Apresentação

Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.

O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.

domingo, 8 de janeiro de 2017

Cranberry em cápsula

Cranberry (Vaccinum macrocarpon) tem se tornado uma das últimas tendências, prometendo apresentar uma atividade antioxidante, uma diminuição dos níveis de colesterol e principalmente prevenção contra infeções urinarias. Mesmo que a Sociedade Brasileira de Urologia tenha concluído que não há evidências suficientes para recomendar o emprego rotineiro de produtos à base de cranberry a fim de prevenir a infecção urinaria.
Enquanto a eficácia da cranberry ainda está em discursão, os seus produtos são vendidos. Porém ao avaliar os rótulos de cranberry em capsula pode-se observar a adição de ingredientes além do extrato. E um dos ingredientes peculiares seria o picolinato de cromo. Ele não está presente em todos os produtos no mercado, mas pelo menos dois tem sua adição (marcas: Chá mais e Elmar). O cromo normalmente não está descrito nas informações nutricionais dos alimentos. O que leva o questionamento do porquê de sua adição e se sua quantidade não poderia ser toxico.
O picolianato de cromo é um metal essencial para o metabolismo dos carboidratos. Ele é vendido como suplemento nutricional. Acredita-se que ajuda na resistência à insulina e exercícios físicos. Porém não se obteve dado conclusivo. Alguns testes mostram que ele pode apresentar toxidade, pacientes submetidos à suplementação de cromo (3,3-3,5 μmol como cromo cloreto ou picolinato de cromo) durante 8 semanas apresentaram sintomas tais como: distúrbios do sono, alterações do humor, dores de cabeça, aumento da excreção de traços minerais e alterações sobre o metabolismo do ferro.
As quantidades declaradas nas informações nutricionais estão bem abaixo das concentrações do estudo. Além disso ambos os produtos recomendam o uso de 1 comprimido ao dia. Porém não alertam caso o produto seja tomado em excesso. A adição de picolanato de cromo não está totalmente clara, pode estar relacionada com sua associação nutricional, e deveria alertar uma possível toxicidade desse produto ao ser tomado em excesso. 
Referências:
http://www.sabinonline.com.br/GERENCIADOR/ba/arquivos/diretriz_brasileira_de_infeccao_urinaria_de_repeticao_(soc_bras_de_urologia).pdf

2 comentários:

  1. Sou nutricionista e adoro este blog! Obrigada pelo trabalho que fazem!

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  2. Analisando a informação nutricional contida no rótulo do Cranberry em cápsulas deste trabalho, observamos que a quantidade de cromo por porção (2 cápsulas) é de 35 mcg. Essa quantia equivale a mesma quantia da ingestão diária de cromo recomendada para adultos segundo a resolução RDC nº 269 de setembro de 2005 da ANVISA. A medida que o fabricante exibe no rótulo a sugestão de uso de duas cápsulas diárias, ele se desvencilha de uma possível suspeita de estar vendendo um produto, que dependendo do uso, pode entregar ao consumidor quantidades superiores às doses diárias sugeridas e um efeito adverso. Concordo integralmente que o rótulo deveria abordar os possíveis riscos da ingestão em excesso do produto, não somente pelo picolinato de cromo, mas também pela própria cranberry. Segundo o Dietary Reference Intakes a ingestão diária máxima do cromo improvável de causar efeitos adversos à saúde, não pode ser definida por dados insuficientes. No entanto, eles também afirmam que embora nenhum efeito adverso tenha sido convincentemente associado à ingestão excessiva de cromo dos alimentos ou suplementos, isso não significa que efeitos adversos não existam. Afirmam ainda que pessoas com doenças renais e hepáticas preexistentes, são particularmente mais suscetíveis aos efeitos adversos do excesso da ingestão de cromo.

    Referências:
    http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/394219/RDC_269_2005.pdf/2e95553c-a482-45c3-bdd1-f96162d607b3
    https://www.nal.usda.gov/sites/default/files/fnic_uploads/DRIEssentialGuideNutReq.pdf

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