Suplementos vitamínicos realmente são a melhor opção para suprir deficiências alimentares? Leia mais...
Descrição do produto:
Fundamentos Bromatológicos:
A ingestão adequada de vitaminas
e nutrientes é de crucial importância na regulação de várias funções
metabólicas no organismo.
Estudos
já consolidados na literatura mostram correlação direta entre a carência
nutricional de vitaminas e minerais no desenvolvimento de doenças
cardiovasculares e câncer além de mostrarem que o consumo balanceado de
vitaminas antioxidantes previnem o desenvolvimento de aterosclerose e diminuem
a mortalidade por doença coronariana.
Aproximadamente
2 bilhões de pessoas sofrem de deficiência na ingestão de micronutrientes no
mundo superando portanto, o percentual de indivíduos submetidos a condição de
fome e desnutrição e pessoas com sobrepeso.
Nesse contexto, é necessário avaliar a eficiência de suplementações vitamínicas, visto que deficiências na ingestão desses micronutrientes representam um problema de saúde pública a nível global.
Legislação:
Regulada pela Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 243, de 26 de Julho de 2018, a categoria de Suplementos Vitamínicos e de Minerais, de acordo com o artigo 28 parágrafo primeiro, deve se enquadrar às disposições mencionadas, afim de padronizar e supervisionar os parâmetros de composição, qualidade, segurança e rotulagem de suplementos alimentares em geral.
Em 1994 a Food and Drug Administration considerou vitaminas como alimentos, a partir daí, a indústria alimentícia se aproveitou dessa publicação, e bilhões de dólares foram investidos na produção e propaganda a respeito dos suplementos vitamínicos. O perigo acerca dessa política seria a indução do consumo exacerbado desses suplementos alimentares, visto que a suplementação de vitaminas pode não ser positiva para pessoas que já tenham uma alimentação balanceada.
Discussão:
Existem diversas interpretações
possíveis acerca do modo como a população é submetida a novas abordagens
alimentícias, que reguladas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária são
constantemente metamórficas, sendo um mercado dinâmico, com constantes
alterações legislativas, forçando a indústria alimentícia a se adaptar às novas
“regras do jogo”. A partir daí, novas abordagens são desenvolvidas, novos
mecanismos de alcançar o público são elaborados e o ciclo continua.
Estudo realizado na cidade de
Cotia, em São Paulo, indica que a dieta da população estudada apresenta níveis
abaixo do padrão para todas as faixas etárias analisadas, demonstrando ainda
diferenças no consumo entre os sexos, indicando que indivíduos do sexo
masculino apresentam maior ingestão de vitaminas e minerais que pessoas do sexo
feminino.
Conclusão:
Acerca de todos os fatos que
envolvem a organização estrutural da Indústria Alimentícia, existe uma linha
tênue delimitando o que seria certo ou errado. Considerando uma população
instruída, não manipulada por campanhas publicitárias, a responsabilidade do
consumo saudável seria inteiramente do consumidor, o qual deveria enxergar o
suplemento como realmente o que se propõem a fazer, ou seja, suplementar uma
dieta deficiente. O “problema” do cenário, é que muitas pessoas são induzidas a
consumir frequentemente sem mesmo ter a necessidade fisiológica atrelada ao
consumo exacerbado portanto, os efeitos prejudiciais se sobreporiam aos efeitos
benéficos atrelados ao uso do multivitamínico. Considerando todos os cenários,
conclui-se que a melhor forma de manter uma dieta balanceada, seria através das
refeições tradicionais, porém, considerando um mundo real, onde os processos
estão cada vez mais dinamizados, acaba sendo inviável manter uma alimentação
balanceada por muito tempo e com isso, seria necessário em alguns casos, a
administração de suplementos como multivitamínicos.
Referências Bibliográficas:
KEY, T. Micronutrients and cancer aetiology: the epidemiological evidence. Proc. Nutr. Soc., 13:605-14, 1994.
·
RIEMERSMA, R.
Epidemiology and the role of antioxidants in preventing coronary heart disease:
a brief overview. Proc. Nutr. Soc., 53:59-65, 1994
· Food and
Agriculture Organization (FAO). Ending malnutrition: from commitment to
action Rome: FAO; 2015
· Suplementos
vitamínicos não trazem benefícios a pessoas saudáveis,
https://www.hospitalmoinhos.org.br/saude-e-voce/suplementos-vitaminicos-nao-trazem-beneficios-a-pessoas-saudaveis/
· Dietary Supplements, https://www.fda.gov/food/dietary-supplements
Achei um tema relevante, ainda mais em tempos de COVID 19 onde os médicos estão prescrevendo suplementos vitamínicos a fim de fortalecer o sistema imunológico dos pacientes. Contudo, achei a discussão um pouco rasa. O autor cita que poderiam haver “efeitos prejudiciais” mais não discute sobre. Numa breve pesquisa, foi possível encontrar que a superdosagem poderia ser pior que a falta das vitaminas, como por exemplo, a suplementação de cálcio já foi muito defendida para prevenção e tratamento da osteoporose, porém estudos recentes demonstraram que esse uso pode aumentar o risco de eventos cardiovasculares, formação de cálculos renais e causar problemas gastrointestinais.
ResponderExcluirAlém disso, também poderia ter falado sobre a possibilidade de interação medicamentosa e ainda, sobre a importância da ingestão com acompanhamento por grupos de risco como gestantes e idosos.
Fonte:
http://portal.crfsp.org.br/noticias/3982-suplementos-alimentares.html
http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00177814
Aluno: Gabriel Werneck Miglionico
116015543