O aspartame é um edulcorante utilizado em refrigerantes zero e Light,
pois tem efeito adoçante 180 vezes maior que o açúcar, precisando assim de menores quantidades do edulcorante para o mesmo efeito adoçante do carboidrato e conferindo a esses refrigerantes baixos valores energéticos.
Nos últimos anos o aspartame foi alvo de ataques sobre sua
inocuidade em relação a aspectos toxicológicos, principalmente ao seu suposto
efeito neurológico.
Após a sua absorção ele é rapidamente hidrolisado no intestino delgado
em três moléculas: ácido aspártico, fenilalanina e metanol. Existe a
preocupação com a formação de metanol quando o aspartame é estocado por longos
períodos em temperaturas elevadas. O metanol é oxidado no organismo em ácido
fórmico, sendo o acúmulo deste associado à acidose metabólica e a lesões
oculares.
No entanto, ensaios agudos, crônicos e subcrônicos em vários animais
evidenciaram a ausência de toxicidade e carcinogenicidade associado à ingestão
do aspartame. Para se tornar tóxico seriam necessários 200-500 mg/kg de metanol
para ocorrer toxicidade significante e, como aproximadamente 10% do aspartame
ingerido se transforma em metanol, seria necessário ingerir, no mínimo, 2.000
mg/Kg de aspartame para ele promover intoxicação. Essa dose equivaleria, para
um indivíduo de 70 kg, à ingestão diária de 140.000 envelopes ou 350.000 gotas
do adoçante ou 2.545 litros de refrigerante dietético, o que seria impossível.
E, a quantidade de metanol produzida a partir da ingestão de refrigerantes
dietéticos (cerca de 55 mg/L) é menor que a produzida a partir da ingestão de
sucos de frutas naturais ricos em aspartato (cerca de 140 mg/L). Baseado nesses
dados reputa-se não haver possibilidade de dano à saúde cominado ao metanol
produzido pela ingestão de aspartame.
Sabe-se também que no Brasil, a ingestão diária máxima recomendada é de até 10 gotas/kg de peso corpóreo dos produtos apresentados sob a forma líquida, para não se ultrapassar a ingestão diária aceitável (IDA) de 40mg/kg. Assim, um indivíduo de 70 Kg deveria consumir 70 gotas do adoçante para ultrapassar a ingestão diária recomendada, e como o aspartame possui alto poder adoçante, essa ingestão seria pouco provável.
Conclusão
Apesar das críticas sobre a inocuidade do aspartame, estudos científicos ainda não conseguiram comprovar essa hipótese. No entanto, há restrições sobre o uso do aspartame por pessoas portadoras da fenilcetonúria, mal congênito e raro que se caracteriza pela ausência de uma enzima que faz o metabolismo da fenilalanina, aminoácido presente no edulcorante artificial.
A ingestão de adoçantes por crianças
também merece atenção especial. Isso porque, por terem peso menor, o consumo
diário recomendado é bem menor do que o de um adulto, sendo preciso mais
cuidado para controlar a quantidade ingerida.
Referência
BRASIL. Resolução RDC nº 18, de 24
de Março de 2008. Dispõe
sobre o “Regulamento técnico que autoriza o uso de aditivos edulcorantes em
alimentos, com seus respectivos limites máximos”. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/391619/Microsoft+Word+Resolu%C3%A7%C3%A3o+RDC+n%C2%BA+18%2C+de+24+de+mar%C3%A7o+de+2008.pdf/4b266cfd-28bc-4d60-a323-328337bfa70e
BRASIL. Informe Técnico nº 17, de 19 de janeiro de 2006.
Considerações sobre o Uso do Edulcorante Aspartame em Alimentos. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/alimentos/informes/17_190106.htm
FREITAS, A.S.; ARAÚJO, A. B. Edulcorante artificial: Aspartame - uma revisão de
literatura. Revista Eletrônica Multidisciplinar Pindorama do Instituto
Federal da Bahia. Nº 01, Agosto, 2010.
ADAMI, F.S.; CONDE, S. R. Alimentação
e nutrição nos ciclos da vida. 1ª ed, p. 36 - 39, 2016.
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ResponderExcluirDesde sua entrada no mercado, o aspartame tem sido motivo de dúvidas, mas até o momento, nada foi comprovado em relação a sua toxicidade. Segundo BUTCHKO (2002), a ingestão dos produtos metabolizados do aspartame (L-fenilalanina, ácido aspártico e metanol), não acarreta problemas à saúde, uma vez que, na alimentação normal, as quantidades destes três componentes são muito superiores. Entretanto, há restrições do uso do aspartame para pessoas portadoras da fenilcetonúria, as quais são incapazes de converter a fenilalanina em tirosina devido a uma deficiência enzimática, o que resulta no acúmulo de fenilalanina, potencialmente tóxica para o tecido cerebral. Os consumidores de adoçantes que são fenilcetonúricos precisam ser orientados e alertados pelos profissionais da saúde que o consumo de aspartame não é seguro para os mesmos. O item 8.2.5 da Portaria Nº 29/1998 determina que os fabricantes coloquem em seus rótulos a seguinte informação “Contém Fenilalanina”. Por isso, também é importante que os portadores de fenilcetonúria observem com cuidado os rótulos dos produtos antes de consumi-los.
ResponderExcluirReferências:
- BUTCHKO, Harriett H. et al. Aspartame: review of safety. Regulatory Toxicology and Pharmacology, v. 35, n. 2, p. S1-S93, 2002.
- MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº: 29, de 13 de janeiro de 1998. Aprova o regulamento técnico referente a alimentos para fins especiais. Diário Oficial da União, 1998.