Os requisitos propostos por ambas as normas (Codex e Anvisa) estabelece um conteúdo mínimo de carboidratos totais de 9,0 g/100 Kcal e máximo de 14,0 g/100 Kcal. Quando amidos forem utilizados somente serão aceitos amidos gelatinizados ou pré-cozidos naturalmente isentos de glúten, até o máximo de 30% do total de carboidratos. Assim sendo, se 19 Kcal de nidex apresenta 4,8 g de maltodextrina, calculando em 100 Kcal, se teria aproximadamente 11 g a mais que o máximo estabelecido pela legislação.
Discussão
As maltodextrinas são produtos da hidrólise parcial do amido e têm sido largamente usadas em muitos tipos de alimentos processados. São classificadas de acordo com o grau de hidrólise do amido e possuem várias propriedades funcionais, como doçura, solubilidade e viscosidade.
O recém-nascido tem papilas gustativas espalhadas por grande parte da boca, numa área até mais extensa do que os adultos. Além da língua, há papilas gustativas até nas amígdalas e no fundo da garganta, que propicia que ao longo dos primeiros três meses fora da barriga, o bebê consiga distinguir o sabor agradável do doce de sabores desagradáveis azedos e amargos.
As fórmulas infantis foram criadas com a finalidade de se assemelhar ao leite materno, no entanto sua composição não se iguala as propriedades fisiológicas do leite humano, que são específicas de mãe para filho. As fontes de carboidratos, proteínas e outros componentes presentes nas fórmulas infantis diferem em identidade e qualidade dos componentes do leite humano.
Assim sendo, é bem contraditório que produtos que anunciam mimetizar o leite materno, sejam tão diferentes entre si, inclusive naquilo que é mais primal, que é o conteúdo e a natureza de suas proteínas e de seus carboidratos.
No contexto
das fórmulas infantis, observa-se que as mesmas em vez de convergirem para
serem todas o mais similar possível ao leite materno e consequentemente cada
vez mais similares entre si, elas inversamente procuram se diferenciar cada vez
mais uma das outras. Diferenciam-se adicionando substâncias que inspiram
alegações nutricionais de saúde, mas também porque muitas das vezes o
carboidrato utilizado muita das vezes não é a lactose, tampouco a proteína a
lactoalbumina encontrada no leite humano.
Logo, a competitividade gerada por este fenômeno
entre os fabricantes está ajudando a revelar novas necessidades em vigilância
sanitária, uma vez que o Codex Alimentarius e a Anvisa não
pensaram previamente na tendência apresentada, além disso a regulação vigente,
embora até recente, já não dá conta das novas situações apresentadas.
Conclusão:
Diante do exposto, há de se ter certo cuidado no uso e consumo desse carboidrato em fórmulas e produtos alimentícios infantis, mantendo o alerta, uma vez que se trata de um carboidrato com alto índice glicêmico, que ainda que com menos poder adoçante que a sacarose, induz a mesma ativação cerebral que a mesma segundo alguns estudos. Logo, aparentemente em excesso fará o mesmo mal que ele.
Referências Bibliográficas:
Carvalho, L.E. R; Dias, M. Fórmulas e
Alimentos Infantis – Identidades, Rótulos e Legislação. In: Amamentação – Bases
Científicas. 2ª ed. Guanabara Koogan, 2005.
Renata Monteiro. Norma brasileira de comercialização de
alimentos para lactentes e crianças de primeira infância: histórico, limitações
e perspectivas. Revista Panamericana de Salud Pública. v. 19; n.5,
2006.
A amamentação infantil é um importante processo para o crescimento e desenvolvimento do recém-nascido, uma vez que é a principal fonte alimentar. O leite materno também tem a função de fonte de anticorpos que auxiliam no processo da constituição da imunidade e a prevenção de diversas doenças, que muitas das vezes podem ser fatais para a criança nesta fase inicial da vida.
ResponderExcluirO produto descrito acima, apenas deve ser administrado como um complemento e não como a principal fonte de alimentação uma vez que, não se compara nem de perto ao leite materno e seus constituintes. Entendo que em alguns casos somente a amamentação não supre a carência da criança e que esta necessita de algo a mais na sua alimentação. E nesta hora é que a escolha de um suplemento deve ser crucial para que possa ao menos completar o que o leite materno não pode dispor.
No mercado varejista existem uma grande variedade desses suplementos. O mencionado neste texto é uma grande fonte de carboidratos, e nesse caso o produto apenas oferta um único: Maltodextrina que possui propriedades glicêmicas altas e com isso, exacerbando a sensação de doce pela criança uma vez que suas sensações organolépticas são bem distribuídas, tando assim a preferencia pelo produto do que pelo leite materno.
