Introdução
Os adoçantes ou
edulcorantes, são substâncias químicas, obtida de matérias primas naturais ou
artificiais desenvolvidas pela indústria de alimentos. O poder de adoçamento é
maior do que o da sacarose (obtida da extração da cana de açúcar). O objetivo
destas substâncias de substituir total ou parcialmente o açúcar. Os adoçantes dietéticos são
constituídos basicamente por edulcorantes e agentes de corpo. Já os agentes de
corpo, também chamados de veículos, são compostos utilizados com a finalidade
de diluir os edulcorantes dando volume ao produto.
Os Adoçantes dietéticos são formulados
para dietas com restrição de sacarose, frutose e ou glicose para atender às
necessidades de pessoas sujeitas à restrição da ingestão desses carboidratos.
As matérias-primas frutose, sacarose e glicose não podem ser utilizadas em sua
fabricação (Sociedade Brasileira de Diabetes). Eles podem ser classificados
como naturais ou artificiais que conferem sabor doce com menor número de
calorias por grama, sem possuir sacarose na composição, pois são elaborados
para atender às necessidades de pessoas com restrição de carboidratos simples como,
por exemplo, os diabéticos.
O aspartame, um exemplo de
edulcorante artificial, é o éster metílico de dois aminoácidos, a fenilalanina
e o ácido aspártico, ou seja, éster metílico de L-aspartil-L-fenilalanina, a
estrutura pode ser vista na Figura 1. O
Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives (JECFA), que faz parte da Organização
Mundial de Saúde (OMS), define o nível de Ingestão Diária Aceitável (IDA) de
adoçantes, para o aspartame esse valor estabelecido é de 40mg/kg de peso
(ANVISA). Além disso, o aspartame possui sabor limpo, doce e sem sabor
residual, e por isso muito aceito e consumido.
Figura 1: Estrutura química do aspartame.
Fundamentos Bromatológicos
O hábito e a necessidade de
consumir açúcar impulsionaram a procura de moléculas naturais e/ou artificiais
para atender a demanda de grande parte da população impedida de usar os
sacarídeos. Dentre os açúcares naturais, a sacarose da cana-de-açúcar é tomada
como referência para definir o poder adoçante relativa dos demais compostos
doces (BYE et. al., 1993).
O aspartame é instável ao
calor e em condições ácidas, devido a formação de dois compostos, são eles a
dicetopiperazina e aspartilfenilalanina com liberação de metanol. A substância aspartilfenilalanina
é decomposta em ácido aspático e fenilalanina, como pode ser visto na Figura 2.
Figura 2: Metabolismo do aspartame.
A formação do composto de
fenilalanina é crítica para os portadores de fenilcetonúria, uma anomalia rara,
que ocorre em pessoas que o organismo é incapaz de metabolizar o aminoácido fenilalanina,
geralmente ela é diagnosticada após o nascimento, através do teste do pezinho.
Por esta razão, o consumo de aspartame é desaconselhado para gestantes e
portadores dessa doença. Apesar de ter quatro calorias por grama, são
permitidos para diabéticos.
Legislação
e Discussão
Geralmente, os adoçantes
dietéticos são utilizados sem muito critério, e muitos dos seus usuários visam
mais outros aspectos do que suas reais necessidades. Estes são normalmente
utilizados por iniciativa própria, algumas vezes por indicações aleatórias, simplesmente
pela praticidade do uso ou ainda, pelo menor valor do produto. A minoria usa
com recomendações médica ou de nutricionista.
Os consumidores de adoçantes
que são fenilcetonúricos, precisam ser alertados pelo médico e/ou nutricionista
que o consumo de aspartame como edulcorante não pode ser feito. A Portaria Nº
29, de 13 de janeiro de 1998- Regulamento Técnico referente a Alimentos para
Fins Especiais- determina que os fabricantes coloquem em seu rótulo a
informação “Contém Fenilalanina”, em produtos que possuam aspartame em sua
composição, mas os compradores na maioria das vezes não sabem do que se trata,
tornando nesse caso a informação irrelevante, ou seja não é necessário apenas
que esteja escrito na embalagem do produto, é preciso que haja um consumo
consciente do produto e com recomendação médica.
Conclusão
A população chega
em farmácias e supermercados se depara com uma prateleira enorme com uma
variedade de produtos destinados a indivíduos que possuem alguma restrição
alimentar. A maioria das pessoas escolhem aleatoriamente o produto e não tem
noção que ele possa trazer prejuízos para sua saúde, ao invés de ajudá-la.
O alerta para as pessoas, a partir das informações passadas é que nem tudo que se tem em
farmácias e supermercados são produtos benéficos e que seu uso tem que ser
indicado ou consultado por médicos ou nutricionistas. Um simples adoçante, como
pode ser visto pelo trabalho, deve ser escolhido com orientação, cuidado e
cautela para evitar transtornos no metabolismo.
Referências Bibliográficas
BRASIL. ANVISA Agência Nacional da Vigilância Sanitária. Resolução
- Portaria n° 29
de 13 janeiro de 1998. Regulamento
Técnico referente a Alimentos para Fins Especiais. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/394219/PORTARIA_29_1998.pdf/49240642-4002-48f4-8213-a1b74aa4bd32.
Acesso em 7 de dezembro de 2016.
BRASIL. ANVISA Agência Nacional da Vigilância Sanitária. Adoçantes-
Ingestão Diária Aceitável. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/informacoes-tecnicas13/-/asset_publisher/FXrpx9qY7FbU/content/adocantes-ingestao-diaria-aceitavel/219201/pop_up?_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_viewMode=print&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_languageId=en_US.
Acesso em 7 de dezembro de 2016.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Industrial e Comércio
Exterior. IMETRO-
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.
Disponível
em: www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/adocantes.pdf. Acesso
em 7 de dezembro de 2016.
BYE, Pascal; MEUNIER, Ariel; MUCHNIK; José. As inovações
açucareiras: permanência e diversidade de paradigmas. Cadernos 42 de
Ciência & Tecnologia, Brasília, v.10, n.1/3, p.35-52, 1993.
Sociedade Brasileira de Diabetes. Adoçantes. Disponível em: http://www.diabetes.org.br/noticias-nutricao/1312-adocantes.
Acesso em 7 de dezembro de 2016.
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