Apresentação

Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.

O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Coca-cola: os malefícios da cafeína

   A Coca-cola é bastante conhecida ao redor do mundo e, notavelmente, é um dos refrigerantes mais populares na mesa do brasileiro. Muito se sabe acerca dos malefícios do consumo exacerbado de refrigerantes para a saúde dos consumidores, porém o consumo consciente também pode ser prejudicial quando associado a outras bebidas. O perigo se esconde em sua fórmula: a cafeína.
   É uma bebida gaseificada com sabor de noz de cola. Inicialmente, foi produzida como remédio, porém posteriormente foi observado seu grande potencial como refrigerante.



   Em sua composição, contém: Água gaseificada, açúcar, extrato de noz de cola, cafeína, corante caramelo IV, acidulante ácido fosfórico e aroma natural. O extrato de noz de cola é o que confere o sabor marcante desse produto e advém de um grão vermelho do fruto da Cola acuminata. Esse grão possui um teor de cafeína de 24%, contendo ainda teobromina - um alcalóide diurético e vasodilatador. Há muitos anos, essa noz era mascada por nativos africanos para combater a fome e o cansaço, assim como é feito com as folhas de coca.

Fundamentos bromatológicos

Muito se fala acerca dos prejuízos que o consumo exacerbado de refrigerantes e outras bebidas açucaradas causam ao organismo, podendo até mesmo auxiliar o desenvolvimento de comorbidades, como obesidade e diabetes. Além disso, são bebidas sem valor nutricional, repletas de corantes e conservantes, que também não agregam melhorias à saúde dos indivíduos.
    Ainda, a cafeína também é um dos principais componentes do refrigerante de cola. Esse alcalóide é muito conhecido - principalmente por causa do café - devido a sua capacidade estimulante, agindo diretamente no sistema nervoso central. Uma lata de Coca-cola contém em média 8mg de cafeína a cada 100mL. Também, recentemente foi lançada uma versão da Coca-cola Plus, com 40% mais de cafeína, ou seja, cerca de 15mg a cada 100mL.

Legislação

   Segundo a RDC nº 24/2010, que otimiza a identificação das faixas de teor nutricional dos alimentos, a Coca-cola se encaixa na seguinte definição:

“Bebidas com baixo teor nutricional são os refrigerantes, refrescos artificiais e bebidas ou concentrados para o preparo de bebidas à base de xarope de guaraná ou groselha e chás prontos para o consumo. Também se incluem nessa definição aquelas adicionadas de cafeína, taurina, glucoronolactona ou qualquer substância que atue como estimulante no sistema nervoso central.”

   Logo, podemos observar que a presença de cafeína nesses produtos é permitida por lei, sendo determinado na RDC nº 273/2005 a quantidade máxima desse componente:
35 mg/100 mL. Além disso, nessa resolução ainda determina a obrigatoriedade de inclusão no rótulo a quantidade de determinados componentes, incluindo a cafeína, de acordo com este artigo:

“7.1.2. Devem constar, na lista de ingredientes, a(s) quantidade(s) de cafeína, taurina, inositol e glucoronolactona presente(s) na porção do produto.”

Discussão

   A cafeína em si pode ser uma grande aliada para combater o cansaço, mas a problemática está no consumo exacerbado dessa substância, visto que não está presente apenas em café e refrigerantes de cola, mas também em energéticos e chás. Sendo assim, muitas vezes o consumidor ingere mais de um desses líquidos por dia, sem nem ao mesmo saber que está expondo seu organismo a doses elevados de cafeína.
    Imagine quão comum é um indivíduo acordar e beber algumas xícaras de café, ao longo do dia acompanhar refeições com uma Coca-cola, misturar energético com bebidas alcoólicas ao sair a noite e, por fim, beber um chá para acalmar antes de ir para cama. Dependendo das quantidades de cada bebida, fica claro a facilidade de ultrapassar os 300mg recomendados pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentícia.
   E por ser uma droga, seu excesso causa diversos efeitos colaterais, podendo até mesmo ser fatal. Dores de cabeças, insônia e ansiedade estão entre os efeitos adversos mais comuns associados a superdoses de cafeína, podendo levar a um quadro de irritabilidade. Além disso, a cafeína é capaz de elevar a pressão, sendo necessário uma maior atenção por parte dos hipertensivos. E, por fim, aumenta a diurese, chamando a atenção para o risco de desidratação, e pode causar refluxo e outros desconfortos gastrointestinais.

