Trabalho elaborado por Jean Lucas Menezes Cotta dos Santos
Indagação: O Red Bull é realmente eficaz em promover energia e aumentar a performance dos seus consumidores?
Hipótese: Nos últimos anos têm se observado um grande aumento no consumo e no surgimento de bebidas energéticas. O seu uso é feito principalmente pela população jovem tanto para fins de lazer como para aumentar o rendimento na prática de esportes, nos estudos e no trabalho. Tais bebidas carregam a promessa de possuir um efeito estimulante em seus usuários e até mesmo de promover um aumento de performance em atividades físicas e intelectuais. Contudo, devido a sua subjetividade – dependem do julgamento do usuário e um possível ”efeito placebo” não pode ser descartado – a eficácia destes produtos se torna muito difícil de ser cientificamente julgada.
Ingredientes: água gaseificada, sacarose, glucose, taurina (1000mg/250mL), cafeína (80mg/250mL) glucoronolactona (60mg/250mL), inositol (50mg/250mL), vitaminas (B3, B5, B6, B2 e B12), acidulante ácido cítrico, reguladores de acidez: citrato de sódio e carbonato de magnésio, aromatizantes, corante caramelo.
Fundamentos Bromatológicos: Os principais componentes do Red Bull e que são supostamente responsáveis pelo seu efeito estimulante são a cafeína, a taurina a glucoronolactona e o inositol.
A cafeína é a principal representante da classe das xantinas e tem sido amplamente utilizada há séculos por seus efeitos estimulantes. Este estimulante comum é encontrado naturalmente no café e em grande parte dos chás, mas também é adicionada em bebidas energéticas e refrigerantes pelos fabricantes. A cafeína estimula o sistema nervoso central dando ao corpo uma sensação de alerta, bem como dilata os vasos sanguíneos e atua como agente diurético, com isso ela aumenta a freqüência cardíaca e a pressão arterial.
A taurina é um aminoácido não essencial, ou seja é normalmente sintetizada pelo organismo. Ela suporta o desenvolvimento neurológico e ajuda a regular o nível de água e minerais no sangue. Também acredita-se que possui propriedade antioxidante. Alguns estudos sugerem que a suplementação de taurina pode melhorar o desempenho atlético, o que pode explicar por que a taurina é usada em muitas bebidas energéticas.
O inositol é um tipo de carboidrato obtido a partir de glicose que é produzido naturalmente no corpo humano, e também é encontrado em frutas, grãos e nozes. Em doses suficientemente altas, parece apresentar um efeito positivo na modulação do sistema nervoso, porém estudos mostram que a pequena quantidade presente em bebidas energéticas provavelmente não possui nenhum efeito.
A D-glucurono-3,6-lactona é naturalmente produzida no organismo a partir da glicose e está envolvida na síntese de glicogénio. Também demonstrou inibir as ações da beta-glucuronidase, uma enzima que tem sido associada a certas formas de câncer quando presente em níveis excessivos.
Com exceção da cafeína, o efeito estimulante das outras substâncias é muito pouco estudado em seres humanos e por isso a presença delas em bebidas energéticas é fortemente criticada por uma parcela da comunidade científica.
Discussão: Nos últimos anos muito tem se questionado sobre a segurança no uso das bebidas energéticas, principalmente na sua associação com bebidas alcoólicas, contudo ainda existem muitos grupos questionando se essas bebidas possuem realmente um efeito estimulante, com o impacto positivo nas atividades físicas e intelectuais.
Estudos que avaliam o impacto do uso de bebidas energéticas na realização de atividades físicas são um pouco contraditórios. Apesar da maioria dos estudos mostrarem uma relação benéfica entre o uso de bebidas energéticas e o aumento no rendimento em atividades físicas, Jeffries et al (2017) mostrou que o uso de uma dose combinada de cafeína e taurina equivalente à dose de uma lata de bebida energética possui nenhum impacto na perfomance de corrida de voluntários além de possuir um efeito negativo na fadiga apresentada pelos indivíduos expostos a dose de cafeína e taurina ao final do teste.
