Em se tratando de alternativas alimentares para bebês, atualmente, as variedades são diversas. Mas até que ponto eles são de fato passíveis de substituírem o leite materno? Podem ter a capacidade de até serem melhores que o leite materno? Seria uma boa alternativa o uso de fórmulas infantis em substituição ao leite materno?
Introdução
A alimentação no primeiro ano de vida será decisiva para os hábitos alimentares
da criança, assim como relacionar o desenvolvimento da imunidade do bebê.
Sabemos que o aporte nutricional necessário para que o recém-nascido se
desenvolva é diferente se comparado ao de um adulto, ou até mesmo de uma
criança com mais de 5 anos. Isso se dá pois no primeiro ano de vida, o bebê
triplica o seu peso de nascimento e dobra seu tamanho, sendo esses mais
suscetíveis e alta demanda nutricional e energética.
Uma
alimentação balanceada é imprescindível nessa etapa, déficits nutricionais
nesse período devido à baixa ingestão de nutrientes podendo interferir no
crescimento, na cognição e principalmente no desenvolvimento de órgãos, como o
caso do cérebro. Este último órgão, quando afetado pode trazer sérios danos
para vida do bebê e interferir não somente nesta fase, como na fase adulto do
indivíduo.
Avaliando essa
complexidade e importância nutricional nos primeiros anos de vida, o produto
escolhido para a apresentação e análise crítica, foi o Aptamil 1, fórmula
infantil. Iremos comparar com base nos parâmetros que a OMS e a ANVISA
delimitam como base ideal nutricional.
Fundamentos Legais
Segundo as bases legais, a RDC
43/2011 e alterada pela RDC 49/2014, que discorre sobre o regulamento técnico
para fórmulas infantis para lactentes, define fórmula infantil para lactentes
como sendo “o produto, em forma líquida ou em pó, utilizado sob prescrição, especialmente
fabricado para satisfazer, por si só, as necessidades nutricionais dos
lactentes sadios durante os primeiros seis meses de vida (5 meses e 29 dias)”.
Legalmente analisando a RDC 49, apesar de atualmente esse tema estar mais
presente em mídias assim como as mães também estão buscando se informar antes
de disponibilizarem para seus bebês, estas fórmulas infantis não deveriam estar
em farmácias com livre acesso para que sua aquisição fosse sem prescrição
médica. Essa disposição na farmácia, faz com que exista suplementação alimentar
de forma indiscriminada e sem orientação médica.
Dados do Produto
Figura 1. Tabela Nutricional do Aptamil Premium 1
Figura 2:
Fotos do Aptamil Premium 1
Discussão
Segundo o que
preconiza a RDC 43/2011 e alterada posteriormente pela RDC 49/2014, uma fórmula
infantil deve apresentar no mínimo 60 Kcal em 100 ml e no máximo 70 Kcal a cada
100ml do preparo da fórmula. O Aptamil apresenta 66 Kcal em 100 ml, assim
atendendo aos parâmetros pré-estabelecidos pela ANVISA em sua resolução. No
entanto é preciso ter o senso crítico e se questionar a relevância do uso
destas fórmulas em casos específicos e pontuais.
Figura 3:
Tabelas nutricionais segundo ministério da saúde, ANVISA e afins
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria
(SBP), o Ministério da Saúde (MS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) é
recomendada a amamentação até os dois anos de idade, com exclusividade ao seio
por período e não inferior a seis meses e a introdução de alimentos
complementares, sendo permitida a partir de seis meses de idade. Por mais que
se tente mimetizar toda a capacidade nutricional e de suporte à vida, nada
substitui o leite materno. Este apresenta as concentrações ideais de cada
nutriente, assim como, insubstituivelmente, transfere da mãe para recém-nascido
a imunidade necessária (colostro). Outro ponto positivo para o aleitamento é o
vínculo que é criado entre ambos, que é insubstituível e intransferível. Se compararmos o leite maduro ao colostro, este último
é rico em proteínas e possui uma concentração menor de gorduras. Mas como
solucionamos os casos em que a mulher apresenta baixa produção do leite? Para
isso existem as fórmulas infantis, como é o caso do Aptamil.
Aptamil 1 é uma fórmula infantil de forma
farmacêutica em pó, indicada para a alimentação de lactentes desde o nascimento
até os seis meses de vida. É adicionada de prebióticos 0,8g/100ml (10%FOS e
90%GOS), contém LcPUFAs ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa - ácidos
araquidônico (ARA) e docosahexaenoico (DHA) e nucleotídeos. Mas não pode ser
utilizado de forma indiscriminada e sem prescrição médica/pediátrica.