Conclusão

 Com isso, conclui-se que é necessário cuidados com o consumo exacerbado de bebidas que contém cafeína, além de uma maior divulgação acerca dos malefícios que esse consumo pode acarretar ao organismo. Também, há bebidas em que muitos não sabem da presença da cafeína, como alguns chás, mostrando a necessidade de uma maior discussão acerca do tema e medidas preventivas a fim de evitar intoxicações pela cafeína.







Referências

Coca-cola Original, disponível em: <https://www.cocacolabrasil.com.br/marcas/coca-cola/coca-cola>
Acessado em: 27/11/2019
Resolução RDC nº 273, de 22 de setembro de 2005, disponível em: <https://www.saude.rj.gov.br/comum/code/MostrarArquivo.php?C=MjIzOA%2C%2C> Acessado em: 27/11/2019
RESOLUÇÃO ANVISA Nº 24/2010, disponível em: <http://189.28.128.100/nutricao/docs/legislacao/resolucao_rdc24_29_06_2010.pdf> Acessado em: 27/11/2019
Cafeína: quantidade ideal a ser consumida por dia, disponível em: <http://189.28.128.100/nutricao/docs/legislacao/resolucao_rdc24_29_06_2010.pdf> Acessado em: 27/11/2019

8 comentários:

  1. Aluno: João Vitor Marques
    DRE: 117036495

    O trabalho é muito bem dividido e de fácil leitura, permitindo uma leitura rápida sobre um tema muito importante e atual nos dias de hoje. Entretanto, no que diz respeito à metodologia científica empregada na construção do trabalho, o tema, o recorte do tema, e sobretudo a indagação e a hipótese formulada, acabou não ficando tão claro no trabalho final na minha opinião. Fica evidente que o foco do projeto foi em cima da cafeína, que é um dos principais ingredientes desse refrigerante e autora conseguiu pontuar muito bem quais seriam os possíveis “efeitos adversos” atrelados a um grande consumo deste produto. Porém, em um trabalho em que se comenta sobre todos os ingredientes existentes no produto, seria interessante especificar melhor alguns dos principais riscos envolvidos em relação a estes outros ingredientes, uma vez que no trabalho se falou disso apenas de forma muito geral passando a sensação que apenas a cafeína pode trazer malefícios mais sérios em casos de consumo exacerbado. Um exemplo seria falar sobre o açúcar presente no refrigerante, que seria um dos principais ingredientes e que riscos já são muito bem conhecidos e difundidos por toda a sociedade, ou poderia falar até mesmo de substâncias mais desconhecidas para o público em geral, como o corante caramelo IV, onde alguns de seus produtos de degradação também estão presentes em agrotóxicos e uma alta concentração no organismo pode até mesmo levar ao surgimento de câncer de pulmão e de esôfago.