Por sua vez Pasch et al (2016) avaliou o impacto do uso de bebidas energéticas no rendimento de 844 universitários do primeiro ano tentando estabelecer uma relação entre a quantidade de bebida energética consumida no último mês e a média das notas obtidas pelos alunos. O que foi observado foi uma redução no na média das notas conforme o indivíduo tivesse consumido com mais frequência e ou uma maior quantidade de bebida energética. Essa relação negativa se manteve mesmo quando foram considerados somente os indivíduos que fizeram o uso de energético exclusivamente com fim relacionado ao estudo. Interessantemente o autor ainda destaca que o uso de energéticos para melhor o rendimento académico além de ser ineficaz, auxilia na formação de profissionais incapazes de administrar o seu tempo devidamente, visto que durante a faculdade o uso de energéticos é feito geralmente em substituição ao sono para garantir mais horas para realização de tarefas e preparativos para as provas.
Monaghan et al (2017) avaliou o impacto do uso de bebidas energéticas na firmeza da mão de profissionais do setor de segurança ao empunharem uma arma. Os testes comparam a firmeza da mira de voluntários após 30 minutos de uma dose de bebida energética comparados com voluntários expostos a um placebo. Observou-se um impacto significante (p<0,05) na firmeza dos voluntários expostos à uma dose de bebida energética. O que aponta que esse tipo de bebida deve ser fortemente evitada por profissionais que necessitem realizar atividades que exijam movimentos sutis e precisos, como médicos, dentistas, entre outros.
Ou seja, apesar de muitos estudos mostrarem um efeito positivo na performance de atletas que consumiram bebidas energéticas ao realizarem atividades físicas, ainda existem estudos que apontam o contrário. Além disso o impacto do uso de bebidas energéticas para melhoras a performance em atividades intelectuais assim como em atividades demandam movimentos sutis e precisos se mostrou negativo na maioria dos estudos encontrados.
Legislação: RDC 273/05
Avaliação regulatória: No Brasil as bebidas energéticas são reguladas pela RDC 273/05 e definidas como Composto Líquido Pronto para o Consumo, que segundo a própria RDC é o produto que contém como ingredientes principais: inositol e ou glucoronolactona e ou taurina e ou cafeína, podendo ser adicionado de vitaminas e ou minerais até 100% da Ingestão Diária Recomendada (IDR) na porção do produto.
Ainda segundo a RDC, os Compostos Líquidos prontos para o consumo, devem atender aos seguintes requisitos específicos:
• Inositol: máximo 20 mg/100 ml
• Glucoronolactona: máximo 250 mg/100 ml
• Taurina: máximo 400 mg/100 ml
• Cafeína: máximo 35 mg/100 ml
• Álcool etílico: máximo 0,5 ml/100 ml
Conforme pode ser observado no campo “Ingredientes” citado previamente, o Red Bull obedece a todos requisitos específicos determinados pela ANVISA. Além disso, atende também à outras exigências feitas como a ausência de informações como “energético”, “estimulante”, “potencializador”, “melhora de desempenho” ou frases equivalentes, inclusive em outros idiomas no seu rótulo e a presença obrigatória das frases "Crianças, gestantes, nutrizes, idosos e portadores de enfermidades: consultar o médico antes de consumir o produto” e "Não é recomendado o consumo com bebida alcoólica".
Segundo o cardiologista e especialista em medicina do esporte, Luciano Vacanti, as propagandas exibem e enaltecem várias vantagens do uso de bebida energética com a finalidade de melhorar a perfomance, concentração, velocidade, tempo de reação e metabolismo. E que essas propagandas induzem os consumidores de bebida energética a pensarem que quanto mais tomar energético, maior será o benefício. Entretanto, na realidade os riscos são maiores. Eu acredito que segundo a composição da bebida energética Red Bull, a qual apresenta cafeína, glucoronolactona, taurina e inositol, apenas a cafeína exerce um efeito significante na disposição e energia do indivíduo consumidor da bebida energética. E acredito fortemente nos estudos que mostraram que o impacto da bebida energética na perfomance do atleta é negativo, visto que essas bebidas atrapalham o ritmo do coração durante os treinamentos.
ResponderExcluirDailane da Silva Candido de Paula
DRE: 113164937
As bebidas energéticas são refrescos comerciais que combinam substâncias como a cafeína, os aminoácidos, carboidratos, vitaminas e, em alguns casos, extratos de plantas medicinais, como o ginseng e o guaraná.
