Sabemos que aleitamento materno é muito importante para a saúde do bebê. O leite materno é um alimento completo e ideal para o bebê, pois ele contém todos os nutrientes em quantidades adequadas, proporciona ótimo crescimento, é de fácil digestão, fornece água para hidratação, protege contra infecções e alergias, por que em sua composição também estão presentes anticorpos que irão ajudar na defesa do recém-nascido. Porém quando há a impossibilidade de amamentação com leite humano, neste artigo discutiremos qual melhor leite deve ser indicado para o bebê recém nascido (formulas infantis ou leite de vaca integral (LVI).
O leite de vaca e seus derivados posicionam-se, atualmente, entre os alimentos mais consumidos no mundo. Sempre foi elogiado pelas suas propriedades nutricionais, pelo seu delicioso sabor e pelas vitaminas e minerais que fornece ao nosso corpo, especialmente o cálcio. O leite de vaca integral Parmalat é rico em cálcio e proteínas e é padronizado com 3% de gordura, estabilizante trifosfato de sódio, monofosfatomonossódico, difosfato dissódico, e citrato de sódio. O rótulo abaixo não especifica muito os componentes do leite, porém podemos observar um alto teor de proteínas quando comparado com o leite materno.
Os benefícios da amamentação são inúmeros. Desde a proteção contra enterocolite necrosante, doença mortal em 70% dos recém-nascidos, até a proteção contra as doenças cardiovasculares na idade adulta. Também é importante assinalar que a amamentação é o modo mais econômico, seguro e sustentável de alimentar as crianças pequenas.
A OMS recomenda que o aleitamento materno seja exclusivo até os 6 meses de idade, podendo ser introduzido outros tipos de alimentos após esse período, e recomendando-se o aleitamento ate os 2 anos de idade.
Porém, existem muitas mães que desenvolvem alguns problemas durante a amamentação como fissura ou rachadura do mamilo que leva a dor, mastite que pode levar a inflamação. Alem disso existem casos onde a mãe não produz o leite e muitas tem dificuldade pela dor ao amamentar, mas mesmo assim o bebê ainda precisa se alimentar. A partir disso, a mãe recorre ao leite artificial. Mas quando a mãe não pode amamentar, entre as formulas infantis (leites NAN) e leite de vaca integral comum, qual seria o melhor para alimentar o bebê recém nascido?
Quando chegamos ao mercado ou na farmácia, observamos uma série de produtos (com diversos nomes comerciais, números e formas ‘atrativas’) expostos nas prateleiras de drogarias, de onde partem as diversas dúvidas dos pais de quais seriam os benefícios de cada alimento, quando e porque utilizar cada um deles. Dentre os produtos mais indicados e vendidos, encontra-se o NAN®, apresentado no mercado das Fórmulas Infantis como uma excelente alternativa para bebês saudáveis ou com problemas decorrentes de digestão inadequada, bem como os problemas de gases. O objetivo deste trabalho será comparar o leite NAN com um leite de vaca integral (Parmalat) e ver qual dos dois é mais indicado para o bebê recém nascido, quando há ausência do leite materno humano.
Fundamentos Bromatologicos
• Leite Materno
O aleitamento materno evita infecções e alergias por causa da presença de anticorpos e hormônios que são essenciais para o crescimento do bebê, além de fortalece o vínculo mãe-filho e é recomendado exclusivamente o aleitamento materno ate os 6 meses. A composição do leite materno em termos de nutrientes difere tanto qualitativa quanto quantitativamente das formulas infantis. Vários fatores bioativos como insulina, esteróides adrenais, T3 e T4 estão entre os hormônios encontrados no leite materno, como também, a presença de leptina, a qual poderia desempenhar um papel regulador no metabolismo do lactente, visto que esse hormônio tem ação de inibir o apetite e as vias anabólicas, e estimular as vias catabólicas. Importante destacar as diferentes respostas endócrinas, no que diz respeito à liberação de hormônios pancreáticos e intestinais, entre recém-nascidos alimentados com leite materno e com as formulas infantis. Na tabela abaixo, podemos observar de forma resumida a composição do leite materno:
Tabela 1: Composição do leito materno. Adaptado de Bortolozo e cols. 2004.