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  2. Como esse trabalho aponta o consumo exagerado de cafeína é extremamente perigoso. Por exemplo, uma xícara de café possui cerca de 95mg a 200mg, uma xícara de chá contem de 20mg a 60mg, uma lata de refrigerante de 350ml, nesse caso, a coca-cola, pode ser encontrado 35mg, o chocolate de 100g pode ter de 3mg a 70mg e uma lata de energético de 250ml de 35mg a 80mg. Ou seja, se exceder de tal substancia é muito fácil, levando, assim, a efeitos colaterais no indivíduo, como o aumento da ansiedade, insônia, irritação, aumento da pressão intraocular, gastrite dor de cabeça, dentre outros. Por isso, assim como esse trabalho aponta, é vital tonar cuidado com o seu uso por meio da criação de medidas preventivas. Vale ressaltar, os malefícios desse consumo em crianças, tendo em vista que é um refrigerante altamente utilizado por essa classe e o limite de consumo de cafeína é menor, portanto as crianças correm o maior risco a esses malefícios advindos da cafeína presente. Por exemplo, no Canadá, a quantidade recomendada máxima de cafeína diária seria em torno de 45mg a 85mg enquanto em apenas uma lata de coca-cola de 355ml contem 35mg, logo demonstra o consumo exacerbado de cafeína. Vale ressaltar que embora a temática desse estudo seja muito boa, observa-se uma falta de ênfase em quais seriam esses malefícios pelo consumo exagerado da cafeína e sua presença na Coca-cola.
    Referências: http://www.healthycanadians.gc.ca/init/kids-enfants/food-aliment/nutrition/caf/index-eng.php
    http://www.hc-sc.gc.ca/hl-vs/iyh-vsv/food-aliment/caffeine-eng.php (Acesso em 20/09/2020)

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  3. O trabalho aborda de uma forma muito boa o fato de que a cafeína pode trazer malefícios para o organismo das pessoas, porém explorou muito pouco o fato de como os seus efeitos podem ser ampliados caso ela seja associado ao refrigerante em si, visto que a Coca-cola já possui níveis de cafeína e grandes quantidades de sódio e açúcar. Por esse motivo seria bom poder abordar de uma forma mais amplas todos os aspectos relacionados ao refrigerante em si, e não apenas focar em um ingrediente. Visto que, a coca-cola já contém uma quantidade de cafeína e ainda é acrescentando mais, isso pode causar problemas no consumidor, como os informados acima. Além disso, o sódio e açúcar podem causar problemas renais e, a alta quantidade de açúcar também pode aumentar a pressão arterial, causar problemas cardiovasculares, entre outros. Gostaria de acrescentar também que, fazendo uma breve pesquisa na internet pude verificar que o fator responsável pela nossa energia é a adenosina e, conforme ela é liberada e acumulada ao longo do dia, essa energia vai diminuindo e com o tempo isso vai causando sono, a cafeína tem como função aumentar a atividade cerebral pois ela se liga aos receptores de adenosina.

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  4. Conforme citado na postagem acima, uma lata de Coca-cola contém em média 8mg de cafeína a cada 100ml. De acordo com alguns sites, depois de uns 40 minutos, a cafeína da coca cola fazem as pupilas dilatarem, a pressão arterial subir e como resposta seu fígado despeja mais açúcar em sua corrente sanguínea. Sendo assim, os receptores de adenosina no seu cérebro são bloqueados, impedindo sonolência. Porém como a quantidade de cafeína não é tão alta, há a estimulação em diferentes formas dependendo do seu metabolismo. Algumas pessoas não tem nenhum problema com bebidas com cafeína, porém outras pessoas podem ficar mais acordadas sim. Logo, é necessário ter cautela no consumo desse produto visto que cada pessoa reage de uma forma.

    Fonte: https://www.cocacolabrasil.com.br/nos-respondemos/a-cafeina-da-coca-cola-pode-perturbar-o-sono
    https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/nutricao/o-que-uma-latinha-de-coca-cola-realmente-faz-ao-seu-corpo,57d5d83b3c3680c2f3c6aef43cafac0b1s69RCRD.html