Isso se torna um agrave pois podemos ter aqui uma possibilidade do diabetes mellitus infantil, pois cada vez mais a criança irá preferir o suplemento do que o leite materno e com isso deixando-o de lado, e com isso o aumento de peso tem como comorbidade a obesidade infantil. Portanto o uso do produto deve ser orientado junto ao nutricionista e o pediatra e seu uso deve ser sob orientações específicas e que não venha prejudicar este importante processo que é a amamentação.
A maltodextrina é um carboidrato que ao ser adicionado em algumas fórmulas ou muda viscosidade ou muda o sabor ou compoe a porcentagem de carboidratos padrao de cada fórmula. É um açucar barato e fácil de se obter, por isso, é muito utilizado pela industria. Tecnicamente é chamada de oligossacarídeo e comporta-se como um carboidrato de rápida absorção, ou seja, açúcar. Mas não é tida como um açúcar pela regulamentação de rótulos. Além disso, o índice glicêmico médio da maltodextrina é entre 100 e 135. Mais do que o próprio açúcar de mesa (sacarose) que é de 75. Em longo prazo, isso pode ser prejudicial a criança pois aumenta a chance do desenvolvimento de diabetes mellitus infantil. Por isso, o melhor alimento para o bebê é o leite materno. Caso não seja possível, as melhores fórmulas tem lactose, o açúcar predominante no leite materno, na sua composição. As fórmulas com maltodextrina, mais acessíveis, não devem ser adicionadas de farináceos com açúcar ou mesmo com a maltodextrina. Além disso, é de suma importância procurar um nutricionista, que é o profissional mais indicado para avaliar, prescrever e acompanhar a alimentação de uma criança.
ResponderExcluirDe acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, seguindo as normas da Organização Mundial da Saúde (OMS), o aleitamento é recomendado até os dois anos, sendo exclusivo até os seis meses de idade. No entanto, podem ocorrer certos obstáculos na amamentação e a mulher precisa recorrer a ajuda ainda na maternidade ou a bancos de leite.
ResponderExcluirInfelizmente, em alguns casos, o leite não é suficiente e é necessário fazer complementação do leite materno.
A maltodextrina, citada no texto acima, é um suplemento alimentar à base de carboidrato, proveniente da conversão enzimática do amido do milho. Esse produto pode ajudar na suplementação do bebê, entretanto, é de extrema importância que a dose utilizada seja monitorada para que não ocorra o uso exacerbado e que a criança não desenvolva obesidade e diabetes mellitus.
O principal carboidrato presente no leite materno é a lactose, já em algumas fórmulas infantis o principal carboidrato é a maltodextrina. Apesar das fórmulas infantis a princípio mimetizarem o leite materno, dentre os diversos produtos encontrados no mercado, há modificações nos componentes das fórmulas que muitas vezes tornam o produto mais diferente do leite materno. A presença da maltodextrina contribui para aumentar a viscosidade do produto final, aumentando a sensação de saciedade do lactente e confere um sabor mais doce ao alimento, desta forma contribui para uma maior aceitação do lactente ao produto. A adição de maltodextrina pode ser conveniente para algumas lactantes que não possuem muito tempo para amamentar e o efeito dessa substância presente no produto pode fazer com que o lactente passe a sentir fome menos vezes. Porém, essa sensação de saciedade não significa uma ótima nutrição e isso pode levar a distúrbios alimentares no futuro. Um outro problema é o fato de o lactente preferir a formulação com maltodextrina ao leite materno, pois aquela fonte de alimentação é mais doce e saborosa, porém pode gerar problemas gastrintestinais, distúrbio de comportamento e auxiliar no desenvolvimento obesidade infantil no futuro. É importante destacar que a lactose é essencial para o desenvolvimento do cérebro, e sua baixa concentração em fórmulas infantis pode ser prejudicial. Portanto, é necessário que as lactantes tenham um visão mais crítica e receba informações de profissionais da saúde para poder avaliar a melhor forma de alimentar o lactente para obter os melhores resultados possíveis para saúde do lactente nos primeiros meses de vida e também para não comprometer a saúde no futuro.
ResponderExcluirA maltodextrina tem sido a principal fonte de carboidratos de muitas fórmulas infantis, mesmo quando associado a lactose, por conferir sabor adocicado e maior viscosidade. Por isso, além dos problemas indicados pelo texto, a falta ou pouca quantidade de lactose pode interferir na absorção de sais minerais como cálcio, zinco, ferro e magnésio e na colonização intestinal por lactobacilos (auxiliam na redução do pH intestinal, criando meio desfavorável ao crescimento de enterobactérias, evitando assim infecções intestinais).
ResponderExcluirTendo isso em vista, essas fórmulas só devem ser indicadas nas situações de intolerância à lactose. Caso sejam consumidas por um tempo prolongado como única fonte de alimento para o bebê, se recomenda fazer um aporte adicional de cálcio.