Que a falta de vitaminas e minerais é a causa de
diversas doenças todos já estão cansados de saber, mas que o excesso desses
nutrientes também podem te deixar doente pode ser novidade para algumas
pessoas. De acordo com o fabricante, Centrum é um suplemento vitamínico
completo de A a Zinco, que completamenta sua alimentação, ajuda a aproveitar
melhor as energias dos alimentos e ainda auxilia nas defesas do organismo e em
uma aparência mais saudável. Será que um multivitamínico pode ser assim tão
milagroso?
Introdução
É só ligar a televisão para perceber o excesso
de propagandas associando os multivitamínicos com uma vida saudável e melhor
aparência. Essa pressão da mídia acrescentada da venda livre, ou seja, sem
prescrição médica dos multivitamínicos faz com que este suplemento seja um dos
mais vendidos do mundo.
Contrariando
esses dados, estudos mostram que não existe nenhum benefício para uma pessoa
saudável tomar essas vitaminas e minerais extras, seja para a prevenção de
doenças ou retardando-as. No caso de perda cognitiva, a administração de
vitaminas é comparada ao placebo, não trazendo nenhuma vantagem para o
paciente.
Por
outro lado, o excesso dessas vitaminas e minerais podem ser nocivas para o
organismo. Por exemplo, assim como a deficiência de vitamina C pode causar
escorbuto, a retirada abrupta de megadoses desta vitamina pode provocar um
quadro semelhante ao da doença, além de cálculo renal e distúrbios gastrointestinais.
Mais
um exemplo é o excesso de vitamina E causando alterações na coagulação,
distúrbios gastrointestinais e dor de cabeça crônica. Outro estudo publicado em
uma revista norte americana condena o uso da vitamina E, mostrando que sua
suplementação em alta dosagem aumenta o índice de mortalidade.
Fundamentos
bromatológicos
Centrum é um suplemento de vitaminas e minerais
vendido sem prescrição médica, podendo ser encontrado em embalagens de 15, 30,
60, 100, 130 e 150 comprimidos. Sua formulação é composta por vitaminas de A a
Zinco e diversos minerais como cálcio, cobre, ferro, magnésio, potássio, entre
outros. A posologia indicada é um comprimido ao dia por tempo indeterminado.
Legislação
De
acordo com a Portaria 32/98 do Ministério da Saúde, suplementos vitamínicos são
“alimentos que servem para complementar com vitaminas e minerais a dieta diária
de uma população saudável, em casos onde sua ingestão, a partir da alimentação,
seja insuficiente ou quando a dieta requer suplementação”.
·
Composição:
mínimo de 25% e no máximo até 100% da IDR (ingestão diária recomendada) de
vitaminas e ou minerais, na porção diária indicada pelo fabricante.
·
Não podem
substituir os alimentos, nem serem considerados como dieta exclusiva.
·
Não incluem
produtos indicados para prevenir, aliviar, tratar uma enfermidade ou alteração
do estado fisiológico (Portaria SVS/MS n. 32/98 e Resolução ANVISA RDC n.
269/05)
Discussão
e conclusão
De acordo com a tabela de composição nutricional
do Centrum, muitos de seus nutrientes representam 100% da ingestão diária recomendada
pela ANVISA. Assim, com 45mg de vitamina C o Centrum supre a necessidade diária
desta vitamina, então, com a ingestão de apenas um copo de suco de laranja, alimento
muito comum na dieta dos brasileiros, o teor diário fica muito acima do recomendado.
Uma pessoa que consome dois ovos cozidos por
dia possui um nível adequado de vitamina A, cerca de 600 mcg. Se este indivíduo
estiver fazendo uso do Centrum seu nível diário de vitamina A vai estar 67%
acima do indicado pela ANVISA.
Estes foram apenas alguns exemplos de como quase
nenhuma pessoa possui deficiência de vitaminas de A a Zinco. Sendo assim, a
venda de suplementos de minerais e vitaminas deveria ser prescrita por um
profissional, visando as necessidades de
cada pessoa, para desta forma auxiliar em uma suplementção sem excessos.
Bibliografia
1. centrum.com.br acessado: 04/08/2016
as 18:36
2. Annals
of Internal Medicine: Long-Term Multivitamin
Supplementation and Cognitive Function in Men: A Randomized Trial
acessado: 04/08/2016 as 19:02
5. Ministério da Saúde. Portaria nº 32, de 13 de janeiro de 1998.
“regulamento técnico para fixação de identidade e qualidade de suplementos
vitamínicos e ou de minerais”. Brasília-DF.
7. Tabela USDA
Estamos vivendo uma era em que as pessoas cada vez mais querem não só estar saudáveis, mas se sentir saudáveis. Isso ocorre porque houve um aumento na expectativa de vida e, com isso, foi possível observar as consequências de uma alimentação não saudável a longo prazo. Sendo assim as pessoas não querem apenas viver mais, mas viver mais com saúde.
ResponderExcluirEntretanto, com a correria da vida cotidiana nas cidades, as pessoas não só não gostam como não têm tempo para ter hábitos alimentares saudáveis. Por isso a ideia de uma "pílula mágica" que contém todas as vitaminas necessárias para uma vida saudável tornou-se bastante atrativa. Sem sabor desagradável e sem perda de tempo, não há nem a necessidade de consultar um médico para adquirir esse tipo de produto.
