Adoçante: A grande Solução ou o grande Vilão?
O consumo de adoçante é responsável estimular a perda de peso ou a obesidade?
Descrição do Produto
O adoçante
Finn chegou ao mercado com a finalidade de substituir o açúcar para as pessoas
cujo intuito era a diminuição da ingestão de calorias, principalmente aos
diabéticos por não causar alteração nas taxas de glicemia. Com isso, o adoçante
Finn além de ser menos calórico mantém o sabor doce nos alimentos, e para isso apresenta
em sua composição diferentes substâncias adoçantes como, por exemplo, a
Sucralose e o Aspartame. A Sucralose é
derivada da cana-de-açúcar e apresenta um sabor mais aproximado ao do açúcar e
o aspartame é a substância mais utilizada em produtos light e diet
industrializados. A sucralose não é metabolizada pelo organismo não sofrendo
alteração química, já o aspartame é transformado em aminoácidos e absorvido
pelo organismo, sendo um indício de que deveriam ser observadas as implicações
dessas substâncias em longo prazo ao organismo.
Fundamentos Bromatológicos
Tendo em
vista que o aspartame é considerado um adoçante artificial e a sucralose
considerada um adoçante natural, ambos não
geram aumento da taxa de glicemia no organismo e, assim, seus benefícios à
saúde aparentam ser evidentes.
Pode-se
observar no próprio rótulo o baixo valor energético do produto, demonstrando
ser a solução tanto para diabéticos quanto para a população em questão que
busca uma redução de ingestão calórica para diminuição de medidas e na busca da
saúde física.
Portanto, de
acordo com o rótulo podemos observar que em 800mg o produto apresenta
3kcal e 0,8g corresponde a carboidratos,
confirmando que todo conteúdo de cada envelope é apenas composto da substância
adoçante, seja o aspartame (artificial) ou a sucralose (natural).
Apesar de
apesentar valor calórico, a diferença em relação ao açúcar é a quantidade a ser
utilizada. Pelo fato da substância adoçante ser muito mais doce, a quantidade
necessária para que seja adquirido o sabor doce é muito menor quando comparada
ao açúcar.
O Aspartame é
200 vezes mais doce do que o açúcar, mas
como são utilizadas doses tão pequenas, suas calorias acabam sendo efetivamente
zero. É composto de 2 aminoácidos e é metabolizado pelo organismo em seus
aminoácidos constituintes (fenilalanina e aspartato). Assim, tecnicamente,
contém calorias.
Já a
Sucralose é quimicamente modificada com o acréscimo de átomos de cloro, dando
origem a um composto 600 vezes mais doce do que o açúcar, porém não pode ser
metabolizado pelo organismo.
Legislação
De acordo com
a Organização Mundial da Saúde há uma recomendação máxima diária do consumo de
adoçantes. No caso do Aspartame, o consumo diário máximo para uma pessoa com
80kg seria de 3.200mg , enquanto que o consumo diário máximo de sucralose seria
de 1.200mg.
De acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada -
RDC nº 18 de 24/03/2008, a utilização de aspartame em
substituição total de açúcar deve apresentar um limite máximo de 0,075g/100g
ou 0,075g/100mL, enquanto a utilização de sucralose apresenta um limite máximo de
0,025 g/100g ou 0,025g/100ml.
O rótulo deve
conter uma recomendação da quantidade máxima de envelopes ou gotas de adoçante
que podem ser consumidos diariamente de forma clara e específica, seguindo as
instruções da ANVISA e OMS.
Discussão
A utilização
do adoçante em detrimento do açúcar tradicional inicialmente se mostra
extremamente benéfico pela sua alta capacidade de adoçar os alimentos em
pequeníssimas quantidades. O adoçante Finn ao chegar ao mercado foi apresentado
como a grande solução aos diabéticos e atingiu principalmente o público que
buscava uma redução calórica em sua dieta.
No entanto,
no decorrer dos anos, muitos estudos
elaborados por grandes laboratórios de pesquisa mostraram que os benefícios do
adoçante talvez não fossem tão maiores quando comparados aos seus efeitos
negativos.
Como podemos
observar nos artigos publicados, a utilização de adoçantes são responsáveis por
ocasionar uma alteração na microbiota intestinal e isso seria responsável pela
indução ao desenvolvimento de doenças metabólicas, como a obesidade e a
diabetes.
Por
conseguinte, podemos verificar que na verdade ao contrário de uma grande
solução, o adoçante possivelmente está se mostrando ser um grande vilão, e
muito provavelmente, um dos responsáveis pelo aumento incessante do contingente
populacional de diabéticos e obesos, como se observa nos dias atuais.
Conclusão
Faz-se necessário uma maior
gama de estudos comprobatórios sobre a ligação entre o consumo de adoçantes na
dieta diária com o aumento do número de pessoas desenvolvendo síndromes metabólicas
nos dias atuais. Dessa forma, seria necessário que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) fizesse um
alerta com relação ao consumo excessivo do mesmo e pusesse claramente no rótulo
a quantidade máxima a ser consumida, em prol da preservação da saúde da
população em um todo até que seja confirmada essa correlação.
Bibliografia
Rodrigo R. Resende et al. ADOÇANTES ARTIFICIAIS PODEM CAUSAR DIABETES
E OBESIDADE. Edição Vol. 2, N. 1, 01 de Outubro de 2014.
Zanini, Roberta et al.
Utilização de adoçantes dietéticos entre
adultos em Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil: um estudo de base populacional.
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 27(5):924-934, mai, 2011.
Os adoçantes são substâncias de valor energético muito baixo que proporcionam a um alimento o gosto doce. Além da sacarose ( açúcar natural mais difundido mundialmente ), são muito utilizados a sacarina, ciclamato, taumatina que são moleculas bastantes distintas dos glicídios naturais. Entretanto, diversos estudos vem sugerindo que o uso indiscriminado de adoçante pode contribuir para o desenvolvimento da obesidade devido à alteração na microbiota , levando a um aumento do açúcar no sangue. Estudos observacionais têm mostrado que o consumo frequente e regular de refrigerantes que contêm adoçantes resulta em maior ganho de peso, maior adiposidade abdominal e, principalmente, não reduz o risco de desenvolver diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. É necessário que a ANVISA e Ministério da saúde faça um alerta a população e devemos sempre levar em consideração o benefício e a segurança. Se for consumir os adoçantes, procure desafiar o seu paladar por doce, oferecendo sempre (ou pelo menos às vezes) menores quantidades de adoçantes.
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