ResponderExcluirUma pessoa saudável pode ingerir de forma moderada entre 100 e 300mg de cafeína por dia, é um máximo de 400mg. Especialistas concordam que esta alta dose não causa risco para a saúde, caso não sejam combinados com álcool. Esta combinação e consumo exagerado podem causar efeitos adversos como: taquicardia, palpitação ou aumento da pressão arterial.
Alguns países já como Noruega, Dinamarca e Uruguai já proibiram a venda desse tipo de energético por causa desses efeitos adversos perigosos.
No Kuwait, a bebida é proibida para menores de 16 anos após o escândalo que ocorreu quando dois membros da seleção nacional de Squash morreram por causa de ataque cardíaco ao ingerir estas bebida.
Hailton Alves de Melo
Dre: 113168444
Complementando o que foi dito na postagem: Nos últimos anos, vem crescendo muito o consumo de bebidas energéticas associadas ao álcool e consequentemente a preocupação sobre a segurança dessa associação. Estas bebidas vêem sendo utilizadas para potencializar os efeitos das bebidas alcoólicas, principalmente as bebidas destiladas, devido possivelmente a uma redução dos efeitos depressores do álcool pela ação estimulante da cafeína no córtex cerebral. Segundo Ferreira et al a administração de doses equivalentes ao consumo de três latas de 250 mL de bebida energética por um indivíduo de 70 kg, apresentou ação antagônica aos efeitos depressores do álcool na atividade locomotora de ratos. Segundo Nehlig et al as metilxantinas como a cafeína induzem aumentos na dose-resposta da atividade locomotora em animais. Assumido que as bebidas energéticas podem realçar os efeitos estimulantes do álcool ou atuar como antagonista nos efeitos depressores é necessário determinar quais os ingredientes ou compostos, bem como as doses responsáveis por estes efeitos. Embora haja indicação que estes possam ser devidos à taurina e/ou cafeína.
ResponderExcluirTaísa Leiras Gomes
Dre: 113209795
Segundo uma reportagem da revista Veja publicada pelo cardiologista e nutrólogo Daniel Magnoni, o consumo de bebidas energéticas pode trazer gravez riscos a saúde, principalmente cardíacos. "Existem no mercado muitas marcas de energéticos, cada qual diferindo em sua composição. A base da formulação consiste na presença de taurina, cafeína e açúcar. A cafeína é um estimulante que age no sistema nervoso central, inibindo o sono e, consequentemente deixando o indivíduo em estado de alerta. Já a taurina, é um aminoácido sintetizado, principalmente, no fígado e cérebro, que ajuda na regulação dos níveis de água e sais minerais do sangue, além de atenuar a fadiga muscular. A ingestão média diária de taurina entre os consumidores de bebidas energéticas é de aproximadamente 0,4 gramas, aumentando para cerca de 1,0 grama entre altos consumidores. A concentração de taurina contida nos energéticos é mais alta que a quantidade encontrada em outros produtos. No Brasil, a Resolução RDC nº 273 de 22/09/2005, do Ministério da Saúde, estabelece o limite máximo de taurina como ingrediente para o composto líquido pronto para consumo em 400 mg/100 ml."
ResponderExcluirComo pode ser verificado acima, essas substâncias são energéticas e devem ser tomadas cuidadosamente.
https://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/bebida-energetica-os-riscos-da-taurina-para-a-saude/
Hortência Almeida da Silva Monteiro
DRE: 111027147
Um estudo realizado na Universidade Estadual de Londrina por POLITO M, SOUZA D e FRANÇA D. (R. bras. Ci. e Mov 2017;25(3):61-
ResponderExcluir66) relacionou o consumo agudo de bebidas energéticas com o aumento de resistência em séries de exercícios repetidas. Mostrou-se que apesar de ocorrer um aumento de frequência cardíaca na primeira série, a frequência cardíaca se estabiliza a partir da segunda série e não torna a aumentar significantemente, enquanto no grupo placebo é visto um aumento constante de acordo com as repetições das séries.
R. bras. Ci. e Mov 2017;25(3):61-66
Alessandro Fernandes Valdez
DRE: 113137435
obrigado pela informação sobre ó assunto
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