Porém o que não é dito para as pessoas é o mal que o excesso dessas vitaminas faz. Por mais que você não tenha uma alimentação muito variada, suas refeições cotidianas não são totalmente desprovidas de vitaminas. Então porque ingerir um comprimido com 100% das suas necessidades diárias? Além dos malefícios específicos que cada vitamina pode trazer, como citados no texto o exemplo das vitaminas E e C, a ingestão de vitaminas em excesso de uma maneira geral gera danos renais graves a longo prazo.
Precisamos ficar atentos a esses tipos de perigos, não existem produtos milagrosos, sem efeitos não desejáveis. Devemos sempre consultar um médico antes de fazer uso diário desse tipo de suprimento. Se quisermos ser saudáveis devemos começar por uma alimentação saudável.
Jhessica Nayara Martins
DRE: 113049543
comprove com artigos que um valor superior a 45mg de Vitamina C vai causar danos renais. essa tabela da anvisa de IDR é uma piada, simplesmente o mínimo do mínimo necessário. no caso de vitaminas lipossolúveis seria necessário algo em torno de 50x o IDR para haver algum tipo de problema... Vá se atualizar moça para de seguir livros e artigos dos anos 70
ExcluirTer os níveis de vitaminas e minerais correto no organismo é de extrema importância para o bom funcionamento das funções metabólicas. Mas como é um produto vendido sem prescrição e sem orientação, muitas pessoas podem tomar em excesso, o que pode ser prejudicial a saúde. Por exemplo, há estudos mostrando que excesso de vitamina A está ligada ao aumento de câncer de pulmão entre fumantes. Excesso de zinco está ligado à redução na função imunológica, consumo excessivo de manganês, no longo prazo, está ligado a problemas nos músculos e nervos entre pessoas mais velhas. E por aí vai.
ResponderExcluirEntão acho importante essa conscientização sobre um produto que vemos como algo tão inofensivo.
Achei interessante o produto escolhido para o estudo, afinal ele é muito comum no nosso dia-a-dia. Vemos propagandas espalhadas por todos os lugares. Um ponto positivo da presente matéria é que, na minha opinião, atingiu seu objetivo de alertar a população de que o uso excessivo de vitaminas e minerais também pode fazer mal.
ResponderExcluirEntretanto, gostaria de acrescentar que a análise poderia ter obtido êxito maior caso tivessem sido investigados mais profundamente algumas vitaminas e minerais. Talvez fazer um recorte temático melhor e selecionar uns 2 ou 3 mineiras ou vitaminas apenas te permitiriam aprofundar mais.
Ademais, gostaria de acrescentar que senti falta de fazerem menção dos valores de UL na sua análise. Os limites máximos toleráveis te ajudariam a discutir se o consumo de centrum, somado a uma alimentação normal, poderia causar problemas. Isso evitaria comentários como o de um anônimo em 8 de dezembro de 2017.
Muito interessante a forma como aborda os malefícios que podem ser gerados a partir do uso indevido de suplementos vitamínicos. Podemos observar que muitas vezes o uso desses medicamentos são raramente prescritos por médicos e são usados principalmente pela população que acha que deve tomar.
ResponderExcluirPrincipalmente a parcela mais idosa da população que prevê uma melhora nas condições advindas do envelhecimento. Porém uma pequena pesquisa e já pude observar que essa ação que é propagada pela mídia não condiz com a verdade.
Um estudo acompanhou quase 6 mil médicos do sexo masculino com 65 anos ou mais por 12 anos. Nesse estudo foram conduzidas avaliações cognitivas iniciais e intermitentes. Chegou-se à conclusão que o uso de vitaminas não desacelerou a perda cognitiva e não trouxe mudança nos índices de memória verbal nem na cognição daqueles que tomaram vitaminas em comparação com os que não tomaram.
Portanto é necessário rever os conceitos sobre a propaganda e o uso irracional de multivitamínicos
No meu ponto de vista eu discordo um pouco da conclusão deste levantamento, uma vez que, já existem profissionais que "prescrevem/recomendam" o uso destes complexos polivitamínicos para grupos específicos. No entanto, acredito que limitar a venda, bem como o uso apenas para individuos que tiveram encaminhamento médico, inviabilizaria a comercialização desta classe e seu alto crescimento no mercado farmacêutico. Em relação a preocupação do consumo em excesso é importante ressaltarmos que de acordo com a RDC Nº 243, DE 26 DE JULHO DE 2018, para todos os suplementos alimentares, é regulamentado que: Art. 14...a rotulagem dos suplementos alimentares deve apresentar as seguintes informações: I - a recomendação de uso, incluindo as seguintes informações agrupadas no mesmo local do rótulo: a) os grupos populacionais dos Anexos III e IV da Instrução Normativa n° 28, de 26 de julho de 2018, para o qual o produto é indicado, incluindo a faixa etária no caso de crianças; b) a quantidade e a frequência de consumo para cada um dos grupos populacionais indicados no rótulo; c) a advertência em destaque e negrito "Este produto não é um medicamento"; d) a advertência em destaque e negrito "Não exceder a recomendação diária de consumo indicada na embalagem". Desta forma acredito que se os produtos finais em prateleiras, desta classe, seguirem os requisitos de rotulagem da legislação citada, associado a uma assistência farmacêutica de qualidade, mitiga esta problemática, uma vez que fica evidente ao consumidor a quantidade recomendada e os avisos para não exceder o limite máximo de uso, conforme descrito na embalagem.
ResponderExcluirMilena Enderson - DRE 115089468