Por que a necessidade da reposição nutricional de recém nascidos
não poder ser realizada com uso de leite de vaca, considerando que o custo de
Fórmulas Infantis possuem um valor mais elevado?
Estudos apontam sobre o uso de leites pasteurizado
e de origem animal, como o leite de vaca, não são a melhor escolha devido às
inadequações de sua composição quanto a suprir as necessidades de uma bebê em
desenvolvimento, sem contar os conservantes e processos para que o leite seja
disponibilizado. O consumo de leite de vaca neste período
está associado ao aparecimento de anemia ferropriva, tanto por conter pouca
quantidade e baixa biodisponibilidade de ferro, como também por ocasionar perda
de sangue pelas fezes. (vc quem sabe se quer colocar isso ou não, não achei
nada sobre o caso. Mas li e achei interessante. Se achar algo científico que dê
para colocar na referência...)
Conclusão
Apesar de existirem as fórmulas infantis para casos
pontuais e necessários, nada substitui o leite materno e o colostro. As
recomendações e orientações tanto o Ministério da Saúde quanto da Organização
Mundial de Saúde alertam para a importância da amamentação e seu ato
insubstituível, exceto em casos onde não há produção de leite ou problemas de
saúde os quais impedem o aleitamento. No entanto, podemos concluir que atualmente
é possível fazer uso de alternativas alimentares que ajudem na complementação
alimentar, como as “amas de leite” e usar do leite materno como o principal
modo de alimentação.
Referências Bibliográficas
- Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA.
Perguntas e Respostas – Fórmulas Infantis. Gerência Geral de Alimentos; 2ª
edição; Brasília 19 de Junho de 2018, Brasil. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/2810640/Formulas+infantis/b6174467-e510-4098-9d9a-becd70216afa ;
- Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de
orientação para a alimentação do lactente, do pré-escolar, do escolar, do
adolescente e na escola. 2.ed. São Paulo: SBP, 2008;
- Diretoria
Colegiada de Vigilância Sanitária – ANVISA. Resolução - RDC nº 49, de 25 de
setembro de 2014, Regulamento técnico para aditivos alimentares
e coadjuvantes de tecnologia para fórmulas infantis destinadas a lactentes e
crianças de primeira infância. Diário Oficial da União, Brasília – DF, 25 de
Setembro de 2014.
- Diretoria
Colegiada de Vigilância Sanitária – ANVISA. Resolução - RDC nº 43, de 19 de
setembro de 2011, Dispõe sobre o regulamento técnico para
fórmulas infantis para lactentes. Diário Oficial da União, Brasília – DF, 19 de
Setembro de 2011.
Trabalho realizado pelas alunas Camila Vieira e Luisa Almeida.
Hoje em dia existem inúmeras formulações no mercado repletas de i gradientes, como nucleotídeos, aminoácidos, que visam promover saúde ao lactente muitas vezes em lugar de o leite materno. É sabido que o leite materno ainda é insubstituível para a saúde e desenvolvimento do bebê até os dois anos de idade, mas a diversidade de produtos promissores no mercado no mercado colocam em xeque essa questão. É verdade que muitas infant fórmulas cumprem o que é proposto, mad muitas vezed a adição de determinados compostos, como sacarose por exemplo, não é justificável. Embora exista uma gama de formulações disponíveis no mercado que prometem suprir todas as necessidades nutricionais dos lactentes, a mimetizaçao do leite materno é algo praticamente impossível de se alcançar, por mais que haja adição de nutrientes similares.
ResponderExcluirUma questão interessante que poderia ser levantada a respeito do Aptamil Premium+ 1 é a imagem centralizada que destaca a presença de Prebióticos, ARA, DHA e Nucleotídeos. Na verdade, sabemos que o leite materno apresenta açúcares específicos que têm ação prebiótica, ou seja, ajudam a estimular o crescimento de bactérias benéficas no intestino. Desta forma, incorporar agentes prebióticos na elaboração de leites maternizados não deveria ser tratado como um diferencial e sim como uma necessidade básica para mimetizar o leite materno. Ou seja, se observa aqui a rotulação de "health claims", correndo o risco de passar a idéia de ser um “plus” da marca em relação ao leite materno, quando na verdade o LEITE MATERNO É SEMPRE PREFERENCIAL.
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