seja o leite materno, a não ser que haja indicação médica". Tendo em vista esta limitação, as fórmulas artificiais deveriam ser apenas indicadas pelo profissional médico em casos específicos onde fosse necessária suplementação para o RN. Devido à demanda limitada para os seus produtos as empresas promoveram técnicas comerciais e estabeleceram relações mútuas vantajosas com médicos, já que estes podem ver na alimentação artificial um meio de controlar os pacientes “porque estes passariam a procura-los mais”.
    Hoje em dia podemos verificar que esta iniciativa está dando certo e causando problemas para o crescimento e desenvolvimento do bebê e para a relação mãe-RN. Um exemplo é o estudo que foi realizado em um Hospital Amigo da Criança e mostrou que 16% dos recém-nascidos analisados receberam suplemento alimentar, onde a maioria deles foi solicitado pelo enfermeiro. Outros estudos realizados no RJ nos anos de 2006 mostraram 33% de prevalência e nos EUA nos anos 2009 e 2014 mostraram 78% e 38%, respectivamente. Esses números são preocupantes pois a fórmula artificial substituindo o leite humano pode contribuir para doenças alérgicas e autoimunes, pelo contato com proteínas de leite de outras espécies. Portanto, faz-se necessário mais esforço em campanhas do Ministério da Saúde promovendo a importância da amamentação e informando sobre os riscos da substituição das mesmas por fórmulas artificiais em caso de recém-nascidos sem necessidades especiais.

    Referências:
    PINHEIRO, Josilene Maria Ferreira et al. Prevalência e fatores associados à prescrição/solicitação de suplementação alimentar em recém-nascidos. Rev. Nutr., Campinas, v. 29, n. 3, p. 367-375, Junho 2016. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732016000300367&lng=en&nrm=iso. [Acesso em 30 Setembro 2016].
    Rea, M. F., 2008. Alimento e Saúde Infantil. [Online]
    Disponível em: https://alimentosaudeinfantil.wordpress.com/tag/latas-de-leite-e-desmame-precoce/
    [Acesso em 30 Setembro 2016].

    Postado por: Rebecca da Fonseca Marques de Abrantes
    Aluna da Faculdade de Farmácia - UFRJ
    DRE: 111273235

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