Introdução
De acordo com a Sociedade Brasileira
de Cardiologia, bebidas energéticas podem levar a efeitos potencialmente
letais, principalmente quando ingeridas em excesso ou em associação a bebidas
alcoólicas. Segundo o artigo "Trombose aguda da artéria coronária
esquerda relacionada à ingestão de bebida energética” , publicado na renomada American Heart Association,
alguns casos de morte súbita, devido a problemas cardíacos, foram ligados
a bebidas energéticas. Dentre as causas citadas, destacam-se vaso espasmos
coronários e sérias arritmias como a fibrilação ventricular. Por ser um
dos energéticos mais populares no Brasil, a bebida Monster será objeto do
presente estudo.
Fundamentos bromatológicos e
legislação:
A bebida Monster, assim como a
maioria das bebidas energéticas presentes no mercado, apresenta uma combinação
de estimulantes como cafeína, Glucoronolactona e Taurina em sua composição,
sendo que, o principal ingrediente ativo consiste na cafeína.
A ANVISA preconiza as seguintes
doses máximas de cada ingrediente na bebidas energéticas (Composto Líquido
Pronto para o Consumo):
-Inositol: máximo 20 mg/100 ml
-Glucoronolactona: máximo 250 mg/100
ml
-Taurina: máximo 400 mg/100 ml
-Cafeína: máximo 35 mg/100 ml.
Em relação a cafeína, segundo
a European Food Safety Authority (EFSA), o consumo seguro diário
para adultos, sem nenhuma sensibilidade à essa substância, é de 400 mg por
dia.
Discussão:
Conforme
apresentado no rótulo do produto, podemos observar que a composição
da bebida Monster encontra-se dentro dos limites preconizados pela
Anvisa.
Figuras 2 e 3: Rótulo da Bebida Monster
Ao verificarmos o conteúdo de
cafeína podemos inferir que para manter-se dentro dos
limites de segurança mencionados pelo European Food Safety Authority,
o consumidor poderia ingerir aproximadamente 6 latas da bebida, caso não
fizesse ingestão de cafeína por nenhuma outra fonte . Levando-se em
conta que muitos alimentos como chocolates, refrigerantes e outras bebidas
também apresentam cafeína em sua composição, a quantidade máxima de ingestão do
energético poderia ser ainda menor, dependendo da dieta do consumidor.
Conclusão:
Conforme apontado nos estudos,
quando consumidas em excesso as bebidas energéticas podem ter
efeitos letais. Uma preocupação em relação a essas bebidas é que, pelo
fato de serem servidas geladas, podem ser consumidas em grandes quantidades e
mais rapidamente do que bebidas quentes como café, que são bebericadas. Portanto, para
garantir o consumo seguro da bebida, seria importante que os riscos do consumo em
excesso e os limites de segurança fossem mais divulgados para o público,
principalmente para os jovens.
Referências
Bibliográficas:
Benjo, A. et
al. Left
Main Coronary Artery Acute Thrombosis Related to Energy Drink Intake. Circulation.
2012;125:1447-1448. Disponível em: http://circ.ahajournals.org/ content/ 125 /
11/1447.
Brasil. ANVISA. Agência
Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC no 273, de22 de setembro de
2005. Aprova o “Aprova o Regulamento Técnico para Misturas parao Preparo de
Alimentos e Alimentos Prontos para o Consumo (Bebidas Energéticas)”.Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 23 set. 2005. Disponível
em:<http://www.anvisa.gov.br/e-legis/>.
European Food Safety Authority (EFSA)- Scientific
Opinion on the safety of caffeine. 2015. Disponível
em:http://www.efsa.europa.eu/sites/default/files/consultation/150115.pdf Acesso
em: 16/06/2017.
Nabil Ghorayeb- Verdadeira
bomba científica: mais problemas com energéticos. Disponível em:
http://departamentos.cardiol.br/gecesp/coluna/56.asp. Acesso em: 16/06/2017.
New
York Times. Bebidas energéticas estão associadas a comportamento de
risco entre jovens. Disponível em:
http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL591019-5603, 00BEBIDAS+ENERGETI
CAS+ESTAO+ASSOCIADAS+A+COMPORTAMENTO+DE+RISCO+ENTRE+JOVENS.html. Acesso
em: 16/06/2017.
World Health Organization - Energy
drinks cause concern for health of young people. Disponível em:
http://www.euro.who.int/en/health-topics/disease prevention/ nutrition/ news/
news/ 2014 / 10/energy-drinks-cause-concern-for-health-of-young-people. Acesso em : 17/06/2017
Bebidas energéticas se tornaram muito populares atualmente, seguindo o ritmo de crescimento de uma rotina acelerada e ocupada da sociedade, prevalente principalmente entre os jovens, e como acompanhante bem aceito com bebidas alcoólicas. Como dito no trabalho, um dos principais e mais estudados componentes das bebidas energéticas é a cafeína, sendo a ela associados efeitos maléficos e letais à saúde quando consumida ultrapassando os limites diários de uma dieta adequada. De acordo com o estudo da bebida energética "Monster Energy Drink", que atende aos limites diários de cafeína preconizados pela anvisa, conclui-se que o mais importante é que se eduque o público alvo que consome esses produtos pois, obviamente, a cafeína pode ser ingerida de outras fontes alimentares e, baseando-se nisso, é muito fácil ultrapassar a quantidade diária recomendada e gerar prejuízos à saúde, principalmente com relação a patologias cardiovasculares. Além disso, é importante ressaltar que a junção de álcool, uma droga psicoativa e depressora, com altas quantidades de estimulantes energéticos, obviamente tende a formar uma mistura prejudicial ao organismo.
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ResponderExcluirUm cuidado extremamente importante é o consumo do energético (componentes: cafeína, taurina, glucoronolactona e guaraná) com o álcool, normalmente bastante consumida entre os jovens, que acabam negligenciando as informações contidas no rótulo de não misturar com álcool. Esta interação pode prolongar os efeitos excitatórios do álcool, algumas possibilidades são: devido a modulação da neurotransmissão gabaérgica exercida pela taurina, ou seja, diminuindo a atividade de GABA, a taurina reduziria o efeito depressor do álcool. Ou que possivelmente a redução do efeito depressor do álcool seja devida às ações estimulantes da cafeína no córtex cerebral. Alguns estudos mostram que em determinadas doses a co-administração da cafeína reduz alguns efeitos depressores do álcool. Como esta é um estimulante do SNC, ela pode aumentar os batimentos cardíacos, dependendo da dose, e apresentar efeito broncodilatador em pacientes que possuem asma.
ResponderExcluirJá o metabolismo da glucoronolactona em humanos é desconhecida, porém é necessário o cuidado pois as rotas metabólicas envolvendo glicose podem ser um fator de risco para os diabéticos.