Segundo o Ministério da
Saúde, a partir do sexto mês de vida é necessária alimentação complementar ao
leite materno. Isso porque o aleitamento, por si só, não é capaz de suprir os
macro e micronutrientes necessários para o desenvolvimento neurológico da criança.
Por sua praticidade e apelo ao consumo, as papinhas são muito utilizadas para
esse fim. Entretanto, as quantidades desses nutrientes não são especificadas no
rótulo, nem sua concentração. Diante disso, como saber a quantidade desses
nutrientes essenciais disponíveis em
cada porção? Como saber se seu filho consome o necessário? Leia mais...
Introdução:
A partir dos 6 meses de
idade, há necessidade de introduzir uma alimentação complementar no lactente,
uma vez que o leite materno não supre mais todas as necessidades nutricionais. Isso
porque essa fase é fundamental para o desenvolvimento neurológico da criança,
sendo necessária uma alimentação complementar equilibrada com quantidade
adequada de macro e micronutrientes, com destaque para ferro, zinco, cálcio,
vitamina A, vitamina C e ácido fólico. Com isso, o consumo de papinhas infantis
vem expandindo,por ser uma alternativa para alimentação complementar e por sua
praticidade, em relação ao consumo e preparo, quando na forma industrializada.
Fundamentos
bromatológicos:
As papinhas são produzidas
a partir de legumes, frutas e verduras cozidas ou amassadas. São fonte de todos
os tipos de nutrientes, como proteínas (papinhas com carne), carboidratos e
gorduras, além de fibra alimentar.
Os carboidratos são os
componentes dos alimentos cuja principal função é fornecer energia para as
células do corpo, principalmente do cérebro. São encontrados em maior
quantidade em massas, arroz, açúcar, mel, pães, farinhas, tubérculos e doces em
geral.
As proteínas são os
componentes dos alimentos necessários para a construção e manutenção de nossos
órgãos, tecidos e células. Encontramos proteínas nas carnes, ovos, leites e
derivados e também nas leguminosas (feijões, soja e ervilha).
As gorduras são as
principais fontes de energia do corpo e ajudam na absorção das vitaminas A, D,
E e K. As gorduras totais referem-se à soma de todos os tipos de gorduras
encontradas em um alimento, tanto de origem animal quanto de origem vegetal.
As fibras são
substâncias derivadas de vegetais que não são digeridas no trato
gastrointestinal, e possuem valor energético baixo. De acordo com a ANVISA, fibra
alimentar é qualquer material comestível que não seja hidrolisado pelas enzimas
endógenas do trato digestivo humano.
Os sais minerais são todos
os componentes que, à exceção de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio
(que correspondem a 99% do total de átomos dos organismos vivos) faça parte da
composição do alimento. Apesar da baixa quantidade relativa, os minerais
desempenham funções vitais nos organismos vivos. Os sais minerais essenciais
são aqueles que, quando removidos da
dieta do organismo vivo resulta em debilidade de função biológica.
As vitaminas são
substâncias orgânicas, sem uniformidade química ou estrutural, não produzidas pelo
ser humano, mas essenciais ao seu metabolismo. As vitaminas podem ser
classificadas quanto à sua solubilidade em lipossolúveis e hidrossolúveis.
As vitaminas
lipossolúveis pertencentes à essa classe são as vitaminas A (retinol), D
(ergocalciferol), E (tocoferol) e K (filoquinona).
As vitaminas
hidrossolúveis (Tiamina - Vitamina B1; Riboflavina – Vitamina B2; Niacina;
Nicotinamida; Ácido pantotênico; Ácido
p-Aminobenzoico (PABA); Ácido fólico; Piridoxina – Vitamina B6; Cianocobalamina – Vitamina B12; Biotina;
Inositol ;Colina) atuam em processos metabólicos importantes do organismo,
sendo normalmente encontradas em alimentos como carnes, fígado, ovos e leite.
Já a vitamina C (ácido ascórbico), encontrada principalmente em frutas
cítricas, possui como função a defesa antioxidante do organismo. Sua
deficiência leva à manifestação do escorbuto (caracterizado por hemorragias e
dificuldade de cicatrização).
Discussão
e Conclusão:
Tanto no caso de
papinhas com frutas, quanto no caso de papinhas que utilizam legumes e
hortaliças, há micronutrientes, como sais minerais e vitaminas, que são
indispensáveis para o desenvolvimento da criança, como as vitaminas A e C, por
exemplo, que estão contidas na cenoura e mamão, respectivamente, e que não têm
sua quantidade declarada no rótulo destes produtos.
A resolução de
diretoria colegiada (RDC) da ANVISA, nº 222, de 2006, veda a embalagens e ou
rótulos de leites fluídos, leite em pó,
leites em pó modificados, leites de diversas espécies animais e produtos de
origem vegetal de mesma finalidade, a utilização de ilustrações, fotos ou imagens de lactentes,
crianças de primeira infância,personagens infantis ou quaisquer outras formas
que se assemelhem a estas faixas etárias,humanos ou não, tais como frutas, legumes,
animais e ou flores humanizados, entre outros,com a finalidade de induzir o uso
do produto para estas faixas etárias. Entretanto, essa resolução leva em
consideração rótulos de leite em pó, e não papinhas, não havendo uma legislação
ou regulamento específico para esse produto, em comparação a outros produtos
alimentícios. Desse modo, a indústria alimentícia em geral, mantém o rótulo
padrão de alimentos, sem especificar e quantificar vitaminas e sais minerais,
importantes para o desenvolvimento da criança.