    Nome: Thayná Regis
    DRE: 116136632
    PLE

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. A pesquisa cita a periculosidade do consumo descontrolado de bebidas que fazem parte do cardápio de um percentual da população, tais como a coca-cola que apresenta 8mg/100ml de cafeína. Conforme foi citado na matéria, esse alcaloide de xantina é considerado pela Organização Mundial da Saúde como uma droga estimulante do sistema nervoso central, juntamente com as anfetaminas, a nicotina e a cocaína. Inclusive, a cafeína encontra-se na lista de substâncias consideradas como doping pelo Comitê Olímpico Internacional, devido as possibilidades de apresentar atividades ergogênicas em atletas. Graham e Spriet realizaram um estudo no Canadá para comprovar uma teoria que afirmava que a atividade ergogênica desse alcaloide em retardar a fadiga estaria relacionada com o aumento da produção de catecolaminas plasmáticas após a sua ingestão. Porém, não foi encontrado resultados que sustentassem a teoria.


    Fonte: Guerra, Ricardo Oliveira, Bernardo, Gerlane Coelho, & Gutiérrez, Carmen Villaverde. (2000). Cafeína e esporte. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 6(2), 60-62. https://dx.doi.org/10.1590/S1517-86922000000200006

    Aluna: Yasmin Fernandes Lima
    DRE: 115068797
    PLE 2020.1

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  7. O texto foi escrito de forma fluida, objetiva e em linguagem acessível para qualquer público. O conteúdo abordado traz um alerta importante, visto que produtos contendo cafeína estão presentes no cotidiano do brasileiro e são consumidos normalmente mais de uma vez por dia. A quantidade de cafeína no café, por exemplo, varia de acordo com a forma de preparo e lugar do plantio mas, em média, pode-se considerar que 50ml de café coado contém 80mg de cafeína. Além do café e de outras bebidas, é necessário também considerar que esta substância está presente em alguns medicamentos e os mesmos devem ser lembrados pensando no limite de consumo diário da cafeína. A divulgação da RDC 273/2005 também é importante, para que os profissionais e também o público em geral conheçam os limites de cafeína que podem ser adicionados a um produto e que esta adição deve estar clara no rótulo, fazendo com que haja um consumo mais consciente e uma melhor orientação dos efeitos desta substância. O texto poderia ter abordado as diferenças dos efeitos da cafeína dependendo dos diferentes parâmetros fisiológicos de cada indivíduo (idade, estilo de vida...).

    INTERNATIONAL COFFEE ORGANIZATION. Cafeína. Disponível em: . Acesso em: 26 set. 2020.
    CAMARGO, M.C.R.; TOLEDO, M.C.F. Teor de cafeína em cafés brasileiros. Ciênc. Tecnol. Aliment. 1998, vol. 18, n. 4, pp. 421-424.
    BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, RDC n° 273, de 22 de setembro de 2005. Diário Oficial da União da República Federativa do Brasil, Brasília, nº 184, 23 setembro de 2005.

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  8. Bastante interessante o post. Contudo, na minha humilde opinião a cafeína seria o menor dos males dentre os componentes da coca cola. Ela exibe uma quantidade absurda de açúcar, que é considerada por alguns o vilão do século, pois sabiamente seu consumo em excesso causa distúrbios metabólicos e pode levar a obesidade e diabetes. Além disso, a coca cola tem um componente altamente cancerígeno (o corante caramelo iv), existindo uma pressão nos EUA por sua proibição. Aqui no Brasil existe um projeto de lei, de fevereiro de 2019, que visa proibir a adição deste composto nos refrigerantes, sucos, demais bebidas e produtos comestíveis no Brasil. Entretanto o Informe Técnico nº. 48, de 10 de abril de 2012 da ANVISA chega a conclusão de que ainda não existem informações suficientes para alterar o status de aprovação do corante. Esse seria o tipo de informação imprescindível em um post sobre a coca cola.

    Fontes:
    https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1706837
    https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/alimentos/informes-anexos/49de2012/arquivos/10328json-file-1
    https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1179/1077352512Z.00000000031?src=recsys

    Aluno: Gabriel Werneck Miglionico
    116015543

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