Apresentação

Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.

O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.

terça-feira, 2 de julho de 2019

O Nan Supreme 1 em leites infantis

O consumo frequente em grande quantidade de Nan supreme poderia causar deficiência nutricional? Entretanto, [leia mais]


O consumo frequente em grande quantidade de Nan supreme poderia causar deficiência nutricional?




Descrição do produto: A fórmula Infantil NAN Supreme 1 possui ferro para lactentes com nucleotídeos DHA e ARA. Para lactentes de 0 a 6 meses que necessitam de uma fórmula infantil com perfil nutricional mais próximo ao leite materno (padrão de referência). Além disso, possui uma proteína parcialmente hidrolisada, pelo qual  facilita a digestão, contribuindo para o funcionamento natural do intestino sem riscos de constipação, favorecendo as defesas imunológicas no momento da introdução da alimentação complementar.

Fundamentos bromatológicos e legislação:

De acordo com o disposto do capítulo do artigo 20 das resoluções da RDC n, 43 e 44 de 2011 são necessárias as seguintes quantidades proporcionalmente a cada tipo de composto presente no produto:

  • DHA e ARA: se o conteúdo de DHA do produto for maior ou igual a 0,2% de ácidos graxos;
  • Nucleotídeos: se o produto for adicionado de nucleotídeos, conforme requisitos estabelecidos na Seção II do Capítulo III desta Resolução;
  • Reconstituição: a reconstituição normal é de uma medida rasa de pó (4,63g) para cada 30 ml de água morna, previamente fervida, correspondendo a uma diluição a 13,9 % (13,9g de pó em 90ml de água).ingredientes: lactose, leite desnatado, concentrado proteico de soro do leite, oleína de palma, óleo de canola, óleo de milho, sais minerais (citrato de cálcio, sulfato);

Discursões:
        As análises técnicas científicas do consumo de NAN Supreme 1 forneceram os  possíveis mecanismos de ação, pois são justificados pela competição por sítios de adesão formando uma barreira física contra agentes patogênicos (LAZADO et al., 2011), competição por nutrientes impedindo a colonização de outros microrganismos, inativação das toxinas e seus receptores e pela estimulação da fagocitose e das respostas imunológicas específicas e inespecíficas contra agentes patogênicos (SILVA et al., 2004; MATSUMOTO et al., 2005). Além da produção de substâncias antibacterianas, que tem ação bacteriostática ou bactericida em relação às bactérias patogênicas (LIMA et al., 2007).  Os nucleotídeos DHA e ARA tem como característica no desenvolvimento da visão.
                   

Bibliografia:

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Resolução de Diretoria Colegiada - RDC nº 02, de 07 de janeiro de 2002. Aprova o Regulamento Técnico de Substâncias Bioativas e Probióticos Isolados com Alegação de Propriedades Funcionais e/ou de Saúde. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 09 jan. 2002.

LAZADO, C. C. et al. In vitro adherence of two candidate probiotics from Atlantic cod and their interference with the adhesion of two pathogenic bacteria. Veterinary Microbiology, Amsterdam, v. 148, n. 2-4, p. 252-259, 2011.


LIMA. E. T. et al. Evaluation in vitro of the antagonistic substances produced by Lactobacillus spp. isolated from chickens. Canadian Journal of Veterinary Research, Ottawa, v. 71, n. 2, p. 103- 107, 2007.


MATSUMOTO, S. et al. Probiotic Lactobacillusinduced improvement in murine chronic inflammatory bowel disease is associated with the down-regulation of pro-inflammatory cytokines in lamina propria monoclear cell. Clinical and Experimental Immunology, Oxford, v. 140, n. 3, p. 417-429, 2005.

SILVA, A. M. et al. Effect of Bifidobacterium longum ingestion on experimental salmonellosis in mice. Journal of Applied Microbiology, Oxford, v. 97, n.1, p. 29-37, 2004.

3 comentários:

  1. Muito interessante o questionamento. No entanto, senti falta de uma informação que poderia ter enriquecido a discussão desse trabalho. Como foi dito na descrição do produto essa fórmula infantil deveria ter o perfil nutricional mais próximo possível ao leite materno, tanto em quais nutrientes são adicionados como a quantidade de cada um deles. Esse trabalho abordou a legislação sobre adição desses nucleotídeos e também sobre os possíveis benefícios deles. Mas poderia ter abordado que no leite materno, há substâncias nitrogenadas além da fonte proteica. Levando isso em consideração, a adição de nucleotídeo nessa formula infantil a aproxima da composição do leite materno quando comparada a outras formulações que não apresentam adição de nucleotídeos.

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  2. Vale ressaltar que existe um outro tipo de NAN SUPREME que é o NAN SUPREME 2 que é uma fórmula infantil de seguimento indicada para lactentes de 6 a 12 meses.
    Pensando na comparação com o leite materno, o Nan Supreme 1 e 2 possuem como principal fonte de carboidratos a lactose, em proporções de 7,8g/100mL e 8,1g/100mL, respectivamente, o que estaria próximo aos valores observados no leite materno que possui valor de carboidrato de 7g/100mL. E, quanto aos valores de proteínas, os dois tipos de Nan estabelecem a fonte de proteína a partir da proteína parcialmente hidrolisada do soro de leite, em proporções semelhantes ao observado para o leite materno, porém a origem dessa proteína não é especificada, o que é extremamente importante para identificar qual o tipo de proteína presente na fórmula infantil.
    Além disso, a diferença de composição do Nan Supreme 1 para o Nan Supreme 2 é que este último, possui em sua composição Galacto-oligossacarídeo (GOS) e Fruto-oligossacarídeo (FOS), que são prebióticos que, conseguem produzir um efeito prebiótico semelhante ao do leite materno, em relação à microbiota intestinal, o que promove o crescimento de bifidobactérias e lactobacilos (CHIRDO, 2011).
    CHIRDO, F. G.; MENÉNDEZ, A. M.; PORTELA, M. L. P. M.; SOSA, P.; TOCA, M.; TRIFONE, L.; VECCHIARELLI, C.. Prebióticos en salud infantil. Archivos argentinos de pediatría, v.109, n.1, p.49-55, 2011.

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  3. A postagem é de suma importância visto que os pais buscam sempre a melhor fonte de alimentação para seus filhos. Gostaria de acrescentar ao estudo a análise da embalagem. A marca dá grande enfoque, o que provavelmente faz com que muitos pais busquem e comprem este produto, à presença do DHA, ARA e dos nucleotídeos. No entanto, segundo o Codex alimentarius (responsável por estabelecer normas internacionais na área de alimentos) estas substâncias são facultativas nas fórmulas infantis, ou seja, não são essenciais para que as fórmulas se assemelhem ao leite materno. Este grande enfoque faz com que os pais tenham a impressão que a adição destes nutrientes deixa a fórmula mais rica que o próprio leite materno, embora pesquisas comprovem que a melhor fonte de alimentação dos lactentes seja advinda do aleitamento materno. Claro que pode haver inúmeros motivos pelos quais impossibilitam a mãe de amamentar, porém, será que este produto, acrescentado de nutrientes, mais caro que muitos outros é tão diferencial assim? Caso seja, não deveria ser uma regra aos demais produtos, visto que todos buscam mimetizar o leite da mãe? Tive o intuito de propor um levantamento acerca do que as marcas priorizam na embalagem, que envolve muito mais uma jogada de marketing do que de fato uma preocupação com a alimentação da criança.
    Fonte: DIAS, Marcia dos S. e de CARVALHO, Luiz Eduardo R – “INFANT FORMULA: Ingredientes, mimetizações, signos e mercado”.

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