Apresentação

Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.

O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.

domingo, 18 de junho de 2017

Chá emagrecedor realmente é uma opção saudavel de emagrecimento?

Chá emagrecedor realmente é uma opção saudavel de emagrecimento ?



 O consumo indiscriminado de produtos para emagrecimento pode colocar a saúde das pessoas em risco, misturas de chás podem ser combinações perigosas e prejudicar o funcionamento regular do organismo.  Leia mais >



Com a preocupação de reduzir a tendencia a obesidade da populacao atual, pesquisas têm avaliado um novo grupo de alimentos benéficos à saúde, capazes de nutrir e reduzir o risco de doenças se consumidos adequadamente. Esses alimentos, ditos funcionais, segundo a resolução n. 19, de 30 de abril de 1999, instituída pela ANVISA, possuem nutrientes ou não nutrientes que desempenham papel metabólico ou fisiológico no crescimento, no desenvolvimento, na manutenção e em outras funções normais do organismo; os benefícios destes alimentos, portanto, devem ser comprovadas cientificamente por meio de ensaios clínicos (ORNELAS, 2007).

Fundamentos Bromatológicos

A mistura de chás utilizados nesse produto, combina Chá verde (Camelia sinensis); Carqueja (Bacccharis genistelloides); Sene (Cássia angustifolia); Cáscara Sagrada (Rhamnus purshiana); Boldo (Pneumus boldus); Erva Doce (Pimpinela anisum); Hortelã (Mentha piperita); combinando chás com propriedades diuréticas (chá verde)  e laxativas (sene).  Essa combinação é contraindicada, já que o sene é uma planta que apresenta derivados antracenicos (antraquinonas – heterozideos tipo O e C).

Esses heterosideos em sua forma reduzida, promovem o bloqueio da bomba de sódio e potássio ATPase e assim promovem liberação de ions cloreto e diminui a reabsorção de água. O consumo em conjunto com plantas que promovem a diurese iria aumentar a excreção de agua e o organismo não seria capaz de reabsorver por tambem estar sob efeito do sene que diminui a reabsorcao de agua, tornando essa combinacao perigosa uma vez que o consumidor correrá grande risco de desidratação.

Legislação

Observando a legislação vigente no Brasil, verificamos que não há contraindicacoes dispostas em lei para a mistura de vários tipos de chá. O uso de combinações de diferentes ervas é permitido nesses produtos.
De acordo com a portaria 519, de 26de junho de 1998 (Anvisa), o produto se classifica como chá preparado em infusão.

Conclusão

Como essa mistura de chás pode ser prejudicial a saúde pelo risco de poder causar desidratação em caso de consumo excessivo, o ideal seria que o consumidor fizesse uso de apenas uma erva, como por exemplo o chá verde, que temos estudos comprovados que o consumo regular pode auxiliar no emagrecimento, com o auxílio de uma dieta adequada e exercícios físicos.

Referências

- Portaria n°519, de 26 de junho de 1998, Anvisa.
- Revista Científica da FHO|UNIARARAS v. 2, n. 1/ 2014 http://www.uniararas.br/revistacientifica 41 OS BENEFÍ CÍOS DO CHÁ VERDE NO METÁBOLÍSMO DÁ GORDURÁ CORPORÁL THE BENEFITS OF GREEN TEA IN THE METABOLISM OF BODY FAT Carolina Carvalho BELTRAN, Naiara Andressa da SILVA , Laura Cristina Esquisatto GRIGNOLI , Maria Inês Vilhena SIMIONATO , Carlos Roberto Escrivão GRIGNOLI. Autor responsável: Carlos Roberto Escrivão Grignoli. <Disponível em: http://www.uniararas.br/revistacientifica 41 >

2 comentários:

  1. O emagrecimento é um assunto extremamente comentado atualmente, uma vez que a sociedade cada vez mais quer um corpo “perfeito”, porém sem se preocupar com os danos à saúde.
    Como citado no trabalho, o sene, que é um laxante, não pode ser combinado a diuréticos, pois potencializarão a desidratação do indivíduo. Esse é o problema desses chás, uma vez que são misturas de várias ervas que irão agir em conjunto provocando um efeito não desejado.
    Em consulta à Receita Federal, é fácil perceber que todas essas empresas colocam como descrição de atividade econômica “produtos alimentícios”, quando claramente deveria ser “produtos fitoterápicos”, já que eles causam efeitos fisiológicos em quem ingere. Além disso, as interações entre as ervas deveriam ser tratadas como interações medicamentosas, pelo mesmo motivo anteriormente citado.
    Para o consumidor, o seguinte questionamento: vale a pena conquistar o corpo “perfeito” às custas da sua saúde?
    Como resposta, é fácil perceber que o exercício físico e a alimentação saudável em conjunto são o melhor caminho para o emagrecimento saudável.

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  2. No estudo da farmacognosia é possível identificar e sintetizar diversas moléculas através das vias biossintéticas responsáveis pelo metabolismo primário (geração de energia) e secundário (outras funções, como defesa, reprodução, etc) das plantas, assim como a aplicação e utilização dos princípios ativos sintetizados nos vegetais para a saúde do ser humano. É comprovado cientificamente que os medicamentos de origem vegetal, classificados como fitoterápicos, são capazes de promover eventos adversos, assim como qualquer medicamento que não seja de origem vegetal. Em 2014 a ANVISA publicou a RDC 26, que define as categorias de medicamento fitoterápico e produto tradicional fitoterápico, e estabelece os
    requisitos mínimos para o registro e renovação de medicamentos fitoterápicos, e para o registro, renovação de registro e notificação de produto tradicional fitoterápico. Porém, os chás, produtos comercializados como alimentos, não se enquadram na classificação de produtos fitoterápicos, pois de acordo com a RDC 26/2014, a comercialização de drogas vegetais sem conter excipientes em sua apresentação, a ser utilizadas sob a forma de infusão, classificam-se como chá medicinal, não necessitando de registro na categoria de medicamento. Esta brecha permite que a indústria de drogas vegetais comercialize estes produtos de forma não criteriosa, sem estudos de segurança, eficácia, biodisponibilidade e distribuição, independente do impacto que os chás terão na saúde do usuário, ou do paciente (muitas vezes os usuários adquirem os chás efetivamente como produto para sua saúde, como no caso de chás "quebra pedra", indicados para litíase, e chás com efeito laxativo), e sem acompanhamento médico algum. Desta forma, faz-se necessária a maior intervenção da ANVISA e outros orgãos reguladores no controle da comercialização destes produtos. O chá supracitado, composto por uma mistura de ervas, indicado para o emagrecimento deve ser utilizado com cautela e sob acompanhamento do médico, para evitar interações medicamentosas graves (por exemplo com medicamentos para hipertensão e colesterol, medicações que o paciente que busca emagrecer por estar acima do peso ideal muitas vezes faz uso), assim como eventos adversos graves, oriundos do uso irracional do produto.
    Luiza Mayor - DRE 113027339

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