É costume que pediatras receitem complexos vitamínicos às
crianças, corrigindo alguma possível carência. Entretanto, não podemos
generalizar que todas as crianças têm acesso a esse tipo de assistência, como
também condições financeiras para arcar com determinada suplementação, sendo
fundamental a complementação de informações na tabela de informação
nutricional.
Portanto,é necessário uma revisão da legislação vigente e
inclusão de quesitos mínimos a serem adicionados aos rótulos de papinhas, a fim
de garantir que este contenha as informações complementares necessárias,
ausentes nos rótulos atuais das papinhas.
Referências Bibliográficas:
BRASIL. Resolução
CNS/MS nº 31, de 12 de outubro de 1992. Norma brasileira para
comercialização de alimentos para lactentes. Disponível em:
<http://www.anvisa.gov.br/anvisalegis/resol/31_92.htm>. Acesso em: 29
jul. 2016.
BRASIL. Ministério da
Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n.º 222, de
05/10/2002. Regulamento Técnico referente à Promoção Comercial eOrientações de
uso apropriado dos Alimentos para Lactentes e crianças de Primeira Infância.
Diário Oficial da União, Brasília, nº 150, seção 1 de 6 de agosto de 2002.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE
PEDIATRIA. Departamento de Nutrologia. Manual de orientação: alimentação
do lactente, alimentação do pré-escolar, alimentação do escolar, alimentação do
adolescente, alimentação na escola / Sociedade Brasileira de Pediatria.
Departamento de Nutrologia. - São Paulo: Sociedade Brasileira de Pediatria.
Departamento de Nutrologia, 2006.
NESTLÉ. Processamento
de papinhas para bebês. Disponível em:
<http://www.nestle.com.br/comecarsaudavel/criancas_a_mesa/tradicao-e-qualidade/
processo-de-producao.aspx>. Acesso em: 29 jul. 2016.
Natasha Christina Barboza Newton
O leite materno é o alimento mais completo para bebês até os seis meses. Nele estão contidos proteínas, vitaminas, gorduras, água e outros componentes necessários para o desenvolvimento do bebê. A partir dos seis meses, é importante introduzir outros alimentos com nutrientes importantes para o desenvolvimento neurológico do bebê porque o leite materno não os possui. Nesta idade, a criança não apresenta mais o reflexo de protrusão da língua, o que facilita a ingestão de alimentos semi-sólidos, produz as enzimas digestivas em quantidades suficientes, e, quando sentada, o pescoço não tomba mais, facilitando a alimentação oferecida por colher. As frutas e as hortaliças (legumes e verduras) são as principais fontes de vitaminas, minerais e fibra. Atualmente o uso das papinhas infantis industriais vem aumentando muito por possuir esses nutrientes essenciais e por serem mais práticas na hora de alimentar o bebê. No entanto, a quantidade dos nutrientes não é especificada no rótulo, não sendo possível saber se a criança está consumindo a quantidade necessária desses nutrientes. Com isso, a melhor forma de se ter certeza que a alimentação tem os nutrientes necessários é fazendo com que os alimentos complementares sejam preparados pela família e oferecidos amassados ou picados. Também, é muito importante manter o leite materno até pelo menos os dois anos de idade porque ele continuará protegendo o bebê contra doenças, além de ser fonte de cálcio, fósforo e outros sais minerais.
ResponderExcluirReferências Bibliográficas
BUENO, K. C. V. N. A importância do aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade para promoção da saúde da mãe e do bebê. Disponível em: . Acesso em: 10 Set. 2016.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA. Guia para a alimentação de crianças até dois anos. Disponível em: . Acesso em: 10 Set. 2016.
Tatielle do Nascimento
Aluna de Farmácia
DRE: 113079776
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam as mães dar o peito até o bebê ter 6 meses. Depois, o leite materno não contém mais, sozinho, todos os nutrientes de que o bebê precisa, especialmente o ferro, por isso outros alimentos passam a ser necessários para complementar a dieta. A industria alimenticia utiliza do marketing para induzir os pais da criança a complementarem essa alimentação com o alimento em questão em vez de papinhas feitas com frutas ou outros tipos de alimentos uma vez que utilizam a propaganda de que esse alimento poderia estar complementando, informação essa que nao pode ser confirmada pela falta de informações do rotulo. A rotina dos dias atuais leva a uma menor atenção na alimentação da criança, sendo importante a complementação correta com todas vitaminas, mineirais e outros nutrientes necessarios para o desenvolvimento saudavel da criança. A melhor maneira de fazer essa complementação nao se da por alimentos industrializados, devendo dar preferencia a frutas e legumes.
ResponderExcluirDRE:113150988