• Composição do Leite NAN OPTIPRO 1
O leite NAN OPTIPRO 1 é um leite para lactentes saudáveis, desde o nascimento e quando não amamentados, com uma composição proteica única. Segundo o fabricante, em sua composição LC-PUFAs – Dois ácidos gordos polinsaturados de cadeia longa (DHA e ARA) que estão também presentes no leite materno. É um leite originado do soro lácteo e contem proteínas do soro de leite, leite magro, óleos vegetais (palma, colza, coco, girassol) e de Mortierella alpina, lactose, substâncias minerais (citrato de cálcio, citrato de potássio, cloreto de magnésio, cloreto de potássio, cloreto de sódio, fosfato de sódio, sulfato ferroso, sulfato de zinco, sulfato cúprico, selenato de sódio, iodeto de potássio, sulfato de manganês), óleo de peixe, emulsionante (lecitina de soja), vitaminas (C, E, PP, ácido pantoténico, A, B1, B6, D, K, B2, ácido fólico, B12, biotina), L-fenilalanina, cultura de bifidobactérias, taurina, L-histidina, inositol, nucleótidos, L-carnitina, todos esses componentes muito importantes para o crescimento saudável do bebê.
Fonte: https://www.nestlebebe.pt/nan-1
• Composição do Leite de vaca integral Parmalat
Fonte: http://www.parmalat.com.br/#leites
Legislação
Resolução
RDC n. 45/2011- Regulamento Técnico para fórmulas infantis para lactentes
destinadas a necessidades dietoterápicas específicas e fórmulas infantis de
seguimento para lactentes e crianças de primeira infância destinadas a
necessidades dietoterápicas específicas. De acordo com o inciso I do artigo 6º
desta Resolução, fórmula infantil para lactentes destinada a necessidades
dietoterápicas específicas é aquela cuja composição foi alterada ou
especialmente formulada para atender, por si só, às necessidades específicas
decorrentes de alterações fisiológicas e/ou doenças temporárias ou permanentes
e/ou para a redução de risco de alergias em indivíduos predispostos de
lactentes até o sexto mês de vida (5 meses e 29 dias).
As formulas infantis também são regulamentadas
pela Lei nº 11.265 de 3 de janeiro de 2006 que dispõe sobre a comercialização
de alimentos para lactentes e crianças de primeira infância e também a de
produtos de puericultura correlatos
Segundo
a OMS as fórmulas infantis são preparadas de acordo com os padrões Codex
Alimentarius (coletânea de padrões reconhecidos internacionalmente
contendo códigos de conduta, orientações e outras recomendações relativas a
alimentos, produção de alimentos e segurança alimentar) e que são alimentos
complementares seguros e substitutos adequados do leite materno
Existem
ainda diversas outros tipos de legislação para regulamentar rotulagem,
manipulação, armazenamento e diversos outros parâmetros pertinentes a este tipo
de preparação que o consumidor não tem acesso. Todas as normas brasileiras são
baseadas em recomendações internacionais do CODEX, FAO e OMS, porém é
importante perceber a grande dificuldade existente para o consumidor avaliar o
produto que está adquirindo.
Discussão
Dentre os carboidratos presente no leite humano,
observamos um teor elevado de lactose, enquanto o leite de vaca integral (LVI)
possui um baixo teor de lactose e ausência de oligossacarídeos, este ultimo
presente no leite humano, que juntamente com a lactose estimula a formação de
uma flora intestinal. Enquanto que as formulas infantis possuem quantidade de carboidratos (lactose) igual ou bem próxima
a quantidade presente no leite humano.
Além do baixo teor, o ferro do leite de vaca não é bem absorvido pelo organismo de lactente. Outro fator agravante que contribui o aumento do risco de deficiência de ferro e anemia no 1o ano de vida é o fato de que o consumo de leite de vaca está associado à perda de sangue pelas fezes de uma maneira despercebida pelas mães e cuidadores. Tal evento cessa após a criança completar 1 ano, idade esta em que o trato gastrointestinal já está mais desenvolvido.
Ainda também em virtude de um trato gastrointestinal não totalmente desenvolvido, o consumo de LVI por crianças menos de 12 meses têm sido relacionado como um fator predisponente no aparecimento da alergia a proteína do leite de vaca, uma condição que afeta 0,4% a 7,5% das crianças de 0 a 2 ano de idade. Além disso, a exposição precoce da criança ao LVI aumenta o risco não somente de reações adversas a este leite, como também de alergias a outros alimentos. As formulas artificiais possuem um teor moderado de proteína, e o processamento melhor a digestibilidade proteica, além de ter uma composição de aminoácidos modificada, facilitando a digestão do bebê, além de prevenir contra alergias.
Outro risco associado a sua ingestão é o de desenvolver uma sobrecarga renal, com distúrbios de eletrólitos e com elevação de sódio no sangue. Apesar das funções metabólicas e excretoras do lactente normal acima de 6 meses de idade estarem mais maduras e, na maioria das vezes, poder suportar bem esta sobrecarga, a margem de segurança continua sendo maior quando o alimento é o leite materno ou algum fórmula modificada.
Existe ainda o risco de deficiência de cobre, zinco, vitamina A, C, E e ácido fólico e gorduras essenciais (ômega 3 e ômega 6) principalmente quando se utiliza o LVI muito diluído, prática esta comumente observada. A deficiência de algumas vitaminas pode ser ainda agravada pelo processamento térmico do leite. Porém observamos a presença dessas vitaminas nas formulas infantis, assim como o leite humano que ter um teor essencial de vitaminas para suprir a necessidade do lactente.
Conclusão
O leite materno atende todas as necessidades nutricionais do bebê exclusivamente até o sexto mês de vida, sendo também recomendado como o leite de escolha entre a idade de 6 a 12 meses junto à alimentação complementar. Ele não é apenas uma fonte de nutrientes especificamente adaptada à capacidade metabólica do bebê, como também uma substância viva de grande complexidade biológica, ativamente protetora de infecções e alergias, por exemplo.
Quando não há a possibilidade de amamentar o bebê com o leite materno, dada as evidências, não se recomenda então a utilização do leite de vaca integral na alimentação da criança durante o primeiro na de vida, sendo preferível o uso de formulas infantis como por exemplo o NAN OPTIPRO 1, que é uma formula infantil mais próxima do leite materno, conforme discutido anteriormente.
Referencias
1. Codex Alimentarius Commission. Joint FAO/WHO Food Standards Program. Codex Standard for Processed Cereal-based Foods for Infants and Children (Codex Stan 74-1991). In: Codex Alimentarius, v.4, Ed 2. Rome, 1994.
2. Leite humano processado em bancos de leite para o recém-nascido de baixo peso: análise nutricional e proposta de um novo complemento - Eliana Aparecida Fagundes Queiroz BortolozoI, *; Emiliana Borges TiboniII; Lys Mary Bileski CândidoIII
3. http://www.leitematerno.org/oms.htm - acesso em 08/06/2017
4. http://www4.planalto.gov.br/consea/comunicacao/artigos/2014-1/qual-a-importancia-do-aleitamento-materno - acesso em 08/06/2017
5. http://www.parmalat.com.br/#leites
6. https://brasil.babycenter.com/x4700079/quando-posso-come%C3%A7ar-a-dar-leite-comum-ao-beb%C3%AA#ixzz4jRLuJmLu
Apesar de todas as vantagens da amamentação, é necessário que se leve em conta que a mesma nem sempre é uma possibilidade.
ResponderExcluirSeja pela não produção de leite pela mãe ou por fissuras, machucados e dores associadas com o ato de amamentar, em alguns casos a família tem que recorrer a um fornecimento alternativo de alimentação para o bebê. Na substituição do leite materno, surgem duas possibilidades: o leite de vaca integral ou as fórmulas infantis.
Conforme discutido nesta publicação, são muitas as diferenças entre essas alternativas. Apesar de nutritivo, o leite de vaca integral é notoriamente inferior à fórmula infantil no que se diz respeito a qualidade da composição nutricional frente às demandas do bebê.
No entanto, o que não é discutido no artigo, mas que sempre é um importante fator, é a questão financeira. Infelizmente as fórmulas infantis não são acessíveis a grande parte da população, o que torna compreensível a escolha pelo leite de vaca em famílias mais carentes que, desprovidas de informação, podem não estarem cientes da qualidade das fórmulas infantis e das diferenças nutricionais entre essas duas opções.
Ass. Stephanie Casali
O leite materno é sem dúvidas a opção ideal para consumo do bebê, porém há fatos que impossibilitam este consumo pela bebê. Quando se trata de uma alternativa, temos o leite de vaca integral, que o valor de custo é baixo frente a segunda opção que são as fórmulas infantis, com valores bem altos. Este último é o melhor recomendado devido o valor nutricional ser o necessário para o bebê, diferente do Leite de vaca integral(LVI), enquanto também temos que uso do LVI coloca o
ResponderExcluirlactente em risco por conter uma quantidade insuficiente
de ferro (menos de 2mg/litro) além de sua baixa absorção.
Ass. Rosana Alves
Apesar do leite materno ser o melhor para os bebês durante os primeiros 6 meses de idade e um leite de transição não deve ser utilizado como substituto do leite materno durante esse período, a casos específicos em que, por exemplo, a mãe não apresenta produção de leite e há a necessidade da substituição total ou parcial do leite materno. As fórmulas infantis como NAN OPTIPRO 1 apresentado no presente trabalho é indicado para lactentes entre 0 a 6 meses mimetiza o leite materno melhor que a utilização do leite bovino, já que o leite bovino tem como principais proteínas a caseína, alfa-lactoglobulina e alfa-lactoalbumina, sendo que o leite materno possui a taurina. Uma das maiores diferenças entre esses leites é a composição proteica que no leite de vaca é consideravelmente aumentada, quando administrada ao bebê pode gerar um desequilíbrio e aumentar a excreção de cálcio já nas fórmulas infantis há a presença de taurina na composição que se assemelha ao leite